quarta-feira, 17 de abril de 2019


A MAÇONARIA E O LIVRO DE AMÓS


(*) Por Ir.'. Honório Sampaio Menezes, 


Em um dos graus da maçonaria Amós é homenageado, citando-se em especial a terceira visão do profeta (7:7)…eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo e tinha um prumo na sua mão. E o Senhor me disse: Que vês tu Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.

O Profeta Amós era natural de Tecoa, pequena cidade distante cerca de 20km de Jerusalém e 9km de Belém, na Judéia. Não era da corte como Isaías, nem sacerdote como Jeremias. Era simples homem de trabalho. Era pastor, boiadeiro, e cultivador de sicômoros. “Cultivador” significa “podador” ou “picador” do fruto do sicômoro, uma espécie de figo selvagem comido somente pelos mais pobres, fruta que só amadurecia quando picada.

Amós é o contemporâneo mais velho de Miquéias, Oséias e Jonas e foi o primeiro dos profetas escritores. Seu nome significa “aquele que leva cargas pesadas”. Embora natural da Judéia, profetizou contra Israel

Está em 4:1, “ouvi esta palavra vacas de Basã que estais no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados…”. O apelo por justiça é o tema mais conhecido deste livro, porque evidencia a condenação de Deus aos que ficaram ricos através da corrupção.

Os cristãos do primeiro século aceitavam os escritos de Amós como Escritura inspirada. Por exemplo, o mártir Estevão (At 7:42, 43; Am 5:25-27), e Tiago, irmão de Jesus (At 15:13-19; Am 9:11, 12), mencionaram o cumprimento de algumas das profecias.

O livro de Amós pertence ao Antigo testamento da Bíblia, vem depois do Livro de Joel e antes do Livro de Obadias. A profecia deste livro da Bíblia hebraica foi dirigida primariamente ao reino setentrional de Israel. Pelo que parece, foi primeiro proferida oralmente, durante os reinados de Jeroboão II e de Uzias, respectivamente reis de Israel e Judá, cujos reinados coincidiram entre 829 e cerca de 804 a.C. (Am 1:1) Por volta de 804 a.C. foi assentada por escrito, após a volta do profeta para Judá.

Vários eventos históricos confirmam as profecias de Amós, todas as nações condenadas por ele foram, no devido tempo, castigadas. A própria grandemente fortificada cidade de Samaria (capital do antigo reino de Israel, hoje entre a Cisjordânia e Israel) foi sitiada e capturada em 740 a.C., e o exército assírio levou os habitantes “para o exílio além de Damasco”, conforme predito por Amós. (Am 5:27; 2Rs 17:5, 6) Judá, ao sul, recebeu igualmente a devida punição quando foi destruída em 607 a.C. (Am 2:5) E, fiel à palavra de Jeová mediante Amós, descendentes cativos tanto de Israel como de Judá voltaram em 537 a.C. para reconstruir sua terra natal. (Am 9:14; Esd 3:1).

Amós, com os termos tsaddîq (justo), ‘ebyôn (indigente), dal (fraco) e ‘anaw (pobre), designa as principais vítimas da opressão na sua época. Sob estes termos Amós aponta o pequeno camponês, pobre, com o mínimo para sobreviver e que corre sério risco de perder casa, terra e liberdade com a política expansionista deJeroboão II. É em defesa destes necessitados que Amós vai profetizar.

Embora fosse um homem do campo, o profeta Amós possuía habilidade literária. Podemos perceber isso pelo uso que o profeta faz de ironias em sua retórica e nos oráculos contra as nações (Am. 1:3,6,9,11). Amós recusou-se a ser chamado de profeta evidenciando a sua ruptura com as instituições formais de seu tempo: o palácio real e o templo (7:14-15).


Essa independência institucional permitiu a Amós proclamar a Palavra de Deus livremente sem nenhuma preocupação com a opinião pública ou interesses escusos. Nada mais se sabe sobre Amós. Alguns eruditos presumem que, após o pronunciamento de seus oráculos, tenha voltado para Tecoa, editado e redigido suas palavras tal como as temos hoje. Outros ainda afirmam que discípulos que o tenham seguido registraram seus oráculos.

Talvez o terremoto mencionado em 1:1 tenha despertado Amós a publicar seu texto uma vez que o verso 9:1 parece indicar um cumprimento parcial da profecia a Israel, isto é, a revelação do Senhor havia sido dada dois anos antes do terremoto citado (descrição do fato logo abaixo) e a publicação dos seus oráculos aconteceu em um momento posterior. Este terremoto provavelmente foi um acontecimento de grandes proporções, pois fora lembrado dois séculos depois como o “terremoto dos dias de Uzias” (Zc. 14:5).

O ministério de Amós aconteceu entre os anos de 760 a 750 a.C. durante o reinado de Jeroboão II no Reino do Norte (Israel) e de Uzias no Reino do Sul (Judá). Este foi um período muito próspero para Israel e Judá pois não havia a ameaça da Síria, que havia sido vencida pela Assíria décadas antes. Por sua vez a Assíria também passava por problemas internos em virtude dos conflitos com a Síria, e não apresentava mais perigo.

O resultado deste ambiente de estabilidade política proporcionou condições para que os reis Jeroboão II (Israel) e Uzias (Judá) expandissem novamente as fronteiras da Palestina chegando nos mesmos limites dos reis Davi e Salomão (2 Rs. 14:25). Isso possibilitou a retomada do comércio internacional e da agricultura proporcionando, desta forma, a estabilidade econômica (Am. 4:1-3).


Entretanto, a segurança política e econômica favoreceu apenas os comerciantes e a corte, pois o povo sustentava toda essa estrutura por meio da injustiça social e escravidão. O resultado disso foi a miséria do povo (2 Rs. 14:26; Am. 2:6; 8:6).

Mesmo assim, a religiosidade era praticada por todos (Am. 4:4-5; 5:21-23), porém tornou-se mecânica e distante da presença real de Javé. Amós, tal qual Isaías, enxergou além da superficialidade econômica e social que beneficiava apenas alguns poucos em detrimento da pobreza de muitos (Is. 3:13-15). Da mesma forma, o profeta Oséias, 10 anos depois, condenaria de maneira enérgica estes mesmos pecados.

Para Amós, a prosperidade agrícola serviu apenas para comparar Israel com um cesto de frutas maduras (uma de suas visões), prontas para a execução do julgamento divino (Am. 8:2-3).

Todas as acusações contra as nações, incluindo Israel (Am. 2:6), eram baseadas em crimes contra a humanidade. Apenas Judá foi acusada de rejeitar a Lei e desobedecer os decretos da Aliança. Uma das características da escrita de Amós são seus oráculos visionários. O profeta realmente havia visto o que deixou registrado, sua mensagem era viva e vibrante, pois Amós falava daquilo com o qual estava acostumado. Amós também se utilizou da literatura lírica (Am. 5:1-2) e de doxologias (glorificação de Deus) (Am. 4:13; 5:8-9; 9:5-6) mostrando sua aptidão poética e musical. Fórmulas de juramento (O Senhor, o soberano, jurou – 4:2), de proclamação (Ouçam – 4:1) e revelação (o Senhor, o soberano, me mostrou – 7:1) são frequentemente usadas.


Os oráculos condenatórios de Amós foram dirigidos para a corte real (governo), a nobreza (empresários) e para o sacerdócio (religiosos). Cada oráculo é composto das características comuns da denúncia profética, Javé falava, apontava o pecado, julgava e anunciava a punição. Amós destacava os crimes propriamente ditos, e anunciava as condenações. A partir do capítulo sete (aquele que citamos no início do texto, que a maçonaria ressalta), com as visões, não mais acusação e sim é dada a ênfase no julgamento. A partir deste ponto o livro passa a descrever julgamentos com a descrição detalhada dos pecados para justificar a punição inevitável. A salvação não substituiria a punição, mas viria após a punição.


Amós resgatou as determinações da Aliança que incluía o aspecto ético em relação do próximo como parte do amor a Deus. Por isso ele apela em favor de todos os pobres, injustiçados e oprimidos pelos ricos, comerciantes desonestos, líderes corruptos, juízes sem escrúpulos e falsos sacerdotes (4:1; 6:1,4; 7:8-9).

Amós fornece diretivas essenciais para a ação social da Igreja na comunidade onde está inserida. De acordo com Amós, o povo escolhido de Deus deve primar pela justiça social como um aspecto essencial da Aliança com Ele.

Para Amós, a injustiça social era reflexo da falta de importância que os israelitas deram às estipulações da Aliança com Deus, e, além de não amarem ao próximo, não amavam a Deus em primeiro lugar.

Na Terceira Visão, a do prumo (Am. 07 v. 07 a 09, observe o significado numérico também) aparece Deus que testará Israel com um prumo; não há mais desculpa para Israel. Desta vez Amós não intercede mais (como em outras ocosião intercedeu e amenizou a pena). Nesta terceira Visão o profeta vê Javé verificando o alinhamento de um muro com um fio de prumo. O muro simboliza Israel que está torto e deverá ser demolido para ser realinhado, porque muro torto não tem conserto. Só derrubando. Desta vez Amós não intercede e a certeza do castigo torna-se mais forte. O que de fato acontece anos mais tarde com a escravidão do povo judeu. Ao todo Amós teve cinco visões, na última Javé (ele próprio) provoca um terremoto batendo nos capitéis e destruindo o santuário (de Betel) matando quem ali estava que, na opinião de Amós, havia se tornado um lugar de culto sem sentido, ocultando e amparando as opressões e injustiças que se cometiam em Israel.

O livro de Amós termina com uma mensagem de esperança (9:11-15). Tal esperança foi vislumbrada pelos judeus que, dois séculos depois, se encontravam cativos na Babilônia e conscientes de se terem purificado do seu pecado, no amargor do exílio, acreditaram que apesar de Deus castigar a Israel, Deus iria restaurar a nação, quando ela se voltasse a Deus novamente. Essa profecia se cumpriu com a libertação e o retorno do povo judeu a sua terra natal, cuja história é estudada em riqueza de detalhes em um dos graus superiores da maçonaria.


(*) Honório Sampaio Menezes, 33º, REAA, Loja Baden-Powell 185, GLMERGS, Porto Alegre, RS, Brasil.

terça-feira, 16 de abril de 2019


QUANDO A ESTRELA POLAR ENCONTRA O FIO DE PRUMO


Tradução J. Filardo



Depois de visitar cerca de duzentos Orientes para a realização do livro que Ludovic Marcos e eu acabamos de publicar sobre os templos maçônicos (edições Dervy), encontramos muitos “objetos estranhos”, ou mesmo improváveis, que testemunham uma má interpretação pelos “especulativos” das ferramentas utilizadas pelos “operativos”. O fio de prumo é, com frequência um deles!

Nós já tínhamos evocado alguns exemplos no tema “pó de polimento”, entre eles o da pedra cúbica pontuda *. Este elemento simbólico improvável não pertence a nenhum corpus de construção e simplesmente testemunha o fato de que o maçom especulativo nem sempre dispõe de conhecimento técnico que permita compreender em profundidade as ferramentas e símbolos de origem operativa que perderam o seu significado original e sua coerência no decorrer do “transplante”.

O fio dos construtores

Esta abordagem pelo tamanho da pedra nos leva diretamente ao fio de prumo.

Sobre o tapete de loja tradicional, nos séculos XVIII e XIX, o fio de prumo não figura como tal. Existem ali duas ferramentas de controle que usam o mesmo princípio, o princípio de gravitação que estende o fio preso a uma massa em direção ao centro da Terra: a perpendicular (que serve de joia de função ao segundo vigilante) e o nível (joia do primeiro vigilante).

O fio de prumo, a mais simples e mais instintiva de todas as ferramentas do mestre de obras e do maçom, mostra o a vertical exata do lugar. Se se prolongar o fio esticado para cima, ele aponta o zênite, e se estendê-lo para baixo, vai-se em direção ao nadir. Do lugar: na verdade, mesmo se a diferença é ínfima e invisível, dois fios de prumo nunca são realmente paralelos porque a Terra é uma esfera. Duas paredes distantes erigidas usando fio de prumo não são jamais paralelas. Na prática, e isso é o que importa para um construtor pragmático, a precisão da ferramenta é mais do que suficiente e mesmo quase absoluta.

O fio de prumo e a “perpendicular” são na verdade uma única e mesma ferramenta …

O fio de prumo compreende dois elementos principais: o peso cilíndrico, cônico ou esférico, geralmente de cobre (ou qualquer liga densa e dura) e o gabarito de alinhamento (o taco). Furada com um orifício central através do qual passa o fio enrolado em uma bobina, esta peça de madeira tem comprimento idêntico ao diâmetro do peso usado para verificar a verticalidade da parede. Basta para isso colocar um lado do taco contra a última fileira de blocos ou pedras e certificar-se de que o peso simplesmente toca as pedras ao longo de toda a altura da parede, até o chão, fazendo deslizar o fio no orifício do taco.

A “perpendicular” é uma forma primitiva de prumo que permite verificar a verticalidade de cada nova linha de pedras: o fio de prumo, curto, é colocado sobre uma placa e fixado de tal forma que o ponto de ancoragem fica exatamente no meio do suporte. Quando a ponta de chumbo pende exatamente no centro da prancheta (marcado por um entalhe), suas bordas são paralelas ao fio. Como este último é, por definição, vertical, as bordas da prancheta também o são. Basta então verificar que o peso está bem centrado quando a prancheta suporte é pressionada contra a pedra para garantir que esta última está, ela mesma, vertical.

O nível, por seu lado, combina um fio de prumo (para a referência vertical) e um esquadro de dois braços semelhantes ligados por um braço horizontal. O esquadro está no nível quando o fio passa exatamente no meio deste braço, permitindo verificar a horizontalidade do plano da pedra sobre a qual é colocado o nível.

O fio de prumo em loja

A introdução do fio de prumo nas lojas é recente (entre as duas guerras mundiais): tudo se passa como se se quisesse introduzir uma ferramenta moderna em uma loja equipando-a com as penas da tradição, mas sem perceber que se trata simplesmente uma versão moderna e do uso ao mesmo tempo mais simples, mais preciso, mais versátil e mais universal do que a antiga “perpendicular”.

Instrumento moderno? E por que não, afinal: durante a nossa viagem pelos templos da França descobrimos um Oriente (Montpellier), onde a lua, o delta e o sol foram eram realizados com a ajuda de um datashow (projetor de vídeo), com a vantagem de poder facilmente mudar a cor e a decoração. Pode-se imaginar o mesmo dispositivo para representar os tapetes de loja “todos os ritos e todos os graus” no centro do templo. Ou mesmo substituir o esquadro e o nível de madeira por ferramentas laser de ladrilhador … o aparelho de som e CDs substituíram o órgão, o piano ou a “coluna da harmonia viva” dos antigos!

Este fio de prumo que agora decora a maioria das lojas, muitas vezes chamou minha atenção durante nossas viagens para a realização de nosso livro, assim como a descobrir uma pedra cúbica maior que a pedra bruta na noite da minha iniciação: a ver em muitos templos o desenho da Ursa Maior e Menor no centro da abobada estrelada e o … fio de prumo pendurado na estrela Polar no final da cauda da Ursa Menor, algo surrealista para o amador de astronomia.

Compreender o papel e o uso adequado das ferramentas é um pré-requisito para a sua transposição adequada no campo simbólico. Esta é uma regra de ouro: o simbolismo das ferramentas e dos materiais deve basear-se em realidades habituais sob pena de ceder rapidamente ao pior em toda a simbolatria, com base em uma imaginação fértil e uma propensão marcada ao achismo esotérico.

À noite, basta olhar para o norte para verificar, em nossas latitudes (45-47° N), a estrela Polar se situa a meia altura entre o Zênite e o horizonte. Muito longe, portanto, do “pico” da abobada celeste. Se fazemos o experimento de pensamento consistente em prender um fio de prumo imaginário, nós o veríamos mergulhar longe de nós, a meio caminho do horizonte. Em nenhum caso “no meio do céu” sobre nossas cabeças!

O único lugar na Terra onde o fio de prumo preso à estrela Polar parece estar pendurado no meio da abobada estrelado é … no Polo Norte: as lojas de ursos polares não são muitas! Além disso, se escolhemos prender o fio no centro do Templo (o que é lógico porque nosso espaço de reflexão se estende simbolicamente do zênite ao nadir), evitemos, pelo menos, desenhar as duas Ursas bem no meio da abobada estrelada e prender o fio na estrela Polar.

Prestemos homenagem ao senso prático e aos conhecimentos empíricos de nossos antepassados ​​simbólicos respeitando a consistência do mundo visível de modo que nossos templos reflitam parcelas de beleza e harmonia através da sua decoração. E penduremos o fio, apelo à retidão moral, mas também uma espiritualidade livre de dogmas à nossa estrela simbólica: aquela que descobrimos, radiante e desejável, ao nos tornarmos companheiros, e que desde então nos acompanha onde quer que nos levem nossos sonhos e nossas aspirações.


AS QUATRO BORLAS – UM ANTIGO SÍMBOLO OPERATIVO


Para a Igreja Católica Apostólica Romana existem quatro virtudes cardinais ou virtudes cardeais que polarizam todas as outras virtudes humanas. Este conceito teológico destas quatro virtudes teve a sua origem inicialmente do esquema de Platão e adaptado por Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.

O conceito teológico destas quatro virtudes, segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humana, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. As virtudes cardeais são quatro:

A prudência (originalmente “Sapientia” que em latim significa conhecimento ou sabedoria), dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingi-lo. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida, sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.

A justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros os que lhes é devido;

A fortaleza (ou Força) que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;

E a temperança (ou Moderação) que modera a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados, sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres. “Pendente nos cantos da Loja estão quatro borlas, destinadas a nos lembrar das quatro virtudes cardeais, a saber: Prudência, Justiça, Fortaleza e a Temperança, a totalidade das quais, nos informa a tradição, era constantemente praticada pela maioria de nossos antigos irmãos”.

Esta provavelmente seja a referência mais conhecida sobre as quatro borlas, mencionada nos principais rituais Ingleses, Escoceses e Irlandeses, de onde derivam a maioria dos rituais do mundo. As virtudes cardinais como esculpidas na tumba do Papa Clemente II na Catedral de Bamberg.

As Quatro Borlas pendentes dos quatro cantos da Loja que são mencionados nas instruções sobre o painel do Primeiro Grau, estão diretamente relacionadas com os métodos utilizados pelos mestres pedreiros operativos ao definir os quatro cantos do prédio e ao implantar os cantos em um canteiro de obra. Mesmo hoje em dia, um mestre de obra, ao construir os cantos das linhas de um prédio irá suspender prumos a partir de suportes de madeira, adjacente aos cantos, para garantir que os cantos fossem perpendiculares, bem como corretamente localizados com relação aos demais pontos de canto estabelecidos.

Estas linhas eram também esticadas entre as linhas de prumo relevantes nos cantos, para garantir que as paredes seguiriam as linhas corretas e assegurar que os cantos estavam no esquadro e perpendiculares. As Quatro Borlas também aludem às linhas de prumo, que foram colocadas nos cantos do prédio durante a construção.

Em tempos operativos as Quatro Borlas que eram suspensas nos quatro cantos do alojamento representavam guias, que foram destinados a ajudar um maçom para manter uma vida justa e correta, de onde derivou a referência para as quatro virtudes cardeais que, tradicionalmente, são prudência, justiça, fortaleza e a temperança.

Em lojas modernas especulativas essas Quatro Borlas, representando respectivamente a prudência, justiça, fortaleza e a temperança, nesta sequência, deve começar no canto sudeste, que está ao lado esquerdo do Venerável Mestre, em seguida, avançar no sentido horário em torno do recinto da loja. Hoje em dia borlas não é uma característica comum em templos maçônicos, mas geralmente são representados apenas pelo nome de uma das quatro virtudes cardinais em cada canto. Em linguagem atual temperança sugere moderação ou mesmo abstinência; fortaleza implica coragem no sofrimento; prudência transmite uma impressão de cautela e justiça implica em reconhecer o que é certo.

A prática da temperança ou moderação deve estar estreitamente aliada à fortaleza ou força, o que implica coragem moral, bem como ser forte e destemido. Mesmo assim, a busca do curso de ação correto deve ser sempre temperada ou moderada com prudência, que envolve o uso do bom senso e da boa aplicação da razão e da lógica. No senso comum a justiça implica na interpretação estrita da lei, mas no seu sentido mais amplo, deve refletir o maior bem para a comunidade como um todo. É por isso que, em muitas versões da instrução sobre o painel do primeiro grau, a referência às quatro virtudes cardeais é seguida imediatamente por uma declaração semelhante à seguinte passagem citada do Ritual de Emulação Inglês:

“As características distintivas de um bom maçom são virtude, honra, e misericórdia, e que elas possam sempre ser encontradas no peito de um maçom.” Neste contexto, misericórdia implica que a justiça por si só é insuficiente, mas que ela deve ser temperada pela misericórdia se for para alcançar um resultado equitativo. A virtude e a honra são corolários importantes da misericórdia. Virtude significa bondade, moralidade e probidade, e também significa muitos atributos de honra, que por sua vez significa honestidade, integridade, retidão e justiça.

Na época operativa, todas as estruturas religiosas significativas e outros edifícios imponentes foram criados a partir do centro, quando a localização do centro de uma estrutura tinha sido decidida, o primeiro dever do mestre pedreiro era estabelecer o ponto central da estrutura no terreno. Chamava-se a isso de bater o centro. Ele, então, iria determinar a necessária orientação do edifício por um método apropriado e configurá-la no chão. Nós maçons especulativos deveríamos estar cientes de que, simbolicamente, eles têm por objetivo encontrar as respostas para suas perguntas no centro, que é o ponto dentro de um círculo a partir do qual todas as partes da circunferência são igualmente distantes.

O Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais é também importante símbolo maçônico e, como essas paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio, ou seja, os dois São João, o Batista e o Evangelista, a figura mostra que o Sol não transpõe os trópicos e recorda, ao maçom, que as concepções metafísicas e a consciência religiosa de cada obreiro são de foro íntimo e, portanto, invioláveis.

O ponto dentro de um círculo é um hieróglifo antigo e sagrado que se refere à divindade. O mundo maçônico é um mundo geométrico por excelência, portanto podemos definir o quadrado como a matéria, o círculo como o espírito e o ponto é a origem de tudo, o criador. É um símbolo de importância suficiente para merecer uma contemplação profunda, mas bastará agora dizer que as respostas encontradas no centro são aquelas estabelecidas de acordo com os decretos da divindade.

Edifícios sagrados geralmente eram obrigados a facear ou o leste ou o nascer do sol no solstício de verão. Caso se necessitasse que a orientação fosse de leste a oeste, o primeiro passo seria determinar a verdadeira linha Norte-Sul com precisão, por meio de uma linha passando pelo ponto central, a partir da qual a verdadeira linha Leste-Oeste poderia ser estabelecida.



Quando as quatro marcas de canto tinha sido estabelecidas, estacas perpendiculares distintamente marcadas eram criadas perto delas, com cordões ou fitas coloridas suspensas distinguiam as estacas marcadas, da mesma forma como hoje são usadas estacas pintadas ou estacas com bandeiras coloridas, chamando a atenção para a sua localização e protegendo-as contra danos acidentais.

Como as lojas operativas eram orientadas na mesma direção do templo de Salomão em Jerusalém, que é o inverso de lojas especulativas modernas, a entrada para o alojamento era no leste e o mestre sentava no oeste. Para evitar possíveis confusões, na discussão a seguir será feita referência à posição dos oficiais na loja, e não aos pontos cardeais. Lojas Operativas tinham um Mestre, um Primeiro Vigilante e um Segundo Vigilante que tinham uma localização relativa entre eles.

Em lojas operativas havia também um quarto oficial, o Superintendente de Trabalho, cuja localização era do lado oposto ao do Segundo Vigilante. Nesta explicação sobre a localização e o simbolismo das Quatro Borlas pendentes dos cantos do alojamento, assume-se que todos esses quatro oficiais ficam sentados de frente para o centro do alojamento.

A borla no canto do lado direito do Mestre deve representar justiça e a do seu lado esquerdo deve representar temperança. A razão para isso é que, quando governa seu alojamento e administra sua força de trabalho, o Mestre deve fazê-lo com justiça que, no entanto, deve ser temperada com misericórdia, de modo a garantir que não só o cliente obterá o serviço que está pagando, mas também que os seus trabalhadores vão receber os devidos pagamentos.

A borla no canto do lado direito do Superintendente do Trabalho deve representar prudência e a do seu lado esquerdo deve representar justiça. Tal como o seu Mestre, a quem ele representa, o Superintendente do Trabalho deve ser prudente na utilização de sua força de trabalho e dos materiais, para que o Mestre esteja devidamente servido; mas ele também deve garantir que os homens sejam tratados com justiça, para que eles recebam os proventos a que têm direito.

Os dois Vigilantes são os oficiais que exercem controle direto sobre os trabalhadores, sob a supervisão imediata do Superintendente do Trabalho. A borla no canto do lado direito do Administrador Sênior, o Primeiro Vigilante, deve representar fortaleza e a do seu lado esquerdo deve representar prudência.

A razão para isso é que, como o oficial que exerce o controle direto sobre os trabalhadores enquanto estão no trabalho, ele é responsável por superar as muitas dificuldades que inevitavelmente afligem o trabalho, o que exigirá a máxima firmeza de sua parte. Ao mesmo tempo, deve exercer o seu controle sobre o emprego dos homens e do uso de materiais com a máxima prudência, para proteger o bem-estar dos homens e, ao mesmo tempo garantir que a execução da obra não seja penalizada.

O Segundo Vigilante, cujo dever é ajudar o Administrador Sênior, é o oficial principal responsável pelo bem-estar dos homens, especialmente quando eles estão em repouso e descanso. A borla no canto do lado direito do Segundo Vigilante deve representar temperança, em alusão à forma pela qual o descanso deve ser sempre conduzido. A borla do lado esquerdo do Segundo Vigilante deve representar fortaleza, porque ele deve personificar Hiram Abif cuja fortaleza deve ser sempre imitada por todos os maçons.

Para o nosso pleno desenvolvimento como Maçom e como ser humano, devemos não só praticar as quatro virtudes cardiais, prudência, justiça, fortaleza e a temperança, bem como as três virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade, as quais nós deveremos usar com muita sabedoria e inteligência.


Eduardo Bandeira Lecey, M.’.M.’. e M.’.I.’.
ARLS Guardiões da Arca 4348 (Rito Brasileiro)
Porto Alegre, Grande Oriente do Brasil


BIBLIOGRAFIA
1. https://leonardoboff.wordpress.com/2011/07/19/face-a-crise-quatro-principios-e-quatro-virtudes/
2. LEWIS, C.S. Cristianismo Puro e Simples, Livro III, cap. 2. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
3. https://bibliot3ca.wordpress.com/as-quatro-borlas/
4. https://focoartereal.blogspot.com.br/2015/06/as-borlas-e-corda-de-81-nos.html
5. http://bodeadormecido.blogspot.com.br/2016/01/as-quatro-borlas-na-maconaria.html
6. Ritual no Grau de Mestre Maçom do G.’.O.’.B.’. dos seguintes ritos, Brasileiro, R.’.E.’.A.’.A.’., Adonhiramita e York.

ENSAIO: GNOSE


Gnose – saber por excelência; ciência superior às crenças vulgares; conhecimento.
Gnóstico – seguidor do gnosticismo.
Gnosticismo – sistema teológico e filosófico que se atribui um conhecimento sublime da natureza e dos atributos divinos.
Agnóstico – relativo ao agnosticismo.
Agnosticismo (1) – do grego “a”, sem; e “gnosis”, conhecimento; doutrina que declara o absoluto inacessível ao espírito humano e professa uma completa ignorância relativamente ao princípio e à essência de todos os fenómenos físicos e morais.

Hoje, os termos gnóstico ou agnóstico não são de uso comum, não fazem parte de nossa linguagem quotidiana. Normalmente os termos de pouco uso tem o risco de terem seu conceito deformado e desviado do seu real significado, sendo deturpado e mal compreendido com o passar do tempo, principalmente quando seu significado envolve conceitos que possam sustentar opiniões divergentes dos diversos interesses particulares de estruturas sociais ou filosóficas instituídas.

Observamos no dia-a-dia o uso de termos cujo conceito desconhecemos; repetimos e damos o crédito supondo que quem o utilizou nos deu uma base suficiente. Porém isso não é o bastante, pode ser enganoso e prejudicial, pois, podemos abraçar um conceito insuficiente e por vezes desvirtuado de seu sentido original. Mesmo nos dicionários verificamos mudanças que levam a uma má interpretação de seu sentido original pela acção do tempo e o famoso “uso e costumes”.

Temos ouvido falar em agnóstico como antónimo (2) de gnóstico. Literalmente, agnóstico, significa um desconhecedor ou ignorante, mas, em sentido figurativo descreve uma pessoa sem fé religiosa, que não obstante se ressente de ser chamada de ateísta.

Gnostikoi em grego indica aqueles que possuem a gnose ou o conhecimento. O gnóstico é o conhecedor e não o seguidor de alguém que pode ser um conhecedor.

Em suas origens, os gnósticos viveram durante os 3 e 4 primeiros séculos da era cristã. O gnosticismo tornou-se um sistema definido de pensamento com sua origem num passado remoto, acumulando ao longo do tempo conhecimento das mais diversas fontes se fundindo em um sistema único. Esse sincretismo (3) vem do antigo Egipto e com maior força da Pérsia (hoje Irão) como da Babilónia.

Eram ávidos escritores deixando vários textos em sua época, porém, dado suas ideias avançadas (como livre pensadores) e como não se submetiam a dogmas temporais, não eram estimados, pois ameaçavam, ou melhor, suas ideias incomodavam e punham em risco as instituições existentes, o que causou uma incansável perseguição e destruição de sua literatura (gnóstica), pelos queimadores de livros e caçadores de hereges da Igreja.

Não se intitularam gnósticos, mas assim foram denominados por não serem cristãos, nem judeus ou seguidores de tradições de antigos cultos, mas pessoas que compartilhavam entre si certas atitudes perante a vida, consistindo isso na convicção de que o conhecimento directo, pessoal e absoluto das verdades autênticas da existência é acessível aos seres humanos e que a obtenção de tal conhecimento deve sempre constituir a suprema realização da vida humana. Clement de Alexandria (150 / 220 A.D., data imprecisa) designa gnose como “o conhecimento de quem somos, o que nos tornamos, onde estamos, em que lugar fomos colocados; onde fomos precipitados, onde somos redimidos; que é nascimento, que é renascimento”. É uma espécie imediata de conhecimento que penetra na consciência como um lampejo sem esforço do raciocínio, uma iluminação da consciência. Essa aquisição de conhecimento, essa revelação intuitiva pode ser possibilitada pela realização de rituais e cerimónias.

A liberdade de pensamento na sua mais abrangente conceituação leva à psicologia profunda que nos direcciona a uma transformação e visão interior capazes de nos conduzir a um conhecimento pessoal que prescinde tanto da Lei como da Fé.

A religião, a ciência, a filosofia, a arte, a literatura, a política, representam apenas abordagens parciais do grande mistério da Alma e do Homem. Cada qual apresenta uma faceta própria, mas sempre fragmentada do Todo. Todas essas abordagens buscam um equilíbrio e uma melhora na qualidade de vida e de bem-estar, e procuram de uma maneira dividida, isolada, buscar a harmonia num momento exterior a si mesmo, deixando de perceber que a única realidade é interior, que se encontra no âmago mais profundo de nossa psique.

A suprema realidade está além do alcance conceptual. A psicologia moderna nos mostra que a gnose se encontra na experiência vital da transformação psíquica pessoal. A prática ritualística (como exemplo, nossos rituais) pode induzir transformações, mas não pode ser confundida com fórmulas de sabedoria, pois cairia num terreno dogmático e nebuloso.

A experiência é sempre pessoal, e nunca conseguiremos expressa-la ou interpreta-la adequadamente, tentando organiza-la desta ou daquela forma direccionando apenas à razão, uma vez que toda conceituação tentada aponta apenas semelhanças na experiência.

José Eduardo Stamato, M.’.I.’.
ARLS Hórus 3811, REAA
Santo André – Grande Oriente de São Paulo, Brasil

NOTAS
(1) Termo criado por Huxley (Thomaz Henrique), fisiologista inglês (1825-1895).
(2) Antónimo – qualificativo das palavras de significação oposta.
Sinónimo – diz-se da palavra que tem quase a mesma significação que outra.
(3) Sistema filosófico que combina os princípios de diversas sistemas; ecletismo; amálgama de concepções heterogéneas.
Ecletismo – tendência filosófica resultante, em geral, do conflito de culturas e do embate das ideias e que a escolher em cada sistema o que parece mais consentâneo com a verdade.

BIBLIOGRAFIA
A Gnose de Jung – Stephan A. Hoeller – Ed. Cultrix
Enciclopédia e Dicionário Internacional – W.M. Jackson, Inc.
Os Cátaros – René Nelli – Edições 70 (Lisboa – Portugal)
Os Cátaros e a Reencarnação – Arthur Guirdham – Ed. Pensamento
Provença – Helyette Malta Rossi – FEEU (Fundação Educacional e Editorial Universalista – Porto Alegre – RGS)


A ESTRELA DE CINCO PONTAS


Através dos séculos houve sempre a preferência por uma estrela de cinco pontas como figura dos astros de aparência menor do que a do sol e da lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e é considerado uma estrela matinal e vespertina, ensejou lendas sem conta. Por outro lado, A Estrela de Cinco Pontas sempre foi, desde tempos remotos e até hoje, o distintivo de comandantes militares, e de generais.

Como Símbolo Maçônico, A Estrela Flamejante de origem Pitagórica, pelo menos quanto ao seu formato e significado, este muito mais antigo do que aqueles que lhe deram alquimia, a magia e o ocultismo, durante a idade média. O seu sentido mágico alquímico e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico e teólogo, professor em diversas cidades européias. A magia, dizia ele, permite a comunicação com o superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário morrer para o mundo (iniciação). Símbolo e distintivo dos Pitagóricos, A Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Homonial é também denominada com impropriedade etimológica, Pentáculo (cinco cavidades), Penta Grama (cinco letras ou sinais gráficos, cinco princípios) ou Pentalfa. Importa saber que os pitagóricos a usam para representar a sabedoria (sophia) e o conhecimento (gnose) e provavelmente empregavam no interior do pentáculo a letra gama, de gnosis.

A Estrela Flamejante era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. A Estrela Flamejante corresponde ao Pentagramaton ou Tríplice Triângulo cruzado dos pitagóricos. Distingue-se do Delta ou Triângulo do Oriente, embora, entre os antigos egípcios representasse também Horus que em lugar do pai, Osíris passou a governar as estações do ano e o movimento.

O verdadeiro sentido da Estrela Flamejante é Homonial, eis que o símbolo designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma, ou de fator de movimento e trabalho. Ou seja, o indivíduo como espírito ou fagulha interna que lhe concedeu o G.·.A.·.D.·.U.·. . A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pe rnas. Na Maçonaria essa idéia serve para lembrar ao Maçom que o homem deve criar e trabalhar, isto é, inventar, planejar, executar e realizar, com sabedoria e conhecimento. Pode ocorrer que o ser humano falhe nos seus desígnios. O Maçom também pode falhar como ser humano, mas seu dever é imitar, dentro de seus ínfimos poderes o G.·. A.·. D.·. U.·., o ser dos seres. Aí está O principal segredo do Grau de C… . Outra interpretação é a que se refere a 3+2=5, soma em que três é a divindade cuja fagulha é encarnada e dois é o material, o ser que se reproduz por dois sexos opostos e não consegue perpetuar-se de outro modo.

As cinco pontas da Estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição, visão, olfato e paladar, dos quais para os Maçons três servem a comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques Pela audição se percebem as palavras , e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode esquecer o paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho. Finalmente pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e os aromas do altar de perfumes. A letra “G”, interior com o significado de gnose ou conhecimento lembra a quinta essência, quanto ao transcendental. Quanto ao Homonial, lembra ao Maçom o dever de conhecer-se a si mesmo. No Grau de Companheiro recomenda-se ao Maçom o dever de analisar as próprias faculdades e bem empregar os poderes pessoais em benefício da humanidade.


POSIÇÃO DA ESTRELA FLAMEJANTE NO TEMPLO

Os Rituais do mundo e os diversos Ritos Maçônicos não se entendem também quanto à colocação da Estrela Flamejante no alto do recinto do Templo. Uns a colocam no oriente a frente do trono, outros a configuram no interior do D.·., o que parece mais sugestivo, principalmente quando o Obreiro na elevação de Grau é chamado a contemplar o Triângulo Radiante. Outros, entendendo que ela é de brilho intermediário, isto é, de luminosidade simbolicamente situada entre a luz ativa do sol e a luz próxima ou reflexa da lua, mandam situá-la no meio do teto do Templo, dependurada, ou pelo menos no meio-dia, onde à maneira inglesa está o 2º Vigilante. Outros a consideram uma Estrela do Ocidente. Lojas do Rito Moderno as têm colocado no ocidente ao lado do 2° Vig.·. (norte). Entende-se que a melhor forma é se colocar a Estrela Homonial no meio do teto do Templo, ou de maneira que o Iniciado possa contemplar o Símbolo quando é chamado a fazê-lo.


SIGNIFICADOS MAÇÔNICOS DA LETRA G NO INTERIOR DO PENTAGRAMA

Ficou demonstrado que a melhor significação do G central do pentagrama é gnose=conhecimento. O caráter Homonial da Estrela Flamejante é indiscutível, a luz das fontes pitagóricas e das referências gregas e romanas. Ninguém negaria ao Símbolo o seu sentido mágico, eis que Pitágoras se dedicava à magia. No pentagrama a letra G quer dizer principalmente gnose, porém para satisfazer gregos e troianos tem que se acrescentar os significados, GERAÇÃO, GÊNIO, GEOMETRIA e GRAVITAÇÃO, e também GLÓRIA PARA DEUS, GRANDEZA PARA O VENERÁVEL DA LOJA, ou para A LOJA, e tem sido registrado em muitos Rituais Maçônicos na tentativa de se encontrar ligação entre estes hipotéticos significados da letra “G”. Diz-se que GERAÇÃO estaria ligada ao princípio (gênesis da Bíblia) ou a Arquem, dos gregos. Gênio seria o correspondente a “DJINN” dos árabes e a “GINES” dos persas, que no ocultismo tange aos chamados “ELEMENTAIS” ou “SEMI-INTELIGENTES ESPÍRITOS DA NATUREZA” e em outras interpretações quer dizer o espírito criador ou inventor, ou a chama realizadora. GEOMETRIA, ciência da medida das extensões, que lembra as regras do grande geômetra para realizar a Arquitetura do Universo. Na sabedoria ela provocou os diálogos sobre ORDEM, EQUlLÍBRIO e HARMONIA. A GRAVITAÇAO lembra Newton e sua lei: A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. ARQUEU, O PRINCÍPIO, O FOGO REALIZADOR A palavra Arqueu, que deriva do grego que queria dizer, princípio, principal, primeiro, príncipe, reino, domínio.

Para os gregos, a palavra tinha o sentido de poder formador da natureza. Seria a essência vital que exprime as propriedades e as características das coisas. Por comparação, corresponderia ao sopro divino que deu vida a Adão na Bíblia. Ensinam certas instruções maçônicas o motivo simbólico das chamas que envolvem a Estrela Pentacular, relembrando Arqueu, o Fogo Realizador, ou ensinando que a letra G significa o gênio ou a BUSCA SAGRADA que anima o C.·. M.·. . à realização.

Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do C.·. M:. ou que representa o próprio homem Maçom dotado da luz divina que lhe foi transmitida. A estrela de cinco pontas é então a força que impulsiona o companheiro em direção das suas metas e da sentido as suas realizações, o numero cinco a qual a estrela faz alusão se funde na alma do companheiro que uma vez elevado a um patamar mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e pode-se então guiar por esta luz pra que a sua caminhada que já é longe das trevas do mundo profano possa se refinar e dar sentido a sua obra interior, absorvendo a luz desta estrela que representa o corpo humano e utilizando a quintessencia o companheiro desperta para as luzes do saber e da compreensão da humanidade e do sentido oculto do saber e do realizar.

Que o GADU ilumine as nossas mentes para que posemos sempre caminhar longe das trevas e em direção a sua Luz. .

Flávio Dellazzana, C.’. M.’.
A.’.R.’.L.’.S.’. PEDRA CINTILANTE, 60
G.’.O.’.S.’.C.’./C.’.O.’.M.’.A.’.B.’.

segunda-feira, 15 de abril de 2019


Diferenças Filosóficas Maçônicas no Século XXI


Tradução J. Filardo

Por Sir Knight John L. Palmer


Como editor de uma revista maçônica nacional, recebo muitas cartas ao editor e artigos submetidos para publicação. No meu caso, a maioria deles é sobre Maçonaria, Templários ou Cristianismo. Daqueles sobre a Maçonaria, vários são de Irmãos expressando opiniões sobre a grande controvérsia sobre onde nossa liderança deveria estar nos conduzindo neste momento de crise em nossa Fraternidade.

Enquanto leio e tento entender todo esse diálogo, perguntas vêm à mente. Existe uma crise em nossa fraternidade? Se sim, quais são nossas opções? O que exatamente aqueles oferecendo sugestões querem que façamos? Existe acordo ou até mesmo definição da crise? Como chegamos a esse ponto? Quantas opiniões diferentes existem? Qual lado devo tomar? Como posso ajudar?

Vamos explorar essa situação, tentar determinar quais são os fatos, usar alguma lógica e ver se podemos tentar resolver isso para que possamos tomar algumas decisões inteligentes e conscientes e tomar medidas que beneficiem a Fraternidade. Acima de tudo, vamos ver se podemos alcançar ou restabelecer a harmonia entre a Arte. Existe uma situação ganhar-ganhar a se ter sobre tudo isso?

Agora você provavelmente está perguntando: “qual crise, a qual conflito ele está se referindo? Vamos olhar para a nossa história e ver se podemos definir a crise.

Precedente Histórico para desacordo generalizado

A controvérsia não é estranha à nossa fraternidade. Eu lhe pediria que olhasse para trás por um momento, para uma disputa que surgiu há mais de duzentos anos, não muito tempo depois que o sistema da Grande Loja foi estabelecido. Um grupo de maçons percebeu que essa nova entidade chamada Grande Loja havia começado a modificar a fraternidade de maneiras com as quais eles não concordavam. A nova Grande Loja em Londres, a partir de sua perspectiva, estava tentando consolidar as visões e práticas de muitas de suas recém-denominadas Lojas “subordinadas” em uma fraternidade consistente. O grupo que se opunha às ações da Grande Loja se desligou e formou sua própria Grande Loja chamando a si mesmos de “Antigos”, porque eles defendiam voltar ao que eles acreditavam ser os antigos modos de fazer a Maçonaria. Isso, é claro, resultou em a Grande Loja original ser chamada de “Modernos”, embora fosse mais antiga que a Grande Loja dos Antigos. Essa controvérsia se estendeu até os primeiros anos do século XIX, quando suas diferenças foram resolvidas, e mais uma vez se uniram para formar a Grande Loja Unida da Inglaterra. Evidências desta controvérsia são encontradas em toda a Maçonaria Americana, já que algumas de suas Lojas carregam o título de “Maçons Livres e Aceitos”, enquanto outras são conhecidas como “Antigos Maçons Livres e Aceitos” ou até mesmo “Maçons Antigos”. A maioria dos irmãos nos Estados Unidos nem sequer entende de que se tratava o rebuliço, e até há indícios de que algumas lojas tomam uma posição firme contra um lado ou outro, sem perceber que receberam cartas constitutivas do mesmo lado a que estavam se opondo.
Perspectiva histórica

A Grande Loja de Londres 1717-1813

Modernos

A Grande Loja Antiga da Inglaterra 1751-1813
“A Grande Loja da Inglaterra de acordo com as Antigas Instituições”

A Grande Loja dos Antigos
Antigos

A Grande Loja Unida da Inglaterra 1813 – Até hoje
A crise proliferando o desacordo atual

O dicionário nos informa que uma crise é “um estágio em uma sequência de eventos em que a tendência de todos os eventos futuros, especialmente para o melhor ou para o pior, é determinada; ponto de inflexão.” A crise atual pode ser rastreada até um único gráfico e a interpretação de seu significado.

Os neomodernos

Em 1959, o número de maçons nos Estados Unidos chegou ao auge e começou a declinar. Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros em nossa Fraternidade subiu e desceu, mas isso foi, de longe, o maior número de membros que já tivemos. Quando eu falo de Maçonaria, eu incluo a Loja Azul da Maçonaria Simbólica e todas as outras organizações que predicam sua participação na Loja ou estão de algum modo associadas a ela. Eu geralmente me refiro apenas à Maçonaria dentro dos Estados Unidos. A fraternidade havia estabelecido uma infraestrutura interna elaborada e extensa. Cada um dos nossos corpos tinha funcionários em níveis estadual e nacional e muitos em nível local. Além disso, a maioria dos corpos estabeleceu filantrópicas estaduais ou nacionais que empregavam literalmente milhares de pessoas. Tínhamos hospitais, lares de órfãos, comunidades de aposentados, fundações e instituições educacionais. Além das folhas de pagamento, havíamos herdado ou construído um grande número de edifícios. Tínhamos edifícios de Lojas, edifícios de Grande Lojas, Templos de Rito Escocês, Templos de Rito de York, Templos de Shrine, orfanatos, hospitais, museus, bibliotecas e escolas, sem mencionar o espaço de escritório necessário para administrar toda essa infraestrutura. Tudo isso era apoiado financeiramente pelos nossos membros através de taxas, contribuições, esforços de angariação de fundos, e às vezes retornos de investimentos que alguns de nossos predecessores mais sábios haviam feito com essa finalidade.

À medida que o número de membros começou a declinar, nossa liderança enfrentou um problema que nenhum de seus antecessores em sua memória havia enfrentado. Reduzir os custos de infraestrutura ou sobrecarregar os membros. Você percebe que eu não disse, “aumentar o fardo sobre seus membros” porque conforme os números subiam durante os cinquenta anos anteriores, as demandas financeiras sobre cada membro diminuía em termos de poder de compra real a ponto que era uma pequena fração do que uma vez foi. A inflação e o índice de preços ao consumidor continuaram a subir a cada ano e o custo das taxas permaneceu o mesmo ou até mesmo diminuiu em alguns casos. Esta situação foi exacerbada pela natureza de nossas propriedades imobiliárias. Durante a primeira metade do século XX, a Fraternidade tinha construído edifícios elaborados e impressionantes em todo o país, e esses edifícios geralmente não tinham sido bem mantidos. Eles estavam, em alguns casos, literalmente caindo aos pedaços ao nosso redor e tinham significado histórico não apenas para a Fraternidade, mas também para as comunidades em que estavam localizados.

À medida que a pressão financeira aumentava, os primeiros a tentar resolver o assunto foram compreensivelmente o Rito Escocês da Jurisdição do Sul, o Shrine e, em menor grau, a Grande Loja da Pensilvânia. Por que “compreensivelmente?” Porque eram organizações muito grandes, administradas centralmente e, no caso do Shrine e do Rito Escocês, possuíam vastas propriedades imobiliárias. As decisões difíceis atingiram essas organizações primeiro. Justamente acreditando que a fonte do problema estava nas Lojas Azuis, porque todos os seus membros eram derivados da Loja, o Rito Escocês e o Shrine decidiram tentar envolver a liderança das Grandes Lojas na formulação de uma solução para o “problema”. Eles levaram o problema e o colocaram aos pés da Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte. Isso resultou na formação de um “Comitê de Renovação Maçônica”. Esse comitê, percebendo que precisava de mais dados para tomar uma boa decisão, contratou consultores para coletar os dados, analisá-los e fazer recomendações. Deste esforço várias recomendações foram oferecidas. Algum reconhecimento foi feito de que nossos membros deveriam ser melhor educados sobre a fraternidade. Atividades de membros mais populares deviam ser adotadas. Nossos membros existentes deviam encarar o fato de que precisam se posicionar e, como indivíduos, compartilhar uma quantidade maior da responsabilidade financeira, aumentando taxas ou conduzindo mais arrecadações de fundos, mas de longe e acima de tudo, a mensagem mais clara dos consultores e do comitê era que precisávamos aumentar o número de membros ou pelo menos diminuir a perda de “sangramento” de membros a cada ano.

Foi sugerido que a Maçonaria tinha ficado para trás no tempo e não respondia às necessidades da geração atual. Foi anunciado que a perspectiva moderna não estava interessada em ritual e não tinha tempo para passar noite após noite em reuniões de loja por causa das demandas de trabalho e família de nossa sociedade moderna. Foi até dito que parecíamos desencorajar os homens a se tornarem maçons por devido à nossa política de não-convite, nossas exigências de que os iniciados memorizassem e recitassem páginas de palestras e os longos três a cinco meses necessários para completar o processo de iniciação. Assim, as recomendações incluíram propostas para reduzir ou eliminar a necessidade de qualquer memorização, reduzir o tempo e o esforço necessários para se tornar um maçom e até ter aulas de um dia em que um homem pudesse dar o seu dinheiro, participar de uma reunião de meio dia ou de um dia inteiro, observar o que estava acontecendo e, no final do dia ir para casa como um cartão bona fide de Mestre Mason. Além disso, havia recomendações sobre a visibilidade da Fraternidade. Afinal, precisaríamos anunciar para atrair bons maçons em potencial. Daí vieram as recomendações de que nossos edifícios fossem abertos ao público mais do que nunca, que nossas instituições beneficentes e seus benefícios fossem divulgados mais do que nunca e que nossas atividades de arrecadação de fundos para instituições de caridade aumentassem e envolvessem mais participação pública. Para atrair o tipo certo de homens, seria necessário que os conscientizássemos das coisas boas que fazemos.


Neomodernos
Comitê de Renovação Maçônica da Conferência dos Grandes Mestres da América do Norte
Shrine
Rito Escocês Antigo e Aceito
Grande Loja da Flórida
Grande Loja da Pensilvânia

Agora considerando a definição da palavra “crise” como um momento de mudança significativa, todos em todos os lados desta questão pareciam concordar que havia uma crise. Muitas das Grandes Lojas aceitaram as recomendações do comitê e começaram imediatamente a implementar as sugestões. Outros se rebelaram.

Aqueles que estavam a bordo com as recomendações do comitê começaram a ministrar aulas de um dia, permitir convites a candidatos, relaxar os padrões de memorização e adotar campanhas publicitárias. Eles frequentemente diziam que a família de organizações maçônicas doou mais de dois milhões de dólares por dia para caridade. Open houses e noites “traga um amigo” começaram a surgir em quase toda parte. Essa foi a gênese do grupo que constitui uma das facções do debate sobre aonde devemos nos dirigir no século XXI. Vou chamá-los de “neomodernos” em memória daquela facção dos maçons chamada de “Modernos” na divisão do século XVIII e início do século XIX que ocorreu em nossa Fraternidade.

Havia outros que viam as coisas de maneira diferente. Eles expandiram o gráfico para incluir mais anos e obtiveram a seguinte imagem da situação.

Essa visão expandida levou a duas interpretações diferentes. Uma interpretação é que esse fenômeno de aumento e queda de membros é natural e que há pouco que se possa fazer a respeito, exceto esperar. Existe claramente uma relação entre grandes guerras e o número de membros maçons, mas essa relação não é bem compreendida para se controlar os resultados. Aqueles que assumem essa posição acreditam que não temos controle real sobre a situação e que certamente não queremos destruir a Maçonaria engajando em uma reação radical e instintiva. Eu chamo a esses de “Status-Quos” e falarei mais sobre eles depois.

Outra interpretação dos dados é que esses Status-Quos de alguma forma causaram o problema, e que ele precisa ser resolvido de uma maneira completamente diferente daquela sugerida pelos neomodernos. Essas pessoas estavam de acordo com os neomodernos de que algo precisava ser feito, porque acreditavam que, à medida que os números aumentavam, o caráter, o intelecto e o foco da afiliação diminuíam. Embora os números tenham aumentado, toda a natureza e a finalidade da organização desapareceram. Vamos olhar para essas pessoas a seguir.


Os Neoantigos

Mais ou menos na mesma época em que os neomodernos começaram a evoluir, ou talvez um pouco antes, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse, e em resposta ao seu problema, propuseram um tipo totalmente diferente de solução. Eles decidiram que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que seus próprios membros, e portanto o público, realmente não entendiam o que a Maçonaria realmente era, que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser, e que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa “nova” organização chamada Maçonaria, não sobre a Maçonaria em si. Eles notaram que a ênfase havia mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para donuts azedos, roupas casuais e discussões superficiais sobre tópicos mundanos, tal como a maneira como o telhado deveria ser reparado. Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não-membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo. Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece. Colocando sua teoria em prática, criaram uma Loja com uma estrutura de taxas de dez a cem vezes maior do que as que estavam pagando. Eles exigiram que os membros se vestissem formalmente e com algum grau de uniformidade. Colocaram ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas e reduziram o número de reuniões, eliminando assim muitas oportunidade de se desfazer do custo de seguro do edifício ou de como o teto deveria ser consertado.

Neoantigos
A Fundação de Restauração Maçônica
Lojas de Observância Tradicional
Lojas de Conceito Europeu
Loja Epicureana No. 906 (Victoria, Austrália)
Loja Amalthea No. 914 (Victoria, Austrália)
Loja Washington-Alexandria No. 22

Por todos os Estados Unidos, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo em suas Lojas. Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos. Quando viram o que os maçons realmente faziam em suas reuniões, ficaram muito desapontados. Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso. Muitos desses jovens maçons eram DeMolays Sêniores. Eles tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa. Em vez disso, viam Mestres conferindo graus vestidos com chinelos, bermudas e uma camiseta com buracos, anunciando cerveja. Eles eram ridicularizados se usassem uma gravata para ir à Loja, apesar de terem visto seus avós colocarem uma gravata antes de cada reunião da Loja. Eles viram cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas em um livro por um membro da loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais. Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo. Quando eles perguntavam “por quê?” Sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, que ninguém sabia por que eles diziam o que faziam. Eles viam homens discutindo incessantemente se deveriam gastar pequenas quantias de dinheiro para consertar um banheiro na Loja, que esses mesmos homens não hesitariam um segundo em a ter reparado em suas casas. Eles olharam para os edifícios decadentes, mal conservados e às vezes apenas sujos, e se perguntaram: “Em que eu me meti? Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar meu tempo?

Muitos desses homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos. Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre o que a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à instituição que eles percebiam que uma vez ter sido. Eles viram o que o pequeno grupo na Austrália tinha feito. Eles aprenderam que esta Loja Australiana agora tinha uma lista de espera de homens querendo se tornar membros, e eles perceberam que essa era a Maçonaria que eles haviam negociado e, por Zeus, eles a teriam. Fora disso, cresceu um movimento relativamente novo nos Estados Unidos, de estabelecimento de Lojas de “Observância Tradicional”, ou “Lojas de Conceito Europeu”.

Essas lojas geralmente têm uma estrutura de taxas mais elevadas, vestem-se mais formalmente, se reúnem com menos frequência, são mais exigentes com seus membros e discutem assuntos mais esotéricos e filosóficos. Algumas também enfatizam a excelência na experiência iniciática transmitida por um ritual bem feito e impressionante. Embora existam diferenças sutis nesses tipos de Lojas, elas se enquadram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e, de fato, tem havido uma organização estabelecida para promover esses ideais. Eu chamarei essas pessoas de “neoantigos” em homenagem aos “Antigos” que rivalizaram com os “Modernos” duzentos anos atrás. Lembre-se de que ambos os grupos estão tentando mudar o status quo em resposta ao que acreditam ser uma situação de crise. Naturalmente, muitos dos membros que não olham olho no olho com essas pessoas estão horrorizados, se rebelaram e tentaram suprimir esse movimento. Esses Neoantigos são frequentemente vistos como “elitistas”, especialmente pelos Status-Quos.

Percepções e Posições

Na realidade, tanto os Neomodernos quanto os Neoantigos estão reagindo contra as práticas do Status-Quos. Eles apenas discordam sobre como o status quo deveria ser radicalmente alterado.

Vejamos as percepções de cada um desses grupos e como isso influencia as posições que eles assumem. Eu começo com os Status-Quos. Existem realmente dois subgrupos sob os Status-Quos, os “ativos” e os “inativos”. Embora os inativos não sejam atores importantes no drama que está se desdobrando, eles terão alguma influência e não podem ser ignorados. O inativo é membro da Fraternidade há quinze a cinquenta anos, mas paga suas taxas todos os anos, embora raramente compareça às reuniões. Ele contribui para as instituições de caridade da Fraternidade quando solicitado e pode até aparecer e ajudar nas atividades de levantamento de fundos. Ele tem orgulho do que os maçons fazem pela caridade e se orgulha de fazer parte dela. Ele acredita que os maçons são bons homens e se orgulha de estar associado a eles. Ele não está interessado em fazer rituais ou dar palestras de ensino, mas tem grande respeito por aqueles que fazem essas coisas bem. Ele acha que seu filho deveria se tornar um maçom e fica intensamente orgulhoso se o fizer. Ele não está ciente de que há uma crise e não entende que existe discordância entre os neomodernos e os neoantigos. Ele está muito feliz com o nível de seu envolvimento e não vê razão para mudar nada. Porque ele está acostumado com a atual estrutura de taxas em vigor durante toda a sua carreira maçônica e porque ele não está recebendo nada mais tangível para suas contribuições além de um cartão de papelão de 2x 3 polegadas e talvez um pin de 50 anos, ele é um tanto resistente a qualquer aumento nas taxas anuais. Ele não tem um voto na sessão da Grande Loja e não compareceria se tivesse. Mais importante, ele compreende cerca de oitenta por cento dos nossos membros atuais.

O outro segmento dos Status-Quos consiste nos “ativos”. À medida que eu os descrevo, lembre-se de que eles são apenas os Status-Quos ativos. Quase todos os Neomodernos e Neoantigos são ativos.

Esses Status-Quos são as pessoas que mantiveram nossa fraternidade viva nos últimos cinquenta anos. Eles respeitam, acima de todos os outros, aqueles que podem fazer o ritual de maneira precisa e impressionante, embora menos de dez por cento deles realmente faça isso. Eles são institucionalmente orientados e geralmente não perguntam por que fazemos as coisas que fazemos. Eles se orgulham de ser membros de uma fraternidade que incluiu tantos presidentes, heróis e outras celebridades. Eles têm uma visão firme da origem e da história da ordem e, embora possam discordar uns dos outros sobre essas coisas, eles não os consideram suficientemente importantes para discutir. O importante é que as contas sejam pagas, o prédio permaneça habitável, as instituições de caridade sejam financiadas e a associação pare de declinar. Eles acreditam que os inativos são a chave para a sobrevivência financeira da Loja e temem muito que elevar as taxas produzirá um êxodo em massa de inativos, arruinará a Loja e significará o fim da Maçonaria. Eles acreditam que o ofício maçônico é primariamente uma recompensa pela assistência fiel e pelo trabalho árduo, e sentem que o principal dever da liderança é servir à irmandade exaltando as virtudes da Maçonaria, principalmente para os irmãos. Eles veem o atual declínio em números como temporário e parte da natureza cíclica da Fraternidade. Eles certamente não querem se envolver em nada que possa ser chamado de “oculto” e provavelmente não conhecem a palavra esotérico. Eles não acreditam que o relaxamento de qualquer tipo de padrão beneficiará a Fraternidade, mas sim que, pela introdução de materiais ruins, isso irá destruí-la, transformando-a em algo completamente diferente do que pretendia ser. Eles veem os Neoantigos como “elitistas” que acreditam que são melhores do que qualquer outra pessoa e temem que o estudo da filosofia leve a fraternidade pelo caminho da heresia e ignoram a proibição da discussão da religião na Loja. Eles veem os neomodernos tentando descartar o ritual e diminuir os padrões de caráter requeridos para o ingresso. Eles veem um desastre iminente, mas acreditam que ainda é possível convencer os inativos a se tornarem ativos e que os Neos de ambas as variedades irão embora ou simplesmente desistirão e se demitirão. Eles continuam a aconselhar novos iniciados dos males dos neoantigos e dos neomodernos, mas com sucesso decrescente. Ao mesmo tempo, lembre-se de que, na maior parte, esses são os homens que estão realmente mantendo a Fraternidade junta neste momento.


Percepções e Posições
Status-Quos 
— Baixas taxas – Ênfase em inadimplências
— O ritual é rei – Educação maçônica sem ênfase
— Vestimenta casual – O problema desaparecerá
Neomodernos 
— Aulas de um dia – Exigir mais votos para rejeitar
— Menores requisitos de memorização – Mais caridade pública
— Recrutamento – Focado em dinheiro
— Vestimenta casual – Estrutura de taxas marginalmente mais altas
Neoantigos 
– Estrutura de taxas muito mais elevada – Excelente ritual
– Vestimenta formal – Ênfase em “experiência iniciática”
– Ênfase em filosofia – Educação maçônica




Então, onde se colocam os neomodernos e por quê? Essas pessoas são homens de negócios. Eles entendem o valor da linha de resultados e são homens de ação. Se algo está quebrado, você conserta. Eles acreditam que as duas coisas que estão quebradas sobre a Maçonaria é que nós não temos membros suficientes para apoiar nossas instituições de caridade e infraestrutura, muito menos influenciar a sociedade fora de nossa organização e que não temos dinheiro suficiente para pagar nossas contas. Eles acreditam que a abordagem ativa dos Status-Quos às finanças de simplesmente cortar o orçamento a cada ano está minando os propósitos da fraternidade e acabará fracassando. Eles acreditam firmemente que aumentos substanciais de taxas para compensar a perda de números expulsarão a galinha dos ovos de outro dos Status-Quos inativos e significarão o fim da Fraternidade. Seu principal objetivo é preservar a existência da Maçonaria a todo custo. A única opção que resta, portanto, é aumentar o número de membros de volta ao nível necessário para sustentar nossas instituições de caridade e infraestrutura. Provavelmente será necessário sacrificar alguns dos nossos edifícios elaborados e grandiosos ao longo do caminho. Eles são homens práticos. Então, como aumentamos os números? Os neomodernos acreditam que existem muitos homens bons por aí que fariam bons maçons, pelo menos bons o suficiente para serem aceitáveis. Se conseguirmos que esses homens ingressem, para pagar as contas e um número suficiente deles se tornar ativos em atividades de loja que sejam atraentes para ainda mais homens, poderemos perpetuar a Fraternidade indefinidamente.

Eles acreditam que a Fraternidade sempre evoluiu e deve evoluir à medida que a sociedade em que vivemos continua a mudar. Eles concordam com os Status-Quos de que devemos continuar a relaxar os requisitos de vestimenta para que os homens se sintam confortáveis quando vierem à Loja. Eles acreditam que devemos incluir mais atividades familiares, porque o jovem de hoje é muito mais interessado em gastar a quantidade limitada de tempo de lazer que ele tem com sua jovem família do que em se relacionar com outros homens. Devido aos estilos de vida cada vez mais urbanos e suburbanos, nosso possível membro não tem mais tempo para passar noite após noite na Loja e incontáveis horas aprendendo palestras. Ele será atraído para a ordem em parte por causa de seus bons trabalhos, por isso devemos continuar no nível atual e anunciar cada vez mais nosso envolvimento para que os melhores homens sejam atraídos. Ele não concorda com os Neoantigos e Status-Quos que os homens atraídos e iniciados desta forma seriam inúteis ou mesmo prejudiciais porque afinal de contas, eles estariam pagando taxas e apoiando as instituições de caridade, e alguns até se interessariam pelo ritual e por perpetuar a fraternidade.

Além disso, se ficarmos sem ritualistas, agora temos a capacidade moderna de gravar a coisa toda e mostrá-la a centenas de cada vez. Afinal, o homem moderno agora aprende com vídeos, não livros, e certamente não de um indivíduo sentado sozinho, de boca a orelha; isso é muito ineficiente, e os jovens não são mais treinados para aprender assim. Eles não têm mais esse tipo de paciência. O ritual inteiro não está publicado em algum lugar na internet, então qual é o dano em gravá-lo? Esta é a posição daqueles que eu chamo de Neomodernos, e embora algumas dessas pessoas tenham tentado essa abordagem e determinado por resultados medidos que não tiveram sucesso, essas pessoas parecem estar suplantando os Status-Quos em posições de liderança em vários de nossas Grandes Lojas e alguns dos corpos adjuntos, notavelmente o Shrine. O Shrine já relaxou seus padrões para eliminar a exigência de pertencer a um dos ritos. Esta posição do Shrine é completamente compreensível. A organização tem apenas dois propósitos declarados, apoiar as instituições de caridade e a irmandade. Além disso, eles estão entre os mais atingidos pelo declínio dos números de membros e o custo de seus hospitais está aumentando.

E onde essa nova galera, os Neoantigos, se colocam sobre tudo isso? Em primeiro lugar, embora apreciem os Status-Quo por preservar a Fraternidade durante todos esses anos, eles sentem que fomos longe demais nos Estados Unidos com essa coisa “no nível”, estendendo-a aos profanos. Os bons maçons permitem que um “homem marginalmente bom” se torne um membro na expectativa confiante de que a exposição à Fraternidade polirá suas arestas. Este homem traz alguém que é marginalmente “menos bom” do que ele, com a esperança de que a Maçonaria o “torne melhor”. Eventualmente você tem uma situação em que estamos tendo julgamentos maçônicos para tentar nos livrar daqueles que estão prejudicando a reputação da Fraternidade e destruindo sua harmonia, homens que obviamente não têm o caráter para cumprir suas obrigações ou talvez o entendimento de saber o que eles são. Pior ainda, não estamos tendo esses julgamentos, mas sim tolerando esse tipo de comportamento. Nossos iniciados entram na Loja e ficam apropriadamente impressionados com nossas obrigações solenes, apenas para descobrir que, apesar de todos esses elevados e sonoros princípios, muitos de nossos membros estão se comportando abertamente como se nunca os tivessem ouvido. Somos, então, classificados como hipócritas pelo iniciado de qualidade e descartados como os remanescentes de algo que já foi, com certeza, uma grande instituição. Você vê, o jovem que peticiona em nossas Lojas hoje é bem diferente do que ele era dez anos atrás. Ele viu todos os filmes e pesquisou na internet procurando e encontrando informações sobre a fraternidade. Ele pode até ter lido alguns dos livros. Embora as informações que ele adquiriu possam ser verdadeiras ou falsas, ele tem uma opinião favorável sobre a fraternidade, porque solicitou afiliação mesmo que não conheça realmente um maçom. Ele tem grandes expectativas de ser recebido em uma instituição com uma história antiga e muitos mistérios a revelar que irão melhorar sua reputação e satisfazer sua curiosidade intelectual. Ele não espera que esse esforço seja fácil ou barato. Nada fácil e barato poderia ser tão valioso. Ele espera ter que estudar e trabalhar pelo que recebe, e espera que valha a pena. Ele espera que seus novos irmãos sejam como ele, apenas melhor informados. Ele quer fazer parte de uma irmandade mística que veio de eras passadas e que está engajada em grandes e importantes empreendimentos, importantes não apenas para ele, mas para a civilização como um todo.

Ele certamente não está esperando algum tipo de clube cívico superficial em que os homens finjam ser profundos e sábios e ainda assim não se comportem melhor do que qualquer outra pessoa que ele conheça. Os neoantigos querem encontrar e iniciar este homem. Eles acreditam que o respeito pela instituição exige que um irmão que esteja participando de uma reunião maçônica se vista com as melhores roupas que possua, se possível. Por outro lado, se as circunstâncias realmente ditarem que se trata de uma camisa branca e um macacão, ele é bem-vindo entre eles. Esses Irmãos acreditam na excelência no ritual, assim como os Status-Quos, mas eles insistem na parte de excelência e acreditam que o sujeito que a entrega deve saber o que significa e dize-lo quando disser. A ignorância do simbolismo, da história e da filosofia é tolerada, mas a apatia em relação a eles não é. Eles simplesmente preferem não gastar seu tempo comparecendo à Loja com aqueles que não estão interessados ​​nesses assuntos. A irmandade é importante para esses neoantigos, mas frequentemente em um ambiente mais formal e envolvendo uma maior qualidade de alimentos e arredores. Eles estão dispostos a pagar por essas coisas.

Ao contrário da opinião dos Status-Quos, eles não acreditam que sejam melhores que os outros irmãos, mas eles acreditam que deveriam poder formar Lojas para que possam se associar primariamente a irmãos de interesses similares. Esses neoantigos têm padrões de conduta muito altos para a consideração de futuros maçons. Eles acreditam que só porque um homem parece ser de bom caráter, ele necessariamente não tem “direito” a ser membro de sua Loja, e que se ele não se encaixa bem em suas opiniões e interesses, como um membro, ele pode atrapalhar harmonia da Loja. O número de membros nestas Lojas é normalmente limitado, porque os membros desejam cultivar um relacionamento muito próximo com todos os outros membros da Loja. Eles acreditam que isso seria difícil de fazer com um grande número de membros. Por outro lado, esses Irmãos acreditam que, se você não estiver suficientemente interessado em participar de todas as reuniões da Loja, pode ter sido motivado a ingressar por motivos com os quais eles não concordam. Não deve haver maçons inativos.

Embora eles concordem com os neomodernos que a mudança é necessária, eles diferem deles de várias maneiras significativas. Eles acreditam que a experiência iniciática, incluindo o ritual, é extremamente importante. Eles acreditam que os homens são atraídos por instituições como a nossa, não pelo baixo custo ou pela facilidade de se tornarem membros, mas que exatamente o oposto é verdadeiro. Quanto mais difícil é obter algo, mais valioso parece. Eles também acreditam que a instituição deve cumprir suas promessas, fornecendo associações de qualidade e informações intelectualmente estimulantes, para não mencionar boa comida. Esses irmãos estão dispostos a pagar por essa experiência, muitas vezes várias vezes o que pagam por taxas em outra Loja Status-Quo. A abordagem dos neomodernos parece para aos neoantigos estar pervertendo o que eles percebem como a missão da fraternidade e transformando-a em algo completamente diferente do que originalmente era, apenas para preservar o nome “Maçonaria”.

Este artigo não pretende tentar persuadi-lo a assumir um lado ou outro sobre o debate em curso, embora, seja claro que eu já decidi a minha posição. Ele pretende conscientizá-lo de que existe um diálogo contínuo em escala nacional e que muitas Grandes Lojas já estão realizando ações como resultado da influência de um lado ou de outro. Para saber mais sobre essa controvérsia, recomendo os seguintes sites. Eles descrevem com algum detalhe o que é proposto pelos neomodernos e também pelos neoantigos. Lembre-se de que esses termos são meus e não podem ser encontrados em nenhum lugar da web.

Recursos para mais informações

Restauração Maçônica – (Neoantigos)




Observando o ofício por Andrew Hammer

Renovação Maçônica – (Neomodernos)



Este artigo foi originalmente apresentado como um artigo para o Tennessee Lodge of Research, e publicamos com gratidão com sua permissão. Sir Knight Palmer é um Past-Comandante da Comanderia DePayens No. 11 no Tennessee e pode ser contatado em ktmagazine@comcast.net.

James Anderson estava certo? Quem foi ele?

Há uma tendência por parte dos historiadores da Maçonaria, de retratar James Anderson como um mero pirata, difuso e pouco confiável na maioria das coisas, exceto em Acordos e Regulamentos, que também não eram seus, mas transcrições de artigos retirados dos Antigos Deveres sob a autoridade da Grande Loja.
A questão é se as coisas atacadas pelos críticos como invenções são realmente importantes ou se o relato de Anderson pode ser aceito como substancialmente correto.
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O texto aqui traduzido e adaptado por Luciano R. Rodrigues para o site www.opumodehiram.com.br foi originalmente escrito por Ossian Lang, Grande Historiador da Grande Loja de Nova York, que em 1932 estava ensaiando uma defesa da teoria da descendência dos maçons em atividade.
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Uma revisão de seu relato dos primeiros seis anos da Maçonaria organizada.
A história da formação da primeira Grande Loja de Maçons Livres e Aceitos no mundo tem sido relatada inúmeras vezes. As primeiras e únicas edições oficiais são as primeira e segunda edição das “Constituições dos Maçons”, publicadas por ordem da Grande Loja da Inglaterra.
A primeira edição (1723) contém apenas uma referência de passagem para esse evento, mas inclui uma lista das lojas registradas existentes em 1722.
A edição de 1738 fornece um resumo do que aconteceu entre 1716 e 1723 e até mais tarde.
A história foi escrita cerca de vinte anos depois que esses eventos aconteceram e é possível, é claro, que o texto tenha alguns erros.
Este relatório respeitosamente apresenta as conclusões que foram alcançadas após cuidadosa consideração dos estudiosos críticos do texto de Anderson e seu impacto sobre certos fatos relacionados ao período de formação da maçonaria organizada desde 1716 até 24 de junho de 1723, quando a Grande Loja instalou seu primeiro Grande Secretário e, a partir de então, as informações foram registradas sem interrupção. E estas informações ainda existem.
Tedioso que possa parecer ficar examinando questões sobre a veracidade da história de Anderson, essas críticas tiveram alguma propagação, mas apenas a partir dos estudiosos que os produziram e, se não por qualquer outra razão, parece importante que os fatos foram estabelecidos com força suficiente para testar os escritores que, se pudessem, iriam manter a história dos primórdios sob incerteza, em um exercício onde eles poderiam libertar a sua imaginação com o pretexto de história.
O texto original do primeiro Livro das Constituições foi compilado e concluído antes de 24 de junho de 1722, levado à imprensa em 17 de janeiro de 1723 e à venda em fevereiro, como evidenciado por um anúncio no jornal London Post Boy 26 -28 de fevereiro de 1723:
“Neste dia foi publicada a Constituição dos Maçons Livres, contendo a História, Encargos, Regulamentos &, da mais Antiga e Muito Respeitável Fraternidade, para o uso das Lojas. Dedicado à sua Graça, o Duque de Montagu, último Grão-Mestre, pela obra de sua Graça, o Duque de Wharton, atual Grão-Mestre, autorizado pela Grande Loja de Mestres e Vigilantes da Comunicação Trimestral. Sua publicação foi autorizada e recomendada aos irmãos pelo Grão-Mestre e seu Deputado. Impresso no Ano da Maçonaria de 5723; de Nosso Senhor 1723. Vendido por J. Senex e J. Hooke, perto da Igreja de St. Dunstan em Fleetstreet.”
A primeira edição tem apenas uma referência no começo e algo vago:
“E agora os nascidos livre da nação britânica, longe de guerras civis e estrangeiras e desfrutando os bons frutos de paz e liberdade, tendo ultimamente desfrutado de seu feliz gênio pela Maçonaria de todo tipo e revivido as decaídas lojas de Londres, este metrópole fantástica floresceu, assim como em outros lugares, com muitas lojas particulares, com uma Comunicação trimestral e uma Grande Assembleia Anual, em que as formas e usos da mais antiga e honrosa fraternidade são amplamente propagadas, a Arte Real devidamente cultivada e o cimento da irmandade preservado, de tal modo que o corpo completo se parece com um Arco bem construído; vários nobres e cavaleiros da melhor hierarquia, com clérigos e eruditos estudiosos de muitas profissões e denominações, concordaram francamente em aceitar os regulamentos e usar a insígnia de um maçom livre e aceito sob nosso atual digno Grão-Mestre, o muito nobre príncipe John Duque de Montagu”.
Anderson apareceu na Grande Loja pela primeira vez em setembro de 1721 e não poderia ter participado da formação da sociedade antes disso.
Um ponto de interesse especial na declaração acima mencionada é que “as lojas particulares terão uma Comunicação Trimestral e uma Grande Assembleia Anual”.
Nada é dito sobre a formação de uma Grande Loja
Em uma segunda edição do Livro das Constituições (1738) fornece um detalhe considerável, mas quase nenhuma referência é dada a assuntos anteriores a 1723, que não são questionados. Seu “descuido” tem sido severamente criticado e nem sempre com justiça.
Anderson, devemos lembrar, teve que confiar quase que exclusivamente em rumores.
Os detalhes do que aconteceu, antes do Grão-Duque de Montagu se tornar o Grão-Mestre, foram provavelmente fornecidos pelo seu amigo Jacob Lambell (ou Lamball), um carpinteiro que participou da primeira Assembleia no dia de São João Batista em 1717 e manteve sua afiliação ao Craft por muitos anos desde então.
Tendo sofrido graves perdas financeiras no desastre da South Sea Bubble de 1720, Anderson tentou compensar através de compilações, que apresentavam um mercado lucrativo. A South Sea Bubble foi uma companhia comercial que tinha os direitos exclusivos do comércio com a América do Sul, a especulação em torno desta empresa fez com que os seus títulos se multiplicassem por nove no primeiro semestre de 1720, mas no final deste mesmo ano, o negócio quebrou e junto com ele, o dinheiro dos investidores, entre eles, James Anderson.
Em sua descrição dos eventos, ele pode ter dado rédea solta à sua imaginação onde estava com um hiato, mas não fez mais do que outros para escrever uma história maçônica.
Em defesa de Anderson, podemos dizer que ele foi o pioneiro nesse campo e que não tinha orientação.
Além disso, nenhum dano sério foi infligido à reputação do Ofício, o que não pode ser dito igualmente de alguns escritores não críticos, com abundantes oportunidades à mão para abordar a verdade.
É bom manter essas coisas em mente ao ler, por exemplo, o trabalho de Lionel Vibert intitulado “Constituições de Anderson de 1723”, originalmente preparado para a Loja Quatuor Coronati em Londres e reimpresso na forma de um livro; ou a obra monumental do Ir. Willhem Begemann, “Maçonaria na Inglaterra”, que primeiro formulou as estruturas que tinham sido reiteradamente repetidas por historiadores ilustres.
Sem o relato de Anderson, sobre o que aconteceu entre 1716 e a primeira nomeação de um Secretário da Grande Loja em 24 de junho de 1723, não teríamos quase nada para nos dar luz sobre as origens da Maçonaria, exceto alguns artigos de jornais de rua e anotações em jornais e cartas.
Se os homens que tinham sido participantes, ativos nos eventos relatados por Anderson nas Constituições de 1738 e que ainda estavam vivos, não encontraram falhas em suas crônicas, não parece razoável trazê-los para a discussão agora.
Artigos de periódicos colecionados por Sir Alfred Robbins e publicados no volume XXII das Transações da Loja Quatuor Coronati; o Diário e as Cartas de Stukeley contendo referências a feitos maçônicos em Londres de 6 de janeiro de 1721, dos quais Gould extraiu e leu antes da QC Lodge em 23 de julho de 1893, e várias notas encontradas em publicações contemporâneas, proporcionam correções para algo que possa estar errado com Anderson ou não incluído em sua crônica.
Depois de tudo o que foi dito e feito, descobriremos que seu principal defeito, se fosse um, é que ele estava inclinado a apresentar tudo de uma maneira muito otimista.
De minha parte, sinto que a Maçonaria tem uma dívida maior de gratidão com James Anderson do que com outros homens daqueles dias, exceto talvez com Desaguliers e Payne.
A crônica dos eventos maçônicos desde a formação da primeira Grande Loja em 1717 até o início do primeiro ato oficial em 1723, conforme estabelecido por Anderson em suas Constituições de 1738, foi reimpresso muitas vezes como a História oficial da Grande Loja da Inglaterra para esse período.
Ainda assim, por conveniência na revisão crítica, parece desejável repetir algumas coisas. Essas são:
1717
Rei Jorge I veio a Londres em 20 de setembro de 1714. E após a rebelião em 1716, as poucas lojas em Londres que foram negligenciadas por Sir Christopher Wren, procurando se fixar sob um Grão-Mestre como centro de união e harmonia, se reuniram:
– Goose and Gridiron Ale-house, no St. Paul’s Church-Yard (O ganso e a grelha)
– Crown Alehouse, na Parker’s Lane, perto de Drury-Lane (A coroa)
– Apple-Tree Tavern em Charles-street, Covent-Garden. (A macieira)
– Rummer e Grapes Tavern em Channel-Row, Westminster (O copázio e as uvas)
Eles e alguns antigos irmãos se reuniram na Apple Tree Tavern e tendo colocado na Cadeira (Instalado) o mais antigo Mestre Maçom (agora mestre de uma loja), eles se tornaram uma Grande Loja Pro Tempore na devida forma e então reviveram as Comunicações Trimestrais dos oficiais da Loja (chamados de Grande Loja), decidiram realizar a Assembleia Anual e a Festa, escolhendo então um Grão-Mestre entre eles, esperando para ter a honra de um irmão nobre na liderança.
Sir Christopher Wren, o renomado arquiteto, foi adotado como irmão em 18 de maio de 1691 em uma grande convenção na Igreja de St. Paul da Fraternidade dos Maçons Livres, como aparece na anotação de John Aubrey (1626-1697).
A Fraternidade, ou o Companheirismo, dos maçons livres era um círculo diferente da Honorável Companhia de Maçons da Cidade de Londres.
É pelo menos uma coincidência que a Loja Fundadora nº4 foi formada no mesmo ano em que Sir Christopher Wren foi adotado na fraternidade.
Além disso, há uma tradição tenaz com pelo menos um apoio, que afirma que Sir Christopher Wren foi eleito chefe da fraternidade.
Supõe-se que, nesse caso, ele manteria um interesse ativo.
Anderson obviamente concordou quando fala sobre como as poucas lojas de Londres foram negligenciadas por Wren.
O dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei Jorge I, em 1717, a Assembleia e a Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na taberna O Ganso e a Grelha.
Antes do jantar, o Mestre Mais Antigo da Cadeira (agora mestre da loja) propôs uma lista de candidatos, e os irmãos, por aclamação, escolheram o Sr. Anthony Sayer, cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons, que estava então investido com a insígnia do Craft e aprovado pelo mais antigo Mestre, e instalado, devidamente parabenizado pela Assembleia que lhe ofereceu a homenagem.
Sr. Jacob Lamball, Carpinteiro, Capt. Joseph Elliot, Grande Vigilante, o Grão-Mestre Sayer, ordenaram que os Mestres e Vigilantes das Lojas se reunissem com os Grandes Oficiais em todas as Comunicações Trimestrais, no local indicado em sua convocação enviada pelo Telhador (Cobridor).
Nota: Chamava-se Comunicação Trimestral, porque tinha que ser feito quatro vezes por ano, de acordo com o uso Antigo, e quando o Grão-Mestre estava presente, era uma Grande Loja.
As Comunicações Trimestrais dos oficiais da Loja (chamadas Grande Loja), que foram mantidas em 1716, representaram um renascimento que tem sido negado por escritores eruditos com ênfase considerável.
Por quê?
Era costume das Corporações Inglesas de Construção ou Companhias de Maçons, desde “tempos imemoriais”, manter as Comunicações Trimestrais normalmente no dia de São Miguel (29 de setembro), na Festa de São João Evangelista (27 de dezembro), e na Festa da Anunciação em homenagem a Virgem Maria (25 de março), mantendo a festa anual de São João Batista em 24 de junho.
Esta é a restauração de tal prática pelas lojas de 1717, descendentes de seus protótipos operativos, que realmente representava um renascimento, embora a regra não ter sido observada durante o período inicial da Grande Loja.
Como eventos importantes, apenas as Festas Anuais foram celebradas em 1717, 1718 e 1719.
A primeira comunicação trimestral registrada ocorreu no dia de São João Evangelista de 1720.
Também foi questionado que algum tipo de reunião poderia ter ocorrido entre as quatro lojas antes do dia de São João Batista de 1717.
Certamente alguma ação deve ter sido tomada entre as partes interessadas para preparar esta Assembleia.
Jacob Lamball, carpinteiro, foi Primeiro Vigilante da primeira Grande Loja, e sabe-se que ele era um amigo de James Anderson e aparece listado entre os assinantes das Constituições de 1738 e certamente nunca questionou a história citada, e é muito provável que seja aquele que forneceu a informação que aparece na escrita.
Antes dos eventos anotados no registro da Assembleia do dia de São João Batista de 1717, o nascimento da Maçonaria, os críticos permanecem sem resposta.
Não consigo encontrar nenhuma razão convincente para não aceitar as afirmações de Anderson, especialmente porque os críticos não foram capazes de oferecer provas convincentes contra ele.
Quem foi o Dr. Anderson?
Nossos irmãos na Europa continental imaginam Anderson como uma espécie de Hierofante que, sob o disfarce de uma história fantasiosa, ocultava mistérios que revelariam ao iniciado o sentido da sabedoria dos cabalistas, alquimistas ou muitos outros considerados como os verdadeiros ancestrais de Maçonaria.
A apelação das “Constituições Anderson” é a apelação ao “Sir Oráculo”.
Nunca lhes ocorreria referir-se a elas, como às Constituições da Primeira Grande Loja da Inglaterra; mas, por outro lado, há uma tendência a ver Anderson como um mero pirata, difuso e pouco confiável na maioria das coisas, exceto em Acordos e Regulamentos, que também não eram seus, mas transcrições de artigos retirados dos Antigos Deveres sob a autoridade da Grande Loja.
Os escoceses e irlandeses aceitam as Constituições e não têm nenhum problema sobre “História” ligada ao livro.
Aqueles que não conhecem os escoceses poderiam pensar que o orgulho nacional os teria feito examinar todos os arquivos antigos que estavam disponíveis para fazer uma biografia abrangente e autêntica.
No entanto, até agora eles não moveram a mão.
Por que eles agiram assim?
Anderson era escocês e dera à Inglaterra e ao mundo inteiro as Constituições da Maçonaria. E isso é tudo que importa.
Anderson era um presbiteriano e pastor de “uma congregação composta de pessoas da nação escocesa que residiam perto de Westminster”. As palavras entre aspas aparecem na primeira notícia biográfica satisfatória, um trabalho volumoso de: “Dissidentes, Igrejas e Casas de Reunião em Londres, Westminster e Southwark”, publicado por um não maçom em 1814.
Dissidente – é o que o “teólogo erudito” Anderson era, por ser um pastor presbiteriano nos primeiros dias do rei Jorge.
E não era de boa educação falar sobre essas pessoas não conformistas.
Isso poderia explicar a noite de silêncio que envolveu Anderson por mais de um século.
Foi somente à partir do início da década do ano de 1900, que os maçons ingleses trabalharam com o que puderam encontrar para construir uma biografia.
Em 1910, o Ir. Alfred Robbins leu perante a Quatuor Coronati Lodge, um artigo sobre “O Dr. Anderson das Constituições” (vol xxiii, AQC.)
Esse trabalho incluiu muitas informações sobre Anderson e sua extensa obra literária.
A discussão entre os membros revelou uma profunda falta de interesse na aparência do que eles chamavam de compilador das Constituições, como indicado para um nicho no Hall da Fama Maçônico.
O irmão Robbins caracterizou o trabalho de Anderson como “imaginativo, fantástico e não histórico”.
E isso aconteceu para ser justo. Ele falou da “indústria terrível” de Anderson, que se impugnava. O título de Anderson de D.D. (Doutor em Divindade ou teologia) foi igualmente questionado, etc.
No entanto, Anderson foi, como apontou Robbins, “o constante assistente e ajudante” de Desaguliers, cuja “enorme participação na origem e desenvolvimento da primeira Grande Loja da Inglaterra” é amplamente reconhecida por todos.
O duque de Buchan foi seu patrono durante toda a sua vida.
“Meu amigo J. A. Anderson”, escreveu Stukeley em seu diário.
A posição e o caráter dos homens que durante toda a sua vida foram admiradores e amigos de Anderson deveriam bastar para uma crítica prudente. É bom ter em mente também que uma pessoa deve ser julgada no contexto da época em que viveu. Julgar um homem com mais de dois séculos de idade com os padrões atuais de investigação é anti-histórico e anti-transparente.
A vida literária e as condições sociais da Londres do primeiro terço do século XVIII teriam que ser levadas em conta, para fazer justiça a qualquer figura pública daquele período.
James Anderson nasceu em Aberdeen por volta de 1680 e se formou no Mareschal College, recebendo posteriormente o M.A. e o D.D. (Mestre em Artes e Doutor em Teologia).
Entre 1705 e 1710 ele chegou a Londres, onde reuniu vários compatriotas presbiterianos.
A congregação foi abençoada em uma igreja formalmente mantida pelos huguenotes franceses, na rua Swallow, onde o pai do Dr. Desaguliers era o reitor.
Vinte e quatro anos depois, uma divisão surgiu em sua congregação, e Anderson, com a sua, teve que se mudar para Lisle Street, em Leicesterfield.
A divisão parece ter sido produzida por seu apego ao cerimonial, que lhe valeu o apelido de “Bispo Anderson” para o povo, e para alguns de “Pequeno Mestre John”.
Sua produção literária foi incrível, considerando a quantidade de pesquisa necessária.
Entre seus sermões publicados, um foi pregado no aniversário da execução do Rei Carlos I, intitulado “No King-Killers” (sem assassinos do rei) que procurou derrubar a atual suposição falsa sobre os Presbiterianos durante a Guerra Civil, mostrando que a conduta de seu povo e dos escoceses em geral tinha sido de total fidelidade à coroa.
O sermão despertou interesse suficiente para que solicitassem uma segunda edição.
O prefácio revela que ele pessoalmente esteve sujeito a ataques veementes do púlpito e da imprensa por princípios e práticas antimonárquicas.
A publicação é dedicada ao Rev. Daniel Williams, um dos mais eminentes teólogos de seu tempo, para quem Anderson foi ordenado ministro.
Junto com as “Constituições”, sua obra-prima foi intitulado “Royal Genealogias” (genealogias reais ou tabelas genealógicas dos imperadores, reis e príncipes, desde Adão até o nosso tempo).
Foi declaradamente baseada em uma publicação alemã de Johann Huebnell, mas consideravelmente ampliada por Anderson e incluiu as genealogias e dinastias e “casais e grandes linhagens das ilhas britânicas”. Este último trabalho encontrou uma recepção favorável na Inglaterra. Foi dedicado a Frederico, Príncipe de Gales. Anderson passou sete anos de trabalho duro no primeiro trabalho deste tipo em tão grande escala, publicado em inglês.
Os interessados ​​que chegarem ou morarem na cidade de Nova York encontrarão uma cópia na Biblioteca Pública.
Para mencionar mais uma de suas publicações, temos a “Unity in Trinity and Trinity in Unity” (Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade), um tratado teológico por James Anderson, para RT. Honorável David Buchan.
Sir Richard Ellyes, Baronet, é mencionado, porque a partir da biblioteca desse renomado estudioso, Anderson obteve acesso a muitos livros raros da tradição clássica e oriental, incluindo vários escritos rabínicos.
Não há necessidade de ampliar esta lista, Anderson continuou escrevendo até o dia de sua morte, em 25 de maio de 1739.
“News from Elysium, or Dialogues of the Dead”, foi um livro dele, só publicado após sua morte.
Os preconceitos parecem tê-lo seguido para o túmulo e o The Daily Post de sábado, 02 junho de 1739, continha uma nota a respeito de seu funeral, interessante como informações sobre como os primeiros funerais maçônicos eram realizados:
“Na última noite foi enterrado em Bullhill-Field, o corpo do Dr. Anderson, um Mestre Dissidente em uma cova muito proeminente.
Seu caixão foi sustentado por cinco mestres dissidentes e pelo Rev. Dr. Desaguliers: seguido por uma dúzia de maçons, que cercaram a tumba; e depois que o Dr. Earle, referiu-se à incerteza da vida e sem dizer uma palavra sobre o falecido, os irmãos em uma postura fúnebre muito solene, levantaram as mãos com o sinal e bateram por três vezes em seus aventais, por honra ao falecido. ”
Seu irmão, Adam Anderson (1692-1765), teve uma vantagem sobre ele em relação à exposição a críticas injustas, por não ser clérigo e ter escolhido o comércio e a indústria para seus principais estudos.
Ele era um especialista industrial por seu grande trabalho histórico e cronológico em dois volumes: “Traçando o desenvolvimento social e colonial das potências europeias, com referências particulares à Grã-Bretanha e à Irlanda”.
Um apêndice dedicava à “geografia política e comercial moderna de vários países europeus”.
Interessante para os americanos é a devoção particular de Adam Anderson aos assuntos coloniais, sendo ele um dos responsáveis por ter estabelecido uma colônia inglesa na Geórgia.
Ele também tinha a confiança da rainha Anne para o estabelecimento de bibliotecas paroquiais em casa e nas colônias.
Os registros da Grande Loja da Inglaterra, sob a data de 13 de dezembro de 1733, registravam que “o vice-grão-mestre Batson recomendou a Nova Colônia da Geórgia na América do Norte para a benevolência das lojas particulares”.
A razão para mencionar Adam Anderson é sugerir qual era o calibre intelectual dos dois irmãos e que tipo de bagagem educacional eles devem ter trazido da Escócia.
Críticas, sejam construtivas ou destrutivas, são necessárias para corrigir erros. O preconceito nunca beneficiou ninguém, pelo menos todos que os afetaram.
Isso porque um dos principais objetivos da Maçonaria é emancipar seus devotos de tais obsessões e transformá-las em buscadores da mente aberta e da bondade em todas as coisas.
Tudo o que este texto busca, é simplesmente mostrar a importância deste maçom que sofreu muito preconceito, pois temos uma dívida com nosso irmão, o Rev. James Anderson D.D, de Aberdeen.
Luciano R. Rodrigues
O Prumo de Hiram