O QUE É A CAVALARIA
Texto organizado por José Roberto Cardoso MI - GLMDF
A visão comum que temos da palavra CAVALARIA é a de que se trata de um conjunto de soldados montados a cavalo, o que é verdade, no entanto ela é muito mais ampla do que podemos imaginar e sua origem se faz presente na Idade Média tardia. É uma longa história onde, à princípio, o nome em si, em sua tradução original, tem origem no vocábulo “milite” que era como se chamava o exército romano.
CAVALO
O surgimento do cavalo se deu antes do Homo Sapiens e o animal descente de uma linha evolutiva com cerca de milhões de anos quando o seu antecessor, o Hiracohterium tinha apenas 40 cm de altura. Esses antecessores são originários do norte da América, mas foram extintos na região no período do Pleistoceno há cerca de 120.000 anos.
Os cavalos selvagens originais eram de constituição mais robusta do que as raças de membros esguios que existem na atualidade. Há cinquenta milhões de anos atrás, uma pequena criatura semelhante a uma lebre, possuindo quatro dedos nas patas dianteiras e três em cada traseira, corria através de densas e úmidas vegetações rasteiras, alimentando-se de plantas e pastagens. Pelo fato de poder fugir e esconder-se de seus destruidores, o pequeno mamífero conseguiu prosperar. Esse animal era o Fohippus, o antecessor do cavalo moderno.
Poucos animais possuem um registro tão antigo e completo como o cavalo. Através do estudo de sua história, toma-se conhecimento dos efeitos causados pela crescente mudança do meio-ambiente na batalho do animal pela sobrevivência, e das adaptações que foram sendo necessárias durante o processo de sua evolução. Com a mudança gradual do clima, a terra se tornou mais seca, e os pântanos foram cedendo lugar a extensas planícies gramadas. De Fohippus, no espaço de vinte milhões de anos aproximadamente, evoluiu e passou a ser classificado como Mesohippus, maior e mais musculoso, possuindo três dedos e patas mais longas. Seus dentes, foram ligeiramente modificados.
Outros vinte milhões de anos se transcorreram, e apareceu Merychippus, no qual apenas o dedo do meio, bem maior, tocava o solo quando o animal corria, sendo que os dedos laterais, assaz reduzidos em tamanho, eram usados somente em terreno molhado e pantanoso. Esse cavalo tinha o porte de um cão, com dentes notavelmente diferentes: mais adequados para triturar a mastigar. A cabeça possuía maior flexibilidade em sua base, sendo proporcionalmente mais longa do que a de seus antecessores, e assim o animal pastava com mais facilidade.
Pliohippus, o primeiro cavalo de um dedo só, apareceu na época pliocênica. Era um animal adaptado para desenvolver maior velocidade em descampados e pradarias, para evitar a captura. Estava-se, então a um passo do surgimento do Equus, o cavalo moderno, cuja estrutura de pata é formada pelos ossos do dedo central e cuja unha alargou-se enormemente, formando o casco. Equus, pequeno, mais robusto e fértil, capaz de suportar os mais rudes climas, prosperou e espalhou-se pelo mundo.
A evolução do cavalo.
Cavalos, asnos e zebras pertencem à família equídea e caracterizam-se por um dedo funcional em cada pata, o que os situa entre os monodáctilos. As outras duas falanges formam a quartela e o osso metatársico, os quais são ligados pelo machinho, junta que possui grande flexibilidade, e à qual se deve a facilidade que apresenta o animal para amortecer o choque com o solo após saltar grandes obstáculos.
O machinho é responsável também pela capacidade do animal de desenvolver grande velocidade sobre terrenos ondulados e, ainda, por sua habilidade em esquivar-se agilmente de obstáculos, voltar-se sobre si mesmo e correr em sentido oposto, em verdadeiras manobras de fuga. O nascimento dos dentes acontece de maneira a permitir que os mesmos possam ser usados, sem que apresentem qualquer problema, desde o nascimento do animal até que este complete oito anos, aproximadamente.
Os cavalos, de maneira geral, são muito semelhantes em sua forma física, possuindo corpos bem proporcionados, ancas possantes e musculosas e pescoços longos que sustentam as cabeças de acentuada forma triangular. As orelhas são pontudas e móveis, alertas ante qualquer som, e a audição é aguçada. Os olhos, situados na parte mais alta da cabeça e bem separados um do outro, permitem uma visão quase circular e as narinas farejam imediatamente qualquer sinal de perigo. O pelo forma uma crina ao longo do pescoço, possivelmente para proteção. A maioria dos inimigos do animal, membros da família dos felinos, por exemplo, costuma saltar sobre o dorso do cavalo e mordê-lo no pescoço.
Cavalos selvagens foram difundidos na Ásia e Europa em épocas pré-históricas, mas as vastas manadas foram se esgotando através das caçadas e capturas para domesticação.
O Tarpan ((cavalo selvagem da Tartária) sobreviveu até 1850 na Ucrânia, Polônia e Hungria, países de onde se originou. Acredita-se que seja o antecessor do cavalo Árabe e de outros puros-sangues. Pequeno, tímido e velos, o Tarpan possuía uma pelagem longa e de tonalidade cinzento-pálida, com uma faixa negra sobre o dorso. A crina era ereta e a cauda coberta por pelos longos e ásperos. Evoluiu durante a época glacial, quando os cavalos que viviam em florestas foram forçados a se deslocar para o sul, onde, então, cruzaram com os animais locais, que viviam em planícies. Desde 1932, esforços têm sido desenvolvidos no sentido de recriar o Tarpan, e vários parques zoológicos já possuem grupos de Tarpans. Os pequenos cavalos representados nas pinturas de cavernas em Lascaux, França, são, quase certamente, Tarpans.
O CAVALO E O HOMEM
Embora voluntarioso, o cavalo se submeteu ao homem que o domou e o utilizou como meio de transporte e também em seus exércitos, em um primeiro momento para puxar os carros de guerra que ficaram conhecidas como bigas utilizadas pelo exército egípcio, antes de Cristo, e mais tarde pelos romanos.
Carro de guerra Egípcio
Biga Romana
Biga Grega
Vários foram os povos que utilizaram os cavalos tanto como meio de transporte quanto como peça de guerra. Alguns cavaleiros, em um primeiro momento, montavam o cavalo sem o estribo e sem arreios, ou seja, “em pelo”, o que exigia muita destreza e treinamento.
Cavaleiros Gregos
Cavaleiro Mameluco
O estribo, ao que parece, foi inventado na Ásia, talvez pelos povos da Mongólia, ele se fazia muito útil na vida de povos dependentes de seus cavalos como eram os povos das Estepes. À partir das Estepes Asiáticas seu uso se difundiu por boa parte da Ásia; tanto que, no século IV a.C., quando Alexandre realizou sua expansão, ao entrar em contato com os exércitos Persas, logo notou a existência do estribo e o adotou em seus cavalos, pode-se dizer que a utilização do estribo pelas tropas de Alexandre deu tanto fôlego à sua cavalaria que talvez tenha sido a responsável pelo assombroso tamanho de suas conquistas. Apesar de Alexandre ser um monarca Europeu, depois de deixar Pela (capital da Macedônia Antiga) para realizar sua expansão, ele nunca mais retornou à Europa, tendo morrido na Babilônia. Sendo assim, depois de sua morte, seu Império fragmentou-se em três grandes Reinos, um Europeu (o qual não conhecia o estribo), outro Africano (que também não o utilizava) e o terceiro Asiático (do qual o estribo continuou sendo parte integrante).
Cavaleiro Otomano
Cavaleiros Árabes
Se observarmos essas duas últimas imagens veremos que os cavaleiros já se utilizam de arreio e estribo.
A civilização começou a se aninhar na mesopotâmia quando vários povos desceram das montanhas e encontram uma terra fértil, cercada de rios e com abundância de frutos. Foi nesse momento que várias tribos se uniram formando os clãs e mais tarde as cidades.
Isso também ocorreu nas estepes (porções de terras situadas entre as montanhas e os desertos da Rússia e da China), onde viviam as tribos mongóis.
Os povos dessas tribos eram exímios cavaleiros e se juntaram por volta do século III d. C e iniciaram uma marcha rumo ao Ocidente, talvez pelo frio ou por qualquer alteração climática.
Eram nômades, mas às vezes se estabeleciam temporariamente em uma determinada região onde saqueavam as cidades e depois de alguns anos continuavam sua marcha.
Em meados do século IV, os Hunos estabeleceram-se ao norte do mar Cáspio. Não tinham condições de avançar mais, pois seu efetivo não se comparava (numericamente falando) ao dos Ostrogodos, que estavam estabelecidos ao norte do Império Romano do Oriente. Porém, essa situação começou a mudar em 372, quando, devido à sua contínua marcha para o oeste, os efetivos Ostrogóticos diminuíram, possibilitando uma investida Huna.
O general Ostrogodo Ermanarico não pode conter a leva de Huno que arrasou seus exércitos e tomou de assalto todas as regiões ao norte do mar Negro e boa parte das regiões à nordeste do Império Romano do Oriente.
Essa expansão dos Hunos fez com que os Ostrogodos pedissem asilo no Império Romano e acabassem, em pouco tempo, preponderando militarmente dentre dele.
Por mais de sessenta anos, os Hunos mantiveram suas posições na Europa Oriental. Radicaram sua principal base na cidade de Szeged, nas margens do rio Tisza, na Hungria e, de lá, controlavam toda a região; até que, em 434, Átila torna-se Rei (título que dividia com seu irmão Bleda). Inicialmente, a atenção dos dois monarcas estava voltada para o Império Persa, porém, aos poucos, eles voltaram seus esforços contra o Império Romano do Oriente, devastando boa parte dos Balcãs em 441.
Em 445, Átila mata seu irmão e co-regente Bleda, tornando-se o único Rei dos Hunos. Esse assassinato fortaleceu o poder dos Hunos que continuaram sua campanha de terror contra o Império Romano. Em 447, o Império Huno estendia-se dos montes Urais, na Rússia, até o rio Rhône, na França. O Império Romano havia feito de tudo para conte-los, mas sua superioridade militar era indiscutível e, sendo assim, não puderam ser detidos.
A superioridade militar dos Hunos residia na utilização de uma peça desconhecida dos povos Europeus da Antigüidade e que só teve se uso difundido na Europa à partir do Reinado de Carlos Magno, nos século VIII e IX: o estribo. O estribo é a peça que se prende à cela do cavalo, na qual o cavaleiro encaixa seus pés. Hoje ele nos parece (àqueles que montam à cavalo) uma peça sem muita importância, mas aqueles que de fato entendem de equitação sabem que, sem ele, perde-se mais da metade da estabilidade sobre o cavalo, além disso, não se pode utilizar uma arma que ocupe as duas mãos, isso por que uma das mãos, necessariamente, precisa servir de apoio ao cavaleiro, ficando assim encarregado de segurar na cela ou nos arreios. Graças ao estribo, os Hunos não só podiam utilizar armas de duas mãos (como lanças), como também podiam portar escudos, ou manejar arcos sem precisarem apear de seus cavalos. Isso fazia deles guerreiros muito perigosos, pois mesmo não podendo contar com armaduras pesadas para protege-los, eles se tornavam mortais devido às armas que utilizavam e à velocidade com que atacavam e fugiam. Nenhuma infantaria Romana era páreo para eles.
Em 451, vendo que não podiam deter os Hunos, os Romanos partiram para uma batalha decisiva, com a ajuda dos Ostrogodos (que apesar de não utilizarem o estribo, eram guerreiros peritos em cavalaria) e de tropas Gaulesas, enfrentaram os homens de Átila na Batalha dos Campos Catalúnios. Essa batalha, decidida em Chalôns, graças à maestria do general Gaulês Aecius, foi uma das mais importantes vitórias do Cristianismo, pois caso os Romanos a tivessem perdido, os Hunos teriam conquistado não só a França, mas toda a Europa, o que poria fim ao Cristianismo, devido à intransigência dos invasores quanto à Religiosidade.
A derrota de Chalôns (onde morreram mais de cem mil pessoas, sendo uma das mais sangrentas dentre todas as batalhas da Antiguidade), apesar de barrar o avanço dos Hunos em direção ao ocidente, não foi definitiva, visto que dois anos depois, em 453, Átila, cujas forças estavam parcialmente recompostas, voltou sua atenção para a Itália, pois sabia que se Roma caísse, todo o Império cairia também.
Em seu mais impressionante reide, Átila devastou diversas cidades Romanas, dentre as quais estavam Aquiléia e Milão. A primeira, uma das mais importantes cidades da Itália na época, foi totalmente destruída; quase todos os seus habitantes foram mortos e as construções foram saqueadas e depredadas. Os poucos sobreviventes do massacre de Aquiléia se refugiaram em algumas ilhotas no extremo nordeste da Itália; onde fundaram Veneza.
Depois de devastar quase toda a Itália do norte e central, Átila chegou às portas de Roma. O Imperador Valentiniano III, vendo que não poderia impedir a tomada da cidade, enviou o Papa Leão I para negociar com os invasores. O Papa foi tão persuasivo e o tributo oferecido por Valentiniano III tão alto, que Átila desistiu de tomar Roma quando estava pronto para fazê-lo.
Retornando para a Hungria, Átila morreu e seu Império foi dividido entre seus diversos filhos. Estes iniciaram uma série interminável de lutas para ver quem seria o novo Imperador dos Hunos. Aproveitando-se da situação, os Germanos (povo que estava submetido aos Hunos), revoltaram-se e, na Batalha de Nedao, em 454, destruíram o poderio dos Hunos na Europa. Derrotados, os Hunos que restaram recuaram em direção à Ásia, estabelecendo-se nas costas do mar de Azov (um pequeno mar ao norte do mar Negro). Lá coexistiram por mais de cem anos, três tribos Hunas: os Utigures, os Kutrigures e os Sabirianos. Em 561, todos os Hunos foram exterminados por uma nova leva migratória vinda da Mongólia, os Ávaros.
Quando os Hunos realizaram sua migração para fora da Mongólia nem todos partiram, alguns permaneceram nas Estepes Asiáticas. Por volta do mesmo período em que, na Europa, Átila operava suas conquistas, esses Hunos, conhecidos como Hunos Brancos, invadiam a Índia e destruíam um Império que lá existia. A partir da Índia, os Hunos Brancos edificaram um gigantesco Império que se estendia desde o mar de Aral, até a Índia, passando por Samarkand e por boa parte do Império Persa (na época, governado pela dinastia Sassânida), do qual se tornaram protetores (uma posição semelhante àquela que os EUA desempenha na América de hoje, ou seja, não manda de fato, mas se faz obedecer por meio de pressões militares e financeiras, no caso dos Hunos Brancos, as pressões eram apenas militares), apesar de não o terem conquistado, uma vez que o Império Persa era forte o suficiente para impedir que isso acontecesse.
O Império dos Hunos Brancos no oriente perdurou até o ano de 527, quando foram vencidos na Índia e expulsos de lá. Como a Índia era o centro de seu poder, todo o seu Império desmoronou, pois os Persas conquistaram as diversas regiões que a eles haviam pertencido. A marcha de fuga dos Hunos Brancos levou-os de volta à Mongólia, onde se depararam com a seguinte situação:
Como já referi, os Turcos também eram um dos povos das Estepes que coexistiam com os Mongóis, ora dominando-os, ora sendo dominados por eles. Nesta época, havia acabado de ruir um Reino Mongol em que os Turcos eram vassalos. Este Reino ruiu devido a uma imensa revolta dos Turcos e, os Mongóis dominantes (como já expliquei no item 2, antes de Gengis Khan unificar a Mongólia, não havia uma única tribo Mongol, mas muitas), no caso os Juan Juan, foram obrigados a fugir para não serem exterminados por seus antigos vassalos.
Os Hunos Brancos e os Juan Juan, por terem interesses em comum, acabaram unindo forças numa nova tentativa de subjugar os Turcos. Porém, foram novamente derrotados, o que os obrigou a fugir. Como todos os povos das Estepes que fogem por algum motivo, os Hunos Brancos e os Juan Juan fugiram para a Europa.
Chegaram à Rússia em 559, onde foram contatados por Justiniano, o Imperador Bizantino. Este contratou esses povos (que por estarem coexistindo há muito tempo, já não pareciam dois povos distintos, sendo assim, foram confundidos pelos Bizantinos como sendo um único povo), os quais ele chamou de Ávaros, para defenderem as fronteiras do Império Bizantino contra os Hunos (que, como vimos, estavam radicados no litoral do mar de Azov e que faziam reides esporádicos ao Império Bizantino) e os Eslavos.
Entre 559 e 561, os Ávaros destruíram totalmente os Hunos, em 562 atravessaram o rio Elba (um importante rio do leste Europeu) e entraram em contato com os Francos. Aos poucos, Hunos Brancos e Juan Juan passaram se reconhecer como um único povo e adotaram o nome que os Bizantinos lhes deram, ou seja, Ávaros.
Os Ávaros também adotavam a nomenclatura Real Mongólica, ou seja, Khan, sendo assim, organizaram seu Canado, que entre 561 e 568, sob o Khan Bayan, expandiu-se, dominando uma vasta região dentro da Europa (desde a Alemanha, a oeste, até Moscou a leste; e desde a Macedônia, ao sul, até a Polônia, ao norte). Depois de 568, o Rei Franco (da dinastia Merovíngia) Sigeberto I, barrou sua expansão e os Ávaros se limitaram a consolidar suas posições na Hungria, além de realizarem reides dentro do Império Bizantino (em 617, estiveram muito perto de tomar Constantinopla).
