segunda-feira, 15 de abril de 2013


O COLÉGIO COMACINO



OS LOMBARDOS DA ILHA DE COMO



Logo após a queda do Império Romano, no norte da península itálica se estabelece no século IV o povo germânico dos Lombardos, ocupando a região das atuais províncias italiadas de Bérgamo, Brescia, Como, Cremosa, Mantua, Miln, Pavia, Sondrio e Varese, onde fundou um reino que sobreviveu até o século VIII. Esta zona é ainda conhecida por Lombardia. 

Os lombardos invadiram e conquistaram o norte da Itália e durante três séculos constituiram um povo que se converteu ao cristianismo e adotou o latim como língua diária, sendo finalmente derrotado por Carlos Magno no ano 774 e assimilados pelos habitantes dos territórios ocupados. 

Na Lombardia, próximo a borda sul dos Alpes e antes de chegar ao piedemonte, se encontra a provícia de Como que possui um lago com o mesmo nome em forma de Y. É ele o mais profundo dos lagos alpinos e seus limites estão defiidos pro profundos vales de falhas que se produziram durante a formação dos Alpes. Dado que seus leitos foram comprimidos e erosoneados por glaciações posteriores, sua elevação é de 198 metros sobre o mar e conta com partes desse leito a 200 metros abaido do nível do Mediterrâneo. 

Lago de Como

Hoje em dia, o lago nada recorda de material que no século VI um grupo de imigrantes construtores originários de diferentes partes da Europa se radicaram em uma de suas ilhas que a se encontrava maduramente fortificada. Estes constutores adquiriram fama e passaram a história como os Mestres Comacinos e a eles se atribuia a difusão de um estilo italiano pré-romanico amplamente difundido na Alemanha, França, Inglaterra e Espanha.

A importância dos mestres lombardos resulta de sua perícia para contruir abóbadas nos templos. É sabido o intresse simbólico e prático durante a Idade Média de que os templos fossem abobadados. Como Casa de Deus, a Igreja tinha que ser o mais perfeito dos edifícios e só se conseguia isso através do abobadamentos pétreo, Ademais, um edifíco com teto de madeira, repleto de fogos de velas e tochas era um perigo potencial para os incêndios.



   La Basílica de San Fedele, de Como, es la expresión del arte románico de los Magistri Comacini. 

A arquitetura lombarda é portanto abobadada. Las abóbadas da arquitetura lombarda original são de arista (borda)[1], embora posteriormente se adapta a forma cilíndrica. Também articulam os muros em ressaltos para animar sua superfície. Ela consegue uma estruturação de espaços e gera uma sensação de verticalidade e maior agrado estético. Neste sentido há que recordar as fórmulas decorativas empregadas habitualmente como os arcos e as “lesenas”[2]lombardas ou pilares pequenos ressaltadas que chegam até o solo. 

Pouco a pouco, estes construtores foram ganhando prestigio e autonomia, como consta no antigo documento do ano de 643, atribuído ao rei lombardo Rotary, onde se encontram consignados pribilégios outorgados a corporação de arquitetos da ilha de Como. 

Algus estudiosos plantam a tese de que os Mestres Comacinos constituem o pequeno pilar que une os antigos colégios romanos com as Guildas (Grêmios) de ofícios medievais e, portanto, são os precursores da organização social que logo se conheceria como Maçonaria. 

A reputação destes construtores de Como era de tal natureza, que arquitetos de toda Europa e Ásia Menor se dirigiam a sua ilha fortificada para obter instrução. 

No saqueamento de roma por parte dos Godos, eles fugiram para a ilha de Como, onde mantinham vivas as regras de sua arte e o desenvolvimento dos distintos estilos italianos. Sua organização foi a mesma dos Collegia e se dividiram em Escola de Aprendizes; Construtores de Catedrais, aqueles que fizeram o trabalho real, obreiros das fábricas, ou de Mestres que desenharam e ensinaram os demais. 

