quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Em quem devemos nos inspirar? Aristóteles e a ética.



IIr.´. EM QUEM DEVEMOS NOS INSPIRAR?

Certamente que onde estivermos seremos o retrato do meio em que vivemos, até mesmo na Maçonaria, uma Ordem que se fundamenta nos princípios da Moral e da Razão e que vem sendo vilipendiada por profanos de avental que comungam das idéias dos políticos atuais e até fazem parte delas. Onde está nossa tradição,  nossa inspiração,  nosso dever?

Há muitos anos, um velho amigo me dizia: "a humanidade é podre e canalha"! Se voltarmos no tempo veremos que pouco mudou ou quase nada. As mesmas falcatruas e barbaridades do Senado romano estão ainda hoje presentes. A mesma proposição do Imperador Vespasiano, se referindo a pão e circo estão presentes...

Dá um desânimo danado...

Dá vontade de desistir de tudo, até por que nada mudou e nada vai mudar. Mas ainda assim, posso dizer que não sou como eles, não concordo com eles e vou continuar lutando.

Nós, Obreiros da Arte Real, devemos estar atentos e fazer o nosso papel, construindo um mundo melhor e honrando a letra do nosso Hino! Maçons alerta, tende firmeza!!!

Ir.´. José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva 16 - Oriente de Ceilândia - DF (GLMDF)

Como ponto de reflexão transcrevo o texto a seguir:


ARISTÓTELES - ÉTICA A NICÔMANO

Não há, nem poderia haver, a pretensão de publicar neste espaço um resumo que fosse de 'Ética a Nicômaco'. Aqui só pretendemos lembrar que esse tratado mais do que nunca precisa ser lido em nosso país. Ética e Política são inseparáveis em toda a obra de Aristóteles.

O filósofo não negligencia nem a Política, nem a Moral ao desenvolver sua concepção do que deve ser a vida dos cidadãos e se pronuncia sempre em direção à busca da Virtude, que deve ser a essência da Cidade. (Que, é bom recordar, tem na época o sentido de Cidade-Estado).

*A virtude ética é adquirida pelo hábito; não nascemos com ela, mas nossa natureza é capaz de adquiri-la e aperfeiçoá-la. A virtude tem dois aspectos, o intelectual e o moral; a virtude intelectual (sabedoria) provém em sua maior parte da instrução, que lhe é necessária para se manifestar e se desenvolver. Também exige prática e tempo, enquanto a virtude moral (prudência) é filha dos bons hábitos.

*Não nascemos com nenhuma virtude moral; na verdade, nada modifica uma condição que nos é dada pela natureza; por exemplo, a pedra tem um peso que é seu: nada muda essa situação, nem que ela seja jogada ao ar mil vezes ela perderá seu peso; o fogo não saberia descer, só sabe subir; e assim sucessivamente com todos os corpos que não podem modificar suas características originais. Ao nascer, não temos nem virtudes, nem vícios.

*Não é pois por um dom da natureza que uma virtude nasce em nós; somos sim naturalmente predispostos a adquiri-la e vivenciá-la, desde que a aperfeiçoemos pelo costume, assim como acontece com as artes e os ofícios.

*Aquilo que deve ser estudado, aprendemos pela prática: é construindo que nos tornamos arquitetos; é tocando a cítara que nos tornamos citaristas.

*O mesmo acontece com as virtudes. De tanto enfrentar situações perigosas e de nos habituar ao medo ou à audácia, passamos a ser pusilânimes ou corajosos.

*A virtude ética está relacionada com sentimentos e ações. No entanto, agir virtuosamente e ser virtuoso são coisas diferentes. Ser virtuoso requer três coisas: a) que a pessoa saiba o que está fazendo; b) que tenha a intenção de fazer o que está fazendo; c) que tenha essa intenção por saber que é o mais correto e por nenhum outro motivo; d) e que aja com firmeza e determinação.

*Sendo assim, o modo como somos educados desde a infância não tem pouca importância. Que digo? Tem importância extrema, na verdade é essencial. Por isso é importante exercer nossas atividades de modo virtuoso, determinadamente, pois as diferenças de conduta podem criar hábitos diferentes em quem nos cerca.

*Vejamos o que acontece nas cidades: os legisladores, ao bem habituá-los, formam cidadãos virtuosos. E essa deve ser a intenção de todo legislador. Todos aqueles que não se comportam assim, deixam de cumprir seu papel, pois é só por aí que uma Cidade difere da outra, uma boa Cidade de uma cidade má.

Aristóteles nasceu em 384 a.C, em Stagira, na margem norte do Mar Egeu. Seu pai, médico do rei da Macedônia, se chamava Nicômaco, nome que ele depois deu a seu filho. Foi preceptor de Alexandre, o Grande. Quando Alexandre já não precisa mais dele, ele volta para Atenas onde funda o Liceu. É a um seu aluno que devemos a herança de ler o que ele escreveu. Faleceu em Atenas, em 322 a.C.

Excertos traduzidos livremente de diversas traduções do original grego.

Extraído do Blog do NOBLAT.

A COLUNA DA HARMONIA




Coluna da Harmonia


Esta é a única Coluna de uma Loja Maçônica constituída por um só Irmão, o Mestre de Harmonia. No passado, a Coluna da Harmonia era composta pelo conjunto dos Irmãos músicos que contribuíam para o brilhantismo dos rituais e dos festejos maçônicos. Com o avanço tecnológico, os músicos foram substituídos pelos aparelhos eletrônicos, operados pelo Mestre de Harmonia.

Em seu sentido mais amplo, a Harmonia é a ciência da combinação dos sons, formando os acordes musicais. A palavra grega MOUSIKE significa não apenas música, mas também todas as formas de expressão que tenham por finalidade a criação da Beleza.

Pitágoras usava a música para fortalecer a união entre os seus discípulos, por entender que a música instruía e purificava a sua mente. Em sua Escola, a música era entendida como disciplina m oral por atuar como freio aos ímpetos agressivos dos ser humanos.

O aprendizado empírico, revelado através dos sentidos, pode ser conseguido não só pela contemplação das belas formas e da beleza das figuras que nos rodeiam, mas também pela audição de ritmos e de melodias que acalmam os ímpetos e as paixões. Deste modo, angústia, anseios frustrados, agressões verbais, stress mental, podem ser eliminados pela audição de músicas suaves e agradáveis.

Em uma reunião maçônica deve-se tocar a música que melhor traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.

Muitos compositores, nossos Irmãos, produziram belas músicas que merecem - e devem - ser ouvidas em nossos Templos. Entre essa plêiade, podemos citar: Mozart, Beethoven, Haendel, Sibelius, Franz Lizt, John Philipp Souza (de ascendência portuguesa), Luigi Cherubini, Antonio Salieri, C arlos Gomes (brasileiro), etc.

As primeiras composições maçônicas datam de 1723 e foram publicadas junto com a primeira Constituição de Grande Loja de Londres; São elas:

A Canção dos Aprendizes - Matthew Birkhead
A Canção dos Companheiros - Charles Delafaye
A Canção do Vigilante - James Anderson
A Canção do Mestre - James Anderson 

Esta última, publicada em 1738 juntamente com a segunda edição das Constituições de Anderson.
No Brasil, foram compostas as seguintes obras:

Hino do REAA - M.A . Silveira Neto e Jeronimo Pires Missel
Hino Maçons Avante - Jorge Buarque Lira e Mário Vicente Lima
Hino Maçônico - D. Pedro I (D. Pedro IV de Portugal)
Canto Ritualístico Maçônico - Francisco Sabetta e José Bento Abatayguara
Hino Maçonico para Abertura e Fechamento dos Trabalhos - Otaviano Bastos
A Acácia Amarela - Luiz Gonzaga (o rei do baião)

Além destas, existem também composições maçônicas para os Rituais de Iniciação, de Elevação e de Exaltação, de Reconhecimento Conjugal e de Pompas Fúnebres.

Tendo em vista o caráter universalista da nossa Ordem, o Mestre de Harmonia não deve programar a execução de música religiosa de nenhum tipo. Deste modo será evitado o constrangimento que um Irmão não católico poderá sentir ao ouvir, por exemplo, a Avé Maria de Gounod. Solos de música cantada também devem ser evitados. A música coral, como por exemplo o Hino Maçônico de D. Pedro I ou a Ode à Alegria, de Beethoven, poderá ser programada sem problemas, mas, na maioria das vezes, a música mais indicada é sempre a instrumental.

O Mestre de Harmonia previamente preparará o programa a ser executado, de acordo com o tipo de reunião e de acor do com o Ritual. Em uma Iniciação, no Rito Escocês Antigo e Aceito, podem ser destacados os seguintes momentos especiais, para os quais será programada uma música específica, que listamos a título de exemplo:

Entrada dos Candidatos - “A Criação” de Haydn - trechos que descrevem a passagem do Mundo do Caos para a Ordem e das Trevas para a Luz (Ordo ab Chao)

Oração ao GADU - “Cravo Bem Temperado” - Bach - Melodia que convida à concentração e à meditação

Taça Sagrada - “A Criação” - Trechos da abertura do Oratório que simbolizam a purificação e a ilusão profana

A Primeira Viagem - “Tempestade e Chuva” - Efeitos sonoros com ruídos de chuva, ventania e trovões. Coleção Action! Câmera! Music! Gravação do Reader’s Digest – Distribuição da Borges & Damasceno

A Segunda Viagem - “A Vitória de Wellington” - Beethoven - Adequada para acompanhar o toque “descompassado das espadas”.

Purificação Pela Água - “Música Aquática” - Haendel - música cujos efeitos sonoros acentuam o significado do evento

Terceira Viagem - “Romance Para Violino nº 2” - Beethoven - Melodia que transmite a suavidade emocional do evento.

Purificação pelo Fogo - “As Walquírias - Wagner - Cena do Fogo Mágico que reforça o sentido dramático do ritual.

Tronco de Beneficência - “Pannis Angelicus” - Cesar Frank - marca o profundo significado da solidariedade.

Juramento - “Prelúdio nº 1 em dó maior do Cravo Bem Temperado” - Bach - adequada para a meditação e que marca a solenidade do momento ritual.

LUZ - “Assim Falou Zaratustra” - Strauss - Parte inicial do poema sinfônico que descreve o nascer do sol e o sentimento do poder de Deus sobre o homem. Aumenta o deslumbramento do momento culminante da Iniciação

Abraço do Venerável - “Marcha Festiva” - Grieg - ( Suite Sigurd Jorsalfar - Opus 56 ).

Entrada dos Neófitos - “Glória aos Iniciados” (Coro final da Ópera a Flauta Mágica, de Mozart) - Coro de Graças a Ísis e Osíris, e de congratulações aos Iniciados, que pela sua coragem conquistaram o direito à Beleza e à Sabedoria

Proclamações - “Ode à Alegria” - Beethoven - Excerto Orquestral da Nona Sinfonia - deve ser tocada após cada uma das Proclamações. É um hino que traduz a alegria dos Irmãos ao receber os recém Iniciados. 

Uma Sessão Econômica, por exemplo, não pode prescindir de dois ou três bons programas para a Harmonia, previamente programados. Isto permitirá variar as músicas executadas, evitando a monotonia da repetição.

A escolha de uma música para uma reunião maçônica exige do Mestre de Harmonia um mínimo de cultura musical, além da necessária sensibilidade para interpretar o significado de cada passagem do Ritual. Repetimos, a música deve estar em perfeita sintonia com cada momento da ritualística, induzindo nos Irmãos presentes a purificação de suas mentes, deixando-os tranqüilos e predispostos à emissão de sentimentos de amor e de fraternidade.

A música promove a exaltação das faculdades intelectuais e espirituais do ser humano. Ela atinge e aperfeiçoa a sensibilidade dos Irmãos, permitindo que eles vibr em em sintonia com os acordes da Harmonia Universal cujas leis tudo governam, e pelas quais a Maçonaria busca o aprimoramento moral e espiritual da Humanidade.

Ir.´. Antonio Rocha Fadista

CIRCULAÇÃO COM A BOLSA DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES OU COM A BOLSA DE SOLIDARIEDADE


CIRCULAÇÃO COM A BOLSA DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES OU COM A BOLSA DE SOLIDARIEDADE

Segundo JOSÉ CASTELANI em seu livro “Curso Básico de Liturgia e Ritualística – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – Pag. 39, 40 e 4, a Circulação do Tronco de Solidariedade (ou de Beneficênia) e da Bolsa (ou Sacola, ou Saco) de Propostas e Informações (nos ritos que a possuem, como Escocês, Adoniramita, Moderno e Brasileiro, já que nos Ritos de York e Schroeder ela é inexistente), quando feito com as devidas formalidades ritualísticas, deve levar em consideração a hierárquia dos cargos em Loja e os Graus simbólicos. A circulação mais simples é a que começa no Venerável, passa por todos os que se encontram no Oriente, depois pelo Sul e, finalmente, pelo Norte (ou pelo Norte e depois, pelo Sul dependendo do Rito). Essa circulação, todavia, não leva em conta a hierarquia dos cargos e dos Graus simbólicos, além de ser destituída de qualquer sentido esotérico, sempre presente nas práticas maçônicas.
A circulação formal, que leva em consideração todos esses fatores, é a seguinte:
São atendidos, pela ordem: o Ven.´. Mestr.´. , o 1º Vig.´., o 2º Vig.´., o Orad.´., o Sec.´., o Cobr.´. Int.´. (G.´. do Temp.´.), o Cobr.´. Ext.´. (se a Loja o tiver), os IIr.´. postados no Oriente e os MM.´. MM.´. da Coluna do Sul, os mm.´. MM,´, da Coluna do Norte, os Ccomp.´. e, finalmente, os Aap.´..
Pode-se notar que no início dessa circulação é formada pelo Oficial circulante (Mestre-de-Cerimônias, ou Hospitaleiro), uma estrela de seis pontas, com dois triângulos entrecuzados, sendo o de ápice superior, formado pelo Ven.´, e pelos dois VVig.´., enquanto que o de ápice inferior é formado pelo Orad.´., pelo Sec.´. e pelo Cobr.´.. Essa estrela de seis pontas que no Rito de York é chamada de “Blazing Star” (Estrela Flamejante), é um antiquíssimo símbolo, que foi aproveitado pelos hebreus e foi sempre importante no judaísmo, sob o nome de “Magsen David” (Estrela de David). Como símbolo bem antigo, ela tem dupla interpretação esotérica:
a)                     – Os dois triângulos representam as duas naturezas humanas, masculina e feminina, que se interpenentram e se harmonizam, formando uma figura inteiramente nova, embora ambos os princípios originais conservem a sua individualidade. Graças a isso, a estrela (formada por dois triângulos equiláteros) é considerada como o símbolo do matrimônio perfeito e, por extensão, a eternidade, pela perpetuação da espécie, já que simboliza o macho e a fêmea que se unem para formar um novo ser (é a figura interiramente nova, a estrela), sem perder a sua individualidade (os dois triângulos).

b)                    Representa a relação Espírito-Matéria, como segue: o triângulo de ápice superior representa os atributos da espiritualidade, enquanto que o triângulo de ápice inferior simboliza os atributos da materialidade.

Na administração de uma Oficina, o Ven.´. e os VVig.´. representam o triângulo da espiritualidade, pois a eles compete a condução espiritual da Loja: o Orad.´., o Sec.´. e o Cobr.´. (G.´. do Temp.´.) simbolizam o triângulo da materialidade, pois a eles compete a execução das atividades materiais da Oficina (peças de arquitetura, interpretação da lei, redação dos balaústres, expediente e segurança do Templo). Assim, ao atender, inicialmente, ao Ven.´., aos VVig.´., ao Orad.´., ao Sec.´. e ao Cobr.´. (G.´. do Temp.´.), o Oficial circulante estará atingindo os três ângulos de cada triângulo e formando o antigo símbolo da estrela hexagonal.

Essa forma de Circulação é a praticada no Rito Escocês Antigo e Aceito, no GOB. Nas Grandes Lojas são poucas as diferenças. Troca-se o Cobr.´. Inter.´. (G.´. do Templ.´.) pelo 1º Exp,´,  e faz-se em cada uma das colunas, em primeiro lugar, os ocupantes dos cargos, depois os MM.´. MM.´., Ccomp.´. e Aap.´.. Nesse caso, conforme poderemos observar na sequência da Circulação, a figura esotérica dos dois triângulos fica prejudicada.

Já, na Grande Loja Maçônica do Ditrito Federal, no Ritual de julho de 1996 (anterior ao atual), consta a seguinte forma de Circulação com as Bolsas de Propostas e Informações e de Solidariedade:
“Começa pelo Ven.´. Mestr.´. e todos os que se acham no Trono.
Se o Grão-Mestre e/ou Grão-Mestre-Adjunto estiverem presentes, serão, na respectiva ordem os primeiros.
A seguir: 1º e 2º VVig.´., depois Orad.´. e Sec.´., Port.´. Band.´., MM.´. MM.´. do lado Norte, 2º Diac.´., Port.´. Esp.´. , MM.´. MM.´. do lado Sul e Port.´. Estand.´. , Hosp.´., Chanc.´., 1º Exp.´.. 2º Diác.´., Tes.´., M.´. de CCer.´., MM.´. MM.´. da Col.´. do Sul, 2º Exp.´., M.´. de Harm.´., MM.´.MM.´. da Col.´. do Norte, Ccomp.´., AAp.´., Cobr.´. G.´. do T.´. e, finalmente, o Ir.´. que se acha circulando, entrega a Bol.´. ao G.´. do T.´., coloca a sua proposta ou óbolo, retoma a Bol.´., vai para entre CCol.´. e anuncia.”
Essa é a forma de Circulação nas Lojas Jurisdicionadas à Grande Loja Maçônica do Distrito Federal, em vigor.
Além da beleza há algo mais na ritualística que a simples circulação, e se assim não fosse, documentos e metais poderiam ser entregues diretamente às autoridades da Loj.´. ou ao Tes.´.