segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A GEOMETRIA SAGRADA NO "ARQUEÔMETRO"



A GEOMETRIA SAGRADA NO "ARQUEÔMETRO"

Texto de José Maurício Guimarães




No Registro Nacional de Propriedades Industriais da França, encontra-se arquivada uma curiosa patente de número 333.393, datada de 26 de junho de 1903, propriedade de Joseph-Alexandre de Saint-Yves. Trata-se de um instrumento de precisão, catalogado pelo instituto de patentes entre os instrumentos matemáticos de pesos e medidas que o inventor chamou "Padrão Arqueométrico", um meio de aplicar as regras musicais à arquitetura, às belas-artes, às artes gráficas e a diversas profissões e ofícios.

Muito já se escreveu sobre a Geometria Sagrada e os supostos segredos que os construtores medievais ocultaram nos muros das catedrais. Saint-Yves não era um fantasista, mas acreditava num padrão ou proporção matemática implantada pelo Criador entre todas as coisas e fenômenos do Universo, assim como os antigos gregos ao estabelecerem o Número de Ouro ou Divina Proporção que é 1,618...

A ideia expandiu-se para a trajetória dos astros, os fenômenos astronômicos e os ciclos que ocorrem na Terra.

O "Padrão Arqueométrico" de Saint-Yves fez renascer as idéias dos pitagóricos de que "no princípio Deus geometrizou"; que o Universo foi criado com número e proporção. Estas idéias levaram os extremados a afirmarem que "Deus é um número".

Nos templos iniciáticos da antiguidade, segundo as conjecturas de Saint-Yves, predominava a lei astronômica dos Triângulos Celestes. O diagrama formulando essa "descoberta" aparece nas modernas instruções maçônicas e nos ensinamentos de outras ordens iniciáticas, deixando os adeptos boquiabertos.

Nossos remotos antepassados imaginavam que a Terra fosse o centro do Universo, o número 1. Contemplavam o céu, o horizonte e o Sol como se fossem a unidade se desdobrando na perigosa dualidade: o dia e a noite, o preto e o branco, o sim e o não. Estes, por sua vez, materializavam-se em quatro triângulos: as casas zodiacais 1, 5 e 9 sendo ígneas (elemento fogo); as casas 2, 6 e 10 correspondendo ao elemento terra; as casas 3, 7 e 11 formando o triângulo do ar e, finalmente, as casas 4, 8 e 12 pertencendo ao domínio das águas. E Saint-Yves acabou por reproduzir essa cosmogonia que alguns tentam explicar pela "quadratura do círculo", assim: Os quatro primeiros algarismos constituem a tetractys pitagórica. O plano divino e o plano humano estão assim relacionados: o um se torna muitos; os muitos se unem outra vez na unidade, ou seja, 1+2+3+4=10 sendo que o 10 retorna à unidade, pois 1+0=1.

Parece complicado... e é mesmo, principalmente com a colaboração dos exotéricos extremistas que transformam o simples em complexo e o complexo no indecifrável.

Mas Saint-Yves não se limitou a reproduzir essas idéias. Levou-as mais longe no que se refere à correlação entre formas arquitetônicas, cores e os sons musicais nas catedrais góticas: um som é ANÁLOGO a uma cor (vibração em oitavas superiores) e uma distância entre dois pontos.

A arte gótica, na interpretação de muitos é, na verdade, "ars gotica" ou "argot", uma linguagem secreta. Na mitologia grega, o navio de Ulisses chamava-se "Argos", e seus tripulantes "argonautas" - uma espécie de Loja - maçônica ou rosacruz - flutuando sobre as águas.

Com os conhecimentos que possuía, Saint-Yves aventurou-se na pesquisa da relação entre o significado dos sons do alfabeto watan, a escala musical e as medidas numa régua de três faces (watan seria a escrita primitiva que, segundo os videntes, originou-se na Atlântida e foi transmitida à Índia e ao Egito depois da catástrofe que fez desaparecer aquele continente). Nesse ponto da "pesquisa" o autor do Arqueômetro abriu concessões irreparáveis ao critério científico.

Porém, dessas andanças resultou uma intrigante descoberta das correspondências entre hieróglifos egípcios, o alfabeto hebraico, os números e a escala (musical) pitagórica. Noutras palavras: apontou no que julgava ver e acertou no que não viu (figura acima, mostrando as medidas de um cálice, as cores, os planetas e os sons).

Duas dessas importantes chaves aparecem na páginas 273 e 274 da edição espanhola de Luis Carmo-Madrid com o "tipo de armação musical do Estilo grego - Divisões musicais e Intervalos relacionados à corda sol dividida (em 96) - Número do Triângulo de JESUS (arqueômetro)". O nome Jesus foi escolhido como exemplo para o projeto de uma fachada. Numa primeira leitura dessas plantas baixa e recortes de fachadas o leitor desanima, pois tem de conhecer matemática e desenho geométrico além de sustentar-se em sólido conhecimento da teoria musical. O que usamos é o "sistema temperado" ou Wohltemperierte segundo Bach). 

A primeira leitura que fiz do Arqueômetro data de 1990 quando fui presenteado com o livro. Confesso que fiquei tonto... apesar de ter sido bom aluno de Geometria, Geometria Descritiva de Gaspard Monge, ter passado bom tempo lendo sobre as tentativas de Gustav Fechner para validar a associação entre fenômeno humano e o número de ouro, etc., além - é claro - de minha formação profissional como instrumentista e professor de música. Mas nem esses conhecimentos me foram suficientes, apesar de, pacientemente ter separado os elementos imaginativos daquilo que pude contar e medir com o auxílio de uma lupa. Lá estavam (e ainda estão) as medidas, formas e cores demonstradas por Saint-Yves D'Alveydre.

Para os místicos, os povos da remota antiguidade sabiam correlacionar as energias telúricas e siderais com formas, cores e com um outro aspecto infelizmente perdido para nós: a música desses povos. Dizem que os antigos egípcios frequentavam lugares sagrados para entrarem em comunhão com as forças da natureza mediante formas sagradas, cores que eles geralmente atribuíam às vestes ritualísticas e sons sagrados que emitiam naqueles locais durante as cerimônias. As formas e as cores chegaram até nós. Os sons se perderam, pois, como já dissemos, só na Idade Média foram desenvolvidas novas técnicas de notação musical.

Foi na Idade Média que se desenvolveram as técnicas de notação musical. Guido d'Arezzo, que viveu de 995 a 1050, foi o inventor de inúmeras novidades musicais. Fez progredir o sistema de escrita das notas e deu os nomes dó-ré-mi-fá-sol-lá-si às sete notas dos sistema tonal com sílabas de um hino dedicado a São João, patrono dos construtores de catedrais, dos Templários e dos "monges construtores". Isso temos como verificar:

UT queant laxis = ut foi substituído pelo monossílabo DO;
REsonare fibris = nota RE (escala pitagórica = 9/8);
MIra gestorum = nota MI (escala pitagórica = 81/64);
FAmuli tuorum, = nota FA (escala pitagórica = 4/3);
SOLve polluti = nota SOL (escala pitagórica = 3/2);
LAbii reatum, = nota LA (escala pitagórica = 27/16);
Sancte Ioannes = S+I (ou si) (escala pitagórica = 243/128).

Traduzindo o hino, para que possa servir de interpretação daquilo que Guido d'Arezzo ocultou: "Para que sejam soltos as vozes de teus servos num cântico que possam proclamar as maravilhas de vossas obras limpe a culpa dos lábios manchados, ó São João!" 

Saint-Yves era também músico e estava atento a essa associação ao elaborar a teoria do Arqueômetro. Passou a "usar o watan" apenas como referência (mais para ocultar do que para revelar, como fazem os bons simbolistas). No momento de provar sua teoria, associou cada som das vogais e consoantes latinas à determinada nota e cor. Nas páginas 284, 285 e 286 (da Edição espanhola) ele exemplifica o Arqueômetro musical na línguas litúrgica, musicando o "Angelus dixit..." ou Saudação Angélica em conformidade com as leis numéricas (para coro, harpa baixo e órgão).

Disposto a recuperar o segredo dos antigos construtores e redescobrir os números e proporções capazes de orientar o homem moderno na construção de templos e na composição de cânticos adequados aos mesmos, inventou uma escala de medidas, cores e sons, uma extensa coleção de "réguas triplas" derivadas do sistema métrico decimal, da escala musical temperada em substituição ao sistemas musicais dos pitagóricos.

Em resumo: para Saint-Yves, as catedrais estão construídas nos cânones de arquitetura e sincronizadas com: 1) cores internas filtradas da luz solar pelos vitrais e rosáceas; 2) os cânticos religiosos; 3) o formato e tamanho do cálice utilizado durante as celebrações.

Cada catedral deveria, portanto, ter sua própria música e seus próprios cânticos. Seria preciso que cores específicas, refletidas internamente, estivessem em harmonia (ressonância) com o resto da construção, a música e a posição geométrica do templo.

As descobertas de Saint-Yves D'Alveydre estão condensadas, e de certo modo veladas, em seu livro "O Arqueômetro - Chave de Todas as Religiões e de Todas as Ciências da Antigüidade",(traduzido em português pela Madras) onde ele propõe uma reforma de todasas artes contemporâneas.

Evidentemente, trata-se de um livro de leitura difícil. Exige conhecimentos aprofundados de matemática, música e arquitetura. Mas sua teoria e suas demonstrações levam-nos a refletir sobre o conhecimento perdido e principalmente sobre o uso equivocado das artes atuais, especialmente no campo da música.

José Maurício Guimarães - M.'.I.'.
A.'.R.'.L.'.S.'. Inconfidência 47 - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Brasil

Blog disponível em: www.zmauricio.blogspot.com











domingo, 18 de agosto de 2013

OS PAPAS MAÇONS




OS PAPAS MAÇONS

Para que não reste dúvida no sentido de que a Maçonaria não é incompatível com a religião, ou com os ensinamentos adquiridos dentro da Irmandade, assinalamos que o Papa Pio IX foi maçom quando no mundo profano se chamava JUAN FERRETI. Esclarecemos, contudo, que já antes de ser elevado a Sumo Pontífice havia decepcionado a Irmandade e, no dia 09 de novembro de 1846, publicou uma Encíclica contra a Maçonaria.

Há alguns anos o ilustre professor e pós-graduado ALFONSO SIERRA PARTIDA, tentou publicar em jornais da cidade do México uma cópia do Certificado de Iniciação, em uma Loja de Paris, onde está assentado que os profanos ANGELO RONCALLI e GIONANI MONTINI tinham sido aprovados para serem iniciados nos Augustos Mistérios da Maçonaria.

A imprensa da cidade do México e de todo o país não aceitou dita publicação, razão pela qual o Mestre que havia encaminhado os documentos mandou tirar cópias que circularam entre os maçons daquela nação.

ANGELO RONCALLI e GIOVANI MONTINI, que mais adiante ficaram conhecidos como os Papas JOÃO XXIII e PAULO VI, viriam introduzir reformas aos cultos católicos com o fim de adequá-los aos novos tempos.

As grandes reformas introduzidas pelo Papa JOÃO XXIII se encontram no Concílio Ecumênico Vaticano II e observamos que em suas fundamentações existem muitos dos princípios e postulados maçônicos.

Podemos indagar: que justificativa teve JOÃO XXIII para decretar a abolição de bulas escomungatórias existentes antes de sua chegada ao trono de São Pedro?

No ano de 1935, ANGELO RONCALLI, Arcebispo de Mesembria, delegado Apóstólico na Turquia, por ocasião da guerra que lá transcorria, como outros sacerdotes e religiosos, se viram obrigados a usar roupas laicas. É precisamente nessa época que foi convidado a ingressar na Ordem Rosa Cruz, que tanta força recebeu no passado de LOUIS CLAUDE DE SANT MARTIN o Conde de SAINT GERMAIN e o Conde de GAGLIOSTRO.


PIER CARPI, sério jornalista investigativo e ao mesmo tempo forte detrator de todo tipo de sociedades iniciáticas ou secretas, é quem, paradoxalmente, encontra provas documentais da iniciação maçônica, na Turquia, de ANGELO RONCALLI (Papa João XXIII). Este grande jornalista relatou este processo de iniciação e descreveu amplamente sua ritualística. Conta ainda, que em uma das reuniões realizadas em Loja Aberta, ANGELO RONCALLI cai em um transe místico de longa duração e é precisamente nestas circunstâncias que dita suas famosas profecias. Os detalhes desta história estão na obra intitulada “As profecias de JOÃO XXIII, de Pier Carpi, publicada pela Editora Martinez Roca, da Espanha.

O Arcebispo Francês Lefreve fez denuncias com a finalidade de estabelecer uma verdadeira ligação entre o Trono de São Pedro e a Maçonaria. IL BORGHESE, semanário italiado de direita divulgou uma longa lista de prelados maçônicos, entre eles: PELEGRINO, Arcebispo de Turin; o Secretário de Estado VILLOTI; POLETI, Vigário de Roma; o belga SUENENS e até o Secretário privado de PAULO VI, PASQUALE MARCCHI, que estava inscrito na maçonaria desde 23 de abril de 1958, quando era Secretário do Arcebispo de Milão Monsenhor MONTONI, entre outros.

O Grão-Mestre da Maçonaria Italiada LINO SALVAN, médico socialista, foi frequentemente identificado como o porta-voz da organização maçônica mais ouvido dentro do Vaticano e um dos arquitetos da paz entre os dois domínios, em setembro de 1976.

Ele nunca soube porque o Papa Pio XII sempre se recusou a dar o Cardinalato ao Papa GIOVANI MONTINI (Paulo VI). Em 24 de novembro de 1958, 20 dias depois de ser elevado ao trono de São Pedro, ANGELO RONCALLI (João XXIII) nomeia 23 novos Cardeais entre eles GIOVANI MONTINI.

JOÃO XXIII, em 1960, dá seu consentimento para proceder a estudos sobre sociedades esotéricas e iniciáticas e suas relações com a Igreja. Durante o curso das investigações foi detectado que as chaves dos TEMPLÁRIOS, ROSACRUZES, Organizações MAÇÔNICAS e MARTINISTAS, nunca se extraviaram ou se perderam e estiveram zelosamente guardadas no seio da própria igreja.

No passado houve papas que tinham uma estreita relação com as sociedades exotéricas e a tradição eminentemente oculta, dentre eles BENEDICTO IX (1032-1034) e BONIFÁCIO VII (984-985)

Os maiores Mestres da tradição esotérica do Liceu (alta escola) tais como: NOSTRADAMUS (ocultista e astrólogo); CORNÉLIO AGRIPPA (ocultista e esoterista); SÃO ALBERTO MAGNO (astrólogo); SÃO TOMÁS DE AQUINO (mago branco e discípulo de Alberto Magno) e LEONARDO DA VINCI (mago, esoterista, ocultista e desenhista) foram fiéis praticantes do Catolicismo.

No caso particular de GAGLIOSTRO que foi perseguido pela inquisição, este defendeu sempre a relação íntima e validade entre o esotérico e o exotérico. Ele travou debates teológicos com o respeitado Grão-Mestre MANUEL PINTO DE FONSECA a cuja presença lhe conduziram o frade alquimista UMILE e seu guia espiritual ALHOTAS. Este debate continuou com o Papa Clemente XIII que se tornou um grande devoto e amigo.

A prova vital de que existe mais informações sobre Esoterismo e magia e ocultismo e maçonaria em bibliotecas não maçônicas encontramos na pessoa de ALPHOSSE LOIS CONSTANT, mais conhecido entre nós estudiosos de esoterismo como ELIPHAS LEVI ZAHED, que estudou e se ordenou sacerdote no seminário do Santo Suplício. Por esta situação tão especial teve acesso a todas as biblitecas de conventos e seminários daquela época.

O fato de possuir uma ampla cultura e de falar vários idiomas lhe facilitou consultar antigos e raros documentos que supostamente a inquisição havia colocado no fogo. Por esta razão e seu espírito liberal, foi logo considerado como perigoso dentro da Igreja Católica em si, sendo repudiado por ela em 1841. Petenceu a diversas organizações maçônicas, entre elas podemos enumerar: “A FRATERNIDADE MAÇÔNICA de introdução ao Rito de York; “a IRMANDADE DA LUZ” e “a SOCIEDADE ROSACRUZ” em Anglia.

Após o resultado dos inquéritos ordenados pelo Papa JOÃO XXIII, complementando os estudos de LEVI ZAHED, teve início o processo para conduzir à eliminação das Bulas de escomunhão a maçonaria, embora não se tenha chegado até hoje a bom termo.

Texto extraído e traduzido do site maçônico Del Guajiro pelo Ir.´. José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF.