segunda-feira, 28 de julho de 2014

OS TRÊS PONTOS NAS ABREVIATURAS MAÇÔNICAS


Os três pontos .´. na maçonaria é uma forma especial de escrita com que nos documentos da maçonaria se abreviam algumas palavras. Na realidade é uma forma de abreviatura que consiste em colocar as letras iniciais das palavras seguidas de três pontos em forma de triângulo com o vértice na parte superior.

Esta forma de escrita é conhecida por abreviatura triponteada.

A origem desta forma de abreviatura se desconhece, sendo sua aparição mais antiga em um escrito do Grande Oriente da França datado de 12 de agosto de 1774, para anunciar a tomada de posição de sua mudança para um novo local, pelo que se supõe que apareceu já na Maçonaria Especulativa Moderna.

Durante o período Operativo a transmissão dos conhecimentos era feito de forma prática e verbal pois eram muito zelosos na transmissão de seus segredos e de sua arte ou ofício. Daí não se ter encontrado vestígios de documentos a respeito.

Os três pontos vem do período dos Companonage[1], que parece ter simbolizado ao triângulo, estes três pontos simbolizam também o TRIQUETRE, que era um símbolo que consiste de três pernas, dobradas em triângulo, como é encontrado em algumas medalhas antigas, como aparecem em algumas obras da Companones.

No terreno puramente especulativo, se pode pensar que a utilização dos três pontos na escrita maçônica tenha nascido da escritura hebraica cujas letras começam sempre com um ponto para log continuar com o traço.

Esses três pontos devem estar sempre dispostos na forma de um triângulo equilátero, no esquadro como aparece em alguns impressos; talvez por conta de que na imprensa não existia um signo de três pontos dispostos em forma de triângulo equilátero.

Não existe uma explicação concreta do significado destes três pontos, porém se referem às três luzes do altar dos juramentos, ou quiçá, de uma forma mais geral ao número três e ao triângulo, ambos símbolos importantes no sistema maçônico.
(revista Fenix – site del guajiro)




[1] O termo “compagnonnage” aparece na língua francesa somente por volta de 1719, para designar o tempo do estágio profissional que um companheiro devia fazer com um mestre. “* Do latim popular *Companionem, propriamente ” aquele que partilha o pão com o outro” de cum “com”, e panis, “pão”. Fixar uma data precisa para o nascimento de companheirismo exigiria dar-lhe uma definição precisa, que ele jamais teve, e os arquivos das guildas de companheiros não vão além do século XVIII. Era uma espécie de Guilda ou Corporação de Companheiros

sábado, 26 de julho de 2014

A MISSÃO DOS CONSTRUTORES


Alguns obreiros estavam aparando pedras ao pé de um enorme edifício em construção. De repente, um visitante se aproximou de um deles e lhe perguntou:

— O que estão fazendo aqui?

Um dos obreiros o olhou de forma rude e respondeu:

— Por acaso você não vê o que estamos fazendo? Estou aqui aparando pedra como escravo por um salário miserável e sem o mínimo reconhecimento. Olhe você esse cartel, tem os nomes dos engenheiros e dos arquitetos, porém nós outros, nem sombra... Estamos aqui de sol a sol trabalhando nas pedras.

O visitante se aproximou então de outro dos obreiros e lhe fez a mesma pergunta. Este, menos resmungão, disse:

- Como bem vê você, estamos aqui lapidando as pedras para levantar este enorme edifício. O trabalho é duro e mal pago, no entanto o que poderemos fazer? Não tem outra forma e tenho que levar o alimento para meus filhos.

O visitante se aproximou de um terceiro trabalhador e fez novamente a mesma pergunta: que estás fazendo? O homem, com mais entusiasmo e alegria respondeu:

- Estamos levantando um grande hospital, o melhor do mundo. As gerações futuras o admirarão e ele poderá salvar a vida de milhares de pessoas. Talvez jamais o possa usar, mas 

.........

O mesmo trabalho, o mesmo salário, a mesma ausência de reconhecimento, a mesma realidade.

No entanto existe em cada obreiro três maneiras diferentes de ver a mesma realidade, de vive-la; um deles a vê como escravidão; o outro como resignação e o último como uma apaixonantes aventura e como um desavio para si mesmo.

Deveríamos, todos, viver com ilusão, desfrutar nosso trabalho com paixão e nos sentirmos partes das boas obras.

A recompensa está naquilo que acreditamos!

Que possamos cuidar sempre de construir o melhor que pudermos, afinal somos construtores!


(Site Del Guajiro)

domingo, 2 de março de 2014

AS VIRTUDES NO PENSAMENTO DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

Paulo Roberto da Rocha 
Prof. Dr. Carlos Alberto Albertuni (Orientador) 
Prof. Dr. Arlei de Espíndola (Coordenador) 

RESUMO

O tratado das virtudes de Tomás de Aquino, tendo como base a ética de Aristóteles que é um verdadeiro tratado sobre moral e a tradição cristã, tem como objetivo esclarecer qual a finalidade do homem em suas ações. No tratado das virtudes, Tomás faz uma distinção entre virtudes morais e virtudes intelectuais. Segundo ele, as virtudes intelectuais aperfeiçoam o intelecto especulativo e prático, enquanto que as virtudes morais aperfeiçoam a potência apetitiva. Ambas funcionam como motores com a função de aperfeiçoar o homem. Tomás define como principais as virtudes morais, juntamente com a virtude intelectual da Prudência, sendo que exigem a retidão do apetite. Mas não bastam ao homem somente osprincípios naturais pelos quais o homem consegue agir bem de acordo com suas possibilidades. De acordo com Tomás, é necessário que lhes sejam acrescentados por Deus certos princípios pelos quais ele se ordene a bem-aventurança sobrenatural que se chamam virtudes teologais, porque tais virtudes são transmitidas unicamente pela revelação divina, através da sagrada escritura. Trabalhamos aqui com a hipótese de que Tomás, a exemplo da virtude teologal da caridade, tenha considerado também a virtude da prudência como excelência. 

PALAVRAS- CHAVE: Virtude, hábito, ações humanas. 

A moral no pensamento de Tomás de Aquino é uma ciência do ato humano, ou seja, prática. Como o fim do homem é a felicidade eterna, Tomás propõe um estudo dos princípios gerais da moral, que poderiamconduzir o homem a esse fim. Mas sem a liberdade não há moral, e esta tem seu fundamento na razão. Diante dos bens particulares, nossa vontade permanece livre, sendo ela determinada apenas pelo bem absoluto. O que ocorre é que o homem pode errar nas escolhas concretas em sua vida, o que poderá torná-lo apto ou não em possuir a bem-aventurança prometida por Deus. De acordo com Tomás, o homem deve agir em vista do fim, sendo ele racional e tendo, portanto, domínio sobre os seus atos pela razão prática e pela vontade. Na intenção de distinguir fim e bem, Tomás define o bem como algo “que toda coisa deseja” e este se apresenta ao intelecto como verdadeiro e, portanto, algo desejável à vontade. O papel da razão prática, portanto, é de suma importância, pois, por meio dela, o homem tem a possibilidade de conhecer as realidades contingentes, e estas ficam a mercê da vontade. A faculdade da razão e da vontade é por ele denominada de livre-arbítrio, onde a própria vontadecom seu poder de escolha enquanto penetrada pela razão tem como objeto próprio a escolha dos meios para alcançar o bem como um fim. A concepção de liberdade de Santo Tomás repousa sobre uma espécie de “colaboração harmônica” entre o Intelecto que apreende o verdadeiro e a Vontade que tende para o bem, compondo, portanto, a ação humana. 

Para falar sobre virtudes na concepção de Tomás de Aquino, primeiramente seria fundamental definir como Tomás classifica e comoelas atuam no agir humano conforme seu pensamento. Na Iª seção da IIª parte da Suma Teológica, antes de abordar acerca das virtudes, Tomás faz uma espécie de preparação, partindo da questão 49 até a questão 54, por meio de considerações muito relevantes acerca dos princípios dos atos humanos, dando ênfase neste caso a um princípio segundo ele intrínseco denominado de hábito. Mas qual a relevância desse princípio no agirhumano na ética de Tomás de Aquino? Na questão 55, ele faz a seguinte observação: 

“A virtude designa certa perfeição da potência. Mas a perfeição de uma coisa é considerada, principalmente, em ordem do seu fim. Ora, o fim da potência é o ato. Portanto, a potência será perfeita na medida em que é determinada por seu ato. As potências racionais próprias do homem não são determinadas a uma coisa só, antes se prestam, indeterminadamente, a muitas coisas. Ora, é pelos hábitos que elas sedeterminam aos atos. Por isso as virtudes humanas são hábitos.” (Suma Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 55 a.1). 

Influenciado pela tradição tanto filosófica quanto teológica, Tomás classifica as virtudes como hábitos, ou seja, um estado, uma maneira de ser. “É uma disposição, uma capacidade da natureza humana, a qual se enraíza em sua natureza específica e individual, finalizada pelo agir”. Assim define[1] Tomás:

“O filósofo define o hábito como uma disposição segundo a qual alguém se dispõe bem ou mal, e no livro II da Ética, diz que é segundo os hábitos que nos comportamos em relação com as paixões, bem ou mal. Quando, pois, é um modo em harmonia com a natureza da coisa, então tem a razão de bem; e quando em desarmonia, tem a razão de mal.” (Suma Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 49 a.2). 

Tomás, portanto, não qualifica o hábito a um determinismo como um único tipo de agir, a certo condicionamento ou domesticação; como é uma disposição natural não regrada pelo instinto ou por qualquer tipo dedeterminismo, está sempre aberto, buscando descobrir a melhor maneira de agir concretamente no singular, em fidelidade a especificidade da natureza humana, ou seja, a inteligência que deseja. Mas tanto a virtude, que orienta o homem para a bem-aventurança como também seu oposto, o vício, que faz com que o homem se afaste dela, são hábitos. O verdadeiro sentido do hábito, segundo Tomás, é pura e simplesmente uma qualidade adqurida[2] e livremente desenvolvida que facilita e aperfeiçoa a ação e o próprio homem. Como o hábito é “aquilo de que alguém se vale quando quer”, Tomás afirma na questão 50, artigo 5 que “a própria razão de hábito revela que ele é ordenado sobretudo a vontade”. 

No artigo 1 da questão 51, Tomás faz uma espécie de classificação do hábito quanto ao seu caráter inato. Segundo ele existem hábitos que são inatos[3], dados prontos ao agir e outros são adquiridos como vimos anteriormente, mas a partir de uma disposição inata presentes no homem em conformidade com a sua natureza. Tomás, seguindo os passos de seu “mestre” Alberto Magno propõe, então, essa inovação referente à questão do Hábito, ou seja, existem no homem também hábitos inatos, uma espécie de princípio evidente da razão prática[4] , denominado de sindérese que são os fins das virtudes morais e o fim de tais virtudes é o bem humano, que consiste na conformidade com a razão. Segundo a definição de Tomás na Suma[5] , os fins das virtudes morais devem preexistir na razão. Cabe, portanto, a razão prática, pormeio da sindérese, preestabelecer o fim das virtudes morais. A sindérese pode ser definida como uma espécie de “intuição” dos primeiros princípios da lei moral, constituindo não uma potência, mas um hábito inato, infuso por Deus e distinto da consciência. O papel da consciência seria de julgar um ato que se realizou ou que será realizado e sua função, sendo em ato e não em potência, é de fazer a ligação da sindérese com a prática. Pela lógica podemos entender qual a função da consciência pelo seguinte exemplo: temos como premissa maior a concepção de que Deus é o sumo bem; a premissa menor afirma que o adultério fere o mandamento de Deus; com isso, a conclusão é de que o adultério é pecado e é mal. A consciência seria responsável pela conclusão do silogismo[6]

A sindérese[7], portanto, é como uma espécie de “centelha” da consciência com a função de drecionar o comportamento. Quanto a essa questão, Tomás afirma que: 

“...para compreender a sindérese é preciso considerar que o raciocínio humano, sendo uma espécie de movimento, procede da intelecção de algumas coisas naturalmente conhecidas sem pesquisa racional como um princípio imóvel e termina igualmente em uma intelecção, na medida em que, mediante princípios naturalmente conhecidos por si mesmos (hábito natural), julgamos as conclusões que encontramos raciocinando, no caso da razão prática, sobre as coisas que tem relação com a ação.”(Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª Iªe, V.II, Q. 79, a. 12. São Paulo: Loyola, 2004) 

Em outras palavras, a função da sindérese é de apreender a lei natural que nos é proporcionada por pura graça de Deus e preestabelecer um fim para a virtude moral que é o bem humano, em conformidade com a razão. A inovação de Tomás em relação ao pensamento aristotélico está no fato de admitir que existe, além de um princípio de ordem especulativa, um princípio da ordem da ação, como um hábito natural chamado sindérese que incita o bem e condena o mal. Diferentemente da vontade que tende a ser boa ou má, a sindérese, por ter como objetivo principal a apreensão da lei natural, tende somente para o bem. Em sua tese de Doutorado, o prof. Albertuni[8] afirma que Tomás, na solução da questão ratifica as relações e diferenciações entre a lei natural, a sindérese e a consciência. A lei natural é apresentada como os princípios universais, sendo a sindérese o hábito desses princípios e a consciência aparece como certa aplicação da lei natural àquilo que se deve fazer. A partir da questão 55, Tomás começa o seu tratado das virtudes partindo de sua essência. Como já foi definido, Tomás classifica as virtudes como hábitos bons. É essa habilidade que torna o homem bom, dando condições de fazer o melhor uso possível de sua liberdade, com o intuito de colocar em ordem harmoniosa suas paixões no caminho das bem-aventuranças[9]

Tomás, a partir da questão 58, faz uma distinção entre virtudes morais e virtudes intelectuais. Ele começa afirmando que, “para poder definir virtudes morais é preciso considerar o que é o costume”. Em sua concepção moral, as virtudes morais são vivenciadas na afetividade humana, ou seja, em seus desejos e aversões, motivações, prazeres e tristezas. Por meio dos costumes [10], os homens entendem suas maneirasde viver de acordo com uma espécie de inclinação natural para alguma ação, tendo a capacidade de exercer o seu império sobre as paixões. Segundo Tomás: 

“para agir bem, é necessário que não só a razão esteja bem disposta pelo hábito da virtude intelectual, mas que a potência apetitiva também esteja pelo hábito da virtude moral. Tal como o apetite se distingue da razão, assim também a virtude moral se distingue da intelectual. E como o apetite é princípio dos atos humanos enquanto participa, de algum modo, da razão, assim o hábito moral tem a razão de virtude humana,na medida em que se conforma com a razão.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, V.IV, Q. 58, a. 2. São Paulo: Loyola, 2004) 

Portanto, segundo Tomás no artigo seguinte, enquanto as virtudes intelectuais aperfeiçoam o intelecto especulativo e prático, as virtudes morais aperfeiçoam a potência apetitiva. Ambas funcionam como motores com a função de aperfeiçoar o homem (q. 58, a. 3). 

Virtude moral, segundo Tomás, vem do latim “mos” que pode ter o sentido de costume ou com o sentido de inclinação natural ou quase natural para alguma ação. Mas ambos os significados são bem próximos,de acordo com a concepção tomásica no artigo 2 da questão 58. Essa espécie de inclinação para o ato convém da virtude apetitiva, pois move, com isso, todas as outras potências para a ação. Por isso, as virtudes morais estão presentes na faculdade apetitiva. Mas para que aja uma ação boa é necessário que a potência apetitiva esteja bem disposta pelo hábito das virtudes morais e este tem a razão de virtude humana, na medida em que se conforma com a razão. 

Partindo da questão 4, percebemos a importância que Tomás dá para a virtude da Prudência[11] que, segundo ele é a reta razão do agir de modo tanto geral como particular, pois sem ela, não pode existir virtude moral, já que é um habito que faz escolhas e, para que estas sejam certas ou boas é necessário que haja primeiro a devida intenção na busca de um fim, que se faz pelas virtudes morais com sua função específica de inclinar as potências apetitivas para o bem conveniente com a razão, que é o fim devido, e segundo “que se usem corretamente os meios, e isso só se alcança por uma razão que saiba aconselhar, julgar e decidir bem, o que é próprio da Prudência. Logo, a virtude moral não pode existir sem a Prudência” (1ª seção, II parte, q. 58, a. 4). Mas Tomás afirma que a reta razão pressupõe princípios tanto universais como particulares, pelos quais ela possa proceder. Segundo ele: 

“assim como nos dispomos a proceder retamente em relação aos princípios universais, pelo intelecto naturalmente, ou pela ciência habitual, assim também, para nos dispormos bem em relação aos princípios particulares de nossas ações, que são os fins, é preciso que sejamos aperfeiçoados por certos hábitos que, de alguma forma nos tornam conatural o correto julgamento do fim. E isso se faz pela virtude moral, porque o virtuoso julga retamente sobre o fim da virtude. Logo, a razão reta do agir, ou seja, a Prudência, exige que o homem tenha a virtude moral”. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 58, a. 5. São Paulo: Loyola, 2004) 

As virtudes morais, juntamente com a virtude intelectual da Prudência porque esta é de certa forma uma virtude moral também, sendo as que exigem a retidão do apetite, pois produzem a potência de agir bem e são a causa do exercício da boa ação, Tomás as define na questão 61, artigo1 como virtudes principais ou cardeais[12]. No artigo 2 Tomás descreve quais são as virtudes cardeais. Segundo ele estas podem ser estabelecidas tanto por princípios formais como pelos sujeitos. Por meio de princípios formais descreve primeiramente a prudência como já foi indicado, como sendo uma virtude tanto intelectual como moral sendo ela a própria consideração da razão e uma virtude principal; e outras trêsvirtudes morais, mas agora enquanto se afirma a razão em relação aalguma coisa, sendo, pois, a justiça em relação às ações e, em relação às paixões, é preciso que haja duas virtudes, pois, para se afirmar a ordem da razão nas paixões, é necessário levar em conta a oposição delas à razão, sendo, portanto, a temperança que tem a função de controlar a paixão quando essa se impele a algo contrário a razão, e a fortaleza que nos afirma inarredavelmente no que é racional quando a paixão tende a nos afastar das normas da razão como o temor do perigo ou do sofrimento. Em relação ao sujeito, Tomás afirma que chegamos ao mesmo número de virtudes: 

“... pois são quatro os sujeitos da virtude que estamos falando aqui, a saber: o racional por essência, que a Prudência aperfeiçoa, e o racional por participação, que se divide em três, ou seja, a vontade, sujeito da justiça; o apetite concupiscível, sujeito da temperança e o irascível, sujeito da fortaleza.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 61, a. 2. São Paulo: Loyola, 2004). 

Como vimos, Tomás faz uma distinção entre as virtudes morais e intelectuais. Para ele, as virtudes morais são consideradas principais em relação às outras virtudes, “devido à principalidade da matéria” (q.61, a.3). Mas devido a essa distinção e considerando que a função da virtude intelectual é de aperfeiçoar o intelecto especulativo e prático para o bom agir do homem e que para que haja uma ação boa, tanto a potência apetitiva como a razão devem estar bem dispostas. Se faz necessário, portanto, uma análise das virtudes intelectuais. Tomás, na questão 57, classifica as virtudes intelectuais em especulativas, que tem por objeto o necessário, a verdade, ao passo que as virtudes práticas se ocupam do contingente. No artigo 1 afirma que os hábitos intelectuais especulativos, apesar de não influenciarem na parte apetitiva, poderão ser chamados de virtudes, pois auxiliam na busca da verdade nas boas ações, tornando o sujeito apto a contemplá-la nas coisas das quais tem conhecimento, por moção da vontade. Como a finalidade do homem está presente na vida contemplativa, a inteligência especulativa tem uma função muito significativa, pois o que se deseja contemplar é justamente a verdade que está presente em Deus. Herdando de Aristóteles, Tomas faz a mesma distinção das atividades da inteligência em três categorias[13]: a sabedoria onde temos o desenvolvimento da inteligência, capacitando o sujeito em emitir um julgamento definitivo e universal sobre todas as coisas e dois outros hábitos considerados como partes potenciais da sabedoria, a ciência que tem a função de aperfeiçoar os múltiplos processos da inteligência e o intelecto que habilita o sujeito a fazer um bom uso dos primeiros princípios. A distinção das virtudes intelectuais práticas das intelectuais está justamente no seu objeto, ou seja, no contingente, e são elas: a arte enquanto se ocupa do contingente no domínio da produção e a prudência, que se ocupa do contingente no domínio da ação. No artigo 3, Tomás classifica a arte como “a razão reta de fazer algumas obras”, ou seja, um hábito operativo e se identifica como um hábito especulativo pois esta também torna a obra boa a partir da faculdade de bem agir e não pelo aperfeiçoamento do apetite. Mas a arte se distingue da prudência, pois esta se ocupa do contingente da ação e, como vimos acima, é uma virtude especial, justamente por ter como objeto “a totalidade da conduta da vida e o fim último da vida humana”, e é considerada tanto uma virtude intelectual como moral, pois “não faz somente essa faculdade agir bem, como também o exercício, já que diz respeito ao apetite, por lhe pressupor a retidão” (a.4). 

Mas, segundo Tomás, não basta ao homem somente os princípiosnaturais pelos quais o homem consegue agir bem de acordo com suas possibilidades, para ordená-lo a bem aventurança, pois, estes excedem a natureza humana. 

“É necessário, pois, que lhes sejam acrescentados por Deus certos princípios pelos quais ele se ordene a bem-aventurança sobrenatural, tal como está ordenado ao fim que lhe é conatural por princípios naturais que, porém, não excluem o auxílio divino. Ora, esses princípios se chamam virtudes teologais, primeiro por terem Deus como objeto, no sentido que nos orientam retamente para ele; depois por serem infundidos só por Deus; e, finalmente, porque essas virtudes são transmitidas unicamente pela revelação divina, na sagrada escritura”. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 62, a. 1. São Paulo: Loyola, 2004) 

Tomás, no artigo 2 afirma que a distinção das virtudes teologais em relação as virtudes morais e intelectuais está no objeto. Nas virtudesteologais é o próprio Deus, fim último das coisas, enquanto ultrapassa o conhecimento da nossa razão, enquanto que nas virtudes morais e intelectuais, o objeto é algo que a razão humana pode compreender. As virtudes teologais têm, portanto, a função de ordenar o homem à bem aventurança sobrenatural:

“Primeiramente, no que diz respeito ao intelecto, são acrescentados ao homem e apreendidos por iluminação divina alguns princípios sobrenaturais, que são o conjunto do que se deve crer, o objeto da fé; em segundo lugar, a vontade se ordena para o fim sobrenatural, seja pelo movimento de intenção que tende parta esse fim, como para algo possível de se obter e isso é a esperança; seja por uma união espiritual, pela qual a vontade é de certa forma transformada nesse fim, o que se concretiza na caridade. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 62, a. 3. São Paulo: Loyola, 2004) 

Para Tomás, o essencial na virtude da Fé é a verdade. Por esse motivo, quando avalia o objeto da fé na 2ª seção da 2ª parte, ele começa pela verdade primeira. É a verdade que comanda, e é ela que Deus quer nos transmitir. De acordo com Tomás na questão 1, artigos de 1 a 10, o que está sob a fé está ordenado para Deus e implica o assentimento do intelecto àquilo em que se crê, e este adere ao objeto por escolha voluntária, com certeza e sem qualquer temor. “O primeiro artigo diz o essencial: só se deve crer em Deus. Os nove outros: como Deus se deu a crer.”[14] No artigo 1 da questão 4, Tomás relaciona os dois elementos que compõem a fé, a saber, a inteligência e a afetividade. “A fé reside essencialmente na inteligência, mas ela começa na afeição que inclina o espírito a assentir e o fixa; e termina na afeição, pois só a caridade[15] faz dela de fato uma virtude”[16]. Assim, Tomás define no artigo 1 da questão 4 que: “o ato de fé é crer; é um ato do intelecto que se define por um objeto, por ordem da vontade”. 

A esperança é uma virtude bem distinta da fé e da caridade. Enquanto a fé é uma virtude intelectual que leva o homem a aderir a Deus enquanto este é para nós princípio do conhecimento da verdade, como vimos acima, a esperança é uma virtude da vontade, ou seja, um impulso do apetite rumo ao Bem absoluto tão distante de nós, que é Deus. No artigo 1 da questão 17 Tomás afirma que é justamente a espera do auxílio divino que torna a esperança uma virtude, pois ela pode tornar bom o ato humano, e como a nossa esperança como criatura de Deus é alcançar a bem-aventurança eterna, este se torna o objeto próprio e principal dessa virtude.

“A esperança faz com que o homem se ligue a Deus, enquanto ele é para nós princípio da bondade perfeita, enquanto pela esperança apoiamo-nos no auxílio divino para obter a bem-aventurança eterna.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 17, a. 6. São Paulo: Loyola, 2004) 

A palavra Caridade em nossa sociedade é de certa forma uma distorção da proposta bíblica apresentada por Tomás na Suma. O artigo 1 da questão 23 sobre a caridade já esclarece bastante coisa, pois define ela como uma espécie de amizade do homem para com Deus que nos torna participantes de sua bem-aventurança. E o amor, palavra que se identifica mais com a definição tomásica de Caridade, é o que se funda nessa comunhão de Deus e o homem. Assim como as demais virtudes teologais, a caridade é uma virtude, pois está relacionada a Deus, e uma virtude especial, sendo que o objeto próprio do amor de caridade é o bem divino, e, por isso, um amor especial. Segundo Tomás no artigo 7, não pode haver verdadeira virtude sem a caridade, pois ela é considerada uma virtude absolutamente verdadeira enquanto ordenada ao bem principal do homem, que é Deus. No artigo anterior, Tomás define assim a caridade: “...entre as virtudes teologais, será mais excelente aquela que mais alcançar a Deus. Ora, a fé e a esperança alcançam Deus na medida em que recebemos dele ou o conhecimento da verdade ou a posse do bem. Mas a caridade alcança Deus para que nele permaneça e não para que dele recebamos algo.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 23, a. 6. São Paulo: Loyola, 2004).

Portanto, Tomás considera que as virtudes teologais, que consistem em alcançar a regra primeira que é Deus, são mais excelentes que as virtudes morais e intelectuais, que consistem em alcançar a razãohumana. É importante ressaltar que Tomás de Aquino, no tratado da caridade, ressalta a excelência dessa virtude em relação às demais, mas considera também a virtude da Prudência como excelência diante das virtudes morais: 

“Daí resulta que a caridade é mais excelenteque a fé e a esperança e, por conseguinte, que todas as outras virtudes. Assim também a prudência, que alcança a razão em si mesma, é também mais excelente que as outras virtudes morais, as quais alcançam a razão na medida em que a prudência se constitui como meio termo nas operações ou paixões humanas.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 23, a. 6. São Paulo: Loyola, 2004). 

Carlos Nascimento[17] destaca o fato de que, em nosso tempo a palavra prudência tem sido vítima de desqualificação, a exemplo tanto da palavra virtude como também da palavra moral. Além disso, destaca uma critica feita por A. Gauthier que considera a construção de Tomás sobre a virtude da prudência uma “desfiguração” da phrónesis-prudência de Aristóteles. Mas ressalta que a phrónesis-prudência foi o centro da análise da práxis por Aristóteles e foi posta por Tomás em lugar bem privilegiado e, apesar de apresentar pontos de divergência da concepção aristotélica, esta não fica reduzida a uma “rotina moral”. Na IIª parte da Suma Teológica, Tomás dedica 56 artigos divididos em 9 questões somente para esclarecer e fundamentar a virtude da Prudência. Como mostra a citação acima, a função da virtude da prudência é alcançar a razão em si mesma, e fazer com que esta alcance também o meio termo nas operações ou paixões humanas. O papel da prudência dentro da ética proposta por Tomás de Aquino ocupa um lugar privilegiado dentro da sua concepção ética. Em seu tratado da prudência, Tomás afirma na questão 47, artigo 1 que “a prudência reside propriamente na razão” e que é próprio dela conhecer o futuro a partir das coisas presentes e futuras. Cabe, portanto, ao prudente auxiliar na ordenação ou impedimento das coisas que devem ser feitas no presente e seu mérito está no fato dessa aplicação contingente, que é o fim da razão prática. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências utilizadas ;
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. IIª Seção da IIª Parte, Introduçãoe notas das virtudes teologais por Antonin-Marcel Henri e da prudência por Albert Raulin. São Paulo: Loyola, 2004. 
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Volume I, III e IV. São Paulo: Loyola, 2004 
NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro do. A Prudência Segundo Tomás deAquino. Revista Síntese Nova Fase. Belo Horizonte, v.20 n. 62, PP. 365-385, 1993. 
ALBERTUNI, Carlos Alberto. Tese: O conceito de Sindérese na moral deTomás de Aquino. Campinas: UNICAMP, 2006. 

Referências consultadas; 
SCIACCA, Michele Federico. História da Filosofia I – Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1966. 
TORRELL, Jean-Pierre. Iniciação a Santo Tomás de Aquino – Sua Pessoa e Sua Obra. 2ed. São Paulo: Loyola, 2004. 
VAZ, H. C. de Lima. Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética Filosófica 1. São Paulo: Loyola, 2002. 
REALE, Giovanni/ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. 
THONNARD, F. J. Compêndio de História da Filosofia. Tradução Valente Pombo. São Paulo: Editora Herder, 1968. 
GARDEIL, H. D. Iniciação à Filosofia de S. Tomás de Aquino. TraduçãoPe. Augusto J. Chiavegato. São Paulo: Duas Cidades, 1967. 

[1] Introdução da Suma Teológica das Edições Loyola sobre os Hábitos e Virtudes por Albert Plé. 
2] No artigo 1 da questão 49, Tomás define o hábito como uma qualidade que se pode ter. 
[3] Nota de rodapé da q. 51, a. 1. 
[4] NASCIMENTO, Carlos A. Ribeiro do. A Prudência Segundo Tomás de Aquino. Revista Síntese Nova fase. Belo Horizonte, v.20 n. 62, PP. 365-385, 193. 
[5] Nota de rodapé da Suma Teológica. Q. 79, artigo 12. Iª parte. p. 460 
[6] O silogismo é um termo proveniente do grego antigo e significa “raciocínio”, é uma palavra muito utilizada no meio filosófico, principalmente nos estudos realizados por Aristóteles. Esse filósofo efetuou o conceito de argumentação lógica e perfeita baseada em três proposições relacionadas entre si. 
[7] Sindérese. Do grego synderesis. Faculdade natural de julgar com retidão; descrição, bom senso. Estado de contrição da alma, quando compara o que é com o que devia ser. 
[8] Albertuni, Carlos Alberto. Tese: O conceito de Sindérese na moral de Tomás de Aquino. Campinas: UNICAMP, 2006. 
[9] Nota de rodapé da Suma, q.55, a.1. Edições Loyola, p. 94. 
[10] Nota de rodapé da Suma, q.58, a.1. Edições Loyola, p. 129. 
[11] “Transposição operada por Tomás de Aquino do conceito de phronesis, principal virtude intelectual segundo Aristóteles.” (Vaz, Lima. Escritos de Filosofia IV. São Paulo: Loyola, 2002.) 
[12] A virtude humana e humanizante, levada a perfeição, habilita o homem a agir com todo o seu ser em conformidade com sua natureza racional. É dessa forma que ela assegura, de uma vez só, tanto o bem da obra cumprida quanto o do sujeito que age. Já as virtudes da inteligência e da arte não tornam moralmente bom o sujeito. Elas são, portanto imperfeitas quanto à total realização do homem; falta-lhes, tomadas em si mesmas, retificar o apetite, o que justamente realizam as virtudes morais. (Nota de rodapé da Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 61, a. 1, p. 162. São Paulo: Loyola, 2004) 
[13] Nota de rodapé da Suma, v. IV, q.57, a.2. Edições Loyola, p. 117. 
14] Nota de rodapé da Suma, v. V, q.1, a.1. Edições Loyola, p. 47. 
[15] É importante ressaltar que Tomás destaca no artigo 3 da questão 4 que o ato de fé ordena-se ao objeto da vontade, que é o bem, como a um fim. Este bem, que é o fim da fé, isto é, o bem divino, é o objeto próprio da caridade. 
[16] Nota de rodapé da Suma, v. V, q.4, a.1. Edições Loyola, p. 96. 
[17] NASCIMENTO, Carlos A. Ribeiro do. A Prudência Segundo Tomás de Aquino. Revista Síntese Nova fase. Belo Horizonte, v.20 n. 62, PP. 365-385, 1993

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


MAÇONARIA, DEUS e DEUSES

(TEÍSMO E DEÍSMO)

Ir.´. José Roberto Cardoso -MM
Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF

A MESOPOTÂMIA


Para muitos cientistas o homem teria se originado da Eva Mitocondrial, na África, e dali povoado todo o globo.

Em princípio, o homem era nômade, vivia da caça, da coleta de frutos, até começar a domesticar os animais e a conhecer a agricultura.

Numa dessas correntes migratórias o homem teria chegado à região da Mesopotâmia e ali se aninhou, se tornou sedentário, formou suas tribos, clãs, cidades e estados. Isso teria ocorrido, pelo que se tem registrado nas tábuas de argila dos sumerianos, seis mil anos a. C. No entanto, tal fato, pode remontar alguns milênios a mais.

A mesopotâmia era uma região muito fértil, cercada pelos rios Tigres e Eufrates e por esse motivo foi considerada o Eden, o Paraíso.


Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente, exatamente por ter o formato de uma Lua crescente e de ter um solo fértil - uma região do Oriente Médio excelente para a agricultura, exatamente num local onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para qualquer cultivo, a Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas ao Norte a Alta Mesopotâmia ou Assíria, uma Região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas pastagens, e ao Sul a Baixa Mesopotâmia ou Caldéia, muito fértil em função do regime dos rios, que nascem nas montanhas da Armênia e desaguam separadamente no Golfo Pérsico. O termo também designa o estudo do período histórico entre o III e o I milênios a.C., quando a região desenvolveu uma cultura em comum e apresentou momentos variáveis de unificação territorial, desde o surgimento das primeiras cidades, como Ur e Uruk até o fim da dominação persa aquemênida.[1]

A SUMERIA


A civilização sumeriana é a mais antiga civilização da humanidade, da qual se tem evidência. Situava-se na parte Sul da Mesopotâmia, embora os proto-sumerianos tivessem surgido na parte norte, no atual Curdistão. 

Essa civilização floresceu, teve seu apogeu, mas devido a liberdade que se dava às suas cidades-estado foi se enfraquecendo e dominada posteriormente por vários povos, dentre eles os babilônios.

Nessa região foram construídos os primeiros grandes templos de adoração a um deus, conhecidos como zigurates que são muito parecidos com as pirâmides encontradas na América do Sul. Um famoso zigurate foi a Torre de Babel, ou Torre da Confusão por ter sido construída por povos de diferentes idiomas.

Os registros mais antigos da história de um povo foram encontrados naquela região e são as famosas tábuas de argila dos sumerianos.


AS TÁBUAS DE ARGILA


Essas tábuas de argila nos relatam a história dos annunakis, extraterrestres oriundos de Nibiru e bem assim fazem um relato de como teria surgido nossa raça. Dizem os registros que esses annunakis, que tinham facilidade de se locomover em naves e com muita rapidez, teriam realizado uma experiência genética em uma mulher-macado de origem africana inserindo em seu útero esperma de um extraterestre e depois transplantando o embrião para o útero de uma mulher anunnaki. Dessa experiência genética teria surgido a raça humana, fazendo sentido a história da “Eva Mitocondrial”.

A experiência teria sido um sucesso, e da mistura “dos gens” da Eva Mitocondrial com os “gens dos anunnakis” surgiu nossa espécie.

Os anunnakis viviam centenas e centenas de anos, chegando bem próximo a um milênio, e eram vistos como deuses pela raça recém criada que trabalhava como escravos.

Os primeiros deuses com forma antropomórfica adorados pelos homens foram os “anunnakis” e foi através desses deuses que, mais tarde, surgiram os deuses dos panteões egípcio, grego e romano.

Naquela comunidade haviam os grandes comandantes e dentre eles estavam Yaweh e Baal que sempre entravam em contenda, sendo que numa dessas batalhas Yaweh foi o grande vencedor e ficou representando o bem e Baal passou a simbolizar o mal, embora fossem ambos annunakis.

O povo de Nibiru tinha como líder ANU que proibia o relacionamento entre os “annunakis” e “terráqueos”, no entanto, cerca de duzentos desses desobedeceram seu rei e, por isso, foram expulsos e ficaram conhecidos como “os anjos caídos”.

Contam as tábuas de argila que Yaweh, embora tivesse boas intenções, era tido como um deus vingativo e rancoroso e por conta da traição dos “anjos caídos” e da decepção com a raça que haviam criado resolveu se vingar provocando uma grande enchente (dilúvio) com o objetivo de exterminarná-los. Mas, diante da ponderação de alguns importantes annunakis resolveu salvar alguns.


O DRAMA DOS HUMANOS

Da desobediência dos “anjos caídos” vieram descendentes que viviam um drama relacionado a existência, pois seus pais poderiam viver quase mil anos e eles uma migalha desse tempo. Foi daí que surgiu a famosa lenda de Gilgamesh, que não se conformava em saber que morreria tão cedo, como todos os demais humanos. É por conta dessa lenda que sabemos a respeito de outra que fala da “fonte da juventude” tão procurada por antigos reis e grandes comandantes.

OS SUMERIANOS E OS RELATOS BÍBLICOS

Conta a Bíblia, em Genesis, sobre Noé, que teria recebido de Deus (Yaweh) a incumbência de construir uma arca para salvar sua família e a criação.

É interessante se observar que de acordo com o pentateuco[2] Noé viveu 950 anos e era filho de Lameque, que era filho de Matusalém[3], que era filho de Enoque, que era filho de Jared, que era filho de Malalel, que era filho de Cainan ou Quenã, que era filho de Enos, que era filho de SETE, que era filho de ADÃO, que era filho de Deus.

Ora, é fácil observar que os ascendentes de Noé, assim como ele, eram “annunakis”, pois viviam como os deuses e que ADÃO também o era e, provavelmente tenha sido um dos “anjos decaídos”. Me parece que essa linhagem é paralela a linhagem humana obtida da experiência genética na qual ADÃO que teria cedido o experma para fertilizar a Eva africana.

Por fim, a região da Mesopotâmia era conhecida como o Paraíso ou o Eden e era lá que vivia Adão, que “comeu o fruto proibido” (desobedeceu a Anu) dando origem a raça humana, ou seja, ao pecado original.

UM TIQUINHO MAIS SOBRE NOÉ

O nascimento de Noé é relatado no apócrifo de Enoque e relata a história de uma estranha criança.

Conta a história que Matusalém escolheu uma esposa para o seu filho Lameque e esta ficou grávida de um filho. Quando este nasceu repararam que era um bebê muito diferente dos outros e o seu pai teve medo. Ao ter medo, dirigiu-se a Matusalém para lhe contar o sucedido e disse-lhe: "Eu tive um filho estranho, diferente de qualquer homem, e a sua aparência é como a dos filhos de Deus do céu; e a sua natureza é diferente e não é como um de nós." (Enoque 106:7)

Matusalém, ouvindo isto, viajou para longe, ao encontro de Enoque e contou-lhe o sucedido e este, ouvindo tudo, lhe respondeu: "O Senhor fará algo de novo na terra, porque na geração de meu pai Jared, alguns dos Anjos do Senhor transgrediram a palavra de Deus e a sua lei, e uniram-se pecaminosamente com as filhas dos homens e tiveram filhos (anjos caídos). Estes filhos resultantes desta união foram gigantes, não de acordo com o espírito mas de acordo com a carne. Por isto, Deus destruirá a terra com um grande dilúvio e haverá grande destruição e castigo. E este filho que nasceu de teu filho será salvo, e os seus filhos com ele. E toda a humanidade restante morrerá." (Enoque 106:13-17)

Os livros de Enoque e esta história não foram aceitos pelos Judeus, porque, segundo a sua doutrina, os Anjos não se poderiam misturar com as mulheres comuns. Além disto, Matusalém não poderia ter feito qualquer menção a respeito de Noé a Enoque, pois este já não podia ser encontrado mesmo alguns anos antes do nascimento de Noé, conforme a Bíblia, no capítulo 5 do Livro de Gênesis, versículos 21 a 29. Afirma-se entretanto que a origem deste episódio, estaria na Bíblia, em uma das interpretações para os versículos 1 e 2 do capítulo 6 do livro de Gênesis.

O PATRIARCA ABRAÃO

O nome Abrãao significa: chefe de muitas nações, pai de reis, aliado do Senhor.[4]

Abrãao, segundo a Bíblica Sagrada, teria vivido 175 anos. Nasceu em Ur na Caldéia, mesma região da Babilônia, da Suméria, na Mesopotâmia e lá aprendeu com seus ascentrais sobre os deuses e sobre Deus. Ele abominava os “outros deuses” e adorava apenas o “deus vencedor: YAWEH ou JAVÉ e por isso é o pai do monoteísmo judeu.

De Abraão vieram as três grandes religiões da humanidade: judaísmo, cristianismo e islamismo. O judaísmo veio de Isaque e o Islamismo de Ismael. O Cristianismo nasce de dentro do judaísmo.

O Judaísmo compila o Velho Testamento e o segue (Torá) tendo como Deus Todo Poderoso a Yaweh, o mesmo “deus” Yaweh dos sumerianos e nota-se nas antigas escrituras o mesmo Deus vingativo que fará com que Moisés crie a Lei de Talião, olho por olho, dente por dente. É o Deus dos sacrifícios e das guerras. É bom lembrar que o Yaweh sumeriano devia obediência a um rei, a um ente superior.

O Cristianismo surgiu com o sacrifício de Jesus, O Cristo. Jesus Cristo teria sido enviado à Terra por ABBA o Deus Supremo do Universo, para corrigir os erros de Yaweh e implantar a Lei do Amor.

Jesus “batia de frente” contra os sacerdotes judeus e membros do Sinédrio e a inveja, a ambição, levaram-no à morte na cruz.

Após a morte de Jeus, os primeiros cristãos saiam em pregação aos gentios levando a boa nova, ou seja, os maravilhosos ensinamentos do Mestre dos Mestres.

Nessas idas e vindas de uma cidade para outra pernoitavam em casas que estrategicamente eram construídas e que ficaram conhecidas como “Casas do Caminho”.

Das reuniões desses cristãos nessas chamadas Casas do Caminho surgiu o esboço do clero e, um pouco mais além, começou a surgir a organização da Igreja Católica Apostólica Romana e seus bispos.

Não muito além, o Cristianismo se espalha pela Europa e pelo mundo e nesse trajeto muitos foram os cristãos primitivos martirizados principalmente por imperadores romanos, cujos soldados adotavam o mitraísmo como religião.

Tempos depois, no século IV São Jerônimo compila a Vulgata Latina (Bíblia Sagrada) e Teodósio, imperador Romano, defende o Cristianismo como religião e o implanta, cautelosamente, em substituição ao Mitraísmo. O Cristianismo toma força e domina o mundo trazendo e centralizando em si a educação, a cultura e a ciência, que compartilhava com a aristocracia. A partir de então, todo conhecimento que confrontasse as leis e parâmetros estabelecidos pela igreja era considerada heresia.

Todos esses fatos tiveram início já na idade média conhecida também por “A idade das trevas”.

A MAÇONARIA E A IGREJA

Nâo se sabe com exatidão a origem da Maçonaria.

A palavra “mason” ou “maçom” significa pedreiro, construtor e creio que Maçonaria é uma organização de pedreiros e de construtores.

Se levarmos por esse lado veremos que as primeiras organizações maçônicas vieram da antiguidade e claramente as enxergamos nas construções dos zigurates sumerianos, na construção das pirâmides egípcias, principalmente na região de Deir El-Medineh, onde já havia algo semelhante às guildas e corporações da idade média. Os obreiros se ajudavam, amparavam as famílias, tinham seus segredos inerentes à profissão, enfim.

Em razão do caráter sempre sagrado do trabalho e da ciência, as associações profissionais foram sempre sacerdotais entre os povos da Antigüidade.

No Egito, os sacerdotes formavam classes separadas e consagravam-se ao ensino de algum ramo especial do conhecimento humano. Em todos os casos, os alunos passavam por um noviciado e por provas de iniciação para se assegurar de sua vocação.

Como as demais ciências, a Arquitetura também era ensinada em sigilo. A função sagrada de arquiteto construtor era exercida pelos sacerdotes como, por exemplo, Imhotep, sacerdote do Deus Amon, que era conselheiro do faraó Sozer (3.800 a.C.) e que construiu a primeira pirâmide em Sakkarah. Sennemout, arquiteto da rainha Hatsepout, era o controlador dos domínios de Amon e chefe dos sacerdotes de Monthou, na cidade de Armant.

O caráter sacerdotal e místico das associações de construtores é encontrado entre os persas, os caldeus, os sírios e os gregos. A religião também era o fundamento dos Colégios Romanos e de nossas antigas confrarias.[5]

Ao longo da trajetória da humanidade até o Renascimento a maçonaria operativa esteve sempre presente.

Essa maçonaria operativa da Idade Média era a partir dos séculos VI praticada por monges, portanto os maçons eram monges católicos e sofriam influência da religião e tanto é assim que Bento de Nursia dá origem ao período conhecido como MONACAL responsável pela construção de Igrejas e Catedrais.

Esse período vai se esgontando com a chegada do Renascimento onde a cultura e o conhecimento em geral, na Itália, tem uma explosão, surgem os engenheiros e outros profissionais da área de construção e os prédios tomam outra forma. Entre esse período e a chegada do Iluminismo a Maçonaria Operativa, antes composta de construtores e de pessoas com pouco ou quase nenhum estudo, passa a sofrer o assédio das pessoas com formação acadêmica e, pouco a pouco, durante mais de dois séculos, vai desaguar na formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717.

O interessante é que essa Grande Loja foi criada pelos aceitos, ou seja, justamente por aqueles que assediavam os operativos.

No ano de 1751 vários maçons vindo da Irlanda aportaram em Londres e pediram filiação nas Lojas e como eram simples homens, gente sem “sangue azul”, não tiveram o MICTMR. O que fizeram eles então? Simplesmente fundaram uma outra Grande Loja (vou tratá-la como Segunda Grande Loja).

Antes de prosseguir devo responder a uma pergunta que com certeza alguém mentalmente formulou: - Por que ao invés de fundar uma outra “Grande Loja” não fundaram um “Grande Oriente”? Simplesmente porque a expressão “Grande Oriente” só começou a fazer parte do vocabulário maçônico muitos anos depois. Naturalmente as duas Grandes Lojas não se reconheciam e ainda trocavam “farpas”; os membros das Lojas jurisdicionadas à Segunda Grande Loja usavam os rituais primitivos e atacavam os Irmãos da Primeira Grande Loja, chamando-os de perjúrios, profanadores e “moderninhos” (afinal eles haviam alterados os antigos rituais) e a si mesmos eles chamavam-se de “Antigos”.

Durante 72 anos, ambas as Lojas discutiram a unificação que só foi levada a cabo em 1823.

De qualquer forma, em 1723, Anderson, um pastor presbiteriano foi encarregado de elaborar a Constituição da Maçonaria que ficou conhecida como Constituição de Anderson, a base da regularidade maçônica das potências de todo o mundo junto àquela Grande Loja

A maçonaria na Inglaterra sempre foi conflituosa, mas Cristã. Com o advento da reforma e a influência política da nobresa ocorriam as lutas pelo poder e, coincidentemente, entre católicos e protestantes. Os católicos eram os jacobitas (dinastia dos Stuarts) e os protestantes os da Casa de Hanover. 

A dinastia Stuart tendo perdido o poder se exilou na França e influenciará na criação do Rito Escocês Antigo e Aceito.

De qualquer forma, até aqui, estamos falando de uma maçonaria altamente influenciada pelo Cristianismo e, principalmente, pela Igreja Católica. 

Essa é a maçonaria TEÍSTA que segue os ensinamentos da cultura judáico-cristã tendo como referência a Bíblia Sagrada, aceitando os dogmas e ditames da Igreja em princípio e, depois, no conceito do Grande Arquiteto do Universo e na forma como ELE é designado nas outras demais religiões.

A MAÇONARIA DEÍSTA

Sabemos que a Idade Média ficou conhecida como a Idade das Trevas e que além do imenso poder da Igreja Católica a população era praticamente analfabeta, submetida ao jugo do feudalismo e a tirania da Aristocracia.

O conhecimento era restrito à nobreza e a Igreja que às vezes se misturavam para deter o poder temporal ou espiritual. 

De repente eclode o Renascimento, na Itália, que permite a muitos o conhecimento nas artes, na filosofia, na cultura em geral e isso vai despertar, no Iluminismo, as condições necessárias para a retirada dos grilhões do povo, trazendo consigo a liberdade, a igualddade e a fraternidade por ocasião da Revolução Francesa, fazendo com que caia a aristocracia e retirando da Igreja o poder absoluto.

Desse cadinho surgem os grandes pensadores e dentre eles Baruch Spinoza e Jonh Locke que trazem consigo o uso da razão, da ética e da moral.

É dessa corrente de pensamento filosífico que nasce o Grande Oriente de França, em 1728, que adota o Deus da Razão, o Deus Absoluto e Supremo, que não influencia diretamente em nossas vidas e não se subordina à dogmas. 

Isso se dá pelo fato de que eram livres pensadores e, para buscar a verdade, o maçom não poderia ter amarras e limitações.

Essa maçonaria adotou os ideais da revolução francesa de liberdade, igualdade e fraternidade e, por isso as pessoas poderiam ser livres para escolher o seu caminho, a sua crença e serem iguais independentemente da sua condição social. E, por esse motivo, não havia a necessidade da crença em um ser Supremo, as mulheres tinham o mesmo direito que os homens.

É bom esclarecer que embora a Grande Loja da Inglaterra tenha surgido em 1717, isso representava tão-somente os aceitos, já que os antigos não aceitavam os modernos e nem a forma como procederam para fundar aquela Grande Potência. Por conta dessa contradição os antigos fundaram outra Grande Loja e a partir de então começaram as discussões para a unificação que só veio a ocorrer em 1823.

Portanto, a Grande Loja de França era e ainda é, nos dias atuais, DEÍSTA.

O Grande Oriente de França é uma organização laica, não admitindo interferência religiosa em questões temporais. Por isso não exige a crença em um ser supremo para iniciar novos membros.

O Grande Oriente de França conta desde 2012 com Lojas Mistas onde homens e mulheres trabalham em pé de igualdade, além de manter relações fraternas com Obediências mistas e femininas,


CONCLUSÃO

Embora existam, em relação à crença, as maçonarias Teístas e Deístas, a essência da maçonaria é mantida em ambas.

Nós, do Rito Escocês Antigo e Aceito das Grandes Lojas Maçônicas, somos Teístas, no entanto se observarmos nossos rituais veremos que eles estão repletos de conceitos e palavras oriundos da maçonaria Deísta, inclusive com aspectos contraditórios.

Está bem claro que NÃO HÁ LIMITES Á LIVRE INVESTIGAÇÃO DA VERDADE e isso só poderia ser levado a efeito se adotássemos a maçonaria Deísta. A Maçonaria que nos encerra de certa forma nos estritos limites dos dogmas da Igreja Católica, não nos permitiria essa liberdade de pensamento e isso ficou muito evidente por ocasião da Inquisição, onde o conhecimento era restrito à Igreja e ao Estado.

Seria muito fácil conceituar Teísmo e Deísmo. 

O Teísmo - é posição que resulta da crença na existência de Deus através da fé, designadamente por via da crença na Revelação em textos sagrados e ou nas profecias de portadores de mensagens tidas como oriundas da Divindade.[6]

O Cristianismo para se impor como religião no mundo ocidental teve que se curvar a Roma para destituir o deus Mitra, no entanto, tanto a Eucaristia, quando a Chave de Roma, quanto o chapéu que o Papa usa (mitra) são símbolos pagãos.

Aliás, há que se observar que aqueles mesmos deuses da antiguidade (deuses pagãos) estão presentes, de forma velada, na Igreja Católica.

Nas tábuas de argila dos sumerianos está escrito que Ptah, um annunaki, teria fundado o Egito e os egípcios passaram a adorar seus deuses: Maat, uma sumeriana, no panteão egípcio era a “Deusa da Justiça”. Depois vieram os panteões romanos com deuses parecidos entre si: Baco, deus do vinho; Marte, deus da guerra; Netuno, deus dos mares e das águas e por aí vai.

Agora vejam a similaridade entre os “SANTOS” da Igreja Católica, quem em muitos casos foram guerreiros: Santa Bárbara, que nos protege das tempestades; Santa Luzia, que nos protege das doenças dos olhos; Santo Expedito, protetor dos motoristas, e por aí se segue.

O Deísmo – é a posição filosófica que pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a "revelação divina", os dogmas e a tradição.[7]

Sem querer entrar no mérito das religiões e respeitando todas elas, precisamos entender que o FANATISMO, A IGNORÂNCIA e a AMBIÇÃO, que tanto combatemos, sempre estiveram presentes nas religiões. “Alguém já disse: a religião é o ópio do povo”; outro disse: “os dogmas escravizam”, etc.

Pelo que concluí posso ser considerado um ateu, mas não o sou. Acredito no Grande Arquiteto do Universo e, particularmente no Deus daqueles que seguem a filosofia espírita, como sendo: “A Inteligência Suprema e a Causa Primária de Todas as Coisas”. Sou daqueles que procuram conversar com Deus sem amarras, sem dogmatismo, portanto, acreditar nesse Deus é fácil, lógico e racional, o grande problema é saber se ELE acredita em mim.

BIBLIOGRAFIA

1. A Escada para o Céu – Zecharia Sitchi – Editora Madras;
2. A Bíblia Sagrada
3. Wilkipedia.
[1] Wilkipédia.
[2] Pentateuco = cinco primeiros livreos da bílbia escritos por Moisés.
[3] Matusalém = considerado o homem mais velho
[4] Wilkipédia.
[5] Irmão Antonio Rocha Fadista - AS ORIGENS RELIGIOSAS E CORPORATIVAS DA MAÇONARIA.
[6] Rui Bandeira – Blog A partir da Pedra
[7] Idem.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

DEMIURGO

         

DEMIURGO


Ir.´.José Roberto Cardoso - GLMDF

INTRODUÇÃO 


A maçonaria é para mim repositório de conhecimentos da humanidade, de suas lendas e seus mistérios e isso me fascina. 

A Arte Real é perfeita e nos oferece ferramentas, símbolos e alegorias, que permitem despertar o filósofo que há em cada um de nós, seus obreiros. 

De certa forma poucos são os maçons que se dedicam realmente ao estudo, aprendizado e absorção dos ensinamentos dessa doutrina. Poucos nutrem interesse pela pesquisa e muitos se apaixonam pelos ágapes ou até mesmo se encantam com o exercício do poder, os holofotes. 

A curiosidade dos profanos em relação à Ordem cresce quando vem à tona notícias sobre templários e filmes ao estilo Dan Brown ou Harrison Ford, justamente pelo encanto e pela curiosidade. Fora disso, passa ao largo. 

Preocupa-me observar que muitos maçons não possuem a mínima idéia do que é maçonaria e me preocupa mais ainda a rotina das reuniões enfadonhas sem criatividade e sem incentivo. 

Para aquele que busca da verdade há espaço imenso nos estudos filosóficos que nos conduzem a sonhos magníficos e à realidades muito diferentes sobre a vida e o próprio universo. 

Tenho encontrado pessoas abnegadas que se dedicam a tal mister, mas são poucas, e são justamente essas que ainda mantém de pé e à ordem essa velha tradição. 

Todos os temas colocados, nos mais diversos graus, são oportunidades de crescimento. Não vale apenas a leitura dos textos, mas a compreensão e os ensinamentos que eles transmitem para que possamos continuar desbastando a pedra bruta. 

O Tema desse trabalho, embora pareça de fácil compreensão, quando lemos as obras de Platão, para mim é como se fosse um foco unitário de luz direcionado a um prisma que do outro lado se abre em raios de variados tons. 

De certa forma, mesmo que a abordagem sobre religião seja tabu na maçonaria, iremos abordar trechos da Bíblia Sagrada e de culturas daquela época e anteriores. 

Buscarei compreender, através da lógica e da imaginação, o espanto e a admiração do homem mais antigo, em relação às forças da natureza e de sua visão do cosmos. 

E é no ninho das civilizações antigas que encontraremos os primeiros deuses com forma humana ou aproximada à dos humanos. 

Certamente que trago para este trabalho minha visão sobre o Demiurgo de Platão e suas consequências no mundo atual e na própria história da humanidade. 

Espero não decepcionar aqueles com abordagens diferentes. 

Vamos ao tema. 

DEUSES PRIMITIVOS 

O homem primitivo vivia pouco e tinha pouco tempo para aprender com a natureza os mistérios que a envolviam, no entanto a contemplava e temia. 

Provavelmente, desde cedo, percebia que a luz representava a vida e a escuridão a morte e assim, quem sabe, já naquela época, foi o Sol uma divindade[1], um deus. 

Sabemos que o homem era nômade e que migrava de uma região para outra e que nesse processo, saindo da África, se estabeleceu em diversas regiões, sendo a principal delas a região da mesopotâmia e da Índia, ou seja, a região da Ásia. 

Nessas regiões floresceram civilizações que deram origem a outras. 

Conta-nos a história que Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafé e que desses as raças se formaram sobre a terra. 

No livro a Caminho da Luz vemos uma história um tanto quanto semelhante, que fala, contudo, em quatro grandes raças. 

A teoria da evolução, embora possa ser válida para outras espécies, não se encaixa para o ser humano. 

Michael Cremo e Richard Thompson, em seu livro “A História Secreta da Humanidade” nos mostram peças elaborados por artífices com datação carbônica de 6 milhões de anos. 

A impressão que se tem é que a vida é cíclica. Que se inicia, se expande, chega próximo a um fim e depois começa tudo de novo. Aliás, os hindus dizem que o universo se expande e se contrai e que é como se fosse Brahma, expirando e aspirando. 

Platão, o mesmo que nos fala do Demiurgo, nos falou da Atlântida. 

Na cultura hindu vemos a história dos VIMANAS[2], veículos tidos como extraterrestres. 

Na própria Bíblia Sagrada há o relato de Elias que teria sido levado numa carruagem de fogo[3] (espécie de Vimana). 

Vimana

[1] Divindade é um ser sobrenatural, mitológico, com poderes especiais, superior, criado espontaneamente ou por outra divindade, e muitas vezes sua imagem é tida como semelhante à do homem. Cultuado, é tido como o santo, divino ou sagrado, e/ou respeitado por seres humanos. Normalmente as divindades além de mostrarem-se superiores aos seres humanos, controlam ou são superiores à própria natureza. Divindades assumem uma variedade de formas, mas são freqüentemente antropomorfas ou zoomorfas. Uma divindade pode ser masculina, feminina, hermafrodita ou neutra, mas é usualmente imortal. Por vezes, as divindades são identificadas com elementos ou fenômenos da natureza, virtudes ou vícios humanos ou ainda atividades inerentes aos seres humanos. 

[2] Vimana é um veículo voador mitológico, descrito na literatura antiga da Índia. Referências a veículos voadores são comuns nos textos hindus antigos, que, inclusive, descrevem seus usos na arte da guerra. Independentemente de serem capazes de voar na atmosfera terrestre, consta que as vimanas também viajam pelo espaço e sob a água. Alguns ufólogos modernos atribuem às vimana evidências de civilizações tecnologicamente avançadas do passado. Outras explicações são dadas pela Teoria dos astronautas antigos. Há ainda aqueles que estabeleceram ligações das máquinas voadoras com a lenda dos Nove Homens Desconhecidos. David Hatcher Childress fala sobre elas em seu livro "Vimana Aircraft of Ancient India & Atlantis” (Vimana - Aeronáutica da Índia Antiga e da Atlântida), citadas também em obras anteriores como "Lost Cities of China, Central Asia & India” (Cidades Perdidas da China, Índia e Ásia Central). 

[3] 2 Reis 2:9 Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito.
2 Reis 2:10 Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará. 

2 Reis 2:11 Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. 

Há, no entanto, entre essas civilizações antigas, uma que se destaca pela riqueza sobre a origem do ser humano e de seus deuses: Os Sumerianos. 

OS SUMERIANOS 


O povo conhecido como Sumério veio provavelmente da Anatólia[1], mas também pode ter vindo da Pérsia, e chegou à Mesopotâmia por volta de 3300 a.C. Deveriam ser nômades vagando pelo planalto do Irã e pelos Montes Zagros. Fatos mais recentes como utensílios encontrados apontam para a existência deles na área por volta de 20.000 A.C[2]

Acredita-se que antes dos Sumérios chegarem, a baixa Mesopotâmia foi ocupada pelos Ubaidas, um povo que não pertencia ao grupo semita. 

Para quem tem interesse em pesquisar, esse povo ubaidiano foi muito importante e com certeza foi responsável pelo alicerce da civilização Suméria. 

O povo sumeriano tinha muita devoção por seus deuses e também por fenômenos místicos. Em sua religião propiciavam orientação espiritual e explicavam os mistérios da vida e da morte. 

Tão logo iniciaram as construções de casas na suméria foram erguidos também um lar para os deuses e entre esses os mais famosos eram os zigurates. A Torre de Babel é um Zigurate. 

Cada cidade estado cultuava o seu deus 

É interessante observar a aparência desses zigurates com as pirâmides encontradas na América do sul e em parte da Ásia. 

Cada cidade estado cultuava o seu deus. 

Em tábuas de árgila encontradas naquela região se fala de um planeta chamado Niburu ou Marduc cujo líder era Anu e cujo povo era chamado de Anunnaki. 

Os Anunnakis teriam criado a atual raça humana através de uma experiência genética, pois necessitavam de trabalhadores para as minas de ouro da terra. Para tanto resolveram operar uma transformação genética em um ser que vagava pelo Sudeste da África para que ele pudessse lhes servir e fosse resistente o suficiente para trabalhar em mineração, desde que a marca annunaki pudesse ser colocada nele. Ea, uma annunaki, que havia apresentado a proposta, referia-se aos homens e mulheres que tinham evoluído na Terra, mas que ainda estavam num nível de evolução muito distante do atingido pelos habitantes de Nibiru. Depois de muita deliberação, Ea recebeu carta branca e ficou com a incumbência de criar um ”Lulu” (trabalhador primitivo) que suportasse o jugo dos annunakis.[3]

Ninhursag, na qualidade de Primeiro Oficial Médico, iria ajudá-lo na empreitada. Houve muitas tentativas e erros até se encontrar o procedimento correto. Extraindo o óvulo de uma mulher-macaco, Ea e Ninhursag o fertilizaram com o esperma de um jovem astronauta. Em seguida implantaram esse ovo não no útero da mulher macaco, mas no de uma astronauta. Finalmente foi conseguido o “Modelo Perfeito” e Ninhursag gritou de alegria: “Eu o criei! Minhas mãos o fizeram”! E levantou para todos verem o primeiro Homo sapiens – o primeiríssimo bebê de proveta da Terra![4]

Entre as principais lideranças dos anunnakis estavam Enki – considerado o senhor das águas e Enlil – o senhor dos céus. 

Enlil – que é o mesmo Yahweh/Javé/Jeová bíblico. 

Assim, dessa experiência genética nasceu o homem atual que adotou como deuses as lideranças anunnakis. 

Os seres originados dessa experiência tinham boa aparência e as mulheres eram consideradas bonitas, mas não podiam ter contado com os anunnakis, no entanto, um grupo de deles desobedeceu às ordens de seu líder e tiveram relacionamento com mulheres terrestres e foram expulsos e condenados a viver na terra. Esses ficaram conhecidos como nifilins ou anjos decaídos. Dentre eles estaria Lúcifer. 

Toda essa história, se prestarmos atenção, vai desaguar nas outras culturas próximas da região. 

Um dos deuses anunnakis de nome Ptah, deu origem ao Egito. 

Mais tarde veremos que esses deuses sumerianos serviram de estimulo às outras culturas nascendo assim os deuses dos egípcios, gregos e romanos, alguns com forma humana representando planetas e, principalmente o Sol. 

É bom lembrar aqui de Yahweh, ou Javé, que seria adotado pelo povo hebreu e que faz parte do seu antigo testamento como um Deus extremamente vingativo. 


Anunnakis em painéis e estelas sumérios, assírios, também são encontrados na cultura dos egípcios e maias. Nas quatro antigas civilizações citadas, existe uma evidente presença de seres extraterrestres de todos os tamanhos e até de gigantes, como visto abaixo em uma estela da suméria. 

DEUSES DO PANTEÃO EGÍPCIO 

   
 AMOM


                                                  Osiris 

                                                                          Maat 

                                                                         Anubis


                                                 Hator

Horus

                                                   Nefti

                                                           Thot   

                                                                            Ptah


Neith

                                                Sekhmet  



   Amenofis I

                                                   Aton


Bés 


                                              Meretseger                                                                                                                                                      
                                                    Isis                                                                                                                                       

DEUSES DO PANTEÃO ROMANO


          
Júpiter 

  
                                                 Apolo

            
                                                  Atena


      
     Vênus

             
                                                   Minerva



      
                                                    Marte


       
Plutão
                                        
                                                       Juno
                                                                    

Netuno

Febo
                                                                       
Ceres

    
      Baco  
  
    
Diana

   
Cupido

  
                                                Mercúrio                                  
              
                    
                                           
                                                 Vulcano  

                                         
                                                   Saturno

           
       
                                                     Psiquê

               DEUSES DO PANTEÃO GREGO   

                   

                
Atena

             
Apolo  

    
                                               Afrodite

              
Ares

         
Demeter

     
                                                  Hades


              
Hera

     
Zeus   

  
                                               Poseidon


        
       Hermes  
     

     
                                                    Eros

Como podemos observar há uma certa semelhança entre esses deuses, principalmente entre gregos e romanos. Essas culturas se entrelaçavam e tinham toda a influência dos deuses sumerianos, até por que os Hebreus, provenientes de Ur, na Caldéia (Babilônia) tinham frequente intercâmbio com os egípcios e estes com romanos e gregos. 

O filósofo Platão, certamente influenciado por essas culturas e pela observação, nos trouxe a figura do Demiurgo, que é também uma espécie de Deus com poderes delegados. 

DEMIURGO 

A palavra demiurgo é derivada do Grego antigo δημιουργός (dēmiourgós, latinizado demiurgus). No Grego Clássico, a palavra Demiourgos significa "artesão" ou "artífice", literalmente "aquele que trabalha  para o povo", trabalhador especializado, criador; dēmios (δήμιος) que pertence ao povo; dêmos, “o povo”.[5]

Ao que me consta o uso filosófico e o substantivo próprio aparecem no diálogo do Timeu escrito por Platão em 360 a.C., embora se faça presente em outras obras de sua autoria. É nesse diálogo que Platão expôe a criação do mundo pelo Demiurgo. 

Certamente que esse conceito platônico difere do conceito do deus cristão, pois o demiurgo não pode criar a partir do nada, ou seja “ex nihilo”, diferente da mônada, ou seja, do Deus absoluto, ou para nós, o Grande Arquiteto do Universo. 

Ao que me parece, pelas leituras feitas e pela modesta compreensão, o demiurgo é uma autoridade a quem o deus ABBA, ou Grande Arquiteto, delegou competência para dar forma às coisas materiais. 

Observem que o sistema metafísico de Platão centraliza-se no mundo das idéias: Divino, Perfeito e Imanifesto. A ele contrapõe-se a matéria: uma cópia grosseira, imperfeita, falível e impermanente. Entre a idéia e a matéria está o Demiurgo, o Creador. 

Não sei se posso chamar o demiurgo de personalidade ou de inteligência com atividade creadora, ou ordenador, pois quem cria, no mundo das idéias é Abba. Na verdade, dentro desse princípio, ele é o responsável por transformar o caos em cosmos. Comparando com o hinduísmo ele seria Brahma (O Criador), mas não seria Brahma (O Incriado). 

Platão era um filósofo contemplativo, observava a natureza por um todo e entendia que no princípio do Universo havia a matéria caótica e disforme. Havia também as idéias, que são perfeitas. Havia o espaço e havia o DEMIURGO (deus). Segundo ele, o Demiurgo, entristecido com a desordem, resolve copiar as idéias na matéria. Desse modo, Ele gera os objetos que formam a nossa Realidade e, por isso, o que cria nem sempre é perfeito como as idéias de ABBA, ou do Grande Arquiteto do Universo, e fica por isso separado do Pleroma. Para o DEMIURGO, e em sua concepção, tudo o que Ele criava era perfeito, não aceitando nenhuma contestação dos Arcondes e por isso era um Deus rebelde. 

A nossa abordagem é simplória. Poderiamos analisar os aspectos religiosos de tais implicações relacionando as questões do bem e do mal e as indagações constantes sobre o porquê da existência da dualidade e bem assim o porquê ela existe se Deus é a perfeição. 

Há uma obra interessante de Renèe Guenon, intitulada o DEMIURGO que fala sobre o ternário e nos traz lições muito importantes para que possamos compreender a dualidade. 

Vejam que, em sua obra, Guenon, logo de início, aborda a dualidade e o conceito do bem e do mal: 

“Existem alguns problemas que constantemente vêm preocupando o homem, mas aquele que se há apresentado geralmente como o mais difícil de resolver é o da origem do mal, com o qual se depararam, como se fosse um obstáculo intransponível, a maioria dos filósofos e sobre tudo os teólogos: “Si Deus est, unde Malum”? Si non est, unde Bonum?"(1). Este dilema é, com efeito, insolúvel para aqueles que consideram a Criação como obra direta de Deus, e que, em conseqüência, estão obrigados a responsabilizar-lhe do bem e do mal. Se dirá sem dúvida que esta responsabilidade é atenuada em certa medida pela liberdade das criaturas; mas, se as criaturas podem escolher entre o bem e o mal, é porque tanto um como outro já existiam, ao menos em princípio; e se as criaturas são suscetíveis de decidir-se às vezes em favor do mal em lugar de fazê-lo sempre em favor do bem, é porque são imperfeitas. Como então Deus, sendo perfeito, pôde criar seres imperfeitos? 

“Se chamamos bem ao perfeito, realmente o relativo não é algo distinto, já que em princípio está contido nele; então, desde o ponto de vista universal, o mal não existe. Existirá unicamente se consideramos as coisas sob um aspecto fragmentário e analítico, separando-as de seu princípio comum, em lugar de considera-las sinteticamente como contidas nesse princípio, que é a perfeição. Assim é criado o imperfeito; distinguindo o Mal do Bem se cria os dois por esta distinção mesma, pois o Bem e o Mal são tais se opomos um ao outro e, se não há mal, não há motivo para referir-se ao Bem no sentido ordinário dessa palavra, senão unicamente da Perfeição. É, pois a fatal ilusão do dualismo quem realiza o Bem e o Mal, e que, considerando as coisas sob um ponto de vista particularizado, substitui a Unidade pela multiplicidade, e encerra assim os seres sobre os quais exerce seu poder no domínio da confusão e da divisão. Este domínio é o império do Demiurgo.” 

É uma obra interessante de se ler, e vale a pena! Coisa bem própria do Demiurgo. 

Na maçonaria encontramos determinadas abordagens ritualísticas que não compreendemos e, nas instruções ministradas estamos sempre nos deparando com os conceitos da dualidade, começando com o número dois, na 5ª. Instrução de Aprendiz Maçom, quando a ele nos referimos como sendo “perigoso”. 

Mas, depois observaremos a constante presença do ternário que dá equilíbrio às coisas. O Bem e o Mal não existiriam sem o Ternário, pois estão nele contidos e muitas coisas que entendemos como corretas é apenas interpretação equivocada da realidade. 

Luz e Escuridão caminham juntas, uma é a ausência da outra. O fogo que destroi é o mesmo que aquece e nos protege do frio. 

Sabedoria, Força e Beleza são uma constante entre nós maçons e existem para nos mostrar o equilíbrio. A Sabedoria (do Grande Arquiteto) a Força que cria (do Demiurgo) e a Beleza (do Plasmar). 

Vemos também a questão do PONTO, que é o verbo, o mundo das idéias, (ABBA), a RETA que é o PONTO em movimento (o demiurgo) e retas interligadas que são o PLASMAR das idéias, no mundo material. 

CONCLUSÃO 


Todos os temas apresentados nos Graus Filosóficos são, no meu entender, formas de aprendizado e lições que devemos absorver e colocar em prática. 

Fica bem demonstrado que o Demiurgo não é de todo mal, mas sim um teimoso, um deus que não aceita a opinião dos seus auxiliares, por que se acha acima de todos. 

Quantos DEMIURGOS existem entre nós? 

Eles são muito comuns e designam pessoas que tem a disposição de parecer sempre certas, assenhoradas da Verdade. Pessoas que tudo sabem e que tudo explicam. Além disso, quando confrontadas com seus erros, fazem cara de paisagem. 

Há uma pergunta que os pais sempre fazem aos filhos quando pequeninos e que a resposta é sempre a mesma: “por que você fez isso? E a resposta vem automática e sem maldade: “por que sim”. 

Certamente que os adultos já não possuem a candura para tanto, mas é comum observarmos pessoas de pouca cultura, de pouco conhecimento, se arvorarem em verdadeiros sábios e quando falam não aceitam serem abordados ou corrigidos. São os donos da Verdade. Distorcem a realidade dos fatos. 

Há pessoas que mesmo existindo uma legislação a ser obedecida, regras a serem seguidas, normas a serem observadas, mantém o seu ponto de vista fazendo o contrário de tudo que está implícito como correto, simplesmente por não aceitarem opiniões contrárias. São DEMIURGOS! 

Fica aqui o meu entendimento sobre o que é DEMIURGO e o que pode significar em todos os aspectos do conhecimento inerentes à nossa sociedade. É muito comum encontrarmos DEMIURGOS em todas as atividades profissionais. 

Fica também aqui uma visão mais aprofundada da necessidade do homem por seus deuses como justificativa dos seus atos e, o mais importante, a grandeza de ABBA, ou seja, do Grande Arquiteto do Universo. 

[1] Anatólia = Pequena Ásia, região da Turquia.
[2] http://pt.wikibooks.org
[3] Livro “A Escada para o Céu” – Zecharia Sitchin
[4] Idem.
[5] Wilkipédia.

BIBLIOGRAFIA 


1. A Bíblia Sagrada; 
2. A Historia Secreta da Humanidade – Michael Cremo – Editora Madras; 
3. A Escada para o Céu – Zecharia Sitchin; 
4. O Demiurgo – Renèe Guenon; 
5. Ritual de Aprendiz Maçom – GLMDF; 
6. Cardoso, Ciro Flamarion Santana – Antiguidade Oriental: política e religião; 
7. Das Leis – Platão; 
8. Timeu – Platão; 
9. Wilkipédia.