sábado, 4 de novembro de 2017


A ASTROLOGIA EGÍPCIA E  SEU SIGNIFICADO




Os conhecimentos da civilização do Antigo Egito, serviram de base à quase todas as religiões e filosofias existentes na atualidade. A herança deixada pelos egípcios, que se debruçaram sobre quase todas as áreas da ciência e do saber é incalculável, dentre esses legados, está a Astrologia Egípcia, um método de auto-conhecimento baseado na posição dos astros no momento do nosso nascimento

Os sábios egípcios eram extremamente hábeis para marcar o tempo, ótimos observadores, sabiam tudo sobre o movimento de rotação da Terra, muito antes que os astrônomos europeus explicassem o fenômeno, e o representavam simbolicamente através do casal Nut e Geb.

Muito obedientes aos sinais dos céus, que eram as imagens e as mensagens de seus deuses, exímios na arte de interpretar os astros e prever os destinos, foram provavelmente, os primeiros astrólogos de que se tem notícia.

Os egípcios consideravam a astrologia uma das ciências mais importantes de suas vidas e era tão fundamental que não saiam de casa sem antes consultar as predições do deus de seu signo. Acreditavam que os nascidos em um dia ruim teriam uma vida muito difícil e que quase nada poderia ser feito para modificar o que estava escrito nas estrelas.


Em Dendera, encontra-se uma das mais antigas representações do zodíaco, pintada no teto do Templo de Hathor. Embora este templo tenha sido construído pelos Gregos Ptolomaicos, por volta de 600 a.C, seus dados astronõmicos refletem "o plano estabelecido nos tempos dos Companheiros de Horus", ou seja antes da primeira Dinastia do Egito, por volta de 3100 a.C. , portanto muito antes dessa ciência surgir entre os Sumérios, na Mesopotâmia.

O Zodíaco de Dendera é diferente do zodíaco tradicional egípcio, uma vez que já estava adaptado ao sistema grego dos signos planetários, representados por formas animais e humanas. Nem todos os aspectos se encaixam no padrão babilônico, mas essas contradições também ocorrem na astrologia tradicional.

Os Astrólogos Egípcios, utilizavam para suas previsões, um calendário muito parecido com o que usamos hoje e que teria sido criado pelo sábio Imhotep, por volta do ano 2769 a.C. Por esse calendário, o ano egípcio iniciava quando a estrela Sírius surgia no horizonte de Mênfis, que corresponde ao dia 16 de julho. A partir do calendário de Imhotep, os astrólogos egípcios criaram um Zodíaco divido em 12 signos, correspondentes aos doze meses do ano.

Na astrologia egípcia, cada signo é representado por um deus; cada divindade regendo durante um período e vibrando suas características próprias sobre as pessoas nascidas sob um determinado signo. Considerado até hoje como um dos horóscopos mais interessantes, a astrologia egípcia ainda é praticada como mais uma ferramenta de auto conhecimento. Conheça o seu signo egípcio e descubra qual é a divindade que rege o seu destino:

 ZODÍACO EGÍPCIO


DATA 
SIGNO 
ATRIBUTOS 
Signo Ocidental

16/07 à 15/08 
Rá 
Deus do Sol 
Leão

16/08 à 15/09 
Neith 
Deusa da Caça 
Virgem

16/09 à 15/10 
Maat 
Deusa da Verdade 
Libra

16/10 à 15/11 
Osíris 
Deus da Renovação 
Escorpião

16/11 à 15/12 
Hathor 
Amor e Adivinhação 
Sagitário

16/12 à 15/01 
Anúbis 
Guardião dos Mortos 
Capricórnio

16/01 à 15/02 
Bastet 
A Deusa Gata 
Aquário

16/02 à 15/03 
Taueret 
Deusa da Fertilidade 
Peixes

16/03 à 15/04 
Sekhmet 
A Deusa Leoa 
Áries

16/04 à 15/05 
Ptah 
Criador Universal 
Touro

16/05 à 15/06 
Toth 
Deus da Escrita 
Gêmeos

16/06 à 15/07 
Ísis 
Deusa Mãe Cósmica 
Câncer



HORÓSCOPO EGÍPCIO - SIGNIFICADO:


Rá (de 16/07 a 15/08)
Rá é a divindade principal do panteão egípcio. Está associado ao Sol e é considerado como o pai de todos os outros deuses. As pessoas nascidas sob o signo de Rá são fortes, determinadas e criativas. Possuem uma energia muito forte e têm habilidade de sobra para lidar com as dificuldades. As únicas coisas que arrasam estes seres tão fortes são a perda e a rejeição, pois não suportam fracassar. Mas, passada a onda inicial de tristeza e depressão, reerguem-se como a Fénix que renasce das cinzas e se dispõem a enfrentar novos e estimulantes desafios.

Neit (de 16/08 a 15/09)
Neit é a deusa da abundância. Cuida dos campos, da colheita e da caça. É a protetora dos deuses e guardiã das almas dos mortos, a quem ela acompanha rumo à morada definitiva. As pessoas nascidas sob o signo de Neit são pacientes, disciplinadas, práticas e objetivas. Não gostam de subterfúgios e não toleram mentiras. Possuem uma inteligência refinada e são capazes de cuidar de tudo detalhadamente. Exigem muito delas mesmas e também dos outros, pois gostam de perfeição e acreditam que a ordem e o trabalho árduo são à base de tudo. Quando traçam uma meta, fazem de tudo para alcançá-la. Cuidadosos, sinceros, bons companheiros e dedicados, os nativos de Neit estão dispostos a oferecer o melhor de si e esperam ser recompensados na mesma moeda.

Maat (de 16/09 a 15/10)
Maat é a deusa da justiça, da verdade e do equilíbrio. As pessoas nascidas sob o signo de Maat não toleram a injustiça. Passam a vida a cultivar relações harmoniosas e esforçam-se para viver sempre em equilíbrio. Em nome dessa filosofia, aprendem a ser diplomáticas e raramente se deixam abalar por intrigas ou fofocas. Por causa dessa força de caráter e de seu charme peculiar, freqüentemente se transformam na "melhor amiga" de seus amigos, na confidente, na conselheira que sempre tem algo bom e útil para dizer. Pena que nem sempre tenham a mesma lucidez para lidar com seus próprios problemas: um tanto inseguros, os filhos de Maat hesitam em tomar decisões e perdem ao colocar o seu destino nas mãos de outras pessoas.

Osíris (de 16/10 a 15/11)
Osíris é o rei dos deuses. Acima dele, existe apenas Rá, o Sol. Foi o primeiro faraó do Egito. As pessoas nascidas sob o signo de Osíris são justas, sábias e profundas. Possuem um poder espiritual muito forte, trata-se de um "presente" oferecido pela deusa Ísis aos protegidos do seu esposo. Caracterizam-se pelo seu temperamento forte, por vezes explosivo, pela sensualidade acentuada e pela persistência. Lutam com garra e energia pelas coisas que querem, e nunca se acomodam a uma situação pouco satisfatória. Quando contrariadas, podem tomar medidas extremas, pois Seth, o irmão mau de Osíris, por vezes lança o ciúme e a agressividade no coração. Ouvir a intuição e respeitar os próprios instintos são atitudes fundamentais para que os filhos de Osíris conquistem a felicidade e o sucesso.

Hathor (de 16/11 a 15/12)
Hathor é a deusa da alegria. Os seus domínios são a arte, a beleza, a dança e a música, assim como as viagens e o conhecimento superior. Protege os corações apaixonados e concede fertilidade às mulheres. É retratada como uma mulher bela, mas na sua cabeça existe um par de chifres, símbolo da parte animal que há em cada ser humano. As pessoas nascidas sob o signo de Hathor são generosas, sensuais, exuberantes, sinceras e encantadoras. Possuem muita vitalidade e perseguem os seus sonhos com garra e idealismo. Às vezes, ficam a perder devido ao exagero e excessiva boa-fé – por isso, aliás, são alvos constantes dos aproveitadores, e necessitam de estar atentas para não se deixarem enganar ou explorar. Quando enfrentam dificuldades, ficam mal-humoradas e descarregam a sua irritação em cima de quem for mais próximo.

Anúbis (de 16/12 a 15/01)
Anúbis é o deus que julga os seres humanos no momento da morte. O seu instrumento de trabalho é a balança da verdade, na qual coloca as almas dos mortos e avalia se merecem castigo ou salvação. As pessoas nascidas sob o signo de Anúbis são inteligentes, perseverantes e determinadas. Lutam com afinco pelo sucesso financeiro e profissional, mas geralmente demoram a colher os frutos dos seus esforços. Tudo porque têm uma missão importante: trabalhar! E, se por acaso alcançassem as suas metas cedo demais, poderiam acabar desviando-se dessa rota. Quando deparam com alguma coisa que consideram "errada", podem assumir o papel de juizes e agir de forma implacável, sem permitirem o diálogo ou a justificação.



Bastet (de 16/01 a 15/02)

Bastet é a deusa-gata, uma das esposas de Rá. Representa o poder benéfico do Sol e a força selvagem que dá coragem e ousadia. Era invocada nas alturas de dificuldade e o seu culto era um dos mais difundidos no Antigo Egito. As pessoas nascidas sob o signo de Bastet são extremamente bondosas, costumam aderir a grandes causas, pois o seu desejo é servir à humanidade. Amigas leais, fazem esforços surpreendentes para ajudar aqueles que amam. No entanto, gostam de sentirem-se livres e, tal como os felinos, preferem ser acariciados apenas quando sentem vontade. O lado negativo da sua personalidade deve-se a uma certa rebeldia, que às vezes assume grandes proporções, levando-as a atitudes insensatas e até irresponsáveis.


Taueret (de 16/02 a 15/03)

Taueret é a deusa da fertilidade. Protege as parturientes e as crianças, bem como as fêmeas prenhes de todas as espécies. As pessoas nascidas sob o signo de Taueret são liberais, generosas, compreensivas e tolerantes. Têm uma energia espiritual muito forte e podem manifestar dons mediúnicos. Sensíveis ao extremo, magoam-se com facilidade, podendo inclusive fazer verdadeiras tempestades em copo d'água quando percebem que o seu amor e dedicação não estão a ser retribuídos com a mesma intensidade. Podem enfrentar dificuldades materiais porque são pouco hábeis para lidar com dinheiro.

Sekhmet (de 16/03 a 15/04)

Sekhmet é a deusa da guerra. Possui força e coragem e tem como missão proteger o deus Rá e o faraó. Certa vez, Rá ordenou a Sekhmet que castigasse a humanidade devido à sua desobediência. A deusa executou a tarefa com tamanha fúria que o deus Rá necessitou de a embebedar com cerveja para que ela não exterminasse a raça humana. Desta forma, as pessoas nascidas sob o signo de Sekhmet são ousadas e corajosas. Adoram enfrentar novos desafios, mas pecam pela falta de obstinação. Aliás, é comum iniciarem um projeto de forma animada e abandonarem-no precisamente quando começa a dar frutos, isto é, quando deixa de ser um risco e a torna-se previsível. Isso também se aplica aos relacionamentos: a paixão é a sua grande procura. Exuberantes, enérgicas, um tanto quanto autoritárias, as pessoas de Sekhmet necessitam de aprender a arte da diplomacia e da tolerância, e a controlar a agressividade.

Ptah (de 16/04 a 15/05)

Ptah é o grande mago, senhor da serpente e das criaturas da água, símbolo supremo da fertilidade feminina. É ele quem dá vida aos homens e a todos os seres da Terra. As pessoas nascidas sob o signo de Ptah são pacientes e perseverantes. Apreciam o conforto material e procuram a estabilidade a todos os níveis. Na vida amorosa, nas finanças, no sector profissional. Quando colocam uma idéia na cabeça, não há nada que as faça desistir, e essa teimosia por vezes transforma-se num obstáculo ao seu crescimento pessoal. Isso porque não admitem os seus próprios erros e deixam de aprender com a experiência alheia. Contudo, quando um nativo de Ptah exercita bem o seu lado espiritual, transforma-se numa pessoa única, especial.


Toth (de 16/05 a 15/06)

Toth é a divindade que simboliza a inteligência aguda e a sabedoria. Foi Toth quem inventou todas as ciências, bem como a fala e a escrita. As pessoas nascidas sob o signo de Toth são comunicativas, inteligentes, mentalmente ágeis e ativas. Cultivam os mais diferentes relacionamentos e aprendem um pouco com cada um deles: tiram lições da sabedoria dos mestres, da racionalidade dos cientistas, da simplicidade dos humildes. Não toleram sentir-se presas ou controladas, e isso as leva a uma certa inconstância no amor. Habilidosas, têm talento para executar trabalhos artesanais ou que exijam atenção aos detalhes. São boas professoras, embora se mostrem um tanto impacientes.

Ísis (de 16/06 a 15/07)

Ísis é a deusa egípcia mais importante. As pessoas nascidas sob o signo de Ísis são sensíveis, amorosas, sinceras e incapazes de guardar rancor. Possuem um forte instinto maternal e costumam cultivar um relacionamento bastante intenso com a família, além de serem "mães e pais" de todos os amigos. Têm imaginação fértil e talento para as artes e para a escrita, pois conseguem captar e traduzir as sutilezas do amor, da vida, da existência. Fiéis, tolerantes, gostam de saber que são amadas e sacrificam-se por aqueles que lhes são caros. Apreciam o conforto e a tranqüilidade, inclusive, preferem um amor estável aos arrebatamentos da paixão.

Colaboração: Carlos Roberto ( Amon Sol )

Ilustração: Ir Daniel Martina


O NASCIMENTO E SIGNIFICADO DO AVENTAL MAÇÔNICO:




Após a cerimônia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental ao Mestre de Cerimônias, para com ele revestir o neófito. O agora Maçom, só poderá entrar no Templo de sua Loja, ou de qualquer outra, vestindo o Avental. Tal insígnia maçônica, nas palavras do Irmão Assis Carvalho, “é o principal Símbolo que compõe a Indumentária Maçônica.” O Avental, para o citado autor, possui uma característica especial que o diferencia de outras insígnias:

Está presente desde os remotos tempos Operativos. O famoso escritor francês Jules Boucher define o Avental como: “essencial adorno do Maçom”. Por mais celeuma que possa ocasionar essa palavra “adorno”, pois o sentido de adornar é enfeitar, decorar, e, obviamente, não é esse o principal sentido simbólico dessa indumentária, tomaremos essa definição como ponto de partida para um estudo mais aprofundado do Avental e sua função para os Maçons, tendo em vista as opiniões conflitantes muito comuns, em se tratando deste objeto de estudo. Para compreendermos melhor sua função e o porquê de suas diferentes formas, utilizaremo-nos de uma análise histórica do Avental. Contudo, ressalte-se,concentraremos nossos esforços em uma análise histórica e funcional, tendo em vista o Grau de Aprendiz, já que sabidamente, muitos dos símbolos que são ostentados em Aventais de Graus mais elevados ainda fogem e devem mesmo fugir de nossa compreensão de Aprendiz.

Antes propriamente dessa linha evolutiva, gostaríamos de estabelecer uma conexão com as palavras do Irmão francês apresentadas anteriormente.Para tanto, lembremo-nos de uma passagem inicial muito significativa e ainda muito viva nas mentes dos Aprendizes: ao entregar o avental, o Venerável Mestre diz ao neófito: “- Ele (o Avental) vos lembrará que um Maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa.” Além dessa forte simbologia relacionada com o trabalho, quase unânime entre os grandes Mestres e escritores Maçons, o Avental é objeto de várias interpretações, tendo em vista especialmente sua configuração e apresentação. O Avental do Aprendiz, com a Abeta levantada formando um triângulo sobre um retângulo, significa para alguns o quaternário sendo sobreposto pelo ternário.Outros ainda interpretam o triângulo sobreposto como a alma flutuando sobre o corpo.

No 1º Grau (Aprendiz), a alma estaria acima do corpo, ainda desligada, e a partir do 2º Grau (Companheiro Maçom), a alma já estaria dentro docorpo, fazendo desse seu instrumento e domínio.

Justamente para entendermos um pouco melhor a função e o simbolismo que o Avental carrega em si e ao cobrir o corpo físico do Maçom,mister se faz uma análise histórica do Avental.

Para alguns escritores, a origem do Avental está ligada a tempos muito remotos, como o Paraíso Terrestre. Alguns irmãos vêem Adão como o inventor do Avental, representado na folha de parreira, a qual cobria seus órgãos genitais.

Quanto a esta origem, as objeções são muito grandes, tendo em vista que a base cientifica ou mesmo filosófica para tal tipo de análise se mostrar praticamente inexistente. Se é verdade que a Maçonaria não se pretende ser apenas um sociedade cientifica e filosófica, é fato que toma como base dados científicos para justificar muita de suas concepções. Ao fazer uma análise de tal porte, deveria-se esperar uma explanação um pouco mais exaustiva, tendo em vista a originalidade da idéia. Contudo, pelas bases às quais tivemos acesso,tal assertiva se mostra não muito consistente. O Irmão Assis Carvalho, inclusive,demonstra uma certa ironia ao comentar tal fato, classificando como “uma fantasia,um afã criativo” enfim, conotando que a origem do Avental não está, em hipótese alguma, ligada à figura religiosa de Adão.

Outros também vêem uma origem mais que milenar para o surgimento do Avental, tendo como base os Mistérios Egípcios, Persas, Indus, entre outros. Nesse ponto, descreveremos uma das possíveis formas de tal Avental egípcio: era triangular, com a cúspide para cima e com vários adornos diversos dos hoje existentes. Alem disso, a faixa ao redor do corpo que o sustentava não tinha apenas este propósito, mas estava intensamente magnetizada com o corpo.Há também, acerca deste possível Avental, descrições mais pormenorizadas sobre o Avental dos Mestres, o que, como já se afirmou, não se mostra pertinente coma proposta deste trabalho.

Contudo, vale ressaltar que se faziam presentes as rosetas euma cor azul pálida, simbolizando a inocência branca sendo substituída pelo conhecimento,o céu azul.

Mais uma vez, as objeções a esta possível origem da insígnia sob análise neste singelo trabalho são muitas. Um dos mais respeitados autores Maçons, o Irmão José Castellani, é absolutamente claro em classificar tal proposição como fantasia. Um dos pontos mais significativos de sua critica se refere ao cingidor, sobre o qual o Irmão afirma: “Quanto ao simbolismo do cingidor, ou seja, dos cordéis que prendem o Avental à cintura, não há comentários a fazer, pois se trata de elucubração de ocultistas…” Tais objetos egípcios são vistos, por este mesmo autor, como uma proteção para as vestimentas da antiga aristocracia, ou no máximo, um protetor genital.

Uma outra corrente associa o surgimento do Avental às Guildas e corporações Medievais. Tais associações, que deram origem à Maçonaria Operária, tinham por hábito distribuir entre seus Membros, aventais para o exercício do ofício ao qual estavam ligados. Esses aventais, portanto, apresentavam entre si leves diferenças com base nos diferentes trabalhos e conhecimento a cerca do ofício em questão, tais como Sapateiro, Ferreiro Açougueiro, entre outros. O Avental dos antigos operários da Maçonaria Operativa estava ligado à idéia de trabalho, era um instrumento do próprio. 

O Avental era feito predominantemente de couro de carneiro, um couro espesso, com vistas a proteger os obreiros de labutas muitas vezes perigosas para o corpo humano. Enfim, o Avental era uma proteção para o corpo dos maçons primitivos, cobrindo, em linhas gerais, desde o pescoço até o abdômen, sendo que o do aprendiz cobria uma parte maior do corpo do que o avental do Companheiro e do Mestre, pois como o aprendiz não possuía ainda a habilidade necessária com as ferramentas, além de iniciar o trabalho na Pedra Bruta, estava sujeito afazer um uso maior do avental do que os mestres. Uso maior não em tempo, e sim,stricto sensu, de aproveitar o avental conforme sua destinação de proteger o corpo e a roupa de quem o usa. Com a transição da Maçonaria Primitiva para a Maçonaria Especulativa, processo histórico que, tal como qualquer outro, quiçá mais ainda, não ocorreu de forma instantânea, a figura e a função do Avental foram paulatinamente se alterando.

Ressaltamos mais uma vez que, por um considerável tempo,tanto a Especulativa quanto a Operativa conviveram, especialmente pelos relatos que se tem da Inglaterra no século XVIII.



Como exteriorização dessa relativa dicotomia entre Especulativa e Operativa, temos na Inglaterra a existência de duas grandes potências justamente nesse século de transição. Note-se que não se trata de uma correspondência absoluta entre ambas as dicotomias, embora ambas guardem uma não desprezível ligação. De um lado havia as Grandes Lojas dos Antigos, forma das principalmente por Maçons mais tradicionais, mais “conservadores”, nas quais não ocorreram grandes mudanças em relação ao Avental, predominando, exceto pelo couro de ovelha que passou a ser o material mais utilizado, uma relativa padronização e simplicidade nos Aventais de todos os Graus, tendo em vista que os próprios eram adquiridos, em sua maioria, pelas próprias Lojas e concedidos aos Irmãos.

Do outro, as Grandes Lojas dos Modernos, de natureza teoricamente mais democrática, mais aberta, as mudanças mais significativas ocorreram em relação ao Avental. A concepção do simbolismo do Avental decorre justamente do entendimento que a Maçonaria Especulativa passou a conceder ao Avental.

O Avental passou a ser visto como um emblema da dignidade, da honra, do trabalho material ou intelectual, trabalho esse que era desprezado. Naturalmente, numa sociedade marcada anteriormente pelos senhores da terra, apenas a propriedade era vista como algo dignificante. A Maçonaria Especulativa alçou o Avental como símbolo do trabalho, da labuta, ao qual o Maçom está ligado ao adentrar na Ordem,dignificando o próprio, o trabalho, perante os olhos da sociedade. Esse é o grande significado do Avental, enquanto instrumento fundamental do Maçom. Esta é a grande razão simbólica pela qual um Aprendiz Maçom não deve adentrar em uma Loja sem estar coberto por essa indumentária. Tal insígnia não nos deixa esquecermos que a labuta é uma constante na vida do Maçom, seja em Loja ou fora dela.

Contudo, ao mesmo tempo em que as Grandes Lojas Antigas alçaram o Avental como símbolo, e, conseqüentemente, modificaram sua forma passando a utilizar tecidos mais leves tal como o cetim, o brim e o linho, a vaidade,algumas vezes exagerada de alguns Irmãos, provocaram uma verdadeira revolução no Avental. Verdadeiras obras de arte, pinturas, foram realizadas nos Aventais das Grandes Lojas dos Modernos.

Novos símbolos, tal como roseiras, fitas, bordados, foram introduzidos nos Aventais, especialmente dos Graus de Mestre. Enquanto nas Grandes Lojas Antigas predominavam a simplicidade destes instrumentos Maçônicos tão

preciosos, principalmente no Grau de Aprendiz, sendo o branco predominante, até pelo material utilizado, o couro de ovelha, nas Grandes Lojas Modernas houve uma radical transformação exteriorizada nas pinturas das Abetas, na criação de laços, pinturas de novos símbolos, entre outros.Quanto maior o Grau, maiores as “sofisticações” encontradas.


Quanto a esta sofisticação dos Aventais, e esta nova função de certa forma “decorativa”, dois comentários se mostram muito pertinentes. O primeiro,tendo como base assertivas de Assis Carvalho, tendo como objeto o Cavaleiro Miguel André de Ramsay, codificador do Rito Escocês.

Buscando negar a origem Operativa da Maçonaria, e afirmar uma origem Nobre, como sucessores dos Templários, de Jacques De Moley, o Irmão Ramsay impulsionou a criação de Graus e nomes pomposos na Maçonaria e, conseqüentemente,os mais belos e ricos Aventais foram sendo também criados. Além disso, cabe agora relembrarmos a definição introduzida no começo de nosso trabalho, atribuída a Jules Boucher: 

“o Avental constitui-se no essencial adorno do Maçom.”

Raimundo Rodrigues explica que a palavra adorno tem o sentido de enfeite,decoração. Conclui ele na imprecisão de sintaxe no uso de tal palavra, já que a função fundamental ou essencial do Avental seria simbolizar o trabalho ao qual os Maçons devem se entregar. Contudo, fazendo uma outra análise, podemos compreender a utilização de tal vocábulo, visto que, para muitos Irmãos, a utilização do Avental ficou muito ligada à idéia de enfeitar-se para quando da participação em Loja. Aliás,conforme relata Assis de Carvalho, eram comuns os Maçons das Grandes Lojas Modernas saírem das sessões e caminharem por Londres devidamente trajados, felizes na utilização de seus Aventais, enquanto os Maçons das Grandes Lojas Antigas,por estarem acostumados a utilizar o Avental quando em oficio, visto que muitos ainda eram Operários, utilizarem apenas os simples Aventais quando em Loja ou justamente no local de labuta.


Em 1813, com a unificação das duas grandes Potências Inglesas, houve também a edição de um normativo regulamentando e padronizando os Aventais, de forma a coibir os inúmeros abusos.

Logicamente, alguns símbolos introduzidos ao longo do tempo foram consolidados, mas os exageros cessaram, e, até hoje, pelo que afirma Assis Carvalho, não houve grandes mudanças nos Aventais Ingleses, caracterizados pelo Rito York.

Vale ressaltar também o Congresso Mundial dos Supremos Conselhos em Lausane, datado de 1875. Nesse encontro, decidiu-se também por uma padronização dos Aventais utilizados pelos seguidores do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nesse ponto, o autor Assis de Carvalho faz uma critica expressa aos seguidores de tal rito no Brasil, tendo em vista as seguidas mudanças do Avental aqui ocorridas nas últimas décadas, levando em conta que o R:.E:.A:.A:. não assistiu a grandes mudanças em outros países. Como último ponto a se destacar do Avental Maçônico, gostaríamos de nos focar na Abeta. Muitos estudiosos Maçons procuram dar significados à sua posição em relação ao Avental.

Outros, entretanto, apoiando-se na experiência histórica e mesmo em fotografias antigas, têm demonstrado que a Abeta não tem um sentido simbólico,pelo menos em sua origem. Antony Sayer, primeiro Grão Mestre da Loja da Inglaterra (1717), está caracterizado em fotos com uma Abeta levantada. Ressalte-se que ele era Mestre e que sua Abeta estava levantada. 

A utilização da Abeta para baixo ou para cima está, segundo esses autores, mais ligada,originalmente, à praticidade do que a qualquer simbolismo. A Abeta era utilizada pelos Irmãos Operativos para prender o Avental à camisa, tendo propositalmente um espaço próprio para este botão. Alguns irmãos baixavam a Abeta como forma de esconder imprecisões, desgastes de alguns Aventais.

Alem disso, a forma triangular ou oval não apresentava também qualquer significado. Atualmente, se admite a diferença no posicionamento para se caracterizar o Grau, o que pode ser considerado muito válido. Contudo, originalmente, pela análise histórica da Abeta, há autores que defendem a inexistência de um simbolismo próprio. Além disso, como já se afirmou anteriormente, as correias que prendiam as Abetas ao corpo dos Maçons Operativos, tanto no pescoço como na cintura, nada tinham de especial.Eram apenas correias, sem nenhum magnetismo ou coisa do tipo.

Finalizando, o Avental simboliza, em uma primeira impressão,ainda no cerimonial de Iniciação, trabalho, labor, labuta. O que podemos aprender com significado de trabalho do Avental?

Que todo Maçom deve dedicar- se ao trabalho diariamente, e,quando ele está em Loja, ou, mais propriamente ao tema, quando ele está na Oficina, o trabalho é simbolizado pelo uso do Avental.

Mesmo havendo posicionamentos diferentes com relação ao simbolismo do avental ou ao seu uso prático, não há como deixar de mencionar-se a interpretação mais aceita e oportuna com relação a essa indumentária. Ao desbastar a Pedra Bruta com o maço e o cinzel, o avental protege o Aprendiz contra a poeira e os estilhaços provenientes de seu ofício. Cumpre o papel que sempre cumpriu, a saber, o de servir como uma peça extra de proteção no manuseio, por exemplo,da pedra e até mesmo como um meio de transporte de pedras (e outros materiais)de um lugar para outro. O avental, dessa forma, está protegendo o Irmão das conseqüências do seu trabalho de aprimoramento constante e da eliminação de seus defeitos.Graças à proteção do avental, a roupa do Irmão, como se fosse sua reputação,está a salvo da sujeira representada pela poeira e os resquícios dos defeitos inerentes a todos nós, seres humanos.



Cumpre, sobretudo, o Avental, o seu papel de um dos mais importantes Símbolos da Maçonaria e de elo entre aqueles que o portam, como Irmãos Maçons, unidos, através dessa indumentária, pela fraternal amizade.

TFA/PP
Ir.´. Daniel Martina FRC

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Texto extraído do Informativo “O V I G I L A N T E” da Loja Maçônica
Vigilantes da Lei (Jurisdicionada à GLMERJ).
Rio de Janeiro – Ano II – Nº20 –Agosto de 2009




Bibliografia
Ritual do R:.E:.A:.A:.
CARVALHO, Assis. O Avental Maçônico e outros
Estudos, 2a ed., Londrina: Ed. Maçonica “A Trolha”, 1997;
CARVALHO, Assis. Ritos & Rituais, 1a ed.,
Londrina: Ed. Maçonica “A Trolha”, 2001;
CASTELHANI, José. Manias e Crendices em Nome da Maçonaria, 1a ed., Londrina:Ed. Maçonica “A Trolha”, 2002;
RODRIGUES, Raimundo. Visão Filosófica da Arte Real, 1a ed., Londrina: Ed.Maçonica “A Trolha”, 2002;

sexta-feira, 3 de novembro de 2017


TEXTOS DE SARCÓFAGOS

Os Textos de Sarcófagos, encontrados no Egito Faraônico, constituem-se em docmentos e paleografias e podem ser compreendidos como a estigmatização do Dharma no ser humano. 

Na antiguidade a vida material estabeleceu-se na região conhecida como Crescente Fértil, mais precisamente, no Egito, há alguns milhares de anos, e evoluiu graças às peculiaridades do rio Nilo e a espiritualidade de uma população laboriosa que habitava a região. 

A história deste povo não é muito diferente do florescer de outras civilizações orientais, a não ser pelo seu alto grau de religiosidade e respeito pela vida. Uma sociedade teocrática formada a partir de uma genética comum [sociedade gentílica], politeísta, antropozomórfico e ressurreicionista, mas acima de tudo, crente na imortalidade da alma e na existência de um “juízo final”. 

Ao referir-se a esta conduta modelar não se quer generalizar e dizer que, sem exceção, todo o povo vivia dentro dos preceitos de fraternidade e harmonia, mas sim que a maioria buscava fazê-lo, pois este era, sem dúvida, o único caminho para se justificar no “julgamento de Osíris”. 

Portanto o objetivo deste trabalho é examinar os chamados “textos de sarcófagos” ou confissões negativas que eram colocados junto à múmia que era por sua vez depositada dentro de um sarcófago. Esse documento era escrito em papiro e apresentava itens de defesa da moral, ética e religiosidade do falecido no seu juízo final. 

FILOSOFIA DO POVO EGÍPCIO 

O entendimento de filosofia na Antiguidade Oriental difere das noções desta mesma matéria que emergiu na Grécia. Porém, sem dúvida é possível ver no Egito antigo especulações filosóficas a partir de preceitos litúrgicos, ritos de magia e pronunciamentos de figuras exponenciais da sociedade. Isto pode ser observado em textos como o “Diálogo de um homem casado”, tido como uma das mais profundas e introspectivas obras escritas no Egito. 



Outro aspecto importante na filosofia egípcia era o constante preparo e diálogo escatológico para a transição de outra esfera de vida, que poderia ocorrer em qualquer momento, seja por vontade dos deuses ou em consequência da própria natureza finita do homem. E por isso buscavam seguir um estrito código de conduta estigmatizado em seu íntimo pelo próprio Criador. 

Nos chamados textos de sarcófagos eram comuns os temas que diziam: ”A alma no céu e o corpo firme na terra”, ou “ O corpo fincado na terra e a mente livre na Eternidade”. E assim era este povo em vida, queria, de todas as maneiras estabelecer um regime de parceria com os deuses e viver em completa e estreita relação com eles. 


OS TEXTOS DE SARCÓFAGOS 

A compreensão dos “Textos de Sarcófagos” passa pela ideia da vida além-túmulo existente no imaginário egípcio. Entende-se por sarcófago um monumento fúnebre que abrigava o corpo mumificado. Para os egípcios, o que se chama de morte, era uma transição entre esferas de vida. O homem do vale do rio Nilo acreditava em um mundo subterrâneo onde os falecidos desenvolviam atividades semelhantes às que exerciam em vida. Contudo, além desta crença existia também a ideia de um paraíso atraente e acolhedor, cujo acesso era feito através do Tribunal de Osíris, onde ocorria uma psicopatia no atma nirvânico do ser.

Então, ainda de acordo com esta imaginação, apresentada em diferentes afrescos e textos escritos em hieróglifos, a alma do falecido era levada ao Tribunal de Osíris, que, sentado em seu trono, presidia a audiência, na qual, quarenta e dois juízes divinais iriam inquiri-las s obre os quarenta e dois aspectos morais, éticos e religiosos. Neste ato, a alma procedia a sua defesa apresentando uma confissão negativa, escrita em um rolo de papiro e colocado em seu sarcófago, na qual proclamava a sua inocência declarando entre outras coisas que: 

1] NÃO CAUSEI SOFRIMENTO AOS HOMENS 

Os egípcios já observavam que causar sofrimento a um semelhante era “pecaminoso”, depunha contra os desejos dos deuses, poderia custar-lhe a vida eterna.

Observava-se que em um período onde a maioria das chamadas “civilizações” estavam quase na “barbárie”, este povo evoluído possuía definições acerca de seus deveres para com seus semelhantes. Além disso, poderíamos notar a presença de um elo quase fraterno entre os seres, mesmo não sendo íntegro, poderíamos dizer que florescia intimamente o tão decantado amor-ágape.

Seria, portanto, justo atribuir-lhes um grau de evolução muito além dos estabelecidos pelos demais povos. Ressalva-se os povos da região do Crescente Fértil, em redor do ano 1750 a.C., pois o rei babilônio, Hamurabi, criou o primeiro código de leis escritas do mundo como também norteava seus princípios nas questões éticas e morais 

2] NÃO USEI DE VIOLÊNCIA PARA COM MINHA PARENTELA 

A violência já era vista como forma de deformidade do caráter e da personalidade, e a família como instituição sagrada, a qual dispensava-se respeito, consideração e admiração. É importante lembrar que o único país da antiguidade oriental onde a mulher desempenhava funções destacadas na sociedade, bem como possuía direitos era justamente no Egito. 

Como já foi mencionado, o Egito era formado por uma sociedade gentílica, ou seja, todos tinham um antepassado em comum, isso é quase a visão dada pela enorme fraternidade hebraica no Velho Testamento. Esta questão era tão importante, que na família real, o herdeiro só podia ser concebido através de uma relação consanguínea preferencialmente com uma irmã. Portanto fica evidenciado que a base de sustentação era a família. Os laços familiares e a não violência faziam destes trechos dos textos de sarcófagos uma conotação bem-vinda nos dias de hoje. 

3] NÃO SUBSTITUÍ A INJUSTIÇA EM JUSTIÇA 

Este é o item de maior fundamento moral: não adulterar, não forjar, não se beneficiar com o prejuízo de outrem, não ser vil ou criminoso, não permitir que a injustiça triunfe. Esta passagem que demonstra a importância da justiça, principalmente a social, é premente e fica muito clara nesta carta escrita pelo faraó Altoés II para seu filho e herdeiro Mericaré: 

“...um povo rico não se levante para se rebelar, não o empobreças, de maneira que não seja levado à rebelião.. 

...não faças diferença entre o filho de um homem de qualidade e o de um homem comum...”


4] NÃO FREQÜENTEI OS MAUS 

Esta é a visão de um povo que diferencia os bons e os maus, e sabe que a simples convivência pode tatuar o homem com o estigma do mal.
Afasta-te dos ladrões, assassinos, dos violentos, dos falsários e daqueles que sempre estão tramando algo infinitamente errado. Caso contrário sua eternidade estará comprometida. Depreende-se da mensagem percebendo-se também a importância que era dada a uma vida regrada e sadia. Isso também seria como lei de convivência. 

Acredita-se ser possível que o ser humano, desde os primórdios, possa ter sido regido pelo medo do desconhecido, do eterno, mas este código, ao qual preferimos chamar de DHARMA, atemoriza até os mais altos dentro os mortais, o próprio faraó também levava consigo os textos de sarcófagos, também precisava se justificar perante o Tribunal de Osíris, isso indicava que poder terreno e ligação com os deuses não garantiam uma passagem para a eternidade.

Observe a partir deste trecho que existia um nivelamento ou condição de igualdade entre todos os seres. 

5] NÃO COMETI CRIMES 
Estava estabelecido um modo de convívio. Havia uma lei. Mesmo sem a existência de um código escrito, e esta lei indicava que aquilo que desligava o homem na terra [sociedade]também o desligava nos céus [mundo extrafísico]. Estava tão implícito no homem que a criminalidade era impura que, quem a cometesse, fosse sob que aspecto fosse, jamais conquistaria a imortalidade. Seria antes julgado pelos homens e banido da sociedade para posteriormente ser julgado por Osíris e banido dos céus. 

Quando uma sociedade estabelece o “crime”, e busca ao mesmo tempo formas de impedi-lo, conceitua-se assim como “evoluída”. Está alicerçada na firme teoria que tudo que está em baixo é exatamente como o que está acima.

A única forma de se transmigrar para a eternidade é cumprir rigorosamente aquilo que o Deus da compreensão do homem legou-lhe como DHARMA. 

6] NÃO PERMITI QUE TRABALHASSEM EM EXCESSO PARA MIM 

Apesar de ter existido escravidão no Egito, nos períodos Antigo e Médio, e mesmo sendo costume fazer-se escravos aos que não podiam pagar as dívidas ou que caíssem prisioneiros em guerras, havia uma ideia perfeitamente clara que a exploração do homem pelo homem constituía uma das maiores contravenções contra os deuses e contra a sociedade. Observa-se o parâmetro de igualdade nas relações de trabalho, esta igualdade, no entanto, não caracterizava status ou direitos, mas uma equiparação entre ter o poder, mas não para usá-lo contra seus semelhantes. 

Esta forma de pensar perdeu-se pelo resto do mundo, onde, principalmente na Europa moderna, a escravidão e a expropriação do homem pela condição social ou cor de pele estabeleceu-se de maneira natural e não animalesca ou errônea como de fato o era. Para tanto, a sociedade europeia buscou auxílio na Igreja para não ser taxada de maligna. 

No mínimo o homem possuía conhecimento, mesmo sem a lei escrita, de que escravizar um ser igual era pecaminoso e corrompia sua alma imortal.

7] NÃO FOMENTEI INTRIGAS POR AMBIÇÃO 

Esta negativa encerra em si dois dos maiores crimes contra a lei divina, por isso era de suma importância: Negar a intriga e a ambição. 

Muito tempo depois deste período, o próprio Cristo veio reafirmar esta versão: “A ambição nos deixa fora das portas do céu”. 

Na visão judaica, a intriga e a ambição são maléficos contra toda a sociedade e pecados realmente pesados que comprometem a ascensão a um plano espiritualmente mais elevado. 

Apesar de politeísta, a religião egípcia estava muito relacionada com o direito, e todos os deuses, convergiam para as questões do merecimento e da retidão de caráter. A justiça social também tinha um papel importante dentro das crenças estabelecidas. Mesmo que estes fatos não acontecessem exatamente assim, a visão era bem objetiva, real, e isso miseravelmente conduz para a realidade de que trinta séculos atrás vivia no planeta terra uma sociedade muito mais evoluída que a atual. 

8] NÃO MALTRATEI MEUS SERVIDORES 
Outra visão contrária à exploração do homem pelo homem, independente de posição social. Portanto uma lei moral de relevante importância, pois teologicamente nos conduz ao ponto de que: todos somos iguais e que apesar de sermos, muitos, somos ‘unos’ 

A valorização do homem que trabalha é a condição social desta negativa. Agrega ainda em si, a política, que necessita de trabalhadores ativos e satisfeitos, e a humana, que impede os maus tratos a todos que trilham seu aperfeiçoamento na terra. 

Esta visão humanista do povo egípcio nos leva a pensar que a Declaração dos Direitos do Homem já estava impressa em nosso ser desde os primórdios da existência. Novamente temos em nossa ligação com o Cosmos uma condição única de vivermos indiferentes ao tempo e ao espaço, uma vez que o Todo nos leva, em sua Sapiência a sermos convivas de todas as épocas e de todos os lugares, pois somos herdeiros do mundo através do DHARMA. 

Somente a Lei Imutável é capaz de anular o passado, o presente e o futuro, pois encerra uma única e perpétua verdade: a da imortalidade.

9] NÃO FIZ CHORAR, NÃO FIZ NINGUÉM SOFRER

Aquele que não faz chorar ou sofrer pode também não fazer ninguém rir ou vencer.

Mas a questão em pauta é a da santidade da vida, é a visão de não ser o homem caminho para a dor ou para a desgraça. Portanto, não criar sofrimentos é uma virtude capaz de apagar muitos erros. 

MAAT, a Deusa da Justiça, responsável pela condução do morto ao tribunal de Osíris, ganha destaque nesta negativa, e surge como sendo o caminho da eternidade, pois o simples fato de não fazer o mal, encerra o bem. 

10] NÃO TIREI O LEITE DA BOCA DAS CRIATURAS 

O que é isso senão o velho adágio: “Daí a César o que é de César?”

Todo aquele que trabalha tem que receber dignamente pelo que faz, isto é, poder sustentar aos seus, dar-lhes dignidade e respeitabilidade, é dar o direito à terra e ao cultivo, permitir aos socialmente menos abastados o direito à vida e a um lugar para descansar seu corpo. O que é isso senão o direito à infância e a vida, senão o direito de a mãe amamentar e cuidar de sua prole. 

No Antigo Testamento, o próprio código de ética do povo hebreu, também traz estas características rigorosamente estampadas: 

“Não atemos a boca do boi que debulha”. 

Resta dizer, após o exame das citações acima referidas, que no imaginário egípcio, do Tribunal de Osíris, Anúbis, o deus chacal, pesava o coração do falecido, e o equilíbrio da balança seria medido por uma pena de ave depositada na balança pela deusa Maat - a verdade. O coração não poderia pesar mais que a pena. Este era o grau de pureza que o indivíduo teria que ter para conquistar a eternidade, então, Thoth, o escriba dos deuses anotava o resultado e comunicava a Osíris. 

O que nos assemelha, no entanto, é que os homens do Egito faraônico, durante o Antigo e Médio Império, traziam em si um referencial importante de conduta, parecendo que tinham estampado em si o DHARMA – a lei Divina e Imutável - que norteou os caminhos da decência do ser humano desde a mais tenra idade da humanidade. 

Estes ‘TEXTOS DE SARCÓFAGOS’ põe à mostra uma consciência moral elevada, principalmente se considerarmos o contexto temporal, concluindo-se daí que a conduta ética do Egito antigo foi influenciada por estes mesmos textos.

Por outro lado é importante observar que em 1570 a. C., no Médio Império, durante o reinado de Amena I, foi redigido o “Livro dos Mortos”, o mais importante veículo do conhecimento da religiosidade do povo do Nilo. Seus textos, em grande maioria foram extraídos das “escritas das pirâmides” e das “defesas de sarcófagos” e neste mesmo período estava tomando forma no Egito, a escrita hierática, - uma linguagem mais simples – o que facilitou a compreensão e o entendimento do mencionado “Livro dos Mortos”. 

Se na introdução ficou claro o intuito deste trabalho é o exame dos Textos de sarcófagos, supõe-se que após o que foi apresentado sobre as confissões negativas, revela-se de modo inegável uma consciência moral elevada entre os egípcios. Por outro lado, fica implícito que o homem tem estabelecido com o Deus de sua compreensão um contato direto – mesmo que inconsciente – através da eternidade, e que este mesmo Deus manifestou na consciência humana um código, que encerra todas as questões sobre ética, moral, religiosidade, filosofia e vida em sociedade. 

Além disso, também se conclui que esse código de condutas pode ser chamado de livre-arbítrio, pois somente estabelecendo “parâmetros” a Mente Cósmica pode cobrar os “excessos” humanos. 

E, assim como foi escolhido o povo egípcio e os Textos de Sarcófagos para demonstrar essa questão, poderia ter sido escolhido o povo Caldeu, na Mesopotâmia e o Código de Hamurabi, ou ainda o povo Hebreu e o Velho Testamento. Contudo, pareceu ao autor, ser mais vibrante abordar a questão do juízo do homem, utilizando um código escrito apenas na consciência do seu imaginário. Por fim, deve ser dito, que o maior legado da religião egípcia foi sem dúvida a criação de uma ética e uma moral que garantissem a travessia para a eternidade. 

Notas:

1 - Texto de Rogério Sidaqui, Pesquisador da URCI – Seção C – Egiptologia e História Universal.



2. Referências Bibliográficas: 

- E.A.Wallis Budge – O Livro dos Mortos – Ed Pensamento; 

- Os Mistérios do Egito – Ed Pensamento; 

- Ferreira, Olavo Leonel – Egito, Terra de Faraós – Ed. Moderna; 

- Bessant, Annie – O Dharma – Ed. Pensamento; 

- Giordani, Mario Curtis – História da Antiguidade Oriental – Ed. Vozes – 1968; 

Nota do Autor: O homem pronto é aquele que mesmo em estágio de evolução física, mental e espiritual, já estabelece uma relação de infinitividade entre aquilo que é e aquilo que será. Portanto quando indico o homem como ser pronto quero simplesmente dizer que ele, teologicamente se sabe infinito e ligado a um Ser superior com quem troca impressões e de quem recebe instruções


O GANSO E A GRELHA, 24 DE JUNHO DE 1717, O QUE REALMENTE ACONTECEU ALI?

Texto do irmão Philip R. – Traduzido por Luciano R. Rodrigues

Londres, 24 de junho de 1717.

Imagine que estamos no solstício de verão, dia de São João Batista, um dia de grande festa.

Neste final de dia, as ruas estão cheias de pessoas. Entre a multidão, um homem parece estar com pressa. Tem cerca de 45 anos, usa uma peruca e veste um gibão de couro marrom, adornado com grandes botões dourados. Um terno sóbrio, sem muita elegância e desgastado, mas algo que o distingue do comum, como um cavalheiro.

Ela caminha ao longo da rua Ludgate e, finalmente, chega a Catedral de St. Paul (São Paulo). Esta nova catedral Londrina é realmente impressionante.

Construído pelo arquiteto “estrela” do momento, Sir Christopher Wren, que foi inspirado, tanto na basílica de São Pedro, em Roma, quanto na Igreja Val-de-Grâce, em Paris. Ela acaba de ser concluída a apenas alguns meses atrás, e temos de reconhecer que é uma das mais belas realizações das grandes obras de 1666, o ano do Grande Incêndio de Londres.

Um grande incêndio que durou 4 dias, engoliu mais de 13.000 casas e 87 igrejas. Um desastre inimaginável que transformou Londres em um grande canteiro de obras, por 40 anos. E uma vez que as construções de madeira foram, neste momento, proibidas, deve ser dito que os pedreiros (maçons) se beneficiaram muito.


Área atingida pelo grande incêndio de Londres no ano de 1666
Sir Christopher Wren teve um lugar de destaque nesta reconstrução. Ele estava em toda parte. Imagine que ele foi responsável pela reconstrução de mais de 50 igrejas.

Nosso homem de gibão marrom tem um compromisso junto à catedral. Ali estava a taverna “The goose and gridiron” (O ganso e a grelha).

Rapidamente, ele entrou na sala comum da taverna, no piso térreo. Como sempre, estava lotado. O taverneiro reconhece o homem e o saúda, indicando que seus amigos já tinham subido. Ele sobe as escadas, para o piso superior e bate na porta …
Este homem se chama Anthony Sayer. Em menos de uma hora, ele será eleito pelos seus pares, Primeiro Grão-Mestre da Grande Loja de Londres e Westminster.

Aqui estamos no momento crucial, que foi o ponto de partida da Maçonaria “moderna”.

Mas o que é realmente aconteceu em 24 de junho de 1717 na Taverna o Ganso e a Grelha?

Antes de tudo, o dia era realmente 24 junho?

A Inglaterra ainda não utilizava o calendário gregoriano, que só foi adotado naquele país em 1752, portanto na datação atual, o dia seria 4 de julho.
Na verdade, daquele episódio temos apenas duas referências textuais para estudar.

Duas e somente duas

Todos os comentários que podem ser encontrados sobre o tema, são derivadas do nosso famoso escritor William Preston ou das pesquisas da Ars Quatuor Coronatorum, sendo estas meramente explicações destas duas referências que temos.

A primeira e mais importante destas referências é o relato que o Doutor e Reverendo James Anderson deixou no seu “Novo Livro das Constituições de 1738”, ou seja, 21 anos mais tarde do que a data em questão.
A segunda referência é totalmente anedótica mas temos que mencioná-la. Se trata de uma publicação anônima chamada “The Complete Free-Mason or Multa Paucis for Lovers of Secrets”, publicado em 1763 ou 1764.
Nesta última, é dito que as lojas representadas eram seis e não quatro como disse Anderson.

Vejamos então a tradução feita a partir do original, do texto de James Anderson.

Novo Livro das Constituições de 1738, Dr. James Anderson

“O Rei George I entra em Londres em 20 de setembro de 1714. E após a rebelião terminada, em 1716, as poucas lojas em Londres, que tinham sido negligenciadas por Sir Christopher Wren, decidiram que seria bom se unirem e ter um Grão-Mestre como Centro de União e Harmonia, e estas são as lojas que se reuniram:

The Goose and Gridiron (O Ganso e a Grelha), na taverna em St. Paul´s Church-Yard.
The Crown (A Coroa), na taverna em Parker´s Lane perto de Drury Lane.
The Apple-Tree (A Macieira), na taverna na rua Charles, Covent Garden.
Rummer and Grape (A Taça e a Uva), na taverna em Channel-Row, Westminster.

Estes e alguns outros antigos irmãos, se encontraram na taverna Apple-Tree e colocaram no cargo, o mais antigo Mestre de Loja, formando ali mesmo uma Grande Loja temporária, na devida forma e, posteriormente, reviveram a Reunião Trimestral dos Oficiais de Lojas, chamada de Grande Loja, decidindo realizar uma Assembleia anual e festa, elegendo um Grão-Mestre dentre eles, de modo que tivessem a honra de ter um Nobre irmão para sua direção.

Consequentemente, no dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei George I, 1717, a Assembleia e Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na Taverna “O Ganso e a Grelha” acima mencionada. Antes do jantar, o mais antigo mestre de loja, propôs uma lista de candidatos adequados, e os irmãos elegeram por uma maioria de mãos levantadas, Anthony Sayer, Cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons (Jacob Lamball, Carpinteiro e o Capitão Joseph Elliot, seus Grandes Vigilantes), que imediatamente foi investido, com a insígnia do cargo e o poder de direito, pelo mestre mais antigo, e instalado e felicitado pela assembleia, que prestou homenagem a ele.

Sayer, Grão-Mestre, instruiu os Mestre e Vigilantes das Lojas para se reunirem com os Grandes Oficiais a cada trimestre, na Conferência realizada no endereço indicado, na convocação enviada pelo Cobridor. ”

É claro que não temos como atestar o relato que 21 anos mais tarde, Dr. Anderson nos apresenta.

Sabe-se que James Anderson, o “Escriba” de Desaguliers, não hesitaria como em outras questões, em “consertar” a verdade, de forma a fazer valer o projeto da nova Grande Loja.

Não tenho a intenção de entrar aqui em um estudo sistemático e profundo desse texto, mas uma vez que constitui o único relato que temos, desse evento, vamos usá-lo como o caminho para tentar entender melhor este chamado “nascimento da Maçonaria moderna”.

“Rei George I entra Londres em 20 de setembro de 1714. ”

É evidente que se trata de apoio ao rei, a nova dinastia protestante de Hanover.

Recordemos rapidamente que era início do século XVIII, a Inglaterra vivia um período de “mudanças”. Em 1701, o último filho da herdeira, Princesa Anne, morreu. A Lei de Sucessão para afastar todos os católicos da sucessão ao trono, nomeia Sophia (parente protestante mais próxima da família real britânica) e seus descendentes, os próximos na linha de sucessão. A Rainha Anne morreu em 1714 e, em seguida, o filho de Sophia, George, Príncipe-eleitor de Hanover, se tornou Rei da Inglaterra.

“E após a rebelião terminada”

A rebelião em questão é a revolta na Escócia, pelos jacobitas, partidários de Jacobo Francisco Eduardo Estuardo (em inglês, James Francis Edward Stuart), filho de James II da Inglaterra e pretendente ao trono da Inglaterra e da Escócia.

Uma violenta reação contra o Ato de União de 1707 anunciando a fusão dos dois reinos, Inglaterra e Escócia, em Reino Unido, e da supressão do Parlamento Escocês, mas também contra a Lei de Sucessão.

“1716”

Provavelmente, uma reunião preparatória teria ocorrido antes de 1717 (Anderson não nos dá o dia ou o mês). E foi certamente nessa reunião que as coisas realmente foram decididas. 1717 seria apenas o início da implementação das decisões tomadas anteriormente.

“As poucas lojas em Londres, que tinham sido negligenciadas por Sir Christopher Wren.”

É uma precisão fornecida por Anderson, e certamente nada inocente, ele diz: “As poucas lojas de Londres” e não “Algumas Lojas de Londres”.

Temos que reconhecer que, naquela época, as lojas não eram numerosas em Londres, mas está aí a tentativa de dizer que “todas” as lojas estavam relacionadas, o que mais tarde foi refutado pelos Antigos, no seu Ahiman Rezon.

Sir Christopher Wren era um personagem muito famoso na Inglaterra, sábio e arquiteto, e conhecido por seu papel na reconstrução de Londres depois do grande incêndio de 1666 e em especial, pela concepção da Catedral de São Paulo. Além disso, foi um dos fundadores da Royal Society.

Os informes da mesma Royal Society, testemunham que Wren foi “adotado” na Fraternidade de Maçons Aceitos em 18 de maio de 1691.

Atas da Loja, originalmente a nº 1 (no Ganso e a Grelha) o menciona como o “Mestre da Loja”.

E sobre o fato de que Wren teria negligenciado os maçons?
Devemos notar que as primeiras Constituições de Anderson, de 1723, não mencionam o episódio da Constituição da Grande Loja.

Seria porque Wren ainda estava vivo? Ele faleceu justamente em 1723.

“Eles decidiram que seria bom se unirem e ter um Grão-Mestre como Centro de União e Harmonia”

Anderson não nos diz nada sobre os reais motivos dessas lojas.

Foi um ato de sobrevivência para elas?
Foi para obter um melhor reconhecimento, fazendo o ofício ter maior e melhor importância?
Ou se tratava de uma “tomada de controle”, premeditada por algumas lojas, por certos atores que já tinham um projeto em mente?

“Estas são as lojas que se reuniram”

Poucas informações são conhecidas sobre estas quatro lojas fundadoras, conforme descrevo abaixo:

Nº1 – O Ganso e a Grelha

Esta loja é considerada a mais antiga das quatro, ela é de 1691. Tinha apenas 26 anos de idade em 1717.
Supõe-se que ela tinha origens operativas, em conexão com a construção da Catedral de St. Paul (1675-1710). Hoje é intitulada como “Lodge of Antiquity” (Loja da Antiguidade) e é a número 2 no Registo de Lojas da Grande Loja da Inglaterra.

Nº2 – A Coroa

Nada se sabe sobre esta loja, apenas que foi fundada em 1712. Ela não teve nenhum papel na história maçônica e se extinguiu em 1736.

Nº3 – A Macieira

Hoje ela é chamada “Lodge of Fortitude and Old Cumberland”. Na taverna Apple Tree, essa loja deu a Grande Loja, o primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer e seus dois Vigilantes.

Dizem que esta loja era operativa e contaria com maçons artesãos entre os seus membros.

Nº4 – A Taça e a Uva

Hoje se chama “Royal Somerset House and Inverness Lodge Nº4”. A data de criação é desconhecida, mas em uma lista de lojas de 1729, a data de fundação aparece como 1712-1716.

Ao contrário das outras lojas, esta era constituída de uma maioria de maçons “aceitos”, dos quais 10 eram nobres. Dela saiu o terceiro e quarto Grão-mestres da Grande Loja.

Era a loja de Desaguliers e sem dúvida graças a ela, a Grande Loja conseguiu um êxito extraordinário.

As 3 primeiras lojas tinham vinte membros cada uma, ao passo que a número quatro tinha mais de 70 membros.

Pode-se assustar com a “juventude” dessas lojas, pois 3 delas eram quase recém-formadas (entre 3 e 4 anos) e a mais antiga tinha 26 anos.

“Estes e alguns outros antigos irmãos, se encontraram na taverna Apple-Tree e colocaram no cargo, o mais antigo Mestre Maçom, formando ali mesmo uma Grande Loja temporária”

Podemos concluir que para a formação de uma Grande Loja temporária em 1717, o projeto foi definido bem antes, talvez em 1716.

“Posteriormente, reviveram a Reunião Trimestral dos Oficiais de Lojas, chamada de Grande Loja”

Não se sabe ao certo a que se referia a “Reunião trimestral dos oficiais das lojas, chamada de Grande Loja”.

“Decidindo realizar uma Assembleia Anual e festa, elegendo um Grão-Mestre dentre eles, de modo que tivessem a honra de ter um Nobre irmão para sua direção”

O objetivo foi lançado: “ter um nobre irmão para sua direção”. Parece então que, desde o início, a loja “Rummer and Grape” influenciou muito e tinha desenhado um projeto. Demorou quatro anos, mas acabou tendo este nobre em sua direção, já que em 1721, John Duque de Montagu, tornou-se Grão-Mestre.

“Consequentemente, no dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei George I, 1717, a Assembleia e Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na Taverna “O Ganso e a Grelha” acima mencionada. ”

É hora de falar um pouco sobre a famosa cervejaria (taverna) O Ganso e a Grelha.
Primeiro temos que especificar que a taverna ficava, naquela época, em um dos centros mais importantes da vida social da Inglaterra. Ali se tratavam muitos assuntos, como por exemplo, negócios, Justiça de Paz e muitas reuniões de clubes que estavam em evidência no início do século XVIII.

Durante muito tempo, as lojas continuaram a se encontrar em tavernas. Eles bebiam, comiam e fumavam em loja.

Isto é o que diz o livro “The Book of Days”, de Robert Chambers, de 1872:

“No canto noroeste da Catedral de São Paulo, se encontra uma das insígnias mais fantástica de Londres, “O Ganso e a Grelha”. Ela tornou-se famosa graças a concertos dados pela Sociedade de Músicos e seus brasões mostrando uma lira de Apolo encimada por um cisne como escudo, quando a casa foi reconstruída, estes emblemas foram transformados em um ganso e uma grelha, estando esta demonstração absurda, sobre a porta”.
Brasão da Sociedade de Músicos – O Cisne e a Lira
Sabe-se que a construção tinha 5 níveis: 3 pisos, um piso térreo e um porão. A maior sala, era a sala de jantar no primeiro piso e media não mais de 4,30 metros por 6,50 metros ou cerca de 28 metros quadrados.

Podemos nos perguntar como poderia ter sido formada a primeira Grande Loja. Você duvida que não mais de vinte pessoas poderiam ter participado?
Aqui, um detalhe que reduz a amplitude do evento pois a eleição foi em uma maioria de mãos levantadas em um espaço pequeno, de no máximo 28 metros quadrados:

“Antes do jantar, o mais antigo mestre de loja, propôs uma lista de candidatos adequados, e os irmãos elegeram por uma maioria de mãos levantadas, Anthony Sayers, Cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons (Jacob Lamball, Carpinteiro e o Capitão Joseph Elliot, seus Grandes Vigilantes), que imediatamente foi investido, com a insígnia do cargo e o poder de direito, pelo mestre mais antigo, e instalado e felicitado pela assembleia, que prestou homenagem a ele. ”

Não sabemos muito sobre Anthony Sayer e sobre ele, há menos informações do que qualquer outro que esteve na direção da Grande Loja. Sabe-se que ele nasceu em 1672 e morreu em janeiro de 1742, e nada mais se sabe sobre sua vida privada.

Em 1719, ele foi o 2º Grande Vigilante, e seu nome se encontra entre os membros da Old King´s Arms Lodge Nº28 de Londres, onde foi o Cobridor até o final de sua vida.

Sabemos que ele foi repreendido publicamente em 28 de agosto de 1730, por participar de reuniões ilegais de maçons descontentes, que enfrentavam a autoridade da Grande Loja.

Sabemos também que muitas vezes estava em situação difícil e pediu caridade a Old King´s Arms Lodge Nº28 em 21 de novembro de 1724, em 21 de abril de 1730 e em 17 de abril de 1741.

Ele recebeu o apoio desta loja em 02 de fevereiro de 1736 e em 3 de março de 1740. Sua morte é registrada no informe de 06 de janeiro de 1742, da Old King´s Arms Lodge Nº28.

Steven Smith, um membro da West Essex Round Table Lodge Nº 9310, disse em um excelente artigo do site Freemasonry Today, em 14 de dezembro de 2011, que a vida de Sayer não foi estudada porque não correspondia com os padrões de nobreza que a Maçonaria desejava apresentar. E, no entanto, pode ser que Sayer fosse de origem estrangeira. (Seria ele Francês?)

Concluímos com tudo isso:

1717 certamente não foi o ano de fundação da “Maçonaria moderna” como facilmente acredita-se. Talvez tenha sido em 1723, com a chegada de Desaguliers, que realmente as coisas começaram a acontecer. Lembremos que James Anderson foi quem descreveu os acontecimentos, e não se sabe se são relatos verdadeiros ou apenas uma tentativa de dar valor ao ofício, o ligando aos operativos liderados por Wren.

Descrevo aqui, o surgimento do conceito de Grande Loja “Moderna”. E é bem verdade que não é tão interessante para os Ingleses, estudar estes acontecimentos e talvez mudar a história contada.


Bibliografia:

Ilustrações da Maçonaria – William Preston
Constituição dos Maçons Livres de 1723 – James Anderson
Constituição dos Maçons Livres de 1738 (2º edição) – James Anderson
The Book of Days – Robert Chambers
Site – Freemasonry Today – http://www.freemasonrytoday.com/
Texto do irmão Philip R. – Traduzido por Luciano R. Rodrigues


UM LUGAR ENTRE VÓS


Charles Evaldo Boller

Sinopse: O método de autoeducação da Maçonaria; identificação de novos maçons para a Ordem; caminhos do humanismo; valorização do pensamento lógico.

A Maçonaria "nada" faz! Quem faz é o obreiro. E se ele assim o desejar. A Maçonaria, com sua filosofia, doutrina, estrutura, enfim, com seu sistema, apenas apoia o processo de mudança a que cada um se submete. Ilude-se o cidadão que entra na ordem maçônica aguardando dela a ação de educá-lo; existe apenas autoeducação. Razão de se afirmar que a Maçonaria não é "reformatório". O maçom já vem pronto, cabe a ele utilizar-se do sistema da Maçonaria para melhorar-se, e isto só é possível com árduo trabalho.

Na busca por novos, se realmente se desejar que a ordem mude no aspecto de albergar em suas colunas homens de escol, que façam a diferença, deve-se prospectar por aqueles que já são "maçons" quando profanos. Iniciação é formalidade. Tais homens são imberbes no que diz respeito aos ritos e a doutrina maçônica; o objetivo é fazer estes homens ainda melhores que já são. O que atua para mudar tais bons homens para melhor? É a convivência com outros homens de semelhante característica e determinação. É da convivência, do constante roçar de uns nos outros em termos intelectuais e é abordando problemas da sociedade que se propicia a possibilidade de aportarem insights que possam mudar a sociedade pelo desenvolvimento do humanismo. O maçom não vai mudar os outros homens da sociedade, longe disso, é falácia dizer que o maçom deve voltar para a sociedade e mudar criaturas brutas e abestalhadas que lá se encontram em resultado de suas lides materialistas, oportunistas e viciadas. O bom homem que adentra às portas do templo vai melhorar a si mesmo; e só! Quanto mais personalidades adentrarem nesta sublime instituição por amizade e politicagem, em detrimento de qualidades que o revelem "maçom" ainda não iniciado, pior fica o ambiente, corrompem-se relacionamentos, situações surgem onde a tolerância é colocada à prova, até o momento em que a própria tolerância fenece e surge tirania.

O insight da afirmação a respeito do "nada" que a Maçonaria oferece tem por base a conhecida resposta de Pitágoras momentos após sua iniciação; ele teria dito: - Simplesmente nada encontrei! - E que depois disso partiu em busca do significado deste "nada". É o que o maçom deve fazer na Maçonaria, buscar respostas deste "nada". Ao maçom cabe reunir-se com outros maçons que igualmente buscam escapar por alguns instantes da semana do mundo dos desejos e das ilusões e desenvolver sabedoria. Isto pode ser um excelente exercício discursivo se remanescer apenas no plano das ideias, retórica que nada constrói de prático sem o concurso de exemplos e a influência do grupo social. O homem, criatura social por excelência, carece da convivência, do elogio, da aprovação, da continua provocação para melhorar-se. O maçom usufrui de convivência, emoção, amizade, para mudar a si mesmo no processo de autoeducação onde atua a doutrina maçônica.

Muitos se afastam das lojas porque os maçons lá recebidos nada encontram para dar respostas ao "nada" que trazem em si. Encontram "nada" porque a maioria dos que deveriam ser seus iguais, "nada" portam igualmente e "nada" trocam com ele. Em todo canto encontram-se maçons que com empáfia falam de simbolismo do alto de suas "cátedras" quando sequer entendem o significado do compasso e os sucessivos círculos concêntricos que com ele podem ser produzidos; os infinitos pensamentos. Limitam-se os maçons iniciados a repetir rituais automáticos e muito bem ensaiados sem lhes determinar o sentido, a doutrina maçônica. Sentem que participam de associação de amigos que se reúnem para comer macarrão e churrasco, tomar cerveja e verbalizar causos do cotidiano. Fica pior quando as sessões arrastam-se monótonas e sem gosto, onde fica evidente a perda de tempo. Como uma sessão sem atividade intelectual pode corroborar para o desenvolvimento do maçom? Trabalhos são lidos e mal discutidos. Instruções são lidas e não interpretadas passo a passo. Quando surge expoente entre os aprendizes, sua capacidade de participação é desprezada por aqueles que se assenhoraram da verdade absoluta e se consideram donos destas; ou desestimulam o aprendiz com frases de efeito; quando ignoram questionamentos, fazem troça e dizem que ele vai aprender isto em graus superiores; estes manifestam o "nada" de que são constituídos.

O materialista questiona: - Como nada? Não vê os adornos do templo, ferramentas e estrelas no teto? O maçom torto apenas vê o esquadro e não imagina que aquele significa retidão de proceder; talvez o saiba, mas não o coloca em prática em sua vida e logo o esquece. Porque faz assim? Porque não era "maçom" antes de ser iniciado.

Um ponto de entrada na doutrina maçônica é a capacidade de abstração para converter o simbolismo em raciocínios práticos e os colocar em uso na vida. Para isto ocorrer com eficiência concorre elevada capacidade espiritual. Não há necessidade de ser acadêmico! O simbolismo é simples, mas é preciso pensar, trabalhar e entender. Observa-se que os melhores maçons são em sua maioria pessoas humildes que debatem com ardor ideias novas sem se ferirem. São aqueles que alimentam seus pensamentos com novas ideias de forma permanente, que afiam suas espadas, suas línguas, em exercícios de retórica refinada para convencer seus pares de suas ideias e do que é objeto da sua mais alta aspiração. Que escrevem com denodo e capricho peças de arquitetura para transmitir com clareza seus pensamentos aos outros. Que permanecem calados quando percebem que o outro demonstra verdades de outra forma e ótica que a sua.

Pensar de forma proativa é raro entre os entorpecidos pela preguiça de estudar, pensar e que balbuciam palavras desconexas e repetitivas semelhante ao rito. Rito é repetição, pensamento não! E é divertido brincar com pensamentos! De todas as propostas de iniciação que li em minha loja simbólica, li a maioria das que remanescem nos arquivos, os maçons iniciados buscam na Maçonaria condição de aperfeiçoamento. A intensão pode estar velada por motivos estritamente materialistas, encontrar protetores ou ganhar mais dinheiro, mas no papel registraram em sua maioria que desejam melhorar. Outros, no andar da carroça, enquanto as abóboras vão se acomodando, despertam em si os mais elevados sentimentos humanistas. Depois que a curiosidade está alimentada é necessário ingerir novos alimentos mentais, cada vez mais consistentes, senão desaparece o interesse. Cabeça vazia é oficina do diabo!

Outra falácia imposta pela errônea interpretação e uso de antigos maçons é o que deve ser mantido em segredo para o não iniciado. O cidadão bate às portas do templo sem conhecer rudimentos do que o espera - e isto segue adiante nos graus filosóficos. Alguns aguardam da realidade maçônica a consecução de ilusões díspares, inadequadas, absurdas. Maçonaria não é reformatório nem atende às ilusões dos homens nem é remédio para ilusões. É possível criar mais expectativa por revelar detalhes e comportamentos do maçom, o que é Maçonaria e de como ela funciona, sem revelar segredo algum. Na Grande loja do Paraná é usual entregar um livreto ao pretendente, mas ainda é pouco.

Já vivenciei cerimonia de iniciação que mais parece trote universitário que reflexão da gravidade e sacralidade do ato de morrer para uma condição anterior. O cidadão é iniciado, mostram-lhe ferramentas e determinam que trabalhe na pedra bruta. Se trabalhar recebe aumento de salário, se não, recebe também. O que se vê com frequencia são peças de arquitetura toscas, meras cópias de rituais e textos obtidos na Internet e livros de origem duvidosa. É feita a leitura, o vigilante pede aumento de salário e pronto! O maçom ascende um grau. Chega à plenitude da Maçonaria simbólica e nada desenvolveu da doutrina contida nos rituais. Não aprendeu a pensar e interpretar a doutrina da Maçonaria. A base é a doutrina o rito a ferramenta. Doutrina exige pensar, rito é repetição mecânica, provocação ao ato de pensar. Os aprendizes não pensam porque seus pares também não o fazem; não debatem, não analisam, não debulham os meandros das ideias desenvolvidas ou copiadas pelo irmão. Copiar não é pecado, o erro está em não pensar e detalhar o que se copiou. E se o oficial resolve endurecer já apontam padrinho e outros irmãos a demovê-lo de seu intento: - Não faça isso, você vai espantar o obreiro. São realidades que confrontam o novo irmão com o mesmo "nada" que o levou a pedir a luz. É lógico que procure motivos urgentes para despedir-se.

Qual o motivo dos maçons não oportunizarem o trabalho no campo do pensamento. Preguiça? Ou seria porque trabalho carrega em si conotação de negação do ócio, de castigo? O maçom operativo trabalhava de sol-a-sol em atividade que lhe rendia momentos de êxtase e concretização de belezas, algumas delas constante de arte fútil, mas que rendia prazer. Cada pedreiro preocupava-se com o detalhe que tinha a seu cargo, a pedra que esculpia; dificilmente olhava a obra inteira, mas sabia que trabalhava na construção de uma catedral; o pedreiro especulativo olha apenas a sua pedra, ele mesmo, sem olhar para o resto da sociedade, que é a catedral da qual faz parte. É só olhar para imagens das catedrais erigidas por aqueles vetustos profissionais para deduzir que a maior parte daquele árduo trabalho era desnecessária, mas era arte; igualmente o especulativo deve desenvolver atividade que lhe dê prazer, arte, diversão pelo pensamento.

Dizer para um irmão que ele deve produzir trabalho intelectual reflete nele com conotação de escravidão, tarefa a ser realizada para satisfazer necessidades fisiológicas ou atender a exploração do sistema. Muitos não veem a hora de sair do templo, olham o relógio com frequência, para dirigirem-se ao bar para "tomar umas e outras" e "jogar conversa fora". Não poderiam canalizar este "jogar conversa fora" para debates de temas úteis em direção ao humanismo e assim mesmo desfrutar prazer? O homem de hoje procura prazer imediato sem ter de investir. Poucos destilam prazer do trabalho. Os objetivos das sessões devem ser tais que transformem trabalho em momentos de ócio criativo, assim como explicado por Domenico de Masi e Bertrand Russell. O maçom, o homem de hoje não entende como alguém pode desfrutar prazer no trabalho. O trabalho em loja deve se converter em diversão; deve ser encarado como um imenso playground do pensamento para tornar-se agradável e atrair os irmãos reiteradas vezes às atividades intelectuais.

Defendo a ideia de transformar as reuniões em encontros prazerosos e ao mesmo tempo edificantes, sem prejudicar o rito. Como descobrir a veia artística de cada maçom em loja e ao mesmo tempo conduzir as atividades para aprimorar o humanismo? Temos necessidade de compreender o que existe escondido nos ritos e transformar isto em atividade prazerosa, algo que resulte em satisfação; atividade criadora assemelhada ao trabalho dos antigos pedreiros da guildas.

Que as sessões não sejam apenas um amontoado desconexo de palavras e sim prateleira organizada de pensamentos e ideias. Que o "nada" ceda lugar ao desejo de participar cada vez mais. Que cada sessão fique com aquele gostinho de "quero mais", onde os próprios debatedores e participantes solicitem prolongamento dos trabalhos com vistas a aumentar o prazer desfrutado para convivência prazerosa na obra do grande templo da sociedade. Desenvolver o gérmen de algo inusitado para preencher o "nada" de cada um deve ser a mola mestra das atividades. Como fazê-lo? É simples, nivele a loja e coloque os irmãos a debater temas onde eles próprios são as personagens; onde eles possam solucionar a angústia de preencher o vazio do "nada" que portam e com isto justificar o dom do livre-arbítrio atribuído pelo Grande Arquiteto do Universo as suas criaturas e com isto dar glória para obra criativa.

Bibliografia:

1. BEHRENS, Marilda Aparecida, Paradigma da Complexidade, Metodologia de Projetos, Contratos Didáticos e Portfólios, ISBN 85-326-3247-5, primeira edição, Editora Vozes Ltda., 136 páginas, Petrópolis, 2006;

2. BRASIL, Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do, Ritual do Grau 15 do Rito Escocês Antigo e Aceito, Cavaleiros do Oriente, da Espada e da Água, Segunda Série de Graus Históricos e Capitulares, primeira edição, Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil, 64 páginas, Rio de Janeiro, 1925;

3. CAPOZZI, Carmo, A Luva e a Alma, primeira edição, Agnes Gráfica e Editora, 96 páginas, São Paulo, 2008;

4. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, título original: The Web of Life, a New Scientific Understandding Ofliving Systems, tradução: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-3, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1996;

5. CHALITA, Gabriel, Os Dez Mandamentos da Ética, ISBN 85-209-1584-1, primeira edição, Editora Nova Fronteira S/A, 224 páginas, Rio de Janeiro, 2003;

6. SEMLER, Ricardo, Virando a Própria Mesa, Uma História de Sucesso Empresarial Made in Brasil, ISBN 85-325-1348-4, primeira edição, Editora Rocco Ltda., 232 páginas, Rio de Janeiro, 2002.

Biografia:

1. Fritjof Capra, autor, físico e teórico de sistemas. Nasceu em 1 de fevereiro de 1939. Com 71 anos de idade;

2. Pitágoras ou Pitágoras de Samos, filósofo e matemático de nacionalidade grega. Nasceu em Ásia Menor em 26 de novembro de 582 a. C. Faleceu em 500 a. C. Fundador da Escola de Crotona, responsável pela criação dos números irracionais e do Teorema de Pitágoras;

3. Ricardo Semler, autor e empresário de nacionalidade brasileira. Nasceu em São Paulo, São Paulo em 1959. Com 51 anos de idade. Presidente da SEMCO S/A.

Data do texto: 09/01/2011

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná

Local: Curitiba

Grau do Texto: Aprendiz Maçom

Área de Estudo: Filosofia, Maçonaria, Ritualística, Tolerância