O Rei lombardo Rotario, emite um Edito datado de 22 de novembro de 643 que confere privilégios para o Mestre Comacino e seus associados, ainda mesmo que isto tenha sido assim desde há muito tempo. Estes mesmos privilégiosforam mantidos na Lombardia para mostrar então que Mestres e Discípulos com um Mestre ou Grão Mordomo[3] e, por extensão permanecram, também, entre os maçons livres, até o século 15. Sabe-se que São Guilherme, Abade de Benigno, em Dijon, era um lombardo de nascimento, e trouxe seus compatriotas para construir seu monastério e que Ricardo II, duque da Normandia, empregou este arquitero por 20 anos na mesma obra ((Los constructores de catedrales, Líder Scott, 1899, Londres). 

Não é tão difícil conectar a maçonaria com a Collegia[4] (Colégios), a dificuldade fica na atribuição das tradições judias a Collegia (Colégio). 

Nesta obscuridade que se estendia sobre toda a Itália só uma pequena lâmpada acesa se manteve, uma centelha brilhante na Necrópolis italiana, que eram os Comacini Magistri (Mestres Comacinos). Seus nomes são desconhecidos, no entanto o alento de seus espíritos pode-se sentir ao longo dos séculos e seus nomes são como uma legião coletiva, da qual pode-se dizer ser a responsável pela maioria das obras de arte entre os anos de 800 e 1.000 d.C. 

A sobrevivência da Irmandade dos Comacinos se baseia nos fatos de que os segredos romanos da construção em alvenaria não se perderam totalmente na Itália. Foram guardados e passados para as confrarias de pedreiros, que eram um dos numerosos collegi (colégios) nos quais os trabalhadoresl para mútua proteção. Realizavam banquetes fraternos no apoio eventual às viúvas em todo o Império romano, às vezes associadas entre si como mestres do arcano ou “mistérios” de seu ofício. Cada uma dessas confrarias era localizada em uma só cidade e estavam compostas por homens livres ou de escravos libertos que tinham uma deidade única e eram livres, formando um vínculo muito parecido com a organização de uma cidade, sob a vigilância de funcionários. Se supõe que os Comacinos tiveram origem em Como e Pavia. 
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Leão no portal da Igreja do Monastério do Monastério Kaiserdom en Königslutter 

Se as marcas de pedreiros foram o símbolo dos Comacinos, então a evidência de seu trabalho se tem encontrado em várias partes da Europa, como os capitéis da cripta na Cadetral de Lund ou uma “Como-Pavian”, escultura arquitetônica na catedral de Módena e sua Torre da Ghirlandia, no centro e no sul da Itália, ou através de Languedo da Península Ibérica, no sul da Alemanha até a Hungria, incluíndo a Inglaterra. Na Idade Média os artistas não tinham o costume de assinar seus trabalhos, por que para detectar o trabalho da corporação olhavam as marcas dos pedreiros “inscritas na pedra” e desta maneira foi rastreada a influência Comacina na Suécia e Síria. 

O florescimento de uma “Como-Pavian”, escola da decoração escultural dos púlpitos e dos portais que apareceram na região de Como, no final do século XI, se desenvolveu com o luxo de enriquecer as fachadas em Pavia, na década de 1.130 e logo foi difundida amplamente nos séculos XII e XIII, por conta da viagem de grupos de artesãos que possuiam grande tradição atribuída a escultores Comacinos. 

Capitel da Igreja de Königslutter 



Parte de las tallas del coro ábside de la iglesia en Königslutter. 


[1] linha reta de interseção dos dois planos, ou duas superfícies de um poliedro se cruzam 

[2] Uma lesena é uma faixa ou banda vertical, em relevo, feita numa fachada e que cria una sombra, usada na decoração de uma edificação ou um pequeno pilar. 

[3] a organização Medieval , o mordomo ou Gastaldia era uma unidade administrativa regida por um funcionário da corte real , o mordomo ou oficial de justiça , autorizada a operar no civil, militar e judicial (eunucos foram designados ou real ou ducal e administradores é que a personalidade soberania exercida sobre o território de Gastaldato). (Wilkipedia) 

[4] grupo de religiosos vivendo em comunidade – Agremiação (grêmio) - 4 Corporação de pessoas com igual categoria ou dignidade. 5 ant Convento de jesuítas com ensino obrigatório. C. eleitoral: o mesmo queassembléia eleitoral

* - Extraído da Obra de herbert Ore Belsuzarri - "Maçonaria - Origem e Evolução!

Ir.´. José Roberto Cardoso
Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF


ROMA E OS COLÉGIOS


No Monte Plalatino, se estabeleceu em meados do século VIII antes da era atual, um povo que daria origem a Roma, a Cidade Eterna berço do império Romano. 

Diversos autores reuniram dados e deram forma literária às lendas sobre a fundação da ciadades, que se fixou convencionalmente no ano 753 a. C. Entre essas lendas a que o fundador da cidade, Rômulo, descendente do heroi troyano Eneas, foi amamentado em sua infância, junto com seu irmão Remo, por uma loba que se transformou no símbolo da cidade. 

A lenda menciona que Numa Pompílio, suposto segundo rei de Roma, organizou o exército e creou os célebrs Colégios de Arquitetos alistados nas Legiões Romanas que estiveram acantonadas no Oriente Médio no século VII a.C. 

O Mitraísmo foi uma das mais ricas associações iniciáticas da antiguidade, tanto por sua organização simbólica como pela qualidade de suas fraterndiades que asseguravam uma grande coerência com a instituição. Os templos de Mitra estavam decorados para simbolizar o cosmos; em sua abóbada estava pintado ofirmamento estrellado. Os templos Masônicos atuais são quase idênticos àqueles templos da época Mitráica. 

Desde a iniciação, na qual o postulante sofria as provas dos quatro elementos, o ritual que nos transmite a história é muito próximo do atual ritual Masônico que usamos hoje. [1] Dita cerimônica se realizava em uma sala subterrânea, sendo seguida de umritual simbólico de morte e ressureição. 

Os adeptos de Mitra recebiam ensinamentos com base na astrologia, nas relações do homem com o universo e nos rudimentos da linguagem dos mistérios. Nos mistérios de Mitra, se praticava um batismo em forma de ducha com o sangue do touro sacrificado 

Glorificando e santificando o trabalho e protegendo os artesãos, o Mitraísmo inicia em seus mistérios muitos arquitetos que propagaram suas idéias nas primeiras corporações de construtores; tal como Vitruvio, letrado geômetra, desenhista e filósofo romano, venerado pelos pedreiros medievais, que afirmava: “...aqueles que não utilizaram a mão no trabalho não poderiam jamais alcançar a perfeição...” Ele da aos séculos seguintes a definição do que devia ser um Mestre Arquiteto: “...o espírito sem o trabalho e o trabalho sem o espírito, não renderá jamais um obreiro perfeito...” (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 24). 

Os escritores alemães Krause, Heldmann e outros, anunciaram ao mundo pela primeira vez a relação que existia entre os Colégios Romanos de Arquitetos e a Sociedade dos Maçons. 

A teoria de Krause sobre este assunto se encontra principalmente em sua obra intitulada “Die drei altesten kunsterkunde”. Afirma ele que a doutrina da Maçonaria tal como existe agora, com todas as suas características religiosas e sociais, políticas e profissionais, sua organização interior, suas formas de idéias e ações, se deve aos Colégios de Artífices ou Collegii Artificium de los Romanos, que passaram com muito poucas mudanças às Corporatonen vomBAukunslern, o “Gremios Arquitetônicos”, da Idade Media até a organizaçõa inglesa de 1717. 

É a Numa Pompílio, o segundo rei de roma a quem os historiadores, após Plutarco, atribuem a primeira organização dos Colégios Romanos; embora segundo algumas conjecturas razoáveis, é provável que uma organização semelhante existira anteriormente entre os habitantes albaneses, compreendendo assim os artífices toscanos residentes. Porém é de admitir-se que Numa lhes proporcionou essa forma que foi conservada sucessivamente. 

Numa Pompílio, ao subir ao tronom, encontrou os cidadãos divididos em várias nacionalidades, as que povinham dos romanos, os sabinos e os habitanres originados dos povos e lugares próximos de pouca importância, a quem por um ato de preferência ou pela força, se lhes fez trocar de residência para as beiras do Tíber. Isto deu origem a uma sepração de idéias e opiniões e a uma idéia constante de desunião. Porém, o objetivo de Numa era o de destruir por completo estes elementos rivais e de estabelecer uma identidade perfeita de sentimento popular, de tal maneiras que poderíamos usar a frase de plutarco, que são apropriadas: “a distribuição dos povos pode constituir uma mescla harmoniosa de todos e para todos”. 

Com esse objetivo estabeleceu uma religião comum e dividiu os cidadãos em curias e tribos consistindo assim um corpo mesclado indiferentemente dos romanos, sabinos e de outros estrangeiros naturalizados de Roma. 

Conduzido pela mesma sagacidade política, distribuiu aos artesãos em vários grêmios e corporações com o nome de Collegia ou “colégios”. A cada colégio foram alistados artesãos de profissão particular e cada um tinha seus regulamentos locais, seculares e religiosos. Estes colégios se desenvolveram com a mesma rapidez que a República, estabelecendo Numa desde o início, nove Colégios, sendo estes o Colégio de Músicos, de Ouríves, de Carpinteiros, Pintores, Sapateiros, Curtidores, Forjadores, de Oleiros e o nono composto de todos os artesãos que não eram aptos a estes ofícios, e que por isso não estavam compreendidos nos títulos anteriores, e que posteriormente aumentaram em grande número. É certo que foram abolidos, ou trataram de abolí-los por volta dos anos oitenta antes da era cristã, por um Decreto do Senado que observou com zelo sua influência política, porém voltaram vinta anos depois, estabelecendo-se de novo através de uma lei do tribuno Clodio, que revogou a anterior. Continuaram ativos no baixo império, estendendo-se nas províncias e sobreviveram até a decadência e queda do Império Romano. 

As legiões romanas 

Bem, agora, investiguemos a forma e a organização destes colégios e ao mesmo tempo tratemos de determinar a analogia que existe entre eles e as Lojas Maçônicas. 

A primeira regulamentação, que era indispensável, consistia em que nenhum Colégio poderia se formar com menos de três membros. Tão indispensável era essa regra que a expressão três faciunt collegium (três formam um colégio), chegou a ser uma máxima da lei civil. Era, do mesmo modo, tão rígida a aplicação desta regra que o corpo de consules que eram nomeados “colegas”, e que possuiam e exerciam todos os direitos colegiados, nunca foram reconhecios legalmente como Colégio, pela razão de que eram constituídos somente dos seus membros. Se surpreenderá facilmente o leitor com a identidade entre este regulamento dos Colégios e os da Maçonaria, que com igual rigor requeria três Maçons para fundar a Loja. O Colégio e a Loja requerem igualmente três membros para se tornarem legais. Um número maior podeproporcionar-lhe mais eficiência, no entanto não pode fazê-la mais legítima. Isto, então, é a primeira analogia que existe entre as Lojas dos Maçons e os Colégios romanos. 

Esses colégios tinham seus respectivos oficiais, a quem se assemelhavam muito singularmente em condições e deveres aos Oficiais da Loja maçônica. Cada Colégio era presidido por um chefe ou presidente, cujo título de Mestre se traduz exatamente pela palavra inglesa “Master”. Os oficiais imediatos eram os “decuriones”[2]. Esses decuriones eram análogos aos “Vigilantes” maçônicos, pois cada um dos “decúrios” presidia uma seção ou divisão do Colégio do mesmo modo em que encontramos na maior parte dos rituais ingleses antigos e continentais, a Loja dividida em duas “colunas”, onde cada uma delas é presidida por um dos Vigilantes, através dos quais se transmitia as órdens do Meste aos Irmãos da sua coluna. Havia também nos Colégios um Escrivão ou “secretário” que lavrava o registro dos procedimentos; um Tesoureiro, que tinha seu cargo situado ao fundo da Loja ou da “comunidade”; um tabelião ou guardador dos arquivos, equivalente ao arquivista moderno e finalmente, como estes Colégios combinavam a adoração religiosa e singular com seus trabalhos ordinários, havia para cada um deles um sacerdote que dirigia as cerimônias religiosas e era exatamente equivalmente ao capelão[3] (Orador) da loja maçônica. Em tudo isso, encontramos outra analogia entre estas instituições antiguas e nossos corpos maçônicos. 

E mais outra se encontrará na distribuição ou divisão de classes que existia nos Colégios Romanos. Assim como nas Lojas Maçônicas que tem seus Mestres Maçons, seus Companheiros Maçons e seus Aprendizes, do mesmo modo os Colégios tinham seus Seniores (superiores), os diretores de ofício e seus trabalhadores e aprendizes. Os membros não eram chamadosda mesma forma que os maçons de “irmãos”, porque este termo foi adaptado primeiramente nos grêmios ou corporações da Idade Média e na realidade é a descendência do sentimento cristão; contudo como observa Krause, estes Colégios eram dirigidos sob o sistema de uma família, ou de forma familiar, de onde vem a afirmação de irmão que se encontra no relacionamento familiar. 

O caráter parcialmente religioso dos Colégios Romanos de Artífices constituia uma analogia muito singular entre eles e as Lojas Maçônicas. A história demonstra que se tinha outorgado um caráter eclesiástico a esses Colégios quando de sua organização por Numa Pompílio. Muitas oficinas desses artífices foram construídas nas proximidades de um templo e sua curia, o lugar de reunião, se comunicava geralmente com o Templo. A deidade a que se consagrava o templo era adorada de forma peculiar pelos membros do Colégio adjacente e se constituía no deus protetor de sua arte ou ofício. No transcurso do tempo, havendo sido abolida a religião pagã e modificado o caráter religioso desses Colégios, os deuses pagãos foram substituídos pela nova religião pelos santos cristãos, um dos quais se adaptava sempre como o protetor dos grêmios modernos, o que, na Idade Média, tomou o lugar dos Colégios Romanos, e desta origem provém entre os maçons a dedicação de suas Lojas a São João decorrente do costume semelhante que existia nas Corporações de Arquitetos. 

Esses Colégios tinham pessoas que trabalhavam de forma secreta na investigação dos neófitos antes de suas iniciações na fraternidade e das instruções místicas e esotéricas a seus aprendizes e obreiros. Eram neste conceito, sociedades secretas semelhanes as Lojas Maçônicas. 

Seus membros tinham o costume de contribuir de forma periódica ou mensalmente para o sustento do Colégio, por cujos meios se acumulavam um fundo comum para a ajuda daqueles irmãos indigentes ou para auxíliar extranhos desprovidos e pertencentes a mesma sociedade. O governo lhes permitia que tivessem sua Constituição e também Estatutos e Regulamentos. Esses privilégios cresceram paulatinamente ampliando seus direitos de tal modo que nos últimos dias do império os Colégios de Arquitetos se encontravam investidos de poderes 

extraordinários referentes a vigilância e a direção dos construtores. Mesmo assim a distinção tão popular que se encontra na jurisprudência massônica entre as Lojas “legalmente constituídas” e as “Lojas clandestinas”, parece encontrar uma semelhança neste caso; porque dos Colégios que haviam sido estabelecidos por autoridade legal e que pelo mesmo tinham direito ao gozo dos privilégios de acordo com as instituições, se diziam “collegia licita” ou “colégios legais”, entretanto aqueles que formavam associações voluntárias não autorizadas por decreto expresso do senado ou do imperador se chamavam “collegia ilícita” ou “colégios ilegais”; Os termos lícito e ilícito equivaliam exatamente em sua importância às Lojas constituídas e as Lojas clandestinas da maçonaria. 

Nos Colégios os candidatos a admissão eram eleitos do mesmo modo que nas Lojas maçônicas, através da votação de seus membros. Em relação a este assunto a palavra latina que se usava para expressar a arte da admissão ou recepção é digna de consideração. Sempre que alguma pessoa era admitida na Fraternidade do Colégio, se considerava cooptado pelo colégio. Ademais, o verbo cooptar, empregado quase que exclusivamente pelos romanos para significar a eleição no Colégio, provém da palavra grega optomai que significa “ver, contemplar”. Esta mesma palavra dá origem, em grego, à palavra opoptes, espectador ou observador, ou aquele que adquiriu o último grau nos mistérios Eleusianos; em outras palavras, iniciado. Assim é que, sem exagerar muito a ingenuidade etimológica, poderíamos dizer que cooptatus in collegiu significava “ser iniciado no Colégio”. Isto é ao menos singular, pois a interpretação mais geral de cooptatus é “admitido ou aceito na Fraternidade”, ou o mesmo que “livre para os privilégios do grêmio ou corporação” e resulta que a idéia é a mesma tal como se transmite entre os maçons o titulo de “livres e aceitos”. 

Sabemos por Krause que estes Colégios de obreiros faziam uso das ferramentas de sua arte ou profissão na forma simbólica, em outras palavras, que cultivavam a ciência do simbolismo; é neste sentido, com efeito, mas que em nenhum outro se encontra numa analogia surpreendente entre os colegiados e as instituições maçônicas. O que temos manifestado não pode ser negado, pois como a organização dos Colégios estava envolta, como já foi demonstrado, do caráter religioso, e tal como se admite que toda a religião do paganismo era eminentemente simbólica, em consequência toda a asssociação que estava baseada ou cultivava este sentimento mitológico ou religioso, deve cultivar também o princípio do simbolismo. 

Aquetudo Romano 

Na organização e no modo de governo e das práticas dos Colégios Romanos existe uma analogia entre eles e as Lojas maçônicas modernas que é evidentemente mais que acidental. É de supor-se quemuito depois da dissolução dos Colégios, a maçonaria, na fundação de suas Lojas, intencionalmente adaptou a organização colegiada como um modelo pelo qual estabelecera seu próprio sistema, ou pode acontecer que dita semelhança tem sido o resultado de uma sucessão de associações originadas entre si nas mesmas que figuram no primeiro momento do término dos Colégios Romanos. Porém ainda não se conseguiu determinar se as Lojas devem sua origem aos Colégios só por sua forma ou pela forma e conteúdo. 

No tempo de Numa Pompílio, os Colégios Romanos eram apenas nove. Nos anos subsequentes à República o número aumentou consideravelmente e quase todos os graus e profissões tinham o seu colégio particular. Com o progresso do império, seu número foi muito maior e seus privilêgios se estenderam notavelmente ao ponto de constituir um elemento importante nos corpos políticos. 

Os romanos se distinguiram pelo espírito de colonização. Tão logo com suas armas vitoriosas haviam subjugado a um povo, antes de tudo se designava uma parte do exército para que fosse formada uma colônia. Então, o barbarismo e a ignorância dos habitantes ativos eram substituídos pela civilização e pelo progresso de seus conquistadores romanos. 

O Coliseu Romano 

Os Colégios de Arquitetos, ocupados na construção de edifícios seculares e religiosos, se expandiram da grande cidade até os municípios e províncias, Sempre que se construía uma nova cidade, um templo ou palácio, os membros destas corporações eram convocados pelo Imperador dos pontos mais distantes para que a comunidade de trabalhadores tomassem parte da construção.Os obreiros eram empregados no mesmo sentido que os “peões de cargo” do templo judáico nos trabalhos mais grosseiros e humilhantes, porém a vigilância e a direção das obras eram confiadas unicamente aos “membros aceitos” – “os cooptati” – dos Colégios. 

As colonizações do Império Romano foram dirigidas pelos soldados legionários do exército. A cada legião se agregava um Colégio ou corporação de artífices que se unia com a legião em Roma, a que acompanhava nas campanhas, acampando onde a legião acampava e marchando sempre a seu lado, e quando colonizava permanecia na colonia para plantar a semente da civilização romana e ensinar os princípios de sua arte. Os membros do colégio construíam fortificações para a legião no tempo de guerra, e em tempo de paz, ou quando a legião permanecia estacionária, construiam templos, casas e infraestrutura de irrigação. 

Teatro romano de Merida (España) 

Semelhante a Grécia, os artesão romanos ocupavam um lugar humilde na sociedade romana. Porém, os Colégios eram muito diversos e assim temos os COLLEGIA PONTIFICUM com fins religiosos, COLLEGIA MUNICIPIUM com fins governamentais e COLLEGIA FABRORUM integrado por profissionais e artesãos, que incluíam os construtores e outros ofícios humildes como os lixeiros, pescadores, sapateiros, cozinheiros, etc. O COLLEGIA FUNERARIUM se dedicava a dar sepultura digna aos corpos. 


A ESTRELA FLAMEJANTE 



                                 Flamejante = Que flameja, flaamejante, brilhante,                                                    resplandecente, vistoso, ostentoso.  Que pulsa, que tem vida.” (Dicionário Michaelis)



Cada um dos símbolos inseridos no interior de um Templo Maçônico tem um significado, uma razão de ser. E todos eles. É certo que todos eles, embora possam ter existido em outras épocas, só passaram a ornar as Lojas Maçônicas a partir da criação da maçonaria especulativa e isso ao longo dos séculos. 

As estrelas representadas na abóbada de um templo ou de uma igre­ja dizem respeito, especificamente, ao sig­nificado celeste desses astros. Seu caráter celeste faz com que eles sejam também sím­bolos do espírito e, particularmente, do conflito entre as forças espirituais (ou de luz) e as forças materiais (ou das trevas). As estrelas traspassam a obscuridade; são faróis projetados na noite do inconsciente. A estrela flamejante de cinco pontas é o símbolo da manifestação central da Luz, do centro mís­tico, do foco ativo de um universo em expansão. Traçada entre o esquadro e o compasso — ou seja, entre a Terra e o Céu —, ela representa o homem regenerado, radioso como a luz, em meio às trevas do mundo profano. E ela é, assim como o número cinco, símbolo de perfeição. No quadro do grau de Companheiro, a estrela flamejante tem no centro a letra G*: é o equivalente do Iod. O Princípio divino no coração do iniciado. Além disso, a estrela de cinco pontas é um símbolo do microcosmo humano; 

Quem deu o nome “Estrela Flamejante” foi o Médico e Teólogo Enrique Cornélio Agrippa de Netesheim, que nasceu no final do século XV. Este símbolo só foi introduzido na Maçonaria em meados do Século XVII, na França, pelo Barão de Tschoudy, criador do Rito Adoniramita. 

Como Símbolo Maçônico, A Estrela Flamejante de origem Pitagórica, pelo menos quanto ao seu formato e significado, este muito mais antigo do que aqueles que lhe deram alquimia, a magia e o ocultismo, durante a idade média. O seu sentido mágico alquímico e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico e teólogo, professor em diversas cidades européias. A magia, dizia ele, permite a comunicação com o superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário morrer para o mundo (iniciação). Símbolo e distintivo dos Pitagóricos, A Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Homonial é também denominada com impropriedade etimológica, Pentáculo (cinco cavidades), Penta Grama (cinco letras ou sinais gráficos, cinco princípios) ou Pentalfa. Importa saber que os pitagóricos a usam para representar a sabedoria (sophia) e o conhecimento (gnose) e provavelmente empregavam no interior do pentáculo a letra gama, de gnosis.

Através dos séculos houve sempre a preferência por uma estrela de cinco pontas como figura dos astros de aparência menor do que a do sol e da lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e é considerado uma estrela matinal e vespertina, ensejou lendas sem conta. Por outro lado, A Estrela de Cinco Pontas sempre foi, desde tempos remotos e até hoje, o distintivo de comandantes militares, e de generais. 

A Estrela Flamejante era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. Distingue-se do Delta ou Triângulo do Oriente, embora, entre os antigos egípcios representasse também Horus que em lugar do pai, Osíris passou a governar as estações do ano e o movimento. 

O verdadeiro sentido da Estrela Flamejante é Homonial, eis que o símbolo designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma, ou de fator de movimento e trabalho. Ou seja, o indivíduo como espírito ou fagulha interna que lhe concedeu o G.·.A.·.D.·.U.·. . A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas. Na Maçonaria essa idéia serve para lembrar ao Maçom que o homem deve criar e trabalhar, isto é, inventar, planejar, executar e realizar, com sabedoria e conhecimento. Pode ocorrer que o ser humano falhe nos seus desígnios. O Maçom também pode falhar como ser humano, mas seu dever é imitar, dentro de seus ínfimos poderes o G.·. A.·. D.·. U.·., o ser dos seres. 

As cinco pontas da Estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição, visão, olfato e paladar, dos quais para os Maçons três servem a comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques Pela audição se percebem as palavras , e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode esquecer o paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho. Finalmente pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e os aromas do altar de perfumes. A letra "G", interior com o significado de gnose ou conhecimento lembra a quinta essência, quanto ao transcendental. Quanto ao Homonial, lembra ao Maçom o dever de conhecer-se a si mesmo. 

Ela representa o domínio do homem sobre os quatro elementos, o homem vitruviano. 

O desenho também é considerado frequentemente como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, por extensão, para o universo como um todo. 

É interessante observar que a área total do círculo é idêntica à área total do quadrado (quadratura do círculo) e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional phi (aproximadamente 1,618). 
No teto da Loja, sobre o Ir.´. 2º Vig.´. ela representa a beleza, a perfeição, o homem resplandescente, a genialidade.

Ir.´. José Roberto Cardoso 
Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF