sábado, 1 de junho de 2013


O MAÇOM DIANTE DA MAÇONARIA UNIVERSAL

Ir.´. Antonio Rodiguero


A Maçonaria Universal não impõe limites a livre investigação da verdade, sendo Ela acessível aos homens livres e de bons costumes de todas as raças e de todas as crenças religiosas e políticas.

Dos maçons regulares, a Maçonaria exige tolerância diante das imperfeiçoes observadas em seu próximo, além de impor-lhes a condição de jamais tornar-se, voluntariamente, escravo da ignorância, da falsidade e do erro.

Entre as obrigações está a de buscar, incessantemente, pelo exemplo e pela instrução, o aperfeiçoamento Moral e Intelectual do Homem, como meio de sua identificação com o Grande Arquiteto do Universo.

O Maçom cultua o respeito a Pátria e a valorização da família, repugnando a violência e o preconceito, reconhecendo a solidariedade como uma obrigação de todo homem, o que para ele, Maçom, é um dever.

Para o êxito de sua missão na busca da Verdade, o Maçom sabe que terá que enfrentar no campo de batalha a falsidade e a dissimulação, tendo como arma de combate a Espada da Razão e o reconhecimento da Virtude.

Entre os obstáculos que terá que enfrentar, o maior deles é a OMISSAO dos homens bons que, pelo comodismo se calam diante das calunias, difamações e injúrias, notadamente, as praticadas pelos DISSIMULADOS que, para a conquista de seus objetivos tudo é permitido, onde a prática de difamar alguém, distorcer tudo o que ele diz, e, se isso não for possível, inventar o que ele não disse.

Os dissimulados e hipócritas, para atingirem seus escusos objetivos, divulgam e fazem circular, sem qualquer escrúpulo, a difamação, a calúnia e a injúria contra quem lhes seja oponente, e, pior, esses comportamentos nocivos se tornaram hábitos em nossos dias, sem causar surpresa ou repugnância. 

Bons tempos aqueles em que o Maçom preferia ter a garganta cortada a dizer uma mentira, ou quebrar uma promessa. 

Concluindo, ser Maçom ou não é uma decisão pessoal e íntima, entretanto, ao ser admitido na Ordem, livre e conscientemente, compromete-se a combater o vício e a cultuar a virtude, procurando, acima de tudo, combater a omissão, o obscurantismo e os preconceitos. 

E como saber se estamos preparados para essa Grande Obra? 

Pensando e refletindo, desprovido de qualquer outro interesse que não seja colaborar para a necessária reflexão, apresento, a seguir, alguns questionamentos que induzem respostas sobre os ideais da Maçonaria Universal.

Primeira questão - Você está preparado, mas a Maçonaria não lhe desperta interesse suficiente ou a filosofia praticada não lhe satisfaz?

- Se a sua resposta é SIM, por certo, os nossos líderes ainda não conseguiram mostrar para você o verdadeiro sentido da ritualística maçônica, nem mesmo falaram sobre os nossos reais objetivos. Recomendo que indague um Mestre Maçom de sua confiança e que tenha conhecimentos para orienta-lo adequadamente. Não esqueça: o verdadeiro sentido da Maçonaria deve estar dentro de você, pois somos todos iguais, imperfeitos e falíveis, em busca de um objetivo comum, qual seja, o predomínio do Espírito sobre a Matéria.

Segunda questão - Você está convencido de que todos os seus esforços pessoais, toda a dedicação a Maçonaria, deve ser recompensada com outorga de graus, medalhas e títulos? 

-Se a sua resposta é SIM, você poderá se decepcionar em breve, eis que, depois de galgar todos os graus possíveis e receber todas as condecorações pomposas, por certo, descobrirá que seu avental e paramentos “brilhantes” não lhe oferecem nenhuma garantia de conhecimento e predomínio espiritual. 

Descobrirá, também, que a Ordem está repleta de Maçons “brilhosos” que perderam precioso tempo na ociosidade e nada conquistaram para valorizar o seu interior.

Terceira questão - Você acredita que para a Maçonaria ser poderosa é necessário ter em seu quadro homens influentes na sociedade? Que para uma Grande Loja ser forte ela precisa ter grande número de Lojas jurisdicionadas? Que para ser forte precisa ter poder político? 

-Se sua resposta é SIM, você é um forte candidato a se decepcionar em breve, eis que, a Maçonaria não é poderosa pela quantidade de obreiros e sim pelas suas qualidades e disposições de seus membros, que priorizam a Maçonaria para todos e não todos para a Maçonaria.

A Maçonaria poderosa é aquela que possui um projeto de longa duração, discutido e aprovado pelas suas Lojas, sem individualismos e interesses superficiais.

Precisamos de Lojas participativas e fortalecidas, sem preocupação com estatísticas superficiais, sem demonstrar o falso poder pelo número de jurisdicionadas, notadamente, quando são deixadas ao marasmo.

Precisamos, sim, preparar os nossos Maçons para serem líderes, apoiando-os e exigindo em contrapartida que, retribuam com seus trabalhos e participação ativa para a sociedade em geral. 

Quarta questão - Você está preparado para defender os princípios maçônicos, mesmo sabendo que poderá ser caluniado, ridicularizado e humilhado?

- Sua resposta deverá ser SIM, eis que, somente árvores que dão bons frutos recebem pedradas, de igual forma, aqueles que, mesmo diante da resistência de muitos, veementemente, defendem a Verdade, por certo, sofrerão calúnias e difamações, pois a luz projetada por eles representará agressão aos olhos dos que vivem nas sombras.

Quinta questão - Você tem firme convicção de que a Maçonaria poderá transformar a sua vida e a vida de seus familiares em uma fonte inesgotável de prazer, satisfação e dádivas divinas? 

- Se a sua reposta é SIM, você certamente é um bom irmão, mas está equivocado com os princípios da Ordem Maçônica, pois mesmo sendo a Maçonaria uma ótima opção e oportunidade a ser considerada, a transformação de sua vida e de seus familiares estará condicionada ao seu esforço pessoal, mesmo contando com a Fraternidade e a união entre os Irmãos. Somente pela dedicação e estudo haverá crescimento intelectual e espiritual. 

Sexta questão - Você espera, que, no final de anos de estudos maçônicos, ao atingir os mais altos graus, você terá alcançado a perfeição?

- Se a sua resposta for SIM, você poderá se decepcionar, eis que, embora a única forma de se buscar a perfeição é através do estudo e aplicação dos conhecimentos, descobrirá que, sempre haverá muito ainda para aprender, servindo os graus maçônicos apenas como uma honraria e distinção.

Sétima questão - Você tem desejos de um dia ser um grão-mestre e ser constantemente rodeado e bajulado pelos maçons?

-Se a sua resposta é SIM, o seu desejo poderá se realizar, mas, não se esqueça, o verdadeiro líder maçom é aquele que venceu suas paixões e desbastou a sua Pedra Bruta, irradiando sua luz, sem ofuscar os seus irmãos, praticando a liderança com amor e humildade. 

Conclusão - Se depois de ler e entender o acima exposto, você ainda sente um verdadeiro desejo de ser Maçom, ótimo, você poderá, além de continuar cumprindo com os seus deveres e obrigações junto á sua Loja, unir com forças, analisar e discutir buscando soluções em prol da Maçonaria

. Exercite a humildade e una-se aos maçons que cultuam a busca da Verdade, sejam eles Aprendizes ou Mestres, importante é viver o hoje tão intensamente no bem, sem perder oportunidades, como se fosse o seu ultimo dia no corpo. 

Junte-se aos maçons, eis que, unidos seremos UM.

***O texto acima e de responsabilidade exclusiva do Mestre Maçom ANTONIO RODIGUERO, Cadastro 1554-GLMDF, obtido por meio de interpretação, reflexão e adaptação de obras maçônicas, trabalhos e Rituais vigentes, o qual admite a sua divulgação ou reprodução, desde que, seja mantida a integralidade do texto. *** 

Texto reproduzido pelo Ir.´. José Roberto Cardoso

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O BODE NA MAÇONARIA




O BODE NA MAÇONARIA

Desmistificando o Bode da Entidade


José Castellani

Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema. Mas por que bode? Quis saber Paulo. É por­que o bode é seu confidente. Como o bode nado fala, o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, 0 povo passou a contar as suas faltas. Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja. Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país. Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”. Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema. Mas por que bode? Quis saber Paulo. É por­que o bode é seu confidente. Como o bode nado fala, o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, 0 povo passou a contar as suas faltas. Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja. Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país. Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”. Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.

Copiado pelo Ir.´. José Roberto Cardoso
Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF

segunda-feira, 27 de maio de 2013

MAÇONARIA - ORIGEM E DESENVOLVIMENTO PARTE (2)





OS EGÍPCIOS

Manetón, o sumo sacerdote do templo de Heliópolis, devia dispor de uma enorme quantidade de material de trabalho no momento em que se dispôs a escrever sua História do Egito em grego, durante o reinado de Ptolomeu II Filadelfo (aproximadamente 250 a.C). Esta obra não foi conservada intacta, porém a conhecemos por resumos fragmentados e escolhidos através dos escritos de Josefo e outros autores clássicos que a ela se remetem para justificar suas próprias opiniões nas polêmicas. (Alfred Cyrill – Los Egipcios, Ediciones Orbis S.A, Barcelona 1986, Pág. 8).

Na ausência da Historia de Manetón, nos é de valor inapreciávelnos o relato que o viajante grego Herodoto (450 a. C) nos oferece no livro II de sua História, no que refere a sua viagem ao vale do Nilo. Sua narração é sagaz e de considerável valor, entretanto, conta o que foi visto com seus próprios olhos; porém na maioria dos casos se limitou a transmitir o que lhe contavam e parece que nunca entrou em contato com as classes instruídas do país. . (Alfred Cyrill – Los Egipcios, Ediciones Orbis S.A, Barcelona 1986, Pág. 9).

Jufu construiu sua pirâmide monstruosa num patamar rochoso a poucas milhas ao norte de Sáqqara, proximo de onde fica hoje a cidade de Giza. Quando terminou a pirâmide sua base quadrada media 755 pés em cada lado, é seguro dizer que cobria uma superfície de treze acres. A pirâmide media da base ao cume 481 pés. Esta “Grande Pirâmide” está formada por pedaços de pedra – em número de 2.300.000 – segundo se estima, com um peso médio de duas toneladas por peça – cada um desses foi transportado das pedreiras próximas a Primeira Catarata, a uma 600 milhas de distância (Por via fluvial, naturalmente sobre barcos arrastados rio abaixo pela correnteza do Nilo). 

Levando-se em conta o conhecimento da engenharia naquele tempo e o fato de que a estrutura foi executada praticamente com as maos (no se usava sequer a roda), a Grande Pirâmide constitui sem dúvida a mais nobre realização arquitetônica do mundo. 

Os homens não deixavam de se maravilhar diante a Grande Pirâmide, a maior construção erigida; uma construção que não foi superada nos 4.500 anos de sua existência. Os gregos a qualificaram junto com as demais pirâmides vizinhas como uma das sete maravilhas do mundo, e das sete enumeradas por eles, só as pirâmides podem ser admiradas hoje. E talvez sigam ainda em pé depois que as nações modernas tenham desaparecido como o antigo Egito e a antiga Grécia. 

Naturalmente, a Grande Pirâmide atraiu a atenção de Heródoto, que tratou de informar-se perguntando sobre ela aos sacerdortes egípcios. Estes lhe contaram certas histórias fantásticas que não podemos aceitar, embora uma parte da informação parece ser razoável. Disseram-lhe que se haviam demorado vinte anos para construir a Grande Pirâmide e que nela haviam trabalhado cem mil homens. Isso pode muito bem estar correto. 

Também lhe disseram o nome do rei que a havia erigido, porém Heródoto traduziu o estranho nome egípcio a ago que soasse mais grego e mais habitual a seus ouvidos, pois Jufu se converteu em Keops; e nós estamos muito mais familiarizados com a versão grega, sobretudo com a ortografia latina Cheops.

Acreditamos que os cem mil construtores da pirâmide eram escravos, submetidos ao chicote dos vigilantes. Muitos creem, por ter lido na Bíblia, no livro do Exodo, que muito dos escravos eram judeus. Sem embargo, a Grande Pirâmide e as edificações irmãs foram construídas uns mil anos antes da chegada dos israelitas ao Egito, e em todo caso, é muito provável que as pirâmides furam construídas por homens livres que trabalharam com prazer e recebiam um bom tratamento. (Isaac Asimov – Historia de los Egipcios, Biblioteca Temática Alianza, Madrid diciembre de 1993, Pág. 27). Efetivamente, os trabalhadores das pirâmides subescreviam contratos para trabalhar, fixando a duração do trabalho e o salário que era pago em espécie: azeite, cerveja e outros, que variavam em quantidade por categoria de trabalhador: obreiro ou artesão os quais eram rigorosamente contabilizados pelo escriba. Tinham assistência médica e todos se organizavam em confrarias onde se reuniam em seus dias livres.


Artesãos - afresco de Deir el-Medineh.


Devemos afirmar que foram os gregos, os historiadores formais mais antigos que se tem conhecimento que deformaram muitas palavras sumérias e egípcias ou as adequaram ao seu gosto.

Imhotep era o arquiteto do complexo da pirâmide escalonada do Rei Dyoser (2.630-2.611 a. C) em Saqqara, que não possui rival no que concerne a grandeza de sua concepção e no fato de que foi o primeiro edifício solossal de pedra que se construiu. A pirâmide sugere lances de escada gigantescos para a subida do monarca ao céu, entretanto os edifícios que a rodeavam eram o Templo para o culto real e outros pavilhões e capelas para a eterna celebração das festas do jubileu do rei Dyoser. UM busto em pedra calcáreo de uma estátua perdida do rei Dyoser (chamado Netyeri-jet em seus monumentos) conserva o nome e os títulos de Inhotep: portasellos (caixas de classificação, arquivos) do rei do Baixo Egito, um selo que está em volta da cabeça do rei visir, jefe da Grande Mansão, representante real, Sumo sacerdote de Heliópolis, Inhotep, o carpiteiro e escultor...

A partir de vasos de pedra descobertos em galerias, em torno de 30m abaixo da pirâmide ainda podemos adicionar-lhe o título de “Sacerdote Leitor em Chefe”. Assim, pois, os mais altos ofícios religiosos e seculares da administração egípcia pertenciam a Imhotep. 

Além do complexo da pirâmide, Inhotep era arquiteto de um santuário ao deus Sol em Heliópolis, dedicado por Dyoser e que hoje em dia só perduram em fragmentos de relevos da grande qualidade. Seu nome também tem sido encontrado em um grafite do muro da pirâmide inacabada do rei Sejemjet (2.611-2.603 a.C), sucessor de Dyoser. Esta é o último testemunho histórico de Inhotep, pelo que podemos presumir que morreu há 4.600 anos.

Sua reputação como arquiteto esperiente levou os escribas egípcios a reconhecerem-no como o mais eminente dos que exerceram aquele ofício. Foi considerado como fonte de inspiração intelectual e uma grande quantidade de máximas morais se dizia terem sido escritas em papiro em seu nome. Uma referência as constituem numa composição empart pessimista e em parte hedonista, conhecida como “Canto del Arpista”, cuja melhor copia é a do Papiro Harris 500 do Museu Britânico (George Hart – El Pasado Legendario Mitos Egipcios, Ediciones Akal S.A, Madrid 1994, Pág.).

A partir do ano 3000 a.C. a civilização egípcia teve um desenvolvimento muito importante, entretanto os reis e sacerdotes sumérios cessaram e sua civilização desapareceu; porem os conhecimentos dos arquitetos sumérios foram transmitidos mediante a palavra aos arquitetos egípcios. De todos eles o mais famoso e que passou para a história por suas obras foi Imhotep. 

O arquiteto Imhotep não possuia somente as qualidades de um arquiteto; também era médico, mago, astrólogo, escritor e filósofo. Imhotep foi o autor da primeira pirâmide para o rei Zóser o magnífico. Foi o artífice de uma revolução transcendente de um alcance considerável, posto que foi o primeiro arquiteto a construir em pedra um conjunto monumental tão importante como o de Saqqara. A pirâmide escalonada, realizada pela superposição de mastabas[1] similares a dos zigurates sumérios.

A pirâmide de Saqqara e construcões do conjunto arquitetônico


Foi Imhotep o sucessor dos arquitetos sumérios, sua figura completava a trilogia do rei, sacerdote e arquiteto. Como em toda a antiguidade, seu conhecimento das leis do universo permitia a conexão entre o rei, representante da terra e o sacerdote, representante do céu. 

Depois de Imhotep os arquitetos egípcios construiram as mais completas cidades sagradas da história, seus templos, pirâmides e conjuntos monumentais são a mostra de seu altíssimo conhecimento. Sua tradição transmitida em palavra de mestre a aprendiz ao largo dos séculos alcançou um altíssimo grau de sabedoria que permitiu soluções técnica e de gestão de recursos, tanto naturais como humanos, de que hoje não temos explicação. Os estudiosos de suas construções, atuais, não conseguem uma explicação satisfatória de como puderam construir as pirâmides, nem como se pode organizar sua construção. Esse conhecimento transmitido de geração em geração se perdeu. Os arquitetos posteriores so podiam vislumbrar parte da sabedoria de seus antecessores.

O Egito é a cibilização onde o arquiteto reflete seu caráter ARKHITEKTON, o primeiro obreiro, o que sabe. No podemos ainda, hoje em dia, recuperar a sabedoria perdida que os arquitetos egípcios possuiram. 

Quando falamos dos sumérios, dizemos que para dar ordens aos trabalhadores da construção resultava pouco prático o falar, devido ao fato de que os trabalhadores vinham de lugares diferentes e de línguas diferentes, que se complicava mais ainda quando se tratava de suas habilidades e especialidades de construtor pelo que introduziram o uso de símbolos e palavras de passe. Este método de comuniccação por símbolos foi em seguida levado ao Egito por Misraim, segundo filho de Cham, fundador da primeira dinastia faraônica do Egito (Reino Mitológico do rei escorpião) e foi empregado na construção das pirâmides. Construida 2.500 a. C (IV Dinastia 2.723-2.563 a. C) sob o reinado do rei Keops, a grande pirâmide do Egito é o exemplo da interpretação dos conhecimentos geométricos na arte de construir donde se expressam altos conhecimentos astronômicos nas medidas arquitetônicas.

Os grande homens da história do Egito foram todos Mestres de obra: Keops, Thoutmosis III e Ramsés foram prodigiosos construtores que criavam suas obras para a glória do princípio divino que estava definido naquela época como “O Arquiteteto Soberano dos Mundos”. 

Os egípcios conservaram por longo tempo a recordação de Inhotep, genial arquieto instruído na “Câmara da Vida” do Templo de Tanis, onde recebeu os mistérios do alto conhecimento e de sabedoria dos anciãos do Egito sagrado. Inhotep foi mestre de obra que conduzia a construção do antigo templo de Edfou do alto egito e da grande pirâmide de Keops.

Para a Maçonaria a data da construção da grande pirâmide é a de 4.000 anos a.C; ela é o primeiro ano do calendário Masônico, do qual somamos a dada atual.

Desde a época mais antiga (14 séculos antes da era Cristã) os construtores egípcios estavam constituídos numa sociedade de caráter iniciático em Deir El-Menineh; esta organização foi uma das expressões mais primitivas da maçonaria; foi o apogeu da primeira época cooperativa egípcia. Ao final da 18ª. Dinastia, uma primeira confrarias de construtores foi rigorosamente comprovada. Suas leis, seu simbolismo e sua moral alcançaram um alto grau de espiritualidade. Perfeitamente integrada ao Império faraôico, ela foi um dos mais belos elementos de sua sociedade. A documentação conservada no museu arqueológico do Cairo testifica que no ano de 29 do reino de Ramses II (19ª. dinastia), os obreiros egípcios dispunham de uma organização capaz de formular reinvidicações necesárias para o desenvolvimento técnico da época. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 18).

A Grande Pirâmide

Como se tem notado houveram construtores na Suméria e Egito, porém devemos recordar que os gregos tomaram dos egípcios os conhecimendos herdados dos sumérios, que se perderam no tempo já que estes se transmitiam de mestre a aprendiz em forma oral. 

Em outro trabalho anterior (Herbert Oré, Sociedades Iniciáticas, Edicão digital de fevereiro de 2012, Pag. De 46 a 56) falávamos o seguinte: “Que ocorreu no tempo dos Egípcios? O Egiptólogo francês Bernard Bruyere proporcionou a esta pergunta uma resposta extraordinária. De 1920 a 1952, sse grande arqueólogo fez notáveis escavações na região de Deir el-Medineh, ao sul da necrópolis tebana que foi convertido, no plano de Gizeh, no grande lugar turístico do Egito.

Deir el-Medineh.

Bruyére descobriu naquele lugar numerosas tumbas muito curiosas; advertiu que se tratava de capelas pertencentes aos membros de uma confraria que agrupava construtors, pedreiros, gravadores e pintores que se instalaram em Deir el-Medineh a partir do final da XVIII Dinastia, há 1.315 anos antes de nossa era. A tumba 267, por exemplo, é a de Hay, Chefe dos artesãos, modelador das imagens dos deuses na morada do ouro. As capelas foram decoradas pelos próprios artesãos e encontramos, por acaso nas pinturas, o cotovelo sagrado, o esquadro, distintas formas de nível e muitos outros objetos simbólicos que conheceram uma duradoura posteridade.

Havia também uma gruta disposta como santuário e dedicada a deusa serpente Metseger, senhora do silêncio que os iniciados devem respeitar. No abrigo do cume, é a pirâmide natural que domina o Vale dos Reis, a confraria trabalhava para o rei do Egito e formava um verdadeiro Estado no Estado. 

Os membros desta antiquísima sociedade iniciática se denominavam: servidores no lugar da verdade e da harmonia. 

O Faraó tinha como uma suas principais atribuições manter a harmonia entre o ceu e a terra. A ele eram confiados grande parte dos trabalhos artísticos nos quais se expressava o esoterismo egípcio dese o nascimento do império.

Para Bernard Bruveré se impnhe uma evidência: a confraria de Deir el-Mdineh é uma autêntica maçonaria adiantada no tempo. Julgou assim por certo número de detalhes significativos. Segundo suas constituições, a coletividade se divide em Lojas ou Cabanas que são oficinas onde se repartem as tarefas.

É curioso que as primeiras lojas de maçons alemães, durante a Alta Idade Média também se chamavam cabanas. Cada iniciado leva o título de “O que escuta o mestre”, porém existem três graus: aprendiz, companheiro e mestre. O aprendiz se define como o filho que acaba de nascer ou melhor, de renascer; uma vez iniciado, se põe de bom grado a serviçõ dos companheiros que lhe confiam trabalhos desagradaveis para por a prova sua boa vontade e seu desejo de trabalhar. Não tem “amabilidade” alguma nos seus primeiros contatos; para converter-se em mestre é necessário vencer as debilidades da natureza humana sem buscar falsas desculpas. Os companheiros estão a servido dos mestres que, por sua parte, se ocupam dos “escritos celestiais”, podemos dizer, dos rascunhos, dos traços diretores do trabalho e das regras simbólicas da arte, sem as quais nenhuma representação teria sentido. 

Há de se destacar que os iniciados de Deir el-Medineh se beneficiavam de ritos religiosos que lhes eram próprios. Veneravam sobretudo a deusa do silêncio, ao deus dos construtores e a personagem simbólica do Rei. O rei do Egito, por demais, era seu grande mestre e visitava as obras de vez em quando, para falar com os altos dignatários da comunidade e verificar a boa marcha dos trabalhos.

Fazer parte da confraria era uma felicidade imensa e uma pesada responsabilidade; a iniciação em espirito se acrescentava uma promoção social que elevava a maioria dos iniciados acima da sua codição original. O nascimento, nas sociedades tradicionais, nunca foi um critério de admissão. Vários faraós e mestres de obras eram de condições simples, o que não os impediu de acessar as mais importantes funções iniciáticas e administrativas. Muitos funcionários, muitos cortesãos nunca viram ao faraó às margens das cerimônias oficiais; o jovem pedreiro procedente do campo gozava deste privilégio se era aceito pela confraria. 

Pesada carga, na verdade por que o erro não era permitido. Pinturas e esculturas encarnam com a máxima fidelidade a idéia simbólica que evocam; nenhuma imperfeição técnica se tolera, a destreza da mão está de todo afloradas

Por que, nos perguntamos, os ritos iniciáticos se celebram em tumbas? Os textos egípcios nos proporcionam respostas. Em primeiro lugar, a “tumba”, como o sarcófago, não é ul lugar de morte; na realidade, é a morada de uma vida nova obtida pela morte do indivíduo profano. Em segundo lugar, a palavra “tumba” se substitui a miúde, nos escritos egípcios, pelo termo Oficina; crear a obra de arte e crear o iniciado são duas operações idênticas. 

Os membros da confraria de Deir el-Medineh iam vestidos com um avental ritual que permitia se identificar aos iniciados e aos profanos; tinham também um profundo valor simbólico, representando o vestido divino que o construtor não deve manchar com atos servís ou inconscientes (Christian Jacq, La franc-maconnerie, Segunda edición: Mayo de 2004 Pág. 19).

As cerimônias se reservavam somente aos iniciados; os profanos e os curiosos que haviam se extraviado e adentrado a esses lugares, dizendo-lhes: “não vos dirijais ao lugar onde se faz a oferenda. Os mestres dispunham de um grande bastão que indicava sua qualidade. Voltaremos a encontrar este símbolo nas mãos dos mestres de obras da Idade Média. 

O objetivo principal dos rituais era crear novos iniciados e o ascender ao grau superior a aprendiz e companheiro. Era ocasião para celebrar um rido de renascimento no que se ofereicia aos adeptos novos meios de aperfeiçoar-se. Advirtamos sobre todo o emprego do sudário dos deuses com o que se cobria o iniciado. Morrem e devem – escrevia o mason Goethe, retomando uma antiga expressão egípcia – sem cessar, o adepto abandonar seus velhos pensamentos para abordar novas concepções do espirito e da arte de conceber; o iniciado não aspirava a felicidade, senão a plenitude. .


Os servidores do lugar de verdade – se consagravam a manutenção de uma força misteriosa que chamava Ka. Desde a origem dos tempos, esta pontencia vital se encontra em cada homem, porém poucos deles pensam em facer que futifique. Desenvolver o Ka com ritos iniciáticos era entrar na vida eterna, durante nossa passagem pela terra e liberar-se de todas as traves. Pr isso, os adeptos de Deir el-Medineh alimentavam sempre sua consciência do Ka; posto que este existia, às vezes nos alimentos, na terra e no homem, organizavam banquetes ritualísticos, se aprofundavam nas virtudes da arte sagrada e faziam avançar a cada irmão pelo caminho da iniciação.

A Maçonaria toma do antigo Egito esotérico muitos de seus mistérios; um deles relata que o Faraó, Rei do “duplo país” representante sobre a terra de Amon-Ra, deus do Sol, era o depositário de uma força misteriosa: o “Ka”, potente força vital de essência divina a qual os grandes sacerdotes os sacerdotes a serviços do soberano “los servidores del lugar de la verdad” prestavam uma atenção particular para mantê-la viva. Esta força das profundidades do ser se revelava quando os adeptos elevavam os braços, formando uma esquadria sobre sua cabeça. O “Ka”, muito presente no esoterismo do Egito, estava representado pela serpente, cuja cabeça, sustentava no octipus do Faraó, figurava sobre o chapeu da cerimônia do soberano egípcio. Entre os egípcios, os sacerdotes formavam uma casse distinta dedicada ao estudo das ciencias secretas, das artes e aos ensinamentos de alguma ramo especial dos conhecimentos humanos. Esta ocupação foi seguida por todos os sacerdotes dos povos do oriente: os persas, os caldeus, os sírios, gregos, etc. Os ritos de iniciação egípcios de Deir el-Medineh, dos quais uma parte está descrita na sepultura de Amen-Nakht (tumba 218, ditado pelo adepto), tinha por objetivo despertar esse “Ka” que permitiria ao homem entrar na vida eterna durante sua passagem pela terra e libertar-se das traves de ilusão para entrar no conhecimento da “Doutrina Interior”. Para a comprensão do ritual, o adepto penetrava no coração do sol e aqui, depois de sua morte simbólica, renasceria, voltando “filho da luz”; a partir deste momento, ele estava encarregado de repartir bem estar entre os irmãos de sua raça e no mundo. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 20).

Na tumba 218 que pertence ao adepto Amennakht, uma cena curiosa relata um dos episódios da iniciação: “se vê um homem cujo corpo é de cor negra. Este símbolo da sombra do sol, do indivíduo que não recebeu ainda a luz.

Entretanto o construtor não foi iniciado, permanecia em estado de sombra; pela compreensão do rito, penetrara o coração do sol e se convetera em um Filho da Luz, encarregando de propagá-la entre seus irmãos pelo mundo.

Uma intensa alegria se desprende dos ritos da confraria; diariamente, os iniciados fazem sacrifícios aos deuses e rendem homenagem ao rei vivo, aos reis mortos e a todas as divindades egípcias. Se comunicam de um modo quase natural com o sagrado, de onde obtem a força necessária para realizar suas tarefas. 

A inciação egípcia

Uma das lendas mais apaixonantes que nos revelou Deir el-Medineh se refere ao assassinato de um mestre chamado Neferhotep por um obreiro que queria usurpar seu cargo. O nome do mestre está formado por duas palavras egípcias que significam “a perfeição na beleza” e “a paz em plenitude”. Simboliza, por conseguinte, o iniciado perfeito colocado em perigo pelos ambiciosos e os invejosos. Agora, encotramos de novo o mito do mestre assassinado na lenda de Hiram Abiff da maçonaria moderna.

Poderíamos estendermos muito sobre os ritos iniciáticos e a existência cotidiana da prodigiosa confraria egípcia. Sem embargo se deve lembrar que uma organização iniciática de construtores estava perfeitamente constituída catorze séculos antes de nossa era. Suas leis, seu simbolismo, sua moral, alcançaram um alto grau de espiritualidade e, sobretudo, esses homems contruiam suas vidas ao construir o templo. Divinizando a matéria, divinizam o ser humano. Perfeitamente integrados no império faraônico, são um dos mais bonitos florões de sua soiedade e sua mensagem artítica segue falando, diretamente, ao nosso coração e ao nosso espírito.

É evidente que a confraria, rigorosamente documentada no final da XVIII Dinastia, existia antes. Como tem demonstrado os trabalhos egiptológicos, as pirâmides não foram por escravos; já na mais antiga época, os construtores se haviam constituído na sociedade e os egípcios do secúlo II d. C. conservavam, ainda, a admirada recordação do genial mestre de obras Imhotep, arquiteto, médico e alquimista.

Trabalhadores egipcios - mural de Deir el-Medineh

Com os adeptos de Deir el-Medineth, estamos no âmago da expressão primitiva da maçonaria. É o primeiro apogeu da época chamada “operativa”, posto que a obra do pensamento se concretiza diretamente na obra das mãos. O homem estava completo, era harmonioso; expunha suas idéias a prova da matéria e vivia em uma comunidade iniciática de onde a fraternidade não era uma palavra vã. Recordaremos esses dados fundamentais quando fizermos um balanço da evolução da maçonaria moderna. Os artesãos de Dei el-Medinen nos revelaram regras de vida muito mais importantes que qualquer outra constituição administrativa. (Christian Jacq, La franc-maconnerie, Segunda edición: Mayo de 2004 Pág 21).

Os maçons do Rito Antiguo e Primitivo de Memphis dizem: É de conhecimento geral que em Mehphis, Egito, sob a orientação do Faraó, os altos Mistérios da Maçonaria de hoje eram praticados 2.100 a.C. Antes do século XVII a.D, todo o trabalho maçõnico para ser legalmente conduzido teria que ser autorizado pelo Faraó ou por um Sacerdote.

A prova de sua antiguidade tem sido passada durante as idades através de grandes monumentos como as Catedrais, Templos, Pirâmides, etc., nos quais estão os registros deixados a nós pelos anciãos; e até hoje os museus do mundo estimam de grande valor todas as mostras de pedras, metais, papiros, como prova audaz e vida de nosso conhecimento da nossa prematura história do homem e do que está a seu redor; até hoje existe todavia ruínas do Velho Mundo nas quais existem caracteres de deuses e divindades antigas em atitudes peculiares que contem verdades convincentes de seu propósito.

Tudo isto era tangivel e satisfatório as massas, porém em toda esta aparente cena teatral existia um sentido inteior, conhecido somente pelos iniciados (Soberano Santuário do Equador Rito Antigo e Primitico de Memphis)

Não obstante, é necesário dizer que esta sociedade egípcia de Deir el-Medineh é de caráter operativo para construtores e artesãos. 

A inciação religiosa tinha características e propósitos similiares, porém não iguais a dos construtores de Deir el-Medineh, já que os iniciados religiosos viviam afastados do dia a dia das pessoas e ainda quando tiveram dificuldades para ascender de grau, não abandonaram os templos, só lhes ensinavam outras tarefas, entetanto se preparavam para insistir na ascensão; praticavam a abstinência sexual como um meio de melhorar sua prepação, assim como o aluno para dominar seu corpo pela mente. Estes iniciados em sua maioria eram de sangue real. 

Sobre o secretísmo egípcio para guardar no uso exclusivo de um grupo privilegiado se tem escrito em abundância.

A arquitetura, tal qual as ciências liberais, era ensinada em secreto e secretamente também se concervaram e transmitiram as regras da arte de construir que durante muitos séculos foram monopolizadas pelos sacerdotes e pelas corporações do Egito. Entre estes sacerdotes se contavam os arquitetos que projetaram e realizaram aqueles soberbos monumentos que causam todavia a admiração do mundo. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 21).

[1]Mastaba é um túmulo egípcio, era uma capela, com a forma de um tronco de pirâmide(paredes inclinadas em direcção a um topo plano de menores dimensões que a base), cujo comprimento era aproximadamente quatro vezes a sua largura. 

Começaram-se a construir desde a primeira era dinástica no que chamavam de periodo arcaico (cerca de 3500 a.C.) e foi o gênero de edifício que precedeu e preparou as pirâmides. Quando estas começaram a ser construídas, mais exigentes do ponto de vista técnico e econômico, a mastaba permaneceu a sua mais simples alternativa. 

Eram construídas com tijoloproduzido a base de argila e palha e exposto ao sol do deserto(tijolo cosido) de barro e/ou pedra (geralmente, calcário) talhada com uma ligeira inclinação para o interior, o que vai ao encontro da etimologia da palavra. Etimologicamente, a palavra vém do árabe maabba = banco de pedra (ou lama, segundo alguns autores), do aramaico misubb, talvez com origem persaou grega. Efectivamente, vistos de longe, estes edifícios assemelham-se a bancos de lama, terra ou pedra.

Extraído da Obra - Maçonaria Origem e Desenvolvimento, do Ir.´. HERBERT ORE BELSUZARRE

Ir.´. JOSÉ ROBERTO CARDOSO
ALRS Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF

Maçonaria - Origem e desenvolvimento - ISRAEL



MAÇONARIA - ORIGEM E DESENVOLVIMENTO



ISRAEL

A influência babilônica sobre os israelitas se expressa na história dos patriarcas judeus. Seu “pai” Abrãao era, de fato, um babilônio que procedia de Ur, na suméria.

Vários aspectos das leis israelitas expostas no Êxoto mostram uma similitude assombrosa com as leis de Hamurabi. Basta recordar o ditado “olho por olho e dente por dente”. As diversas facetas de ambos os códigos estão muito próximas não somente por conteúdo, mas também pela ordem em que aparecem. “Esta igualdade – disse um dos melhores conhecedores da história de Israel – não se deve ao azar; é provável que Israel e Canaã hajam tomado o direito babilônico como modelo”. As leis de Hamurabi representam uma culura material mais avançada que a que inspira a lei de Moisés, assim como uma organização política mais aperfeiçoada; por sua parte, a antiga lei de Israel apresentam uma religiosidade mais profunda.

A biblioteca de Asurbanipal nos mostra as estreitas relações existentes entre os relatos hebreus e babilônicos sobre a Criação e o Dilúvio. 

Em nossos dias, não há dúvida de que os povos do Oriente tenham mantido importantes contatos durante toda a Antiguidade. Em outro tempo se cria que cada um desses povos formava um mundo isolado, onde a própria cultura se desenvolve sem nenhuma influência exterior; porém esta opinião carece hoje de adeptos. Todas as culturas estiveram eram influenciadas umas pelas outras e a cultura hebráica não foi uma exceção. (Carl Grimberg, Historia Universal Tomo I El Alba de la Civilización, http://www.scribd.com/Insurgencia Pág. 279-280).

Também a civilização egípcia influiu na dos hebreus, devido ao grande tempo em que permaneceram no Egito antes de se estabelecerem na Palestina. Desde o ponto de vista da cultura material, os hebreus se achavam atrasados em relação aos caneneus.

Levavam ainda uma vida nômade e seus rebanhos dependiam por inteiro dos pastores; em épocas de fome iam para o Egito, donde era mais fácil subsistirem. Então pediam permissão para estabelecerem-se em Gesén, região fronteiriça que separa o Egito propriamente dito da península do Sinai. O faraó abria aos hebreus os ricos pastos do Leste do Delta, porém não desinteressadamente, até por que é provável a condição de subemeterem-se a autoridade egípcia, formando assim uma barreira defensiva entre os egípcios e as turbulentas tribos beduínas do leste. 

Os ensinamentos dos Mistérios Egípcios eram guardados de forma zelosa, e só com extrema dificuldade e somente em especiais condições se admitia seu conhecimento a um extrangeiro. Sem dúvida, foram admitidos alguns, como Moisés, de quem se diz relato bíblico que “foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios”. Depois ele transmitiu seus conhecimentos a classe sacerdotal dos israelitas, e assim se manteve em forma mais ou menos pura até a época de Davi e Salomão, que construiu seu templo de conformidade com o plano maçônico e o estabeleceu como no centro do simbolismo e trabalhos maçônicos. Não cabe dúbida de que Salomão construiu o Templo de seu nome com o intento de assinalar e conservar para seu povo certo sistema de medidas, de sorte que as dimensões e da grande pirâmide implicam muitos dados geodésicos e astronômicos. Ele não teve êxito porque se havia perdido grande parte da tradição ou quiçá seri amais exato dizer que se bem se havia conservado a tradição dos ornamentos mas não sabia o que significavam. Até então os iniciados nos Mistérios judeus haviam dirigido sua atenção em torno da Casa de Luz do Egito; porém Salomão resolveu que os pensamentos e emoções dos iniciados se enfocaram no Templo que acabava de construir; e portanto, em vez de falar-lhes da morte simbólica e ressurreição de Osiris no Egito, inventou o relato que constitui a atual tradição maçônica, e hebraizou todo o ritual, substituindo as palavras egípcias por outras hebráicas, embora sem alterar em alguns casos o signficado original.

Convém advertir que ao trabalhar assim não havia Salomão outra coisa para colocar nas práticas de seu povo em correspondência com as das nações circundantes. Havia muitas tradições de Mistérios, e embora os israelitas tenham levado consigo pelo deserto do Sinai, muito da tradição egípcia, os sírios e outros povos conservavam a tradição dos descendentes de Tamus e Adonis em vez da do desmembramento de Osiris. (Carlos W. Leadbeater, La Vida Oculta en la Masonería, traducido por Annie Besant, Adyar Diciembre de 1925, Pág. 22).


No capítulo 32 do Exodo se relata como retirou do Egito seu povo. Moisés subiu o Monte Sinai para falar com Deus. Como tardava a retornar os judeus se impacientaram e construiram um bezerro de ouro fundindo as jóias que possuiam, para adorá-lo. Quando terminaram, fizeram uma festa com danças e cantos e nesse momento apareceu Moisés e jogou sobre eles um terrível castigo.

Durante muito tempo se tem acompanhado com grande interesse o desenvolvimento das escavações do Egito com a esperança de se encontrar alguns dados sobre a escravidão dos filhos de Israel no pais do Nilo. As buscas tem sido muito intensas, no entanto os resultados, são desgraçadamente escassos. O Gênesis conta como um dos faraós subjugou os filhos de Israel e os obrigou a construir as cidades de Pitom e Rameses, que deviam servir de armazéns. Parece que o opressor dos hebreus foi Ramsés II. 

Seria, pois, seu filho e sucessor, Menefta (1224-1214) o fará que, segundo o Exdodo, dendureceu seu coração e recusou deixar partir os filhos de Israel até que, aboniado por uma dezena de pragas divinas, permitiu ao líder Moisés seguir os ditames de Deus de seus antepassados.

Israel alcançou seu apogeu com Davi e seu filho Salomão. Com sua política de centralização do poder, o povo trabalhou a terra com excelentes resultados e pode abastecer os comerciantes arameos e fenícios de trigo, azeite, mel, cera e bálsamo. 

O fogoso e apaixonado Davi, cujo reinado começou no ano de 1.000 antes de Cristo derrotou os filisteus e restabeleceu a calma; logo, com triunfal alegria, levou, dançando, a Arca da Aliança a Jerusalém.

Aproveitando a popularidade de que gozava entre os hebreus, Davi empreendeu uma ofensiva contra os filisteus e graças a um atrevido golpe de mão se apoderou de Jerusalém, uma das principais fortalezas cananeas. Se apodeu uma por uma de todas as cidades dos filisteus, desde Gezer até Gat Ashdob, podendo comemorar – fazia 1.010 anos antes de Cristo – seu triunfo com o espetacular traslado a Sião (Jerusalém) da famosa Arca da Aliança, que guardava as Tábuas da Lei Mosaica. Depois venceu os moabitas, os amonitas e arameos de Damasco, arredondando assim suas fronteiras. Pode então organizar um Estado a maneira das grandes monarquias orientais, embora com caráter predominantemente militar. 

Encarregou um escrivão babilônio da correspondência diplomática, que era possivel escrever com caracteres cuneiformes, ainda que o aramaico usado em épocas anteriores possa ter se sustentado ante a escrita babilônica.

Seu filho Salomão o sucedeu por volta de 960 a. C, e herdou um reino consolidado, pelo que pode levar uma vida tranquila e opulenta. Seu reinado se fez célebre com sua sabedoria. Na realidade, Salomão aproveitou habilmente a situação criada pelas conquistas de seu pai que, com o enfraquecimento momentâneo dos impérios da Mesopotamia e Egito, colocaram o reino hebreu numa situação excepcional, vizinho e amigo dos fenícios e dominando todas as rotas de comércio terrestre, assim como os fenícios dominavam o marítimo. O verdaeiro talento de Salomão parecer ter consistido em seus dotes de governo em seus primeiros anos. Sua obra foi o Templo de Jerusalém, o monumento judaico mais representativo. Até então, os hebreus haviam adorado a Jehová nos cumes das montanhas e foi o rei Davi quem concebeu a idéia de erigir-lhe um magnifico Templo, para o qual armazenou materiais. No entanto quem realizou a obra doi seu filho e sucessor Salomão, que ao término do quarto ano de seu reinado deu início aos trabalhos e no sétimo o inaugurou. Foi erigido no Monte Moriá, colina oriental do planalto compreendido entre os rios Cedron e Hinnon. Mediante acordo firmado entre Salomão e Hiram, rei de Tiro, foram construir o Templo arquitetos e artífices fenícios, que empregaram obreiros gabaonitas e cananeos. Rebaixada a colina, foi revestida de construção o maciço, formando assim, ao modo mesopotâmico, uma base gigantesca de catorze metros de altura, com terraço irregular – 310 e 281 metros de longitude nos lados norte e sul e 462 e 491 nos lados leste e oeste – Nos ricos paramentos dessa construção estavam as portas e as escadas de madeira maçica que davam acesso ao terraço. A única coisa que se conserva do templo é a base de grandes pedras esculpidas e encaixadas, que foram unidas com grampos de ferro e as fiadas ligeiramente escalonadas. Em sua findação existem nas pedras signos que são letras fenícias. Um antigo fragmento desta velha fábrica arquitetônica é o chamado “Muro das Lamentações”, por que ante suas pedras, por rito tradicional, choram os judeus a perda de Jerusalém, expressão da antiga Sion.

Aliado do rei Hiran de Tiro, Salomão mandou construir um porto sobre o Mar Vermelho cujos navios que ali aportavam eram conduzidos pelos mainheiros fenícios até ao pais do Ouro – Ofir – onde governava a rainha de Sabá.

“O rei Salomão foi o maior de todos os reis da terra...Fez que com que o dinheiro fosse tão comum em Jerusalém como eram as pedras (I. Reis). 

Porém Salomão sentia fraqueza pela ostentação e para levantar monumentos impôs ao seu povo taxas e trabalhos forçados. E quando mais progredia seu reinado, mais se parecia com um déspota oriental e com marior razão o povo desejava sair de seu jugo. (Carl Grimberg, Historia Universal Tomo I El Alba de la Civilización, http://www.scribd.com/Insurgencia Pág. 282-283).

Salomão, depois de receber em sonho as instuções de JHWH (Jeová), a respeito das tarefas de construção do Templo, as empreende seguindo as orientações dadas pelo velho profeta Natan. Para começar aqueles trabalhos Salomão, que governava um povo constituído de pastores transeuntes, não assentados e, portanto, não instruídos na arte de construir, em que pese a influência dos sumérios e egípcios, receberá os esforços de um homem versado nas artes e, através dele, reivindicará dali de onde estes ofícios são quase sagrados e servem ao poder para melhor expressar seu esplendor (como a beleza dos templos egípcios).

Em sinal do pacto Salomão se casará com a filha do faraó Saimón que irá viver em Jerusalém conservando sua religião e levantando com ela as primeiras críticas dos levitas ao novo estado de Israel. 

O Imperador egípcio designará a um experimentado arquiteto de nome Hiran Habif (Hiran o fundidor) para o trabalho de construir o Templo de Jerusalém.

O filho de Davi, Salomão, chamado de o “Leão de Judá”, o “Eleito de Deus”, foi instruído por Natan, sábio filósofo que nutriou e disciplinou a inteligência do jovem príncipe do qual foi o preceptor, inciando-o no significado dos textos sagrados e na prática das ciências secretas. Salomão, tão conhecido por sua grande sabedoria e seu amor a poesia, foi o autor dos “Provérbios”, do “Eclesiates” e do “Canto dos Cantos”, hino de amor inspirado pela beleza de Balkis, Rainha de Sabá, pelo enorme desespero de Nagsara sua esposa egípcia, filha do Faraó Siamón (XXI Dinastia)

Rei Salomão

Na época em que seu poderio, glória e fama estavam no apogeu, Salomão fez erigir o magnifíco templo à glória do Eterno, projetado por seu pai Davi e o fez com os mais belos e ricos materiais do oriente médio: a pedra branca, a madeira de cedro, de cipreste e de sándalo, ouro e as pedras preciosas.

Salomão decide que esse templo ideal não seria vedado ao povo e ordena: “Todo homem, qualquer que seja sua raça, sua cor, sua nacionalidade e sua religião poderá rezar ao Eterno e encontrar abrigo, justiça e proteção, perdão por suas culpas e satisfaçao a suas suplicas...” (I-II – Crônicas 6.-32-39); é por isso que Salomão queria que o edifício sagrado fosse erigido pelos esforços conjugados de homens vindos de todo o oriente a quem as tarefas mais nobres lhes seriam reservadas. Os hebreus, não tendo os conhecimentos suficientes para realizar uma obra tão imponente, seriam utilizados para os trabalhos menos qualificados.

Por ser esta obra a realização de todo o povo, Salomão exigia que cada hebreu participasse de uma maneira ou de outra da grande obra da construção do “Templo do Senhor”, que foi edificado, segundo a lenda, por 153.600 obreiros (80.000 homens para extrair as pedras da montanha e 70.000 para transportá-las), vindos da Judéia e de outras províncias hebráicas e 3.660 obreiros construtores, superintendentes e inspetores fenícios emprestados pelo rei Hiran II de Tiro.

Existia uma grande amizade entre os reis e tanto foi assim que o rei Hiram prestou a Salomão toda a ajuda que pode, enviando grandes pedras trabalhadas de suas pedreiras e dos bosques do Líbano a madeira de cedro e abetos para a construção do templo. Em pagamento desses serviços, Salomão prometeu entregar-lhe enquanto durasse a construção, 20.000 medidas de trigo, 20 de vinho, azeite de oliva, cevada e mel. Na conclusão da obra, devia ceder-lhe mais 20 cidades do território fronteiriço da Galiléa.

Para dirigir tão grande obra, o Rei Hiram enviou também a Salomão um arquiteto de vastos conhecimentos, o mais hábil entre todos, capaz de realizar o gigantesco projeto: o Mestre Hiran, do qual Salomão tinha notícia dos seus grandes méritos e de sua justa fama.


O MESTRE HIRAN

Hiram Abif (Hiram Habif o Abi), filho de uma viúva da tribo hebráica de Nephthali (Neftali ou Dan) e de pai nascido em Tiro de nome Ur, havia sido iniciado nos segredos da geometria -“a ciência das ciências” – e na arte da construção. Hiram era Mestre na “Arte do Traçado”, ciência misteriosa sem a qual nenhum grande edifício poderia ser concebido. Era capaz de resolver as maiores dificuldades técnicas e de manejar os materiais mais rebeldes. Sabia talhar a pedra melhor que qualquer outro dos melhores artesãos. Porém, além de ser o melhor de todos, Hiran era Mestre metalista, conhecedor da fundição do cobre e do bronze e da realização de todas as obras de metal, experiente na ciência secreta que lhe haviam ensinado os Mestres Fenícios iniciados nas escolas dos mistérios do Egito, descendente daqueles que haviam sido instruídos por Hermes, o descobridor da coluna de pedra de Tubalcain.

Hiran chegou a Jerusalém precedido por seu prestimono renome e foi acolhido com grandes honras. De grande estatura, Hiram portava sempre em volta do pescoço uma corrente de ouro onde estava colocada uma medalha de forma triangular sobre a qual estava gravado de um lado o olho daquele que tudo via e sobre o outro lado o nome impronunciável de Deus e que se pode somente soletrar. 

Depois de ter invocado a ajuda de Adonai, “o Senhor todo poderoso, Mestre dos Mestres e Grande Arquiteto do Universo”, a quem ele pede: “a beleza da inspiração, a força para a execução e a harmonia da concepção”, Hiram abriu o gigantesco trabalho no segundo dia do segundo mês do quarto ano do reino de Salomão (967 a. C). O gênio do arquiteto Hiram o colocava acima de todos os homems e sua inteligência, sua sabedoria, seus altos conhecimentos e sua grande habilidade exercia tal infuência que todos se inclinavam ante sua vontade e autoridade e por isso lhes davam respeitosamente o título de “Mestre”.


A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

A construção do Templo durou 06 anos, 05 meses e 21 dias. Na porta do Oriente foi erguido um sublime pórtico com um triplo alinhamento de mais de duzentas colunas.
Hiram esculpe esse pórtico na sala subterrânea do santuário, as fundações do “Sanctum Sactorum” a que ele dá a proporção de um cubo de dez covodos de arista, talhados em um gigantesco bloco de granito negro e rosado que, segundo uma antiga lenda, havia caído do céu; tesouro oferecido por Yahvé aos artesãos com a finalidade de construirem sobre ele o santuário de Deus. Para os antigos hebreus, o “Santo dos Santos” era a câmara nupcial na qual se consumava a união de Yhavé com seu complemento feminino: Shekina (o Matronita), consorte de Yahvé. No fundo desta sala subterrânea, devia preceder o local contendo o relicário sagrado: “a Arca da Aliança”.

Hiram fundiu as duas colunas destinadas a suportar a entrada do templo, as dez cubas as dez praças, as caldeiras, copas e vasos necessários para os sacrifícios e a prática do culto e o “Mar de airain” (fundição de estanho e cobre, material tradicionalmente empregado para a confecção dos instumentos do culto, apreciado por suas excepcionais qualidades de incorrupilidade e de ressonância), gigantesco tanque de rebordo esculpido em forma de pétalas de lotus, sustentado por doze touros de bronze, que devia adornar a porta ocidental do edifício. O monumental reservatório, que fazia parte das maiores maravilhas feitas pela mão do homem, estava destinado a purifiação dos 15.000 sacerdotes das 24 classes hierárquicas que oficiavam e mantinham cada dia o templo.

Salomão reuniu os príncipes de Israel mais dignos e expertos para escolher sete dentre eles: Jehoshaphat, Zadoc, seu filho Azariah, Elihoresphs, Aliah, Bernaiah e Abiathar para nomeá-los “Gaobanitas”, guardas do “Sanctum Sanctorum”, a sala subterrânea onde estava localizada a “Arca da Aliança” e as joias e objetos sagrados do Templo. Salomão ordenou isso por temer que alguns malfeitores carregados de inveja poderiam destruir tão preciosos objetos e também para proteger a Arca da Aliança de todas as profanações.

Apesar de certa rivalidade com Hiram, devido ao prestígio excepcional que o arquiteto adquiriu durante a construção do Templo e sua recusa de dar ao Soberano o poder sobre as corporacões, Salomão amava os Maçons os quais, sabendo manejar os homens e dirigí-los, haviam colocado em pé as premissas de uma sociedade industrial hierarquizada. (não esqueçamos que na Suméria e Egito os pedreiros e trabalhadores em pedras estavam muito organizados e devidamente especializados). Se comunicavam por sinais e toques que só eles entendiam e eram iniciados nas escolas egípcias dos “Filhos da Luz”, por isso utilizamos o adjetivo “maçom” para os construtores do Templo do Rei Salomão.


Balkis, a rainha de Sabá


O Templo de Jerusalém era a obra mais admirável de todas que se havia visto tanto por sua magnitude como pela imensa riqueza empregada nele. Por todo lado se via cobertura do lendário ouro vermelho que era abundante nas montanhas do distante reino de Sabá, região mais meridional da Abisínia (Etiópia), a mais rica do oriente, que sua rainha Balkis governava como herdeira dinástica de Sab, primeiro filho de Hermes. A raina havia vendido seu ouro para Salomão em troca de trigo que seu povo necessitava para alimentar-se. A orgulhosa e sedutora Rainha, veio com sua numerosa comitia a render homenagem ao rei Salomão e a ver por si mesma a verdade das maravilhosas relações que havia ouvido falar do esplendo e das riquezas do templo e sabe a quais fins haviam servido as riquezas de Sabá que a rainha havia enviado a Salomão. O relato desta visita está na Bíblia e no Corão. 

De maneira romántica a lenda da “rainha da manhã e de Solimon, Príncipe dos gênios” se conta como o rei Salomão foi seduzido por esta mulher de grande beleza, com a qual teve um filho, mas que na verdade tinha interesse pelo Mestre Arquiteto Hiram a quem ela queria conquistar e levar a seu distante reino para unir-se a ele e construir outros templos. 

Outros autoresnarraram que o filho que a bela Balkis levava em suas entranhas era o fruto de seus amores com o Mestre construtor.


A MORTE DO MESTRE.

O magnífico Templo estava quase terminado; lhe faltava somente o teto de telha, mas Hiran não apareceu para a obra. Os Mestres Maçons se inquietaram e o buscaram sem êxito. 

Tendo visto manchas de sangue na soleira das portas do ocidente, do norte e do oriente, um grupo de vigilantes chegou a convicção de que o Mestre Hiram havia sido morto. 

Depois de investigações, nove companheiros descubriram que os chamados Jubelón (o Abairam, o Abi-Balah) Jubelás e Jubelós (o Halem, Sterkin e Hotherfurt), três maus companheiros decepcionados pela recusa de Hiram em lhes dar o título de Mestre e a quem haviam intentado arrancar pela força a palavra de passe dos Mestres Maçons o haviam golpeado até a morte com as ferramentas da obra.

Depois de sete dias de busca, o Satolkin, Chefe da corporação dos carpinteiros que encontrou o cadáver de Hiram em decomposição em uma fossa de sete pés de comprimento largura , dissimulada ao pé de uma acácia e coberta com um ramo dessa árvore, sobre a beirada do vale de Cedrón. O Mestre Hiram foi reconhecido por sua medalha peitoral de ouro onde estava gravado o olho de Adonai. 

Três mil anos antes da construção do Templo de Jerusalém, encontramos no Egito, o mito do Mestre assassinado em uma das pinturas murais do santuário de Deir el-Medineh: a lenda do “Iniciado Perfeito”, aquela do Mestre Horemheb (o Nefehotep), assainado por um trabalhar que queria usurpar-lhe a função. O nome desse falecido mestre é formado de duas palavras egípcias que significam: “a perfeição – do conhecimento – na beleza)”.

O rei Salomão ordenou a Adoniram, eleito Chefe Arquiteto do Templo para suceder ao Mestre Hiram, que preparasse os funerais do Mestre com magnificência e que fosse construído um obelisco de mármore branco e negro no curto prazo de nove dias. O coração do Mestre Hiram foi embalsamado por Jeroboam e colocado em uma urna do ouro mais puro, que se colocou no pedestal de obelisco. Os sete Príncipes de Israel - os “Gabaonitas” - guardas do “Sanctum Sanctorum”, trouxeram o cadáver do Mestre que foi sepultado com grande pompa na “Câmara do Meio” localizada em um subterrâneo e dissimulada no centro do Templo, abaixo do “Santo dos Santos” . Essa Câmara foi construída com muita arte pelo próprio Hiram e era onde se reunia o capítulo dos Mestres, longe do olhar dos profanos 

O rei Salomão ordenou que entre os Mestre mais adiantados fossem eleitos cinco para desempenhar a Intendência do Edifício para a finalização do Templo. Foram o Hebreu Gareb, Chefe dos obreiros em ouro e prata, Zelec de Gebal, Chefe dos obreiros em pedras. Satolkin, Chefe dos carpinteiros, o feício Yehu-Aber (o Joaberto ou Johaben), Chefe dos obreiros fundidores do bronze e Adoniram (filho de Abda), superintendente dos trabalhos.

TEMPLO DE SALOMÃO RECONSTITUIÇÃO

Após a morte do Mestre Hiram, Salomão concedeu para os obreiros umas constituições que lhes seriam particulares, emanando de dez das palavras escritas por Yahvé sobre as tábuas de pedra entregues a Moisés. A lenda pretende que Salomão confia ao povo a construção do colégio dos doze Mestres postos por Hiram na liderança dos corpos que conformavam a confraria, colocando-os à frente das doze tribos de Israel com a missão de lutar contra a extorção e as iniquidades tributárias nas tribulações, origem do estado de probreza em que achava o povo de Israel.

O CASTIGO DOS ASSASSINOS

Depois do trágico acontecimento da morte do Mestre Hiran, os autores do crime trataram de escapar do castigo que lhes aguardava e se esconderam. 

Três meses depois da morte de Horam, um estrangeiro chamado Pharos, originário de Joppe (Jaffa), informou ao rei Salomão que havia visto um homem se esconder numa caverna a oreste de Jerusalém, próximo as encostas de Joppe; se ofereceu a conduzir os nove Mestres designados por Salomão para preder-lhe. É o Mestre Fenício Yehu-Aber, quem surpreende dormindo a Jubel´n, Chefe dos criminosos. Não podendo conter seu impaciente zelo, o matou com uma punhalada e separou a cabeça do tronco do traidor; a qual foi depois colocada na torre oriental do Templo de Jerusalém até que se encontrassem os seus cúmplices.

Haviam transcorrido seis meses desde que teve lugar o castigo de Jubelón, quando Bem Dekjar, intendente do palácio do rei Salomão, fez publicar um aviso no reinado vizinho de Gheth (ou Gath) no qual fazia a descrição dos assassinos do Mestre Hiram. Alguns dias mais tarde, recebeu a notícia de que os dois homicidas haviam se refugiado nas pedreiras nas cercanias de Gheth. O rei Salomão resovleu solicitar do rei Maachab (Makah) de Gheth, a prisão de Jubelás e Jubelós. O rei Maachab ordenou que se encontrasse os criminosos e os entregasse aos emissários do rei Salomão. Quinze Mestres, acompanhados de uma forte escola se apoderaram dos dois criminosos, e os acorrentaram com correntes e os levaram a Jerusalém para serem julgados e logo martirizados e decapitados; suas cabeças foram cravadas sobre as portas de Jerusalém. 

O DELTA SAGRADO

Desde uma época muito remota, quando vivia o patriarca Enoch, não se pode dizer o verdadeiro nome de Deus até que ele foi pronunciado pelo próprio Yahvé quando apareceu a Moisés na sarsa ardente. O legislador do povo hebreu mandou fazer uma grande medalha de ouro, na qual gravou o nome sagrado de Deus e a colocou na Arca da Aliança. 

Na época de Samuel, os Filisteus se apoderaram da Arca e fundiram a grande medalha de ouro para construir um ídolo, de tal maneira que o nome de Deus ficou perdido para sempre.

E nome sagrado subsistia somente sobre o delta de ouro embutido na pedra de ágata gravada por Enoch, no entando ninguém conhecia a localização do sítio onde o patriarca bíblico havia escondido o precioso segredo 2.770 anos antes. 

Salomão quis obter o delta de ouro para consagrar o Templo de Jerusalém a Glória do “Grande Arquiteto do Universo” e ordenou a três Mestres: Zabulón, Satolkin e Yerhu-Aber que empreendessem a busca da abóbada secreta de Enoch para extrair a pedra e o delta nela gravado. Depois de grandes estudo e penosas viagens, os três Mestres lograram descobrir a entrada da abóbada subterrânea na qual encontraram o cubo de ágata onde em uma das faces estava encrustrado um triângulo de ouro muito brilhante que tinha esculpido em seu centro as quatro letras da palavra inefável. 

Depois de terminado o Templo de Jerusalém, o rei Salomão construiu uma escola de arquitetura em Jerusalém, para que os obreiros do templo recebecem a instrução requerida e os meios de chegar a perfeição na “Arte Real”, porém, com a morte de Hiran, a alma da obra havia desaparecido. A obra do Grande Mestre devia ficar sem acabar. É por ele que para os Maçons “chove no Templo”, que espera todavia seu teto. Os obreiros se separaram, se repartiram pelo mundo, propagando as doutrinas das corporações de construtores e os altos conhecimentos da construção do Templo.

DESTRUIÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

O décimo oitavo ano de seu reino (606 a.C), Nabucodonosor, rei da Babilônia, a frente de seus soldados assírios (persas) sitiou por dezoito meses a Jerusalém e foi vitorioso sobre os hebreus. Como represália a resistência ordenou a seu general Nabuzardan que destruisse a cidade e o Templo até suas fundações e que os habitantes de Jerusalém fossem conduzidos cativos a Babilônia e reduzidos a escravidão. 

Antes da invasão babilônica, os fiéis Mestres Maçons destruiram o delta de ouro que continha o nome inefável do Grande Arquiteto do Universo para evitar que o depósito sagrado fosse profanado pelos assírios. 

Muitos anos depois, o Príncipe judeu Sasbatzer (Zorobabel para os persas), defendeu a causa dos hebreus ante orei Cirus (ciro) da Pérsia que, durante um sonho, havia recebido a ordem de Deus para liberar os hebreus. 

Foram liberados de seu cativeiro na Babilônia e puderam retornar a Jerusalém depois de 70 anos de cativeiro e construir um novo Templo com a proteção e ajuda econômica que o rei Ciro lhes ofereceu. O rei ordenou que lhes fossem restituídos os ornamentos e joias que pertenciam ao Templo. 

Zorobabel foi nomeado Governador da Judéia e, com a ajuda do Grande Sacerdote Jousé e do profeta Agée, reanima a energia desfalecente das Lojas Obreiras que subsistiam na Judéia para a reconstrução do Templo. Seus vizinhos, os Samaritanos, apesar de serem vassalos do rei da Pérsia, se negaram a pagar o tributo ordenado por Ciro para a reconstrução do Templo e se propuseram a imperdir a obra pela força, atacando constantemente os hebreus, opondo-se a que executassem os trabalhos. Temerosos dos ataque de seus inimigos, os hebreus manejavam as ferramentas de construção com uma mão e com a outra empunhavam constantemente a espada para defender-se a qualquer momento em que intentassem surpreendê-los. Zorobabel, acompanhado de cinco emissários da perntarquia hebréia, reclamaram ao rei Dario, sucessor de Ciro, o cumprimento da promessa de proteção e ajuda oferecida ao povo de Israel por seu antecessor. O Monarca expediu um decreto no qual condenva a pena de morte todos os que perturbassem aos hebreus na obra de reconstrução da cidade de Jerusalém e de seu Templo. Graças a este decreto, os hebreus não foram mais molestados e puderam terminar a obra no ano de 535 a.C. 

O Templo de Jerusalém sofreu muito durante o curso da história. Ele foi de fato sitiado por Nabucodonosor e por Lysias, invadido por Pompeu, roubado por Crasus, saquedo por Sosius, e depois remodelado com grande esplendor por Herodes no ano 20 antes de Jesus Cristo. Por fim, foi incendiado no ano 70 d.C pelos exércitos do general Romano titus (tito Vespasiano); tal como previu Jesus a um de seus discipulos: “Tu vês esses grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Marcus XIII 1-2, Mateus XXIV – 2, Lucas XXI-6). Tito fez transladar a Roma os sagrados ornamentos do Templo que passaram a formar parte do tesouro dos palácios imperiais. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 26 al 31).

Quando da morte de Salomão, as tribos do norte se rebelaram contra seu filho e fundaram um reino independente com a ajuda do Egito. A Palestina ficou, póis, dividida entre o reino de Judá-Benamim ao sul e o de Israel, ao norte. Era o fim do Estado homogêneo e poderoso que Davi havia comesado a construir. Depois a história hebréia no goi mais que uma larga sucessão de intrigas palacianas, rebeliões militares e assassinatos. O país conheceu numerosas dinastias, das quais muito poucas reinaram mais de três gerações. Os hebreus nunca estiveram em condições de desempenhar um papel político importante, e sua contribuição na história será de índole religiosa e moral.

Extraído da Obra do Ir.´. HERBERT ORE BELSUZARRI, "Maçonaria, Origem e Desenvolvimento"


Ir.´. JOSÉ ROBERTO CARDOSO
ARLS Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF