quarta-feira, 1 de julho de 2015



A ÁRVORE DA VIDA- CAP. 1


                                                                                                 Autor: João Anatalino

A ÁRVORE DA VIDA


Dizem os cientistas que o universo começou com a explosão de um corpo celeste que concentrava uma inimaginável quantidade de energia. Que corpo era esse e que energia era essa ninguém foi ainda capaz de definir. Os cientistas chamam esse corpo de Singularidade Inicial.(1) Os religiosos chamam de Deus. Por isso, os livros sagrados de todas as religiões do mundo, sejam elas reveladas ou metafísicas, sustentam que o universo começou pela ação de uma divindade, que de alguma forma, deu início a todas as realidades cósmicas.(2)
A Bíblia, por exemplo, diz que Deus fez o mundo tirando a luz das trevas. E quando viu que a luz era boa, ele fez o restante do universo com ela. (3) 

Essa visão bíblica de maneira nenhuma contrasta com as modernas teorias cientificas que mostram um universo nascendo de um átomo primordial que não podendo conter em si a formidável densidade energética que acumulou, explodiu, enchendo de luz o vazio cósmico. E a luz, por um processo de condensação, se transformou no universo como hoje o conhecemos. 

Galáxias, estrelas, planetas, são condensações de luz. Como disse Newton, se a gravidade fosse retirada do universo, a luz também desapareceria e todo o universo desabaria sobre si mesmo.

Hawking nos mostra que existem no universo duas leis que regem a sua formação: a lei da expansão, que é a energia primária que emanou do Big-Bang, e a lei da retração, que faz o universo se retrair e concentrar-se em sistemas. A explosão inicial fez a luz viajar em todas as direções e desde então o universo está em constante expansão. Essa força, essa energia inicial atua de acordo com a lei da relatividade.Esta provoca no universo um imenso caos, pois a luz, viajando em todas as direções, não tem direção nem organização, como quando uma bomba explode e atira fragmentos de energia para todos os lados. Já a lei da gravidade organiza esse caos impedindo universo se comporte como uma manada de bois estourada, correndo em todas as direções. Por ela, a força inicial, que impele o universo a uma incontrolável expansão, é controlada através de uma retração, ou seja, uma força que atua no sentido contrário à expansão, forçando corpos maiores a reter em suas órbitas os corpos menores, formando assim os sistemas cósmicos, ou seja, as nebulosas, as galáxias e os sistemas solares com seus planetas e os planetas com seus satélites.(4)

Nasce dessa forma a organização cósmica, da mesma forma que a matéria bruta e a matéria orgânica também assim se organizam. A primeira é feita de átomos, os átomos se juntam para formar moléculas e as moléculas se juntam para formar os elementos químicos. Da mesma forma, a matéria orgânica se forma a partir de células que se juntam para formar moléculas e estas se reúnem em sistemas. 

Assim, relatividade e gravidade são duas forças contrastantes que “lutam” no infinito cósmico, mas não são conflitantes, pois elas se complementam, promovendo o equilíbrio universal. Na filosofia chinesa essa força é chamada de Tao, equilíbrio entre masculino/feminino, ou yang/yin. Essas forças são como as margens de um rio. Uma precisa da outra para manter a torrente em equilíbrio. Da mesma forma que sem duas margens antagônicas não existe rio, também sem relatividade e gravidade não existiria o universo.

Isso mostra que só pode haver equilíbrio na presença de duas forças semelhantes. E Criação também. Na dinâmica da Bíblia, a criação divina precisou de duas forças contrárias para dar início à criação. A Luz e as Trevas. E simbolizou uma delas como noite, outra como dia. Ou, para dar símbolos mais precisos à essas forças, deu o nome à uma de sol, à outra de lua. Na dialética da ciência, essas forças podem ser representadas como sendo a eletricidade e o magnetismo. Através da eletricidade (O Pai), energia masculina, a força, a potência do Criador vai se espalhando pelo vazio cósmico, levando o “esperma” divino ao “útero” do universo. Esse útero recebe esse “esperma”, através do magnetismo natural(A Mãe) que existe em todos os corpos celestes, e é esse encontro, essa união entre eletricidade e magnetismo que formata as realidades universais (O Filho). Assim, o magnetismo é a mãe, ou seja a correspondência feminina necessária para o nascimento do universo físico, que é "filho da eletricidade com o magnetismo.". Repete-se assim, nas leis físicas e químicas, o mesmo processo utilizado pela natureza para a formação da vida. 

Na Cabala, essas três primeiras realidades universais correspondem às três primeiras séfiras, chamadas Kether, a coroa, Chokmah, a Sabedoria, e Binah, a Inteligência.

Assim, para entendermos corretamente a Árvore da Vida, é preciso ter em mente que ela simboliza a vida do universo e do homem. Ela mostra como tudo se forma e evolui. 

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(1) Stephen Hawking- O Universo Numa Casca de Nóz.
(2) Gênesis 1;2,3
(3) Idem, 
(4) Stephen Hawking, op citado.


João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 26/03/2010
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T2160998 
Classificação de conteúdo: seguro

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