quarta-feira, 5 de junho de 2013

POEMA DO TROLHAMENTO


 (Ir\ Saly Mamede)




Sois membro de uma Irmandade?
Como tal, eu tenho sido.
Com toda sinceridade,
Amado e reconhecido.

Dondes vindes afinal?
Meu lar tem nome de um Santo,
Do justo é casa ideal
E perfeito o meu recanto.


Que trazeis meu caro amigo?
A mais perfeita amizade,
Aos que se encontram comigo,
Trago paz, prosperidade.

Trazeis, também, algo mais?
Do dono da minha casa,
Três abraços fraternais
Calorosos como brasa.

Que se faz em vossa terra?
Para o bem, templo colosso;
Para o mal, nós temos guerra;
Para o vício, calabouço.

Que vindes então fazer?
Sendo pedra embrutecida,
Venho estudar, aprender,
Progredir, mudar de vida.

Que quereis de nós, varão?
Um lugar neste recinto,
Pois trago no coração
O amor que por vós sinto.

Sentai-vos querido Irmão,
Nesta augusta casa nossa
E sabeis que esta mansão
Também é morada vossa.


O NOME DE DEUS

O NOME DE D´US

Praticamente tudo que diz respeito à símbolos e alegorias em nossas práticas maçônicas envolve a tradição judaica. Dimensões do templo, o trono de Shlomoh, as colunas Boaz e Yaaqim, as palavras de Passe ou Sagradas( Shibolet, Tubalcain, Moabon etc) e sem contar a lenda do terceiro grau, Hiran Abif; indicam a estreita ligação de nossa ordem com as tradições e História Judaicas. Pois bem, conversando com um Ir.`., dia 19 do corrente, falamos de explanarmos um pouco sobre essa cultura milenar(afinal estamos no 5773, no calendário judeu). Escolhemos como primeiro assunto tratarmos do VERDADEIRO nome de D’us, que sabiamente a Maçonaria chama de G.`.A.`.D.`.U.`. .

Quase todos sabem que a TRANSLITERAÇÃO do tetragrama YHVH, é considerado como o nome próprio do Criador. O fato baseia-se nos escritos antigos em papiros; couro de carneiro e até em chapas de bronze, guardados em Museus famosos e principalmente na Biblioteca de Yerushaláyin O Nome em hebraico assim está
gravado:
                                                                                                                                                                        
                     
                                    

Em hebraico lê-se da direita para à esquerda. Para ficar mais claro diremos que o alfabeto judaico é composto por  22 letras:

Alef    Bet     Gimel            Dalet He      Vav     Zayin Het     Tet     Yod    rHaf
א         ב         ג          ד         ה         ו           ז          ח         ט         י           כ
ך
Lamed           Mem Nun    Samekh        Ayin   Pe       Tsadik           Qoph Resh  Shin   Tav
ל          מ         נ          ס         ע         פ         צ         ק         ר         ש        ת
ם         ן           ף         ץ
Notem: são 22 letras e todas consoantes!

 Se não aparecem as vogais então como é identificada a pronúncia das vogais em uma palavra Hebraica? De 1500 A.C. até 950 A.C. o alfabeto era quase um Hieróglifo, porém após esse período adotou-se esse alfabeto mas ainda estava sem as Nikkud(pontos vocálicos).Os sábios (chacham) normalmente pertencentes à tribo sacerdotal do levitas, mais os escribas, mantinham a pronúncia de forma oral, já que a leitura das Mitzva e da Torá era atributo exclusivo deles! Durante a Diáspora, isso entre os séculos VII e IX  E.`.V.`. é que os judeus, em especial os Sefaradins, adotaram as marcas vocálicas. Isso deveu-se ao perigo do Extermínio, visto que os sucessores dos Cézares continuavam a caça-los e agora usando o nome de um Judeu! O duro é que por respeitar o 3º. Mandamento, ninguém ousava colocar as marcas vocálicas no tetragrama e assim a palavra foi perdida( lembra alguma coisa não?).

Assim nasceu o Nikkud e para uma compreensão rápida, vamos fazer um ba, be, bi, bo, bu  e já usando a letra  Bet com as marcas vocálicas sob as consoantes e no caso do “O”, acima e à esquerda. Faremos  em seguida um exercício com o tetragrama, colocando as vogais possíveis.
  

Percebe-se perfeitamente que poderemos criar várias pronúncias do Nome Divino, Ad-Infinitum! Há quem diga que o último a conhecer a pronúncia correta foi Shimon bem Yohai; outros garantem que os rabis ortodoxos, a conhecem; outros dizem terem achado um escrito antigo onde aparece  um tzere(e) sob o yod e um qamátz(a) ou segol(e) sob o vav, daí quererem traduzi-lo por Yehveh ou Yehovah!

O fato concreto é que dentro da Cabala e de toda comunidade judaica, apesar de possuir 72 nomes diferentes, todos são títulos e nunca nomes próprios! Recentemente terminei um curso de Hebraico Bíblico, (diferente do Moderno)pela Universidade Hebraica de Jerusalem, faculdade de Humanas, e todos os catedráticos referem ao Criador por Hashem(o nome).

Na própria leitura de textos bíblicos, o tetragrama original não é omitido, porém ao ler-se diz-se Adonay ou Elohim! (Senhor ou Eterno) . Como os escritos sagrados são lidos e relidos costumeiramente e às vezes diariamente, até hoje muitos judeus não colocam os Nikkud, primeiro por não quererem que gentios(o que chamaríamos de profanos) entendam; e segundo porque quase toda palavra hebraica é constituída de uma raiz triconsonantal, e assim pelo contexto (e prática) pode-se ler perfeitamente.(Ex: A raiz  S L M – Shlomoh, Shalom, Shlemut,  Shalmey; traduzindo : Salomão, Paz, Inteiro e  perfeição).

O fato é o seguinte: se alguém realmente sabe a pronúncia correta do Nome Divino, esse é o segredo mais bem guardado da humanidade. Especula-se que essa Palavra Perdida, esteja na Maçonaria, no alto Rabinato Hebreu, ou ainda escondido em um pergaminho à descobrir! Mas eu me pergunto: se nós não conseguimos entender a criação, porque querer  decifrar o Criador? Lembrei-me de Édipo, decrifrou o enigma da Esfinge, ganhou um reino e uma esposa mas não conhecia a origem! Penso que em algum momento de nossa busca pelo conhecimento, devemos parar! O ser humano não pode solucionar tudo, e insistir nisso é mostrar “hibris”, palavra grega que designa a soberba. Decifrar enigmas confere poder aos homens, mas como o mito de Prometeus, o fogo é ótimo para cozinhar, iluminar, mas pode nos queimar!

Gostaria de ter podido dividir com os irmãos, o pouquinho de conhecimento que adquiri nesse meu tempo de existência, e encerrar com uma oração praticada por todos os judeus do mundo à alguns milhares de anos:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lazeman hazê.
Bendito és Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que nos deste vida, nos mantiveste e nos fizeste chegar até a presente época.
MADRAS - LISBOA                                   

Oriente de São Paulo, 22 de setembro de 2012 E.V.

By Alfaiyun

Texto extraído de documento da internet pelo Ir.´. José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva 16 - GLMDF

terça-feira, 4 de junho de 2013

MAÇONARIA - OS GRÊMIOS DE ARTESÃOS



OS GREMIOS DE ARTESÃOS

Ao lado dos monges arquitetos apareceram os arquitetos laicos. A construção de grandes catedrais fez conviver por um bom tempo numerosos obreiros e artistas e dessa convivência foram estabelecidas entre eles estreitas relações que deram origem às corporações e nelas existia uma verdeira hierarquia (aprendizes, companheiros e mestres) e subordinação. Para essa organização serviram de modelo os Collegia Fabrorum dos romanos e as associações dos alemães.

Os grêmios também conhecidos como Corporações de Ofícios, são entidades associativas ou societárias que aparecem na Europa do sécuo XII, por toda a Itália, Alemanha e França, como uma resposta contestatória ao monopólio dos Grêmios de Comerciantes e com o objetivo de defender-se deles. Na Itália eram conhecidos como Arte, na Alemanha como Zunft ou Innung (Clube) e na França como Corporação de Métier.

A maioria dos Grêmios de Artesãos estava constituído por homens como consequência da cultura cristã medieval onde os varões possuiam e exerciam muitos mais direitos do que aqueles que tinham mulheres. Não obstante, em uma sociedade solidamente caterorizada, existiam ofícios reservados para as mulheres, por exemplo: os relacionados com o bordado e o tecido (tecelã).

Foram famosas as Corporações de Tecelãs no século XV, dentre elas havia na aparência um ramo maçônico possuidor de um rito derivado das ferramenta do bordado e não da construção.

Em alguns Grêmios de Artesãos, cujos ofícios tracionalmente eram desempenhados por homens, era correto admitir mulheres como umprivilégio especial outorgado às viúvas e orfãs dos membros que houvessem falelcido em virtude de uma circunstância excepcional.

Estas Corporações de Ofícios se estabeleceram em volta do castelo feudal ou fora das cidades para realizar atividades artesanais. Em seu apogeu tiveram grande influência política e social e ao que parece, sua origem primitiva se encontrava nas confrarias religiosas fundadas inicialmente com o objetivo de venerar o santo patroeiro dos ofícios. Por exemplo: a dos joalheiros em torno do culto a Santo Ives. O ponto crítico se apresentou quando começaram a se preocupar com as necessidades econômicas dos confrades.

Estes foram concentrando o monopólio de seus ofícios exercendo um poder absoluto em muitas cidades européias passando, inclusive, a estratificar seus membros de acordo com suas destresas e conhecimentos em três classes: aprendiz, companheiro e oficial e mestre. O artesão que não pertencia ao Grêmio dominantes não podia fazer seu trabalho na jurisdição daquele.

A voz cantante nos Grêmios era a dos Mestres que mais que funcionários eram proprietários da unidade econômica, das matérias primas e controlavam a comercialização do produto.

Estes Mestres tinham tantos aprendizes e oficiais quanto lhes aconselhavam as necessidades dos trabalhos contratados.

Uma oficina era ao mesmo tempo escola. Dentro do Grêmio de Artesãos, os aprendizes eram iniciados no ofício pelas mãos de um mestre e enquanto durava o processo de aprendizagem só recebiam comida e alojamento. Muitas vezes viviam na mesma casa ou oficina do Mestre. Quando o Mestre considerava que o Aprendiz já havia assimilado o que lhe correspondia, o convertia em Oficial com um soldo fixo, para posteriormente, mediante a execução de um trabalho que se denominava Obra Mestra, ascender a categoria de Mestre.

Naturalmente os Mestres não estavam ansiosos para aumentar sua competência e ceder parte do mercado que dominavam pelo que cada vez mais as dificuldades e as provas eram mais difíceis de serem superadas pelos Oficiais. 

Nos séculos XIV e XV os oficiais se confabularam para exigir maiores soldos e condições de trabalhoa, chegando ao extremo, inclusive ao organizar greves. Diz-se que estas associações de Oficiais dos Grêmios de Artesãos são os antecedentes mais diretos dos sindicatos.

Os Grêmios de Artesãos chegaram a estabelecer condições ao mercado a partir de seu posicionamento monopólico e como: o preço único dos bens e serviços, o salário regulado, margens de utilidade controladas, jornada de trabalho estabelecida, padrões de quantidade e qualidade dos produtos a serem elaborados. Isto trouxe consigo a elimanção da competência e o estancamento de técnicas. Por exemplo: No ano de 1.300 o Grêmio dos Tintureiros da cidade de Derby, na Inglaterra, havia estabelecido que nenhum outro poderia existir em um raio de 10 léguas ao redor. No século XIV OS Grêmios de Artesãos participavam do poder político das cidades cujo comércio haviam controlado. E o assunto não é de pouca monta já que para a mesma época em Paris existiam mais de 130 Grêmios de Ofícios, entre eles o dos Médicos.

Para um maior controle sobre as Corporações de Ofício cada uma delas se organizava sobre Estatutos, os quais buscavam principalmente assegurar relações comerciais monopolísticas e reduzir a iniciativa individual, o livre comércio e o desenvolvimento da indústria independente.

Os Estatutos assinalavam , na maioria dos casos, as seguintes prescrições, redigidas em uma linguagem religiosa de rasgo judáico/cristã, de acordo com o contexto social da Idade Media, onde o cristianismo possuia um grande poder político e econômico:

1) Hierarquização da Corporação nos níveis de Mestre, Companheiro (Oficial) e Aprendiz;
2) Regulamentação das relações de trabalho com enfase na proteção do Mestre;
3) Proibição do trabalho noturno para garantir a qualidade do produto:
4) Descanso dominical por razões religiosas;
5) Proibição do trabalho a domicílio para não fomentar a concorrência;
6) Fixação dos saláiros aos Companheiros e
7) Desenho de um rígido sistema de valores relacionados com a moral pública e privada de seus membros.

O monopólio dos Grêmios de Artesãos começa a decais com o advento do capitalismo , como sistema econômico que permite a produção em maior escala, favorecendo de imediato a criação de mais canais de distribuição e novas técnias impulsionadas pela maior competência entre os atores dos diferentes mercados.

Na Idade Média, nos séculos XIII e XV, na Inglaterra, França e Europa central a maioria da população era composta de servos que trabalhavam as terras de seus senhores feudais e nunca viajavam além da sua vila natal. Entre os povo, os artesãos faziam coisas que os comerciantes compravam e vendiam. Os tecelãos faziam panos, os ouríves aneis e joias e os carpinteiros contruiam casas de madeira para os habitanres locais. Porém, os maçõns eram distintos. Trabalhavam a pedra e eram muito poucos os edifícios feitos assim, só os castelos dos reis e nobres, as catedrais, abadias e paróquias. Portanto os únicos que podiam dar emprego aos maçons era o rei, alguns nobres e a Igreja. 

A construção de catedrais proporcionava bastante oportunidades de trabalho para os maçons. A obra requeria muita mão de obra qualificada ou não. Necessitava trabalhadores inesperientes que despejavam os escombros para construir cimentos e que carrgavam as pedras e a argamassa até o local da obra. Na França, entre 1.050 e 1.350, foram construídas oitenta catedrais, quinhentas grandes Igrejas e inumeráveis paróquias das quais, algumas delas, demoravam mais de cem anos.

As regulamentações francesas de 1.268 para a construção de catedrais estabelecia que “os maçons, fabricantes de argamassa e estucadores poderiam ter quantos assistentes e criados como lhes convinha, desde que não lhes ensinassem nada de seu ofício”. Muitos servos aproveitavam a oportunidade para escapar das terras onde eram obrigados a trabalhar para seus amos e se dirigiam a uma cidade onde se estava construindo uma catedral, sabendo eu se até um ano após a sua fuga não fossem capturados por seus amos, estariam livres da servidão. Alguns nobres e cavaleiros se ofereciam como voluntários para realizar o trabalho não qualificado como obra de piedade. Em certos lugares, nos sábados santos se obrigava os judeus a realiar estre trabalho como penitência.

Os maçons eram trabalhadores qualificados. Havia duas classes de maçons: os picapedreros ou maçons rústicos, que eram os encarregados de trabalhar a pedra dura comum para realizar os sillares[1] e os maçons mais habilidosos que trabalhavam as belas portadas da catedral. Trabalhavam uma pedra mais macia e terrosa. Essa pedra era conheida como pedra livre ou franca e os maçons especialistas em trabalhá-la passaram a se chamar “maçons de pedra franca” ou pedreiros libertos e, portanto, mais conhecido por francomaçons.

Em volta do lugar de trabalho construiram uma choça que chamavam de Lodge que depois originou a Loja. Estas pousadas estavam proibidas a curiosos e intrusos, tinham o solo de gesso para desenhar nelas os projetos. Ali guardavam as ferramentas, tinham mesas, esquadros e compassos. Vestiam avental, planejavam magníficas catedrais que ainda hoje assombram a humanidade. Se dizia que quando o mal tempo obrigava a celebrar alguma reunião ou se tinha neste lugar alguém que fora supreendido sem se iniciado, este era colocado debaixo de uma calha até que a água lhe saísse pelos sapatos, daí originando a frase “chove no molhado”. O Grémio dos Pedreiros (maçons) era um dos mais apreciados e disciplinados. Alcançar o posto de Mestre Maçom significava converter-se em uma personagem distinguida, respeitada pelas hierarquias eclesiásticas e pelos nobres. Alcançaram um status social muito alto, superior, em relação a de outros ofícios e este ofício de construtor se donsiderou como uma profissão liberal, quae artística e com um caráter sagrado. Os segredos das corporações medievais estavam motivados pelo perigo do que hoje se denomina espionagem industrial. Manter oculta a técnica que permitia a estabilidade dos arcos e dos contrafortes ou a filigrana ou a filigrana dos rosetones[2] garantia o trabalho.

Este obreiros especializados empregavam uma terminologia de palavras, signos e toques que se devia a necessidade de distinguir os membros autênticos dos que não o eram. Como o analfabetismo era quase geral, se usavam santo e senhas, por exemplo: levar a mão dirieta aberta a garganta e depois ao ombro direito era sinônimo de maçonaria.

A Europa da Idade Média era uma sociedade eminentemente disciplinada e regulada. Também a vida dos maçons assim o era. Seus deveres estavam estabelecidos em diretrizes dos Grêmios que os contratavam e eram conhecidas como Cargas. A primeira delas era a obrigação do maçom tinha com Deus. A segunda era a obrigação que com o rei, cuja soberania e leis devia obedecer e a terceira era a obriação que tinha com o mestre empreendedor e com o Mestre Maçom para o qual trabalhava o aprendiz maçom.

As mais importantes dessas diretrizes ou cargas eram:

Não devia trair os segredos de seu Mestre;
Não devia seduzir a mulher, filha ou ama de chaves de seu Mestre;
Não devia ter nenhuma discussão que desobedecesse seu Mestre, sua senhora ou um maçom;
Não cometer adultério ou fornicação;
Não sair depois das oito horas da noite;
Não frequentar pousadas ou bordéis;
Não jogar baralho salvo durante os doze dias de Natal.

O salário e horário dos maçons havia sido estabelecido no Estatuto dos Trabalhadores que foram redigidos depois que em 1.348 uma série de epidemias (Morte Negra ou Peste Negra) assolara a Europa Ocidental. O resultado foi uma escassez de mão de obra que incrementou o poder de negociação dos sobreviventes. A Câmara dos Lordes e dos Comuns editou leis, os chamados Old Charges (Antigos Deveres) que não estabeleciam um salário mínimo mas um salário máximo e era ilegal que os trabalhadores recebessem uma paga superior a fixada. De fato as multas pelo descumprimento desta lei era o equivalente ao soldo de aproximadamente seis meses. Em geral e devido a falta de pessoal pela circunstancia já descrita a lei era descumprida.

Enquanto a retribuição que percebia um maçom por cada dia de quatorze horas de trabalho no verão, de cinco da manhã a sete da noite, com intervalos de duas horas para a alimentação e descanso, consistia por exemplo, na Inglaterra, em seis penny diários , no inverno, o dia de trabalho se extendia desde o amanhecer até meia hora antes do por do sol. 

Na França e igualmente na Inglaterra, os maçons, em especial aqueles que realizavam as talhas ornamentais em pedra franca, formaram uma organização que não tinha paralelo na Inglaterra, a “Compagnonnag”.

Os Compaggnnos – agremiação conhecida por Companheiros de São Maurício - recebiam trabalhadores de quase todos os ofícios. Desenvolveram seu trabalho no centro e sul da Europa e na França atuavam na área de Paris. Intentavam realizar negociações na representação dos trabalhadores dos diferentes ofícios e foram o equivalmente medieval mais próximo de uma moderna confederação de sindicatos. Os reis e governos da França não aprovavam essa situação. Além de vários intentos por declará-la ilegal, um Estatuto de 1.601 proibia que os “compagnons” (companheiros) se saudassem mutuamente na rua ou que mais de três fossem juntos a uma taverna. No entanto, os companheiros não deixaram de trabalhar na clandestinidade defendendo os interesses de seus membros. 

Em alguns lugares da Europa, como por exemplo a Escócia, os maçons de pedra franca trataram de fortalecer seu posicionamento mediante o uso de uma contrasenha que era transmida a todos os mestres maçons qualificados e que nenhuma outra pessoa tinha acesso. Isto permitia que os Mestres Maçons se reconhecesse entre si e evitava, na medida do possível, que os aprendizes ingressados realizassem a tarefa de um Mestre. A palavra chave se fez conhecida como a palavra maçônica e é possivel que fosse Mohabyn, que tem relação com a palavra marrow e que significa companheiro ou camarada e que se crê fora iniciada como palavra maçônica em 1.550.

Os Gremios de Artesãos foram desaparecendo ou sobrevivendo ao incorporar novos membros que sem ser operários do ofício respectivo, desempenhavam trabalhos, profissões ou ofícios relacionados com o objeto inicial do Grêmio, tais como provedores de materiais ou insumos, advogados, médicos do Grêmio, contratantes, etc. 

Entre o século XVI e começo do século XVIII só sobreviviam na Europa os Grêmios de Artesãos que tomaram a decisão de transformar-se em associações econômicas setoriais, entre eles, os Construtores, chamados também de Maçons, devotos de São João Batista, que foram admitindo em seu seio durante todo o século XVI membros não pedreiros, na qualidade de aceitos. 

Um exemplo ilustrativo acerca da forma em que funcionava no Renascimento a hablitação dos novos Mestres e sua vinculação aos Grêmios constitui a preparação de Leonardo da Vinci para contratar em Florença. 

Fruto dos amores juvenis de um futuro notário da República de florença e uma humilde campezina e adotado posteriormente pelo matrimônio de seu próprio pai na idade de quatro anos, Leonardo ingressou em 1.466, com 13 anos de idade, na qualidade de aprendiz, na Oficina de Andrea del Verrochio, um dos maiores artistas florentinos. 

Verrochio, por sua vez, havia começado sua vida de Mestre como órfão, porém depois de ter trabalhado para o Papa Sixto IV, em Roma, se radicou em Florença e montou uma Oficina que lhe proporcionou dinheiro e fama.

Ademais de limpar e assear a Oficina, Leonardo devia preparar as pranchetas para pintar, moer as terras e pgmentos, preparar o verniz e realiza toda classe de trabalhos mecânicos. Leonardo contou com a sorte de preparar-se em uma Oficina polifacética, pois ao prestimoso Mestre Verrochio eram confiadas a elaboração de objetos de bronze e prata, baixo-relevo para altares, esculturas, pinturas religiosas, inclusive trabalhos de engenharia e arquitetura. A esfera de cobre dourado que coroaria a cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, padroeira de Florença, é fruto de sua famosa Oficina e a Leonardo correspondeu aplicar a solda da obra. 

Em 1.472, Leonardo Da Vinci terminou seuperíodo de aprendizagem e se inscreveu como Mestre na Corporação dos Pintores de Florencia. Profissionalmente estava habilitado para receber encargos e montar sua própria Oficina. Daí em diante seu talento o levaria a receber múltiplos e variados encargos. Seus principais clientes foram os endinheirados, os monastérios, os Médicis de Florença, os Sforza de Milan, os invasores franceses, os papas Borgia, os republicanosde Veneza e, finalmente, o Rei da França. 

Como se observa, por exemplo de Leonardo, os Mestres assim como suas Oficinas e os Grêmios a que pertenciam, contavam com o privilégio de exercer seu ofício livremente e de maneira franca sem estar presos aos avatares políticos. Esta é uma característica das Oficinas e Grêmios dedicados a construção, em razão de que deviam viajar continuamente de uma região a outra para cumprir com seus encargos. 

Ao terminar o ano de 1.477, Leonardo abandonou a Oficina de seu Mestre, dedicando-se a realizar trabalhos por sua conta, ao estudo e a investigação científica. Nesta mesma época principia sua vida política, que não era do agrado dos Médicis, os quais, por esse motivo, manifestaram seu desprezo a Leonardo, qualificando-o de “Mestre de baixa estirpe”, tanto por conta de seu nascimento como por sua maneira de pensar. 

Funda a Academia de Arquitetura de Milão, que respondia a velha idéia concebida em união com Toscanelli e Vespúcio. Reuniu em seu plantel para o ensino superior e claramente laica, todos seus amigos que se distinguiam por seu conhecimentos de alguma matéria como Américo Vespúcio, Marco Antonio de La Torre, Luca Paccioli, etc. Também trouxe para sua Academia seus amigos Florentinos na qualidade de alunos, formando com os milaneses um grupo, do qual se destacaram Francisdo Melzi, Cezar Cesto, Bernardo Lovino, Andrea Salaino, Marco Vegioni, Antonio Boltrafio, Paulo Lomazo e muitos mais artistas conhecidos, alguns dosquais acompanhara posteriormente Leonardo quando este se mudou para Paris, convidado por Francisco I. O fundador da Academia havia reunido em treze manuscritos os ensinamentos que ele transmitia a seus alunos, muitos dos quais desgraçadamente não chegaram ao nosso conhecimento, em alguns casos por conta do clero. Leonardo tornava compatível seus trabalhos como professor da Academia com seus trabalhos de engenharia e obras de caráter artístico como foram a estátua equestre de Sforza, a Cena de Jesus e os Apóstolos e muitas outras que o fizeram célebre como artista. A Academia de Arquitetura começou a decair devido aos acontecimentos politicos e a queda do Milanesado em poder dos franceses. No entanto, seu exemplo foi seguido em toda a Itália onde foram fundadas outras Academias com diferentes nomes: Ciências de Sábios, de Arquitetura, etc. que encobriam sua verdadeira essencia de organização da Maçonaria Especulativa. 

Quando os franceses entraram em Milão e conheceram a obra de Leonardo, tanto em engenharia e arquitetura como na pintura, compreenderam que se tratava de um gênio, pelo qual professavam sua admiração. Por aquela época foram paralizados os trabalhos dirigidos por Da Vinci que se mudara de novo para Florença onde dá continuidade a seu trabalho artístico e científico concorrendo a Academia fundada por Rostici, Sancobino, Franciavigio, Andrea del Sarto, o músico Alolle e talvez Rafael, ao estilo da de Milão. Elaborou diversas obras de entenharia por encomenta de César Borgia e voltou a Milão com Charles d´Abroise; depois foi a Florença e visitou roma por ocasião do pontifiado de Leão X, onde era hostilizado por intrigas constantes de Miguelângelo. Por fim, Francisco I, da França, que admirava tanto seu traalho e que prentendia transferir para Paris o muro onde Leonardo havia pintado a Cena o convidou a sua corte para que em união com um grupo de artistas e discípulos em 1.516 realizasse aquele intento. Viveu na mansão de Cloux de Amboise e morreu em 1.519. 

Desde o início do Século XIV, as cidades-estados italianas perderam sua preponderância que se foi concentrando pouco a pouco nas mãos dos papas, aspirantes ao domínio universal, formando um grande Estado sob seu poder que disputava com os reis da Espanha, França e Inglaterra a hegemonia Europeia. Porém, ano norte dos Alpes se acentua, precisamente, nesta época, o combate incumbado durante séculos entre a liberdade e a servidão, que desde 1.348 haviam sido brutalmente sufocadas com esquartejamentos e enterros de pessoas vivas, etc., se reproduzem agora com a bandeira da heresia e um novo conceito do cristianismo que se abria um degrau a frente da corrompida Igreja romana. 

Na Alemanha, as cidades como Ulm, Ausburgo, Nuremberg e outras se tornam mais ricas, no entanto ao mesmo tempo se acentua a pobreza e a servidão dos camponeses e mineiros que se agrupam conjuntamente com os herejes emsociedades secretas para combater a nobreza e a Igreja com sangrentas guerras. A Alemanha absorve nesta ocasião todos os fermentos revolucionários que havia perdido na Itália e se rebela decisivamente contr ao poder temporal e espiritual do papado. Toda Europa é invadida pelo espírito da técnica e a imprensa com seu enorme poder de divulgação agrupa também aos artesãos e burgueses que encarnavam o espírito progessista com os humanistas e sábios. 

Acende pois, ao norte dos Alpes, o espírito renacentista que analisamos detalhadamente no caso da Itália e Florença durante o século anterior. Porém, no parnorama europeu existia, a partir do ano 1.500, novos fatores que tornavam mais universais os combates, os interesses e, portanto, as lutas entabuladas entre a Europa medieval e o Renascimento. Existia agora o Estado absolutista com um conceito de poder e da soberania frente a outros Estados que em relação aos combates religiosos e as pretensões da formação de uma monarquia universal deu origem às grandes guerras que assolaram a Europa naquele século, no qual já não havia a ameação séria dos turcos que já haviam se uido aos países europeus em época anterior.

O Estado moderno, por sua extensão em relação com as pequenas cidades-estados exigia agora uma organização muito mais ampla que compreendia as finanças, a justiça, o correio, a marinha e o exército, as comunicações, estradas, pontes, etc. Isto requeria o concurso da ténica para seu governo, razão pela qual os reis e princípes procuravam rodear-se de gente de saber e de especialistas nas diversas matérias e com isso, naturalmente, mudavam de lugar os freis e curas que tradicionalmente desempenhavam os cargos de conselheiros nas cortes. 

Agora, como a Igreja nunca tolerou um poder secular superior ao seu, intrigava os reis Carlos V, Francisco I e Henrique VIII a fim de arrastá-los a guerra e debilitá-los, possibilitando assim o triunfo de sua própria causa. A Igreja, em uma palavra, alarmada pelo progresso da heresia e pela constante dinimuição de sua autoridade ante os povos e os príncipes, prepara sua revanche organizando a feroz contra-reforma com a qual, a partir do Concílio de Trento (1.545-1.563), tratou de liquidar seus inimigos artesãos, sábios, artistas, etc. e estabelece seu controle nas cortes, substituindo-os pelos “ilustrados jesuitas”, autores intelectuais da nova forma da Inquisição dirigida pelo chamado “Tribunal Supremo” do Santo Ofício. 

Quando Leonardo da Vinci se mudou para Paris com um grupo de amigos artistas italianos pertencentes aos agrupamentos da Academia de Milão, se encontrou com umaFrança na qual se mesclavam diversas correntes contrapostas: por uma parte, a corrente a corrente téncico-científica que exigia o interesse do nascente capitalismo e do estado moderno, que unida a humanista e a da Reforma, se opunha a Contra-reforma, representada pela Sorbona dominada pelos teólogos, inimigos de todo progresso. Francisco I e sua irmã Margarita protegiam os artistas, poetas, humanistas e homens da ciência, porém este rei liberal tinha que se subordinar à política papal para conseguir apoio frente a Carlos V, sendo esta a causa que o fazia deixar as mãos libre a Sorbona em sua tarefa de elimar com a fogueira os seus inimigos, em muitos casos seus próprios protegidos. 

Assim, pois tinha a França pleno conhecimento da luta entabulada pelos maçons progressistas florentinos, segundo o plano que haviam formulado Toscanelli, Vespúcio e da Vinci.

Na chegada a Paris Leonardo se colocou em relação com os intelectuais e artistas franceses que com os florentinos e milaneses que haviam chegado com ele da Itália, formaram em 1.517 o primeiro agrupamento de maçons franceses no estilo da de Milão e com os fins que haviam proposto os organizadores daquela.Este agrupamento, pela primeria vez tomou o nome de “Loja Francomaçônica”; Tal denominação sifnigica “lugar onde se reúne homens liberais, para expressar livremente seu pensamento como construtores”. Loja deriva da palavra grega “logos” que indica o lugar onde se discute. Maçon significa “pedreiro ou construtor” e a partícula “franc”, anteposta a um substantivo significa, em francês, livre ou liberal. A denominação de “Loja Francomassônica” se dava aos agrupamentos secretos dos fracomaçons que epara atuar publicamente em relação aos seus fins de ensino superior o faziam sob o nome de “Colégio Francês”, constituído com autorização de Francisco I. A denominação “Colégio”, escolhida pelos francomaçons franceses ao invés de Academia tinha um significado mais preciso que esta última, uma vez que não significava somente o lugar onde se aplica ensinamentos mas também indica que os agrupados estão coligados ou unidos por algo que lhes é comum e que neste caso eram precisamente seus propósitos de luta progressista.

Leonardo organizou e dirigiu os trabalhos deste agrupamento até sua morte ocorrida no ano de 1.519. Ele havia cimentado solidamente as bases da nascente “Francomaçonaria” e, portanto, sua morte não significou o fim da mesma, pois seus colaboradores e discípulos continuaram o trabalho iniciado pelo Mestre, fortalecendo o agrupamento que chegou a reuir emseu seio, nos primeiros anos de sua existência, homens de valia e prestígio como o foram Fransco Melzi, Andrea del Sarto, Juan rozzo, Primaticio e Juan Cousin, entre os pintores; Benvenuto Cellini, German Pitou, Juan goujou, Pedro Bontemps, entre os escultores; Filiberto Delorme, Juan Lescot, entre os arquitetos; Guilhermo Pelicer, Pedro Danés, Jorge Lelve, entre os escritores; Júlio Cesar Escalígero, José Justo Escalígero, Toberto Etienne, Juan Andrés Lascaris, Guilhermo Budee, Miguel Servet, entre os homens da ciência. 

A característica principal do trabalho francomaçônico francês seguia a orientação da Academia de Arquitetura de Mião e consistia em que seus membros não se conformavam com classifar o saber daquirido, mas se dedicavam a observação direta dos fenômenos da natureza e a experimentação, com o fim de poder encontrar as leis pelas quais se rege, seguindo assim o método aceito desde então como método científico. 

Os francomaçons franceses foram os primeiros em precisar a forma de organização e os objetivos ideológicos que deviam reger os agrupamentos da Francomaçonaria Universal e que diferenciava radicalmente dos muitos outros agrupamentos progressistas fundadas por iniciativa ou inspiração do clero para que fizessem oposição tanto aos agrupamentos da Maçonaria Operativa Livre quanto as que seguiam a corrente científica naturalista de então. 

Estes princípios básicos de organização e fins ideológicos foram formulados e aprovados como Constituição da Francomaçonaria Universal, numa Assembléia Geral dos francomaçons franceses que se reuniu em Paris no ano de 1.523, ou seja, quatro anos depois da morte de Leonardo Da Vinci. Esta Constituição da primitiva Francomaçonaria, formulada dois séculos antes da maçonaria inglesa de Anderson, são os Princípios Básicos Cosntitutivos da Francomaçonaria Universal

[1] Sillares – pedras trabalhadas geralmente na forma de paralelepípedo. 

[2] Rosetone – é uma janela de forma circular com vitrais cujo traçado tem a forma radial.


Extraído da Obra do Maçonaria-Origem e Desenvolvimento do Ir.´. Herbert Ore Belsuzarri - Traduzido pelo Ir.´. José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF

domingo, 2 de junho de 2013

MAÇONARIA - ORIGEM E DESENVOLVIMENTO PARTE (03)



A GRÉCIA


A Geometria era a base da arte da construção e da arquitetura clássica e constituía, segundo os gregos, o desenvolvimento das idéias contidas nas formas geométricas, entendidas estas em seu aspecto puramente qualitativo, de igual maneira que em todas as tradições das civilizações na história aniga. A Geometria é por excelência a ciência na época clássica, estreitamente relacionada com a ciência dos números, já que a geometria é realmente o corpo do número, tal como pensavam os pitagóricos, de uma energia ou força em ação, de um poder divino que ao plasmar-se na substância receptica do mundo e do homem a atualiza e a faz inteligível, isto é, a ordena ao conjugar e armonizar suas partes disperssas.

A Acrópole de Athenas

A geometria necessitava de um processo de iniciação para seu conhecimento e prática. Podemos dizer que como ciênica iniciática e sagrada tinha o caráter de segredo para o profano. Os arquitetos gregos alcançaram um garnde domínio da geometria como disciplina aplicada a construção em todos os edifícios.

Pitágoras de Samos (582-500 a. C.) é uma das personagens mais notáveis da antiguidade. Nascido em Samos, na Grécia (numa caverna situada em cima do Monte Kerkis, nasce em Pitágoras a tradição local). Foi iniciado nos mistérios fenícios e passou 22 anos nos templos egípcios para estudar a geometria e a astronomia. Foi depois para a Caldéia e para a Pérsia onde se aperfeiçoou na aritmética e na música. Depois de ter visitado Delos, Creta, Esparta, se fixou em Sidón, onde fundou sua primeira escola de matemática baseada no princípio mágico-cósmigo dos números. Evoluiu em suas teorias numéricas e desembocou na metafísica. Segundo ele, os números são o princípio e a primeira chave de todo o universo; compreender o poder dos números, suas propriedades e virtudes, era a chave para o conhecimento dos mistérios da vida e do universo. Pitágoras ensinava também a natureza matemática dos primeiros princípios, assim como o poder místico das cifras e dos símbolos geométricos que, graças a seus sentidos construtores, revelam a intimidade natural da concepção e da evolução do homem e do universo.

Escola Pitagórica

A história entende que Pitágoras foi o inventor das tábuas matemáticas e de numerosos problemas geométricos como aquele da quadtratura do círculo e do teorema que leva seu nome. Pitágoras desenvolveu um método de dedução matemática para demonstrar seus métodos geométricos. O moderno método da argumentação matemática, essencila para toda a ciência, se deve em grande parte a Pitágoras. 

No ano 530 a.C., mudou para Crotona, povoado da Sicília situado a oeste do golfo de Trento onde fundou sua escola filosófica “Magna Crécia” ou escola geométrica de Crotona em um lugar chamado a “pequena Grécia”. Ensina ao mundo Grego-Romano as tradições orientais da doutrina interior, baseadas sobre exemplos simples, tal como o da inscrição do frontal do templo de Delfos: “..nosce te ipsu...” (conhece a ti mesmo), declaração que deve ser concluida com: “e conhecerás o universo”. O discurso do homem pelo homem, para o homem no universo, Pitágoras de deu o nome de filosofia. Pretendia Pitágoras, nos ensinamentos a seus disciípulos, que houvesse um fim entre o que é e o que não é; eis aí onde está a passagem para o exercício do pensamento livre para o descobrimento das fronteiras ilimitadas do conhecimento.

Ensinava Pitágoras a física, a poesia, a músia e o canto. Administrador da harmonia universal, ele pede a seus discíplulos para que falem com uma linguagem tão pura como a do canto do cosmos.

Os discípulos de Pitágoras se aplicam no estudo da organização social e política, indicando que o grande filósofo intentava algo mais que formar uma escola. Ensinava Pitágoras o sistema da mentepisocose ou doutrina da salvação (transmigração das almas de um corpo para outro), pela qual, como castigo pelas faltas passadas se volta presa a um corpo de forma provisória. Sendo este sistema, a morte anunia o renascimento em outro corpo até que a alma, purificada pela virtude, mereça liberar-se finalmente de toda matéria. A morte do corpo não implica a da alma que Pitágoras não via como o resultado da organização fisica, senão como o princípio da mesma.

Pitágoras pregava a imortalidade da alma humana e afirmava haver sido Aetelides, filho do deus Mercurio, que lhe deu o dom de recordar suas antigas encarnações. Pitágoras dividiu suas lições em duas partes: as exotéricas, ou parte externa das ciências, que eram ditadas em lugares públicos e acessíveis a quantos queriam ouví-las e as esotéricas, ou parte interna das ciências, saber reservado a seus disciípulos a quem Pitágoras exigia cinco anos de um silêncio absoluto, fortificado pela meditação e a contemplação dos ritmos do universo. 

Se atribue aos pitagóricos o fato de se considerar o universo como um grande todo harmônico: “Cosmos”, uma grande unidade da qual emana o mundo, posto que lhe considerava como um conjunto de outras unidades subalternas. Pitágoras tinha a reputação de possuir uma cultura universal; seus discipulos o olhavam como uma espécie de divindante e o escutavam como um oráculo infalível e diziam:...”o Mestre nos tem dito...”; e não necessitava mais provas. A tão conhecida sabedoria de Pitágoras se propaga rapidamente e ele se transforma em importante personagem da vida pública. No curso da história, células pitagóricas se formarão na maioria dos Estados do mundo antigo. No começo do século terceiro a. C. tinham caído César e os primeiros Imperadores romanos, o pitagorismo alcança todas as classes sociais e adquire uma grande popularidade. 

Entre os pitagóricos se encontraram os constutores a quem a humanidade deve a célebre basília da porta mayor de Roma, concebida como um templo – caverna na borda da via Prenestina. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 23).

Contudo muitos dos conhecimentos que trouxe do Egito também contribuiram com seu próprio desenvolvimento.

Os primeiros filósofos fregos, cujo método de explicação da maior parte dos problemas era teórico e especulativo, chegaram a conclusão de que a terra estava formada por uns quantos elementos ou substâncias básicas. Empédocles de Agriento, por volta do ano 430 a. C, estabeleceu que tais elementos eram quatro: terra, ar, água e fogo. Um século mais tarde, Aristóteles supôs que o céu constituía um quinto elemento, o éter. Os gregos acreditavam que as substâncias da terra estavam formadas pelas distintas combinações destes elementos em distintas proporções. 

Eles explicavam a questão se a matéria era contúnia ou descontínua, e se podia ser dividida e subdividida indefinidamente em um pó cada vez mais fino, ou se, ao término deste processo, se chegaria a um ponto em que as partículoas fossem indivisíveis. Leucipo de Mileto e seu discípulo Demócrito de Abdera (aproximadamente 450 a.C.) insistiam em que a segunda hipótese era a verdadeira. Demócrito deu a essas partículas o nome de átomos (ou seja não divisíveis). Chegou, inclusive, a sugerir que algumas substâncias estavam compostas por diversos átomas e combinações destes. 

Também pensavam que uma substância podia converter-se em outra ao combinar seus átomos de diferente maneira. Se temos em conta que é só uma sutil hipótese, é surpeendente a exatidão desta intuição. Em que pese a idéia possa parecer hoje evidente, estava muito longe de sê-lo na época em que Platão e Aristóteles a rechaçaram (Alejandro Carrasco, Alquimia, Edición eBooket, www.eBooket.net, Pág. 3). 

Muitas dessas idéias posteriormente serão desenvolvidas no centro das lojas maçônicas pelos homens mais esclarecidos de suas épocas e permaneceram no hermetismo delas, devido que essas idéias eram perseguidas e excomungados aqueles que as defendiam, pela simples suposição de questavam contra a fé. 

Os Thiasoi foram encorajados na Grécia pelo legislador Solon, que é mencionado por Platão em sua obra Critias, o thiasoi e o ethairia eram uma forma primitiva de corporações gregas a que se outorgou liberdade de ação em tudo aquilo que não se opunha às leis, algumas se formaram com imigrantes para ajudar-se mutuamente, outras se dedicavam a proteção de seus profissionais ou transações comerciais, de acordo com o propósito de Solon de incrementar a prosperidade.

Alexandre Magno


Os artistas e artesãos gregos ocupavam um lugar muito baixo na escala social, com a chegada de Alexandre Magno esta situação mudou e se deu uma mexcla de elementos gregos e orientais que caracteriza a arte helenística que é melhor expressão grega.

Os maçons são a miúde chamados de “filhos da luz”, trabalhando para a glória do “Grande Arquiteto do Universo”, o G.´.A.´.D.´.U.´.. Esta citação é conhecida desde tempos imemoráveis no antigo Oriente Médio. Os ritos mágicos praticados no Egito em Deir el Medineh, titnham por objetivo permitir aos iniciados nas ciências secretas entrar na vida eterna, penetrando no coração do “sol interior”, tornando-se assim “filhos da luz”. 

A luz do soli nterior, é invisivel aos olhos dos profanos, cerados pelo véu da ignorância. Para o espírito do homem das civilizações tradicionais, o invisível é um tema importante, não tem a indefinição de um conceito metafísico. Ele é uma realidade, uma dimensão na qual se move dada um dos seres que componhe a humanidade. O invisível está presente e é sensível; está em volta do homem como um meio que registra cada uma das ações terrestres; pertence a um fenômenos social da antiguidade, posto que o homem desta época remota tinha necessidade da deidade; ele vivia em um mundo que tinha sede de mistérios. 

Na Grécia do século XV a. C. os Mestres iniciados nos “Grandes Mistérios” de Eleusis recebiam o título sublime de “Filhos da Luz”, assim foram igualmente chamados de os adeptos de Mitra na Roma antiga.Se encontra também esta afirmação na época Cristã primitiva em uma carta de Clemente de roma aos Coríntios:”...Que o “Artesão do Universo” conserve sobre a terra o número contado de seus filhos; das trevas à luz; encontramos também essa afirmação em S. Paulo: “...Vocês são todos Filhos da Luz...”

Texto extraído da obra de Herbert Ore Belsuzarri - "Maçonaria - Origem e Desenvolvimento", tradução do Ir.´. José Roberto Cardoso, Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF.


PERÍODO MONACAL


A partir do século V, no tempo em que o Império Romano entrava em colapso surge uma moda entre os jovens cultos de famílias patrícias de instalarem-se longe das cidades formando pequenos grupos dedicados a oração e ao estudo: são os “monajos” , monges que durante os séculos VI, VII e VIII floresceram em toda a bacia mediterrânea, sobretudo na ocidental. A intenção principal era isolar-se do barulho e da confusão das cidades e da corrupção da hierarquia da Igreja Católica Romana.

Abadía Benedictina de Montecassino.

Um desses monges é Bento ou Benedito, proveniente de uma família distinguida da cidade de Nursia, na itália central, que depois de fundar doze monastérios no início do século VI, na cidade de Subiaco, próximo de Roma, se retirou para as ruínas de uma antiga edificação, situada numa colina sob o domínio da cidade italiana de Cassino, ao nororeste de Nápoles, que serviou de residência a Nerón e de Templo para Apolo, para fundar no ano 529 um monastério denominado Montecassino, que se tornou o mais importante da Europa Ocidental durante vários séculos. Considera-se Bento de Nursia fundador do Monacato[1] no Ocidente e ele foi canonizado pela Igreja Católica. 



Com a finalidade de manter a unidade entre as diferentes comunidades, oriundas de um mesmo tronco, Bento elaborou uma série de normas que constituiram as regra da Ordem e que teria uma importância decisiva nas atitudes dos monges e dos centros monacais (monastérios) durante a Idade Média. Bento dava uma importancia fundamental aos livros, a leitura e a cópia e conservação de manuscritos e fazia aplicar as normas por ele estabelecidas ordenando de forma detalhada as horas em que deviam se dedicar ao estudo e a leitura e como o trabalho seria organizado nos monastérios para com isso satisfazer a demanda constante de manuscritos.

A inclinação decidida e enérgica ao trabalho levou estes monges a incursionar em vários ofícios. Um destes oficios foi o da construção retomando, a partir do século IX, a qualidade de centros construtores que haviam ficado órfãos com o desaparecimento dos Mestres Comacinos.

Seu maior explendor ocorreu na idade média, de tal forma que no século XIV a Ordem Beneditina contribuiu para a história da Europa Ocidental e para a Igreja, com 24 papas, 200 cardeais, 7.000 arcebispos, 15.000 bispos, 1.560 santos canonizados e 5.000 beatos e, no plano secular, com 20 Imperadores, 10 Imperatrizes, 47 reis e 50 rainhas. Todo um recorde de poder e de riqueza que jamais foi superado. 

Em princípio, os monges benedidinos se aplicavam a tarefa de construir acequias[2], aquetudos, muralhas de conteção e pequenas obras civis nos povoados próximos a seus monastérios, no entanto, com o passar do tempo, na medida em que foram adquirindo riquezas e influência, se dedicaram a construir edifícios maiores até concentrarem-se na construção de Igrejas e Catedrais próximas de Roma e por isso o estilo de construção passou a se chamar “romanico” e teve seu auge nos séculos IX e XII.

Logo viriam os monges de Cluny, Cistercienses, etc. Este impulso construtor mudaria a Europa. Primeiro com o estilo romanico e depois com o estilo gótico

Sob a proteção dos abades econtramos as primeiras evidências de uma pré-maçonaria primitiva, fruto da renovação do conhecimento e das técnicas de construção. Ao lado dos monges arquitetos apareceram arquitetos laicos

Esses homems dedicados ao ofício de construir, ligados pelos princípios das ordens monásticas, principalmente as de Cluny e de Cister, se ortanizaram nas primeiras associações gremistas. É o momento da aparição dos antecedentes das corporações da baixa Idade Média, que revolucionaria a Maçonaria Operativa. 

Das preocupações destas associações de construtores está a de dotar-se de um Estatuto pelo qual seriam repartidos as cargas de trabalho e a incorporação de novos membros, a fixação dos pagamentos e a indenização solidárias às perdas que pudessem sofrer em suas propriedades, etc. Estas normas sempre foram acompanhadas com uma história da agremiação que lhes servia de inspiração e guia religioso.

Em todos os registros antigos da palavra Escócia verificamos que a mesma se confundia, de forma genérica com a própria Escócia e a Irlanda, como se fossem uma só. O mais provável é que este erro proveniente da relação imediata e das comunicações sociais e geográficas entre ambos os povos (escoceses e irlandeses) da parte norte do país e quiçá, também, da inexatidão dos historiadores da época. Disto resultou a opinião generalizada de que a Escócia foi o princípio de surgiu a Cristandade das nações do norte e que o mesmo país foi o berço da arquitetura eclesiástica e da Maçonaria atual.


São Bento (Benedito) de Nursia.


Posteriormente quando toda Inglaterra se encontrava sob o jugo dos invasores saxonios, os bretões comandados pelos monges e sacerdotes, acompanhados por arquitetos, fugiram para a Irlanda e Escócia, cujos países civilizaram e converteram e cujos habitantes foram instruídos na arte da construção pelas corporações de arquitetos. 


Sempre que fazemos um estudo do aumento da cristantande nos países incultos ou pagãos e da conversão de seus habitanes a verdadeira fé, nos interiorizamos na propaganda da arte da construção nos mesmos lugares das corporações de arquitetos que foram os sucessores imediatos dos Colégios legionários, pela simples razão de que a nova religião requeria igrejas e em seu tempo as catedrais e monastérios, assim como a arquitetura eclesiástica rapidamente sugeriu melhoras no estado.



No transcurso do tempo toda a construção religiosa e todos os conhecimentos arquitetônicos que havia se estendido pelo norte da europa se concentraram nas regiões remotas da Irlanda e Escócia de onde os missionários regressaram para a Inglaterra convertendo os saxões pagãos. Do mesmo modo o Venerável Bede nos esclarece (História Eclesiástica, livro III, c. 4.7) que a Saxônia Ocidental foi convertida por Agilberto, Bispo Irlandês e a Oriental, por Fursey, misionário escocês. Da Inglaterra estes missionários ativos, acompanhados por seus devotos arquitetos, passaram para a Europa e retomaram seus esforços de forma eficaz na conversão das nações escandinavas, nas bençãos da cristandade e nos avanços do mundo civilizado.

Nâo se pode negar que são exatas as suspeitas a teoria de que o berço – origem ou solo nativo – das Lojas Maçônicas Modernas se encontra nos Colégios Romanos de Arquitetos. Essa teoria é correta se observarmos somente a forma exteriosr e o método de trabalho que empregam nas Lojas. Todos aqueles que as distingue como grêmio ou corporação devem isso aos Colégios e especialmente as favorece o caráter arquitetônico desses Colégios, pelo fato, tão singular na maçonaria, de que seu simbolismo religioso – pelo que se distingue de todas as demais Instituições – se fundament nos elementos, instrumentos e linguagens técnicas da arte arquitetônica.

No entanto, quando estudamos a Maçonaria em seu aspecto mais elevado e quando a consideramos como a ciência do simbolismo e que este se refere a um só princípio, devemos ir mais além dos Colégios de Roma, que eram unicamente associações ativas e ver as escolas iniciáticas egípcias dos “Filhos da Luz” e, como não, o berço das religiões – a Suméria.

O erro histórico pelo qual a glória da Irlanda tem sido confundida na de seu país irmão – a Escócia, tem sido preservado em muitos dos idiomas uma vez que está em diversas tradições da Maçonaria Moderna.Temos por exemplo a história da Abadia de Kilwinning como a origem da Maçonaria, história esta a favorida dos Maçons da Escócia. Dali provém a tradição da montanha apócrifa de Hereden, situada ao noroeste da Escócia, onde teve lugar a primeira Loja Metropolitana da Europa; dali procedem os graus superiores dos escoceses, o Mestre Escocês, que formam parte sumamente importante na Maçonaria fisolífica moderna e é de onde aparece o título de “Maçonaria Escocesa”, aplicado a um dos ritos principais da Maçonaria, que tem com a Escócia uma relação histórica devido as corporações de arquitetos, que é comum em toda a Instituição.

É necessáiro relatar as disputas religiosas que surgiram entre os cristãos originais da Bretanha e o poder papal, que depois de muitos anos de controvérsia terminaram com a submissão dos bispos britânicos ao domínio do papa. Desde que a autoridade papal se estabeleceu firmemente na Europa a hierarquia católica romana se apoderou e reteve os serviços das corporações de arquitetos e estas, sob a proteção do papa e dos bispos, expandiram-se por todas as partes de forma diligente operando como “maçons viajantes” na construção de edifícios eclesiásticos e reais.

Desde então estas corporações de arquitetos exerceram sua arte em todas as nações mostrando em todas as partes a identidade de seus projetos instruídos e dirigidos por princípios aceitos universalmente e revelavam o sentido e as características das corporações ou grêmios.

Sob a proteção dos abades se desenvolveu a maçonaria e a alquimia. Os alqumistas da Idade Média acreditavam que para conseguir a transmutação de metais como o chumbo, sem grande valor, em ouro ou prata tinham que agregar e combinar uma quantidade justa de mercúrio. Por outro lado também pensavam que para que esta reação se produzisse teria que haver a presença de um catalizador ao que se denominou de “pedra filosofal”. A história da alquimia é basicamente a busca desse catalizador.

Segundo os alquimistas da Idade Média uma substância pode transformar-se em outra simplesmente acrescentando e subtraindo elementos nas proporções adequadas. Acreditava-se que o Mercúrio era o elemento que conferia as propridades metálicas aos elementos e pensavam também que todos os metais eram formados por diferentes combinações de mercúrio e enxofre e que eram eles que convertiam as substâncias em combustível e corroía os metais. A partir disto deduziram que agregando e combinando mercúrio e enxofre em quantidades adequadas com um metal base como o chumbo, este transmutaria para ouro ou prata. Na tabela periódica o mercúrio figura com o símbolo Hg já que os romanos o chamavam “hidragyrum” que significa prata líquida.


Os Grêmios de Comerciantes ou Guildas


A arte de construir em estilo românico durante os séculos XI e XII foi exercida principalmente pelos monges a cuja iniciativa se deveram os edifícios religiosos. Os beneditinos primeiro e depois os monges de Citeau na França, foram os que mais se ocuparam da arte de construir, motivo pelo qual receberam a qualificação de Caementaerii e Latimii Massonerii. 



Na alvorada da baixa Idade Média, produto do crescimento comercial que acompanhou a mudança de milênio e o crescimento e a importância das cidades e vilas, aparecem na vida econômica européia algumas agremiações sociais caracterizadas pela busca comum de um interesse mercantil específico, denominadas Grêmios.

Estes novos agentes econômicos se dividem de acordo a classificação estamental da sociedade em Grêmios de Comerciantes e posteriormente Grêmios de Artesãos e sua vigência na europa se manteve do século X até o século XVII.

Não obstante, durante os sécuos XI e XII, estas organizações não eram de todo independentes. Os Estatutos pelos quais deviam reger-se lhes eram impostos pelo poder político municipal e só tinham autonomia para as questões ligadas a arte que praticavam.

No princípio a atividade destes Grêmios era um tanto sedentária e se encontrava focada num determinado centro urbano com tímidas projeções para as cidades vizinhas. Com a dinamização do comércio pouco a pouco começam a organizar caravanas e expedições comerciais a localidades mais distantes sob a direção de um chefe e do cumprimento de alguns regulamentos que estabeleciam normas de socialização, mútua ajuda frente aos perigos que pudessem ocorrer e formas de dirimir os conflitos internos. 

Estas expedições comerciais seriam conhecidas nos países de língua germânica como Guildas e ou Hansas e no sul da Europa como Caritas ou Fraternidade. O normal era que as grandes viagens compartilhadas por interesses comuns, numa ambição econômcia e na convivência permanentes, fizeram com que os membros destes grêmios desenvolvessem uma certa amizade que se estenderia aos seus círculos familiares e sociais. É precisamente em um documento proveniente de uma Guilda do ano de 1.292, onde se menciona pela primeira vez a terminologia “Loja”, fazendo referência ao local de reunião de seus membros. 

Guilda provém da palavra guildi que significa: pago, no entanto se considera que tinha um sentido mais profundo e estava relacionada com as assembléias e banquetes a seus deuses pagãos.

Assim organizados, os Grêmios de Comerciantes vão ganhando monopolizar suas respectivas atividades mercantis e sua importância frente aos senhores feudais que até então concentravam todo o poder nas cidades. Este poder se foi exercido cada vez mais sem timidez, de tal forma que com o passar dos anos conctrolaram bens de produção e a comercialização dos produtos.

Aos comerciantes que não eram membros do Grêmio eram cobrados maiores impostos. Os que pertenciam a eles adquiriram influência politica e realizaram alianças com comerciantes de outros centros de produção ou comercialização logrando a peneração em outros mercados e o aumento dos ganhos. 

Nos séculos XIV e XV os Grêmios de comerciantes enfrentam sua maior ameaça: os Grêmios de Artesãos, os quais terminaram por monopolizar a produção e venda de bens, causando, consequentemente, a perda de protagonismo e importância aos primeiros, até que finalmente desapareceu o controle que tinham sobre o comércio e se estinguiram no final da Idade Média. 

Por outra parte os alquimistas medievais, sucessores dos gregos no estudo das substâncias estavam ainda submergidos na magia e no charlatanismo, mas chegaram a concusões mais razoáveis e verossímeis já que manejavam os materiais sobre aqueles que especulavam. 

Durante a Idade Média, especialmente entre os séculos V e XV, a ciência foi obscurecida pela inquietudes religiosas. Não obstante, no século VII a ciência reapareceu com os árabes que haviam acumulado os antigos conhecimentos dos egípcios e da antiga filosofia grega através da escola de alexandrina, fundando uma prática: a alquimia, o precedente da química. 

A alquimia européia foi herdada dos árabes da seguinte forma: 

1º - A influência árabe penetrou no ocidente através da Espanha; o califado de Córdoba alcançou seu apogeu durante os reinados de Abderraman II (912-961) e de al-Hákam II (961-976). Foram criadas escolas e bibliotecas que atrairam estudantes de todo o mundo mediterrâneo. Segundo a tradição, o monge Gerbert, mais tarde Papa com o nome de Silvestre II (999-1003), foi o primeiro europeu que conheceu as obras alquímicas escritas pelos árabes, embora pessoalmente fosse sobretudo teólogo e matemático.

2º - Contudo foram principalmente as Cruzadas que colocaram o ocidente em relação com a civilização árabe e despertaram o vivo interesse pela ciência oriental. Observemos também que a Sicília constitui um nexo entre o Oriente e a Itália: o astrólogo Miguel Escoto dedicou sua obra De Secretis (1.209), na qual as teorias alquimista estavam extensamente desenvolvidas, a seu Mestre e Imperador Frederico II de Hohenstaufen. 

A alquimia começou a entrar em moda no ocidente por volta do século XII, época na qual foi traduzida do árabe para o latin a obra conhecida pelo nome de Turba Philosophorum (A Turba de Filósofos). As traduções do árabe aumentaram progressivamente e suscitaram no século XIII uma extraordinária aceitação literária da alquimia. 

Os alquimistas consideravam os metais como corpos compostos resultantes de duas propriedades comuns: o mercúrio – que era o metálico e o enxofre – que era o combustível. Posteriormente consideraram um terceiro princípio – o sal – identificado com a solidez e a solubilidade. 

Estes principios alquimistas substituiram durante a Idade Média aos elementos da filosofia helênica. Uma idéia imediata foi a possibilidade de se conseguir a transmutação dos metais mediante a combinação desses três princípios, mas esta transmutação só podia ser factível na presença de um catalizador ao qual se chamou de pedra filosofal. A história da alquimia é basicamente a busca da pedra filosofal. Por outra parte os alquimistas, confundidos com os magos e buxos, sofreram perseguição por parte das autoridades religiosas. 

Tratando de expolicar as diversas propriedades das substâncias, os alquimistas atribuiram ditas propriedades a determinados elementos que acrescentaram a lista. Identificaram o mercúrio como o elemento que conferia propriedades metálicas as substâncias e o enxofre e o enxofre como aquele que dava a propriedade da combustibilidade. 

Segundo aqueles alquimistas uma substância pode transformar-se em outra simplesmente acrescentando e subtraindo elementos nas propriedades adequadas. Um metal como o chumbo, por exemplo, podia transformar-se em outro agregando-lhe uma quantidade exata de mercúrio. Durante séculos prosseguiu a busca da técnica adequada para converter em outro um “metal base” e nisto se baseou toda a alquimia medieval. Neste processo, os alquimistas descobriram substâncias muito mais importantes que o ouro, tais como os ácidos minerais e o fósforo. 

Os ácidos minerais: nítrico, clohídrico e, especialmente o sulfurico, introduziram uma veradeira revolução nos experimentos da alquimia. Estas substâncias eram ácidos muito mais fortes que o mais forte conhecido até então (o ácido acético ou vinagre) e com eles podiam decompor as substâncias sem necessidade de empregar altas temperaturas nem recorrer a longos períodos de espera. 

O primeiro ácido mineral descoberto foi provavelmente o ácido nítrico, feito pela destilação de salitre, vitriolo[3] e alúmen. O que apresentou mais dificuldades foi o ácido sulfúrico que era destilado do vitriolo ou alumén que requeriam recipiente resistente a corrosão e ao calor. Muito mais difícil foi o ácido clorhídrico que era destilado do salcomum ou sal de amoníaco e vitriolo de alumén.

De todas as formas poucos alquimistas tiveram o desejo de tentar através desses importantes êxitos secundários, pois se desviariam do que eles consideravam sua busca principal. Muitos simulavam produzir ouro por meio de truques de prestidigitação para ganhar o apoio financeiro dos ricos.

Os trabalhos dos alquistas da Iade Média, embora infrutíferos no descobrimento da pedra filosafal e do eligir da longa vida, e portanto estéreis, produziram induvidáveis progressos na química de laboratório, posto que preparam novas substâncias, inventaram aparatos úteis e desenvolveram técnicas empregadas mais tarde pelos químicos. A partir deste ponto de vista metodolígicos se deve aos alquimistas uma operação fundamental na química: a operação de pesar. Seus filtros exigiam uma dosificação minuciosa dos ingredientes que meclavam. Assim, em seus laboratórios fáusticos, os alquimistas elaboraram o que mais tarde viria a ser o método quantitativo.

[1] Monasticismo (do grego monachos, uma pessoa solitária) é a prática da abdicação dos objetivos comuns dos homens em prol da prática religiosa. Várias religiões têm elementos monásticos, embora usando expressões diferentes: budismo, cristianismo, hinduísmo, e islamismo. Assim, os indivíduos que praticam o monasticismo são classificados como monges (no caso dos homens) e monjas (no caso das mulheres). Ambos podem ser referidos como monásticos e, por norma, vivem na chamada clausura monástica. 

[2] Canais por onde corriam as águas destinadas a irrigação. 

[3] Denominação antiga dos sulfatos. Denominação vulgar de alguns sais metálicos,especialmente do ácido sulfúrico.

Texto extraído do trabalho do Ir.´. Herber Ore Belsuzarri - traduzido pelo Ir.´. José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF