O MITO TEMPLÁRIO-MAÇOM
Por Stephen Dafoe
“Se
oferecem a um homem um fato que é contra seus instintos, ele irá examiná-lo de
perto, e se a evidência não for claríssima, ele recusará acreditar nele. Por
outro lado, se lhe oferecem algo que propícia um motivo para agir de acordo com
seus instintos, ele o aceitará mesmo que com a mínima evidência. A origem do
mito é explicada dessa forma”.
Nós, maçons, podemos ser um
grupo engraçado. Nunca contentes apenas com o fato de sermos parte de uma
organização que sobreviveu e prosperou por três séculos, estamos constantemente
buscando provas de que a Arte Maçônica deve ter se originado
de alguma fonte antiga. Seja fazendo conexões entre a filosofia e os trabalhos
da Maçonaria com os construtores que edificaram a Torre de Babel ou com os
antigos egípcios que construíram as pirâmides, nós, maçons, faremos o possível
para criar a mais antiga linhagem concebível para a instituição. Esse pedigree,
geralmente forjado a partir das mais fracas evidências ou dos maiores
saltos de lógica, permitiu que alguns especuladores criassem uma história da
Maçonaria, que tem sua origem na criação do mundo, fornecendo meios para que a
Arte apareça em cada fase importante da história humana. O que essas teorias
não têm de credibilidade foi mais do que compensado pela credulidade de muitos
maçons, que estão dispostos a se agarrar às suas crenças, mesmo depois de elas
serem provadas como falsas ou imprecisas.
Mas seria certo culpar o
típico maçom de hoje por acreditar nesses conceitos levando em conta que as especulações
mais fantásticas são geralmente construídas a partir do ritual e das histórias
tradicionais, ou de livros escritos sobre a história da Maçonaria? Bem, no
início das nossas carreiras maçônicas, somos “convocados a fazer um progresso
diário no conhecimento maçônico” e, ainda assim,
porquíssimos são instruídos de como cumprir tal tarefa pelos seus Irmãos mais
antigos, muitos dos quais são tão desinformados sobre a história e os
ensinamentos da Maçonaria quanto eram quando entraram na Arte. Como lamentei no
meu artigo Reading Writing and Aparthy.: The Rise and Fall of Masonic
Education
(Leitura, Escrita e Apartia: A Ascensão e a Queda da Educação Maçônica),
nós maçons, permitimos que o ritual sirva como o meio e o objetivo final da
educação maçônica, o que tem levado a resultados devastadores. Se não queremos
mais fornecer um estudo além do ritual, devemos, portanto, ser os únicos
responsáveis por aqueles membros que deixam nossas cerimônias com uma
interpretação literal dos rituais.
Mas a quem o novo maçom
recorre quando precisa de orientação, senão aos membros de sua Loja, Capítulo
ou Preceptoria? Ele certamente não procura as publicações maçônicas oficiais.
Como afirmei no artigo anteriormente mencionado, a qualidade da literatura
maçônica norte-americana está, já faz muitos anos, em um estado de declínio
constante, tendo atingido seu auge na década de 1920, com The Builder (O Construtor), a
publicação mensal da National Masonic Research Society (Sociedade de Pesquisa
Maçônica Nacional). Há muito tempo acho que ainda está para existir uma
publicação norte-americana que possa tomar seu lugar com êxito. Infelizmente,
muitas revistas hoje em dia, oferecem pouco para que o maçom pensante possa
refletir; os editores preferem encher as páginas com fotografias narcisistas de
maçons ofertando cheques, recebendo prêmios ou fritando peixe à milanesa. Nas raras ocasiões em que
essas publicações oferecem algum tipo de esclarecimento, em vez de buscar
artigos que ajudarão os maçons a entender a história, o simbolismo e os
ensinamentos da Arte, eles republicam o mesmo artigo esgotado sobre presidentes
e jogadores de beisebol mortos que uma vez vestiram avental maçônico.
Felizmente, empresas como a Lewis
Masonic, continuam a publicar obras de qualidade sobre temas maçônicos,
que fornecem o conhecimento tão amplamente necessitado pelos maçons de hoje. No
entanto, o novo maçom geralmente lê primeiro as obras populares de pesquisa
especulativa. Em muitas Lojas, um Irmão correrá para ser o primeiro a ajudar o
recém-exaltado Mestre a entender a história e os mistérios da Maçonaria,
empurrando-lhe um exemplar bem gasto de A Chave de Hiram ou Born in Blood
juntamente com o conselho: “Leia isso e você começará a entender”.
Embora esses livros tenham um
lugar nos anais da literatura maçônica e devem ser lidos, ainda que com um
olhar crítico, eles geralmente são acolhidos como verdade por maçons e não
maçons. Por conta disso, as teorias especulativas propostas nesses livros
acabaram sendo aceitas como o elo perdido entre a Maçonaria, depois de 1717, e os grupos mais antigos,
como os egípcios, os construtores megalíticos e os cavaleiros Templários. O que
muitos escritores maçônicos e maçons não conseguem compreender é que as
histórias tradicionais de nossas várias organizações não eram para ser
interpretadas de forma literal. Em vez disso, eram histórias mitológicas,
baseadas em eventos históricos ou bíblicos, e foram planejadas para ensinar
determinada filosofia ou ideologia por meio de alegorias ou metáforas.
Infelizmente, muitos parecem
incapazes de discernir entre a história tradicional e a verdadeira. Dessa
forma, vários maçons modernos acreditam que Hiram Abif morreu nas mãos de três
maçons “operativos” impacientes. É irônico que essas
inverdades sejam perpetuadas por maçons “especulativos” impacientes que nunca
se deram ao trabalho de investigar as histórias tradicionais apresentada nos
rituais. Eles confundem as coisas ao aceitar as especulações propostas em
livros populares cobre a Arte, escritos para estimula as opiniões preconcebidas
das pessoas que os compram.
Em nenhum outro lugar essa
tendência é mais predominante do que na história dos Cavaleiros Templários, que
se desenvolveu em um paradoxo do ovo e da galinha com o passar dos anos, com
relação à conexão da Ordem Medieval com a Maçonaria. A ascensão e o crescimento
da Maçonaria deram origem aos Cavaleiros Templários Maçônicos, ou o fim dos
Cavaleiros Templários originais deu origem à própria Maçonaria?
Embora seja fácil colocar a
culpa pelas duas teorias nos autores especulativos modernos, o fato que
permanece é que os conceitos da falinha maçônica e do ovo templário foram
criados pelos próprios maçons. Essa história ou mitologia tradicional foi
assimilada por escritores não maçônicos e considerada como uma história real,
que, em troca, deu aos maçons mais provas para sustentar as teorias que eles
mesmos criaram. Como veremos no decorrer deste livro, o mito templário-maçom
tomou formas diferentes com o passar dos anos, evoluindo e se tornando mais
forte, ao passo que o Templarismo Maçônico cresceu e prosperou.
REFERÊNCIAS
MAÇÔNICAS DO SÉCULO XVIII AOS TEMPLÁRIOS
Apesar da popularidade dessa
opinião nos dias de hoje, é importante entender que no começo da Maçonaria na
forma pós-1717, não há nenhuma menção à teoria de que ela fora criada pelos
Cavaleiros Templários medievais como um meio de continuar seus ensinamentos,
depois que foram suprimidos pela Igreja Católica em 1312. Em vez disso, os
documentos maçônicos mais antigos, mesmo que mencionem os Templários, sugerem a
ideia de que a Maçonaria antecedeu os Templários e as Cruzadas que
testemunharam seu surgimento.
As primeiras histórias
impressas da Maçonaria foram incluídas na obra The Constitutions of the
Free-Masons (As Constituições dos Maçons), do dr. James Anderson,
publicada pela primeira vez em 1723, revista e ampliada em 1738, como as New
Constitutions (Novas Constituições.
Embora as duas edições contenham mais ficção histórica do que fatos históricos,
foram produtos da época e não podemos ser muito
críticos em relação ao autor. O que ainda é relevante para a nossa discussão
atual é que a edição de 1723 das Constituições de Anderson contém o que podemos
chamar de a primeira referência publicada sobre uma conexão entre
a Maçonaria e as Ordens das Cruzadas, embora nenhuma seja identificada
especificamente por nome, e a referência do Dr. Anderson a elas seja quase que
de passagem. Falando sobre a enorme influência que a Maçonaria teve na história
do mundo desde sua criação. Anderson conta aos seus leitores:
“Em resumo, muitos Volumes
extensos seriam necessários para descrê ver os muitos exemplos magníficos da
poderosa influência da Maçonaria desde a criação, em todas as Eras, e em todas
as Nações, esses exemplos poderiam ser coletados de Historiadores e Viajantes,
mas especialmente naquelas Partes do Mundo, onde os europeus estão em harmonia
e fazem negócios. Tais Vestígios de antigas, grandes, curiosas e magníficas
Colunatas foram descobertas pelos Investigadores, que lamentam demais os
Desvios gerais dos godos e maometanos, e devem concluir que nenhuma outra é tão
extensivamente útil para a Humanidade.
Mais ainda, se fosse oportuno,
poderia parecer que, a partir dessa antiga Fraternidade, as Sociedades ou
Ordens dos Cavaleiros Militares, e as Religiosas também, com o passar do tempo,
tornaram emprestado muitos Costumes solenes, pois nenhuma delas era mais bem
instituída, mais decentemente instalada ou sagradamente observava suas Leis e
Incumbências do que maçons aceitos, que em todas as Eras, e em cada Nação,
mantiveram e propagaram suas Preocupações de uma forma peculiar, em que o mais
Astuto e o mais Culto não poderiam compreender, embora isso tenha sido
frequentemente tentado, embora Eles se conheçam e se amam, mesmo sem a Ajuda do
Poder da Palavra, ou quando as Línguas são diferentes”.
Apesar de as Novas
Constituições de Anderson fornecerem mais detalhes sobre a história
mítica da Ordem, especialmente em relação à Maçonaria Escocesa, ele não teve
muito mais o que adicionar sobre a Maçonaria durante o período das Cruzadas,
além de
manter sua opinião de que a Arte surgiu 15 anos antes dos cruzados.
Andrew Michael Ramsay foi outro maçom famoso do século XVIII, que tinha
opiniões parecidas com as do dr. Anderson. Embora pareça que Ramsay não foi tão
ativo quanto Anderson, ele ainda assim é bem conhecido hoje pela sua
contribuição singular à Arte: um discurso que supostamente fez para a Grande
Loja da França em 1737, um ano antes de Anderson publicar suas Novas
Constituições. Esse discurso, conhecido como o “Discurso de Ramsay”,
existe em duas formas: a versão de “Epernay” e as da “Grande Loja”. Apesar de as duas
versões terem tons levemente diferentes, elas possuem o mesmo comentário a
respeito dos maçons durante o período das Cruzadas:
“À época das Cruzadas na
Palestina, muitos príncipes, lordes e cidadãos uniram-se e juraram recuperar o
Templo dos cristãos na Terra Santa e devotar-se a fazer com que ele voltasse a
ter sua forma original. Eles escolheram vários sinais amigos e palavras
simbólicas tiradas das origens da religião para se reconhecer entre os pagãos e
os sarracenos. Esses sinais e essas palavras eram apenas comunicadas àqueles
que prometeram solenemente, e às vezes até ao pé do alar, nunca os revelar. Essa
promessa sagrada não foi, portanto, um juramento execrável como foi chamado,
mas sim uma obrigação honrada para unir os cristãos de todas as nacionalidades
em uma irmandade. Algum tempo depois, nossa Ordem (Maçônica) criou uma união
íntima com os Ca valeiros de S. João de Jerusalém (os Hospitalários). Daquele
período em diante nossas Lojas adotaram o nome de Lojas de S. João. A união foi
feita após o exemplo dado pelos israelitas, quando edificaram o segundo Templo,
que, enquanto seguravam a trolha e a argamassa em uma mão, na outra seguravam a
espada e o broquel.”
Como examinaremos a história
do cavaleiro Ramsay e seu famoso Discurso mais detalhadamente no capítulo 6,
basta dizer que esse discurso forneceu a pedra fundamental sobre a qual seriam
edificados os chamados altos graus da Maçonaria, um sistema no qual o grau
de Cavaleiro Templário ocupava e continua a ocupar uma posição importante.
Houve outros maçons do século
XVIII que fizeram referências às Ordens Cruzadas e suas conexões com a
Maçonaria que vale a pena mencionar. Entre eles, estava William Preston, um
maçom escocês, que é mais bem lembrado como o autor de IIlustrations of Freemasonry
(Ilustrações da Maçonaria), publicado em 1772. Foi um livro que Thomas
Smith Webb, o fundador do Rito americano (erroneamente chamado de Rito de
York), avidamente tomou emprestado para criar seu Freemason´s Monitor (Manual do
Maçom) ou Illustrations of Masonry, em 1797 – um quarto de século
depois da obra de Preston.
Como Anderson, Preston criou
uma linhagem antiga para a Arte em uma história da Ordem, mas sua jornada
começou com os druidas, em vez da época da criação, como Anderson havia
cultivado.
Apesar de os dois escritores mencionarem que a Maçonaria antecedera à formação
dos Cavaleiros Templários, Preston foi um passo além ao mencioná-los pelo nome:
“Durante
o reinado de Henrique II (1154-1189), o Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários
supervisou os maçons e os empregou na construção do seu Templo na Rua Fleet, em
1135 d.C.
A Maçonaria continuou sob o patronato dessa Ordem até o ano de 1199, quando
João (1199-1216) sucedeu a seu irmão Ricardo (Ricardo Coração de Leão) no trono
da Inglaterra. Peter de Colechurch foi então nomeado Grão-Mestre. Ele começou a
reconstruir a ponte de Londres com pedra, que foi mais tarde terminada por
William Alemain, em 1209. Peter de Rupibus sucedeu a Peter de Colechurch no
cargo de Grão-Mestre, e Geoffrey Fitz-Peter, inspetor-chefe das obras do rei,
atuou como adjunto. Sob os auspícios desses dois artistas, a Maçonaria
prosperou na Inglaterra durante o restante desse reinado e o seguinte.
O interessante sobre o relato
de Preston é que, apesar de dizer que a Maçonaria já existia antes das
Cruzadas, ele não faz nenhuma menção de que os Templários eram maçons. Em vez
disso, Preston descreve a relação entre os dois grupos como sendo estritamente
questão de negócios – um acordo que não é de forma alguma excluído da realidade
histórica. Os Templários com certeza teriam empregado muitos maçons “operativos”
em seus quase 200 anos de história, mas Preston, como muitos escritores de sua
época, confunde a Maçonaria Operativa composta por pedreiros medievais com mãos
ásperas com a Maçonaria Especulativa praticada por homens de mãos bem cuidadas
em seu tempo livre, que eram seus homônimos.
Outro escritor maçônico
contemporâneo de Preston, foi William Hutchinsson, que publicou seu livro The
Spirit of Masonry in Moral and Elucidatory Lectures (O Espírito da Maçonaria em
Instruções Morais e Explicativas), em 1775, três anos depois de
Illustration of Mansonry de Preston ser publicado. Da mesma forma que Preston e
Anderson antes dele, o livro de Hutchinson foi sancionado pela Grande Loja da
Inglaterra
e o autor mantém a opinião de que a Maçonaria antecedeu à época das Cruzadas.
Mas Hutchinson fez mais do que preservar o que se acreditava sobre a história
maçônica, ele deu ao seu leitor um relato fictício muito mais detalhado da
ligação entre os cruzados e os artífices. Hutchinson acreditava que os padres
católicos romanos eram maçons que iniciaram os cruzados nos mistérios da
Maçonaria para que eles pudessem se proteger de espiões e se reconhecerem como
camaradas. A história é contada no capítulo chamado de “The Secrecy of Masons”
(O Sigilo dos Maçons) e vale a pena reproduzi-lo na íntegra:
“Logo após o avanço do
Cristianismo na Inglaterra, toda a Europa estava pegando fogo com o grito e o furor
de um monte entusiasta, que instigou os fanáticos pela religião a uma guerra
santa, na qual, com o fim de recuperar a cidade santa da Judeia das mãos dos
infiéis, legiões armadas de santos, devotos e entusiastas, em dezenas de
milhares, emanaram de cada nação europeia, para desperdiçar seu sangue e
tesouro em um propósito tão improdutivo e vão quanto insensato.
Acharam necessário que,
aqueles que aceitassem o emblema da cruz nessa empreitada deveriam se unir a
essas sociedades para que ficassem a salvo de espiões e traidores; e que cada
um deles poderia conhecer seu companheiro e irmão trabalhador, tanto de noite
quanto de dia. Assim como foi com o exército de Jefté nas pesagens do Jordão,
também foi um requisito nessas expedições que certos símbolos, sinais, senhas
ou palavras de passe deveriam ser conhecidos entre eles, pois os exércitos eram
compostos de várias nações e várias línguas. Está escrito no livro de Juízes:
“que os gileaditas tomaram os vaus do Jordão que conduzem a Efraim, e foi assim
que quando qualquer fugitivo efraimita dizia: Quero passar; então, os homens de
Gileade lhe perguntavam: És tu efraimita? Se respondia: Não, então lhe
tornavam: Dize, pois, Shibboleth, e ele dizia Sibboleth, pois não conseguia
pronunciar corretamente a palavra. Então pegavam dele e o matavam nos vaus do
Jordão”.
Nenhum desígnio ou modelo
poderia melhor atender ao objetivo dos cruzados do que aqueles da Maçonaria: os
axiomas e os cerimonias atendendo à ordem do mestre haviam sido previamente
estabelecidos, e eram substancialmente necessários naquela expedição; pois como
os maometanos também eram adoradores da Divindade, e como os empreendedores
estavam buscando uma região onde os maçons na época de Salomão foram agrupados
em uma associação, e onde alguns vestígios certamente seriam encontrados dos
mistérios e sabedoria dos antigos e dos nossos antepassados. Esses graus da
Maçonaria como oferecidos apenas ao reconhecimento daqueles que são servos do
Deus da natureza, não seriam diferenciados daqueles que eles teriam de
encontrar, se eles não tivessem usado símbolos da fé cristã.
Todo o saber da Europa
naqueles tempos assim como na Antiguidade, estava nas mãos dos religiosos, eles
obtiveram a sabedoria dos antigos, e o conhecimento original que foi no começo,
e ainda é, a verdade. Muitos deles foram iniciados nos mistérios da Maçonaria.
Eles foram os idealizadores da empreitada, e como Salomão na construção do
templo, que teve sua sabedoria enriquecida com o conhecimento dos sábios da
Antiguidade, introduziu ordens e regulamentos para a conduta do trabalho para
que nenhuma confusão pudesse acontecer durante o processo, e para que a
graduação e o cargo de cada companheiro-trabalhador pudessem ser distinguidos e
determinados sem que pudesse haver a menor dúvida; da mesma forma os
sacerdotes, ao planejar as Cruzadas, possuindo os ministérios da Maçonaria, o
conhecimento dos antigos, e sabendo a língua universal que sobreviveu a
confusão de Sinar, iniciaram as legiões que
os seguiram para a Terra Santa, foi por conta disso que existiu esse sigilo que
estava ligado aos cruzados.
Entre outras provas, que nos
permitem supor que muitos maçons participaram das guerras santas, está a
doutrina daquela ordem de maçons, chamada de a ordem mais alta, o que nos leva
a crer que essa ordem era de origem escocesa; nações distintas podem ser distinguidas
por alguma ordem distinta, como foram por bandeiras únicas; mas; seja como for,
é uma prova total para nós de que os maçons foram cruzados.”
Até aqui vimos que por todo o
século XVIII, desde o período da formação da Grande Loja da Inglaterra, em
1717, até as últimas décadas, escritores maçônicos apoiaram a crença de que a
Maçonaria já existia muito antes da época das Cruzadas e das Ordens Militares
que surgiram com elas. Se havia uma conexão entre as duas, ela se encontra na
crença maçônica de que as Ordem Cruzadas, como os Templários ou os
Hospitalários, adotaram as cerimônias da Maçonaria. Foi uma crença que seria
levada ao século XIX por vários escritores maçônicos que continuariam ávidos a
acrescentar seus adornos pessoais à História lendária de sua Ordem e a ligação
dela com os Cavaleiros Templários de outrora.
um interlúdio antimaçõnico
Embora houvesse muitos
escritores maçônicos que desejavam estabelecer uma ligação entre a Arte e os
cruzados, havia outros que queriam propor um argumento diferente e uma guinada
em relação à ligação entre Templários e maçons. O mais importante entre eles
foi Augustin Barruel, autor de M´moires pour servir à l´histoire du
Jacobinisme (Memórias para ilustrar a história do Jacobinismo),
publicado em 1797 e 1798. O livro de Barruel que
foi traduzido pela primeira vez em inglês por Robert Clifton em 1798,
sustentava a ideia de que a Revolução Francesa fora o resultado dos princípios
anticristãos e antissociais de sociedades secretas como a Maçonaria. Mas as alegações de
Barruel iam além do que culpar os maçons pela Revolução Francesa. O autor
acreditava que a Maçonaria era descendente direta dos extintos Templários
medievais. Barruel disse o seguinte sobre essa crença:
“No entanto, tendo como base
exclusivamente os arquivos dos próprios maçons, e as semelhanças evidentes que
existem entre eles e os Cavaleiros Templários, estamos autorizados a dizer:
“Sim, todos os seus ensinamentos e todas as suas Lojas descendem dos
Templários”. Após a extinção da Ordem, alguns Cavaleiros criminosos, que
escaparam da condenação geral, formaram uma instituição para perpetuar seus terríveis
mistérios. Eles adicionaram ao seu código de Impiedade, que já existia antes, o
voto de vingança contra reis e pontífices que destruíram sua ordem, e contra
toda a Ordem Religiosa que condenou suas doutrinas. Eles criaram adeptos que
perpetuariam e transmitiriam de geração a geração os mesmos mistérios de
iniquidade, os mesmos juramentos e o mesmo ódio contra o Deus dos Cristãos,
Reis e Padres. Esses mistérios foram passados a vocês, e vocês perpetuam a
impiedade, os juramentos e o ódio deles. Essa é sua origem. Com o passar do
tempo, os costumes de cada época podem ter alterado alguns dos seus sinais e
seus sistemas repugnantes, mas a essência é a mesma, os desejos, os juramentos,
o ódio e as tramas são parecidos. Vocês podem não pensar assim, mas tudo traiu
seus antepassados, e tudo trai os descendentes deles.”
Como Roberto Cooper mencionou
em seu livro The Rosslyn Hoax (O Embuste de Rosslyn), isso parece ser o
primeiro indício, pelo menos a partir de um escritor não maçônico, de que a
Maçonaria surgiu depois dos Templários originais. Considerando o fato de
que Barruel fora um membro da mesma igreja que extinguiu os Templários em 1312,
sua afirmação certamente obteve alguma legitimidade, pelo menos entre seus
correligionários. Barruel nasceu em Villeneuve de Berg, na França, em 1741, e
entrou na Companhia de Jesus com 15 anos de idade. No entanto, toda a
controvérsia em torno da Ordem levou-o para fora da França e ele permaneceu no
exterior até que a Ordem Jesuíta fosse extinta em 1773. Apesar de ter retornado
à França há vários anos, Barruel mais tarde buscou refúgio na Inglaterra
durante a Revolução Francesa. Foi nesse momento que Barruel escreveu Mémoires
pour servir à l´histoire du Jacobinisme, um livro que foi muito
questionado pelos maçons ingleses, franceses e alemães. Entre aqueles que
refutaram as afirmações de Barruel, tanto antimaçônicas quanto históricas,
estava um maçom escocês chamado Alexander Laurie.
REFERÊNCIAS
MAÇÔNICAS DO SÉCULO XIX AOS TEMPLÁRIOS
Em 1804, Laurie, um vendedor
de livros e artigos de escritório para a Grande Loja da Escócia, mas que
passaria a servir alternadamente como Grande Secretário e Cogrande Secretário
dessa instituição, publicou um livro sobre a história da Maçonaria e da Grande
Loja da Escócia. Embora Laurie frequentemente receba o crédito pela autoria do
livro, ele provavelmente foi escrito por sir David Brewster. Em 1859, seu filho,
William Alexander Laurie – então Grande Secretário -, reproduziu a obra de seu
pai em formato expandido sob o título exageradamente longo de The
History of Free Masonry and the Grand Lodge of Scotland witch Chapters on The
Knights Templar, Knights of St. John, Mark Masonry and R. A. Degree to which is
added na Appendix of Valnable Papers (A História da Maçonaria e da
Grande Loja da Escócia com Capítulos sobre os Cavaleiros Templários, Cavaleiros
de São João, Maçonaria da Marca e Grau do Arco Real a qual é acrescentada um
Apêndice com Documentos Valiosos). Embora William não tenha incorporado grandes
mudanças ao original, ele conseguiu alterar os capítulos existentes com
informações mais fatuais do que as usadas por Brewester e publicadas pelo pai
de Laurie.
Mas apesar de a versão revista ter incluído informações que eram mais corretas
historicamente do que a obra anterior, a exposição sobre os Cavaleiros
Templários e sua ligação com a Maçonaria não é mais convincente do que aquela
publicada no século XVIII. No capítulo dois da versão de 1859 (veja no Apêndice
II o texto completo), Laurie oferece ao seu leitor a seguinte informação
fabulosa e errônea:
“Provar que a Ordem dos
Cavaleiros Templários fora uma ramificação da Maçonaria seria um trabalho
desnecessário por causa do fato de que isso é de conhecimento comum por parte
dos maçons, e ninguém foi mais zeloso em confirmar isso do que os inimigos da
Ordem (Barruel); os maçons aceitaram o fato, não por ser muito honroso para
eles, mas sim por ser verdade; os inimigos e apoiarem porque, com a ajuda de um
pouco de sofisma, poderia ser usado para desgraçar seus oponentes.
A Ordem dos Cavaleiros
Templários foi instituída durante as Cruzadas no ano de 1119, por Hugo de
Pàyens e Godovredo de St. Omer, e recebeu esse título porque seus membros
originalmente residiam perto da igreja em Jerusalém, que era dedicada ao nosso
Salvador. Embora o seu propósito declarado fosse proteger os peregrinos
cristãos cuja devoção equivocada os levou à Cidade Santa, ainda assim é quase
que indubitável que o propósito mais importante e primordial deles fora
praticar e preservar os Ritos e os mistérios da Maçonaria. Sabemos ao menos que
eles não apenas possuíam os mistérios, mas também realizavam as cerimônias e
inculcavam as obrigações dos Maçons, é igualmente certo que a prática desses
Ritos não contribuía em nada para a proteção dos peregrinos católicos. Se eles
tivessem publicamente admitido o propósito real da instituição, em vez daquele
auxílio que eles por muito tempo desfrutaram, teriam sentido a hostilidade da
Igreja em Roma. Mas como eram inspirados por uma estima sincera pela fé
católica, e com uma aversão resoluta aos donos da Judeia, nunca se suspeitou
que faziam outras coisas em suas reuniões secretas, além dos assuntos de
direção da sua Ordem, do avanço da religião e do extermínio dos seus inimigos.”
Algo interessante é que o
capítulo 5 do livro de William Alexander Laurie perpetuava o mito inverso de
que os Templários, que haviam sido debandados, criaram a Maçonaria. No entanto,
como esse mito e sua evolução serão abordados mais adiante no livro, retornemos
à discussão presente. Laurie não fora o único autor maçônico do século XIX a
acrescentar seus próprios enfeites à história fictícia de uma ligação entre
Templários e maçons, e o mito também não ficou limitado à Inglaterra e à
Escócia. A história de a Maçonaria ter sido praticada pelos cruzados também foi
aceita do outro lado do oceano, onde escritores maçônicos americanos estavam
extremamente ansiosos em acrescentar seus próprios acompanhamentos à história.
Apesar de a história dos
Templários de Thomas Smith Webb, encontrada na versão de 1818 do seu ritual
(ver Apêndice III), conter muitos erros históricos, para crédito dele, ele não
faz nenhuma menção a Templários praticando os Ritos da Maçonaria. No entanto,
um dos seus protegidos, Jeremy Ladd Cross, reimprimiu muito da história da
Maçonaria de Laurie, de 1804, na versão de 1851, da sua obra The
True Masonic Chart or Hieroglyphical Monitor (O Verdadeiro Quadro Maçônico ou
Manual Hieroglífico). O acréscimo da obra de Laurie, citada apenas como
a History
of Freemasonry by a Brother, certamente contribuiu para ajudar a
perpetrar aos leitores americanos as falsas afirmações de longa data de que os
Templários adotaram ritos e cerimônias maçônicas.
Mas outros ritualistas e
escritores americanos levariam as afirmações mais além ainda. O autor anônimo
de The
Templar´s Text Book (O Manual do Temp0lário), publicado em 1859 (ver
Apêndice IV), com The Crafsman (OArtifice), de Cornelius Moore, oferece a
seguinte fábula maçônica no discurso da ascensão e queda dramática dos
Cavaleiros Templários:
“Esta Ordem (os Templários)
não tinha nenhuma conexão com a antiga Maçonaria, exceto pelo fato de que os
ritos e mistérios da Maçonaria eram praticados e presenciados por eles; e desde
o princípio, ninguém podia receber as honras da Ordem, antes de ter recebido
vários graus da Maçonaria até o Arco Real.
O autor do The
Templar´s Text Book não foi o único escritor maçônico a perpetuar essa
guinada no mito. Alfred Creigh, que era, à época, o historiador dos Cavaleiros
Templários da Pensilvânia e dos Estados Unidos, incluiu um relato fantástico na
introdução do seu livro de dois volumes de 1867, intitulado History
of the Knights Templar of the State of Pennsylvânia (História dos Cavaleiros
Templários do Estado da Pensilvânia). Falando a respeito de Henrique II
da Inglaterra e Gilvert de Clare, o primeiro conde de Pembroke (1100-1147),
Creigh conta o seguinte a seus leitores Templários Maçônicos:
“Está registrado que, neste
reino, os Cavaleiros Templários eram iniciados primeiro nos mistérios da
Maçonaria, no período em que eram patronos dela, e o Grande-Mestre do Templo
era nomeado para supervisionar as Lojas, que, pela designação, a preeminência era
confinada às Ordens de Cavalaria, sobre a Sociedade de Maçons. Com essa junção
entre as duas Ordens, a Maçonaria assumiu um caráter mais importante e uma
posição mais alta aos olhos de todos e continuou a crescer na estima geral até
o reinado de Ricardo I. Acredita-se que foi nesse período que fora formalmente
estabelecida a primeira ligação de uma Loja Maçônica com os Cavaleiros
Templários. Antes disso, cavaleiros eram iniciados individualmente nos
mistérios maçônicos e patrocinavam a Sociedade de Maçons, no entanto,
subsequentemente e depois da supressão da Ordem e da dispersão deles por todo o
reino cristão, e após recuperarem a estabilidade e estarem livres de
perseguição, essa Ordem de Cavalaria era conferida exclusivamente àqueles que
haviam passado pelos altos graus da Maçonaria”
Greigh parece compartilhar a
opinião do autor de The Templar´s Text Book de que nenhum homem poderia ser
admitido na Ordem Templária até que tivesse passado pelos chamados altos graus
da Maçonaria. Como vários escritores maçônicos dos séculos XVIII e XIX, nenhum
dos autores oferece uma prova válida para apoiar essas afirmações, que são, é
claro, historicamente absurdas. Como veremos no capítulo 5, o ritual de
iniciação dos Cavaleiros Templários medievais não faz nenhuma referência a uma
condição prévia maçônica, seja operativa ou especulativa, nem oferece nada além
de uma similaridade passageira com os rituais da Arte, como eles desenvolveram
do século XVII em diante.
Mas da mesma forma que devemos
ter cuidado ao criticar os escritores do século XVIII, como Anderson e Preston,
que escreviam para uma época e público em particular, também devemos ter
cuidado ao dirigir nossa desaprovação aos escritores norte-americanos. É
importante compreender que os livros citados foram escritos para um público
feral; mais exatamente, escritos para os Templários americanos, que deviam
passar pelos graus da Maçonaria e do Arco Real, antes de entrar nas Ordens
Templárias.
Dessa forma Greigh e seus contemporâneos poderiam estar emendando requisitos
maçônicos modernos na Ordem Medieval como parte de sua história tradicional.
Enquanto não podemos jamais
entender os motivos dos homens que criaram uma mitologia sobre os Cavaleiros
Templários, que formam a base para o fato histórico nas mentes dos maçons de
hoje, o certo é que esses homens, não importa se bem-intencionados ou não,
causaram mais danos do que qualquer outra coisa no que diz respeito ao assunto.
Apesar de que esses escritores possam talvez ser perdoados por criar um mito de
uma conexão direta entre Templários de antigamente e seus homônimos, para
ajudar a atrair homens aos graus cavalheirescos relativamente novos, já passou da
hora de os maçons colocarem de lado essa ideia.
Quase três séculos depois de a
Maçonaria passar a existir oficialmente, mais de 200 anos após o surgimento das
organizações templárias ligadas à Maçonaria, sabendo que os Templários
originais foram destruídos antes de atingir tal marca, está na hora de os
Templários Maçônicos ficarem satisfeitos com sua longevidade. Além disso as
versões fantasiosas de como a Ordem surgiu deveriam ser substituídas pelo que
realmente aconteceu, pois, a história real de como as Ordens Templárias
evoluíram é tão interessante quanto os relatos mitológicos.
Para nossa sorte, o Grande Priorado
da Inglaterra e do País de Gales acrescentou um prefácio no seu ritual que
fornece aos membros da Ordem informações que fazem a distinção entre os
Templários originais e os seus semelhantes maçônicos. Ao falar sobre o
desenvolvimento dos graus cristãos na metade do século XVIII, o Grande Priorado
nos conta o seguinte:
“Os mais importantes desses
foram um rito Templário Maçônico e um Grau Rosa Cruz, nenhum deles tem qualquer
ligação histórica ou ritual com as antigas Ordens Militares dos Rosacruzes
medievais”.
Infelizmente, nem todas as
grandes organizações são tão meticulosas para apesentar a distinção. Bem no
começo do século XX, o Supremo Grande Priorado do Canadá, que é a organização
governante autônoma para os templários Maçônicos naquele país, esforçou-se ao
máximo para garantir que todo homem que fosse consagrado um Cavaleiro Templário
entendesse a história de como o Templarismo Maçônico surgira. No entanto,
deixou de fora a The Trird Historical Sketch (A Terceira Cena Histórica) do
ritual, algo que permitiu que os Templários Maçônicos canadenses apoiassem os
mitos de uma época mais antiga. Do discurso descartado, lemos o seguinte:
“O grande erro que causa tanta
confusão sobre a natureza dos graus templários modernos, conforme associado à
Maçonaria, surge principalmente do fato de não conhecer ou não distinguir a
grande diferença entre a Maçonaria dos dias de hoje e daquela a partir da qual
ela surgiu. Os graus templários fazem referência e representam a conexão que
supostamente existiu no passado com a antiga Ordem Templária e os construtores
cristãos eclesiásticos, que, ao apartarem-se dos Conventos, se associaram com
as Guildas de construção, a partir das quais a Maçonaria Especulativa moderna
supostamente surgiu – mas essa reapresentação não constitui nenhuma parte no
sistema templários presente do Império Britânico, salvo por afinidade.
A introdução dos graus
Templários na Maçonaria teve origem no continente europeu logo depois de a
Maçonaria Especulativa ter sido importada da Inglaterra, e no início ficou
restrita àqueles em altas posições da vida social, que eram desejosos de que a
Maçonaria fosse considerada descendente da antiga Ordem Religiosa e Militar dos
Templários. Esse desejo teve base em uma fábula, de que quando a dissolução da
Ordem ocorreu (1312 d. C.) alguns Cavaleiros ingressaram nas Guildas de Maçons
na Escócia, e com isso deram origem à Maçonaria Livre e Aceita.
Antes de examinar e
desconstruir o mito de que os Templários fugiram para a Escócia, onde criaram a
Maçonaria, devemos entender a ascensão e a queda dos Cavaleiros Templários
originais.
Texto compilado do livro "O Compasso e a Cruz" de Stephen Dafoe" - Editora Madras.
Alegoria é uma figura de linguagem que está dentro do que se classifica
como figura das palavras, ou seja, relaciona-se a semântica, é
encontra seu significado dentro das abstrações. De acordo com o dicionário
Aurélio: “Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa
ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento
significado ou simbolizado”, isto é, além de servir como figura de
linguagem para textos, bastante comum em fábulas e parábolas, cabe também a obras de arte.
Em muitos casos, lições de moral são utilizadas
como forma de alegoria, pois elas representam situações a partir de artifícios
que significam alguma coisa por meio de outras coisas. A própria construção
etimológica da palavra alegoria, que vem do grego allegoría, identifica
sua função que significa, “dizer o outro”.
Apesar de se parecer com a metáfora, diferenças e
discussões existem acerca delas. Alguns estudiosos defendem a proximidade de
ambas e outros pesquisadores discordam. Na turma dos que encontram ligações
está Quintilano, que afirma que alegoria é “metáfora continuada que mostra
uma coisa pelas palavras e outra pelo sentido”. Mas resumidamente, a
metáfora adequa-se a termos isolados, enquanto a alegoria diz respeito ao texto
na íntegra.