A barba de Aarão
Autor: João Anatalino
Quando Aarão foi instalado como Grão-Mestre do Oriente dos Filhos de Israel, Moisés mandou que para ele se fizesse umas alfaias, que se penduravam em seus ombros e desciam até a altura dos seus rins com os dizeres “‘DOUTRINA E VERDADE”, pois aquela era a divisa que aquela Fraternidade iria propagar pelo mundo.(1)
Quando Aarão foi instalado como Grão-Mestre do Oriente dos Filhos de Israel, Moisés mandou que para ele se fizesse umas alfaias, que se penduravam em seus ombros e desciam até a altura dos seus rins com os dizeres “‘DOUTRINA E VERDADE”, pois aquela era a divisa que aquela Fraternidade iria propagar pelo mundo.(1)
As alfaias foram instituídas como substitutas dos ídolos, que eram proibidos pela tradição hebraica. Segundo a tradição, Jeová não queria intermediários entre Ele e o seu povo. Por isso Ele baniu os ídolos (terafins), mas permitiu o uso dos tumins e os urins, que eram joias e adereços contendo proposições escritas que demonstravam os
propósitos buscados pela Irmandade de Israel.(2)
E Moisés consagrou o Tabernáculo na forma como o Grande Arquiteto do Universo havia ordenado, santificando depois a Aarão, espargindo sobre a sua cabeça o óleo precioso que escorreu para suas barbas e molhou as orlas do seu vestido.
Segundo o salmo 133, o óleo desce do alto da cabeça de Aarão e para a orla dos seus vestidos. Esse simbolismo tem uma correspondência muito significativa nos ensinamentos da Cabala. De acordo com essa tradição, a barba é o influxo que nasce na primeira Séfora e percorre toda a Árvore da Vida unificando a totalidade das realidades existentes
no universo.
(Árvore Sefirótica significa o Cosmo como realidade macro e o seu reflexo no homem como realidade micro). (2)
A palavra barba, em hebraico, (Hachad) significa unidade, e por aplicação da técnica da gematria essa palavra é igual a 13. A=1, CH=8, d=4. Esses valores correspondem às partes da barba do Macroprosopo (O Arquétipo Celeste, imagem do Grande Arquiteto do Universo), cuja proporção numérica e geométrica (o homem vitruviano) deu origem ao modelo do homem da terra.
Assim, o Salmo 133, na verdade, é um simbolismo que tem origem no esoterismo da tradição hebraica, e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura de suas Lojas simbólicas não está apenas contemplando a idéia da Fraternidade pura e simples, mas realizando o objetivo cósmico de integração total de todas as emanações de Deus. (3) Esse ato tornou-se parte dos rituais desde então e sobre ele se cantaram salmos e se compuseram hinos que até os dias de hoje se repetem na abertura dos trabalhos das Lojas maçônicas.
(1) Razão pela qual muitas Lojas maçônicas mantém a tradição de adotar nomes que lembram divisas, tais como “Trabalho e Justiça”, “União e Caridade”,
“Sabedoria e Arte”,“ Perseverança e Virtude”, etc..
(2) Urins e Tumins são representações de ídolos, ou amuletos que segundo a
tradição esotérica possuem poderes mágicos. A tradição israelita proibia a consulta ídolos e a posse de urins e tumins, mas mesmo com essa proibição sempre havia, em Israel, quem os consultasse. Famosos personagens bíblicos como Rebeca, esposa de Jacó, e o próprio Rei Davi não foram infensos a essas práticas.
(3) Porque essa, além da interpretação esotérica dada pelos cabalistas à barba – que é a manifestação da primeira séfora (Kether, a Coroa) que se derrama pelo resto do corpo, (Árvore Sefirótica), o salmo 132 também consagra a União fraternal dos Irmãos em Loja.
(DO LIVRO cONSTRUTORES DO UNIVERSO, NO PRELO PARA PUBLICAÇÃO).
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em
28/03/2010
Reeditado em 28/03/2010
Código do texto: T2164551
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