Entre 622 e 626, uma grande revolta dos Eslavos fez com que o Canado Ávaro diminuísse muito de tamanho. Com efeito, a área ocupada pelo Canado correspondia mais ou menos à Hungria atual. Lá, seu poderio perdurou até o século VIII, quando entre 791 e 797, Carlos Magno derrotou-os e os obrigou a se converterem ao Cristianismo.
Depois de sua conversão, os Ávaros foram perdendo gradativamente suas características de povos das Estepes Asiáticas para se tornarem cada vez mais um povo Europeu. Com o tempo, acabaram absorvidos pelos Eslavos, Búlgaros e Magiares e foram um dos componentes fundadores do Reino (ou Canado) da Bulgária.
Como já foi mencionado anteriormente, a Mongólia estava dividida em diversas tribos compostas por clãs. Dentre essas tribos, as mais importantes (lembremos que a partir de agora estarei tratando do final do século XII, sendo assim, os Turcos já não mais habitavam a Mongólia, restando nesta os Mongóis e os Tunguzes, etnia de menor expressão sobre a qual não julguei ser necessário destinar um item) eram os Tártaros, os Keraites, os Markites, os Naimanes, os Quirquizes, os Mongóis e os Oirates.
Três dessas tribos, os Keraites, os Tártaros e os Naimanes, dominavam as demais, sendo, de fato, preponderantes na época do nascimento de Gengis Khan.
Na Mongólia, estava começando a ocorrer uma nova situação política dentro das tribos. Os clãs se tornavam cada vez mais independentes e, sendo assim, os clãs mais poderosos constituíam verdadeiras tribos menores, sob a vassalagem da tribo. Essa situação ocasionava uma espécie de Feudalismo nômade, uma vez que os grandes clãs possuíam muitos homens (o chefe, seus filhos e seus servos), que podiam lutar pelo Khan da tribo, numa espécie de código de cavalaria.
Foi dentro desse mundo que nasceu, em 1155 (ou 1156), Gengis Khan, aliás, esse não era seu nome, ele se chamava Temudjin, e era filho de Yasugai, chefe do poderoso clã Borjingin, vassalo da tribo dos Keraites. Notem que Temudjin era filho da principal mulher de seu pai, isso porque havia uma hierarquia entre as mulheres do chefe do clã e, sendo assim, os filhos desta estavam mais propensos a herdar uma maior quantidade de bens do pai.
Quando Temudjin ainda era uma criança, os Keraites entraram em guerra contra os Tártaros. Yasugai, o pai de Temudjin, acabou morto envenenado, deixando-o órfão (é bom lembrar que Temudjin não era filho único). Com a morte do chefe do clã, seus filhos herdam suas mulheres e seus bens, porém, a mãe de Temudjin, foi dada em casamento a Toghril, o Khan dos Keraites. Este adotou o garoto e seus irmãos e cuidou deles como filhos, tanto que, Temudjin o chamava de pai.
A infância de Temudjin foi marcda por muitos reveses, o primeiro deles foi a morte do pai, depois, seus irmãos mais velhos (filhos das outras mulheres de seu pai), ao repartirem a herança, por terem raiva da mulher principal do pai (mãe de Temudjin), não só não aceitaram-na como esposa, como também destituíram-na de tudo o que possuía, deixando Temudjin, sua mãe e seus irmãos, na mais profunda miséria.
A situação começou a melhorar quando, talvez por dó, talvez por gratidão a Yasugai, Toghril casou-se com a mãe de Temudjin. Vivendo como um dos filhos do Khan, o jovem rapidamente adquiriu paixão pelos assuntos políticos de sua tribo, e começou a se tornar um grande líder.
Gengis Khan foi um guerreiro,
não só um governante
Depois de se casar, Temudjin deixou de fazer parte do clã de Toghril para criar o seu próprio (fato que ocorria com todos os homens importantes que se casavam, veremos no item sobre a pirâmide social, que os homens de classe mais baixa não tinham recursos para formar um clã, sendo assim, mesmo se casando, faziam parte do clã de algum homem mais abastado, eram os chamados servos), mas continuou como vassalo do Khan dos Keraites.
O clã de Temudjin se tornou muito numeroso (pois por possuir muitos recursos, ele se casou com várias mulheres tendo vários filhos) e, portanto, poderoso.
Tendo participado de várias batalhas, Temudjin se tornou não só um grande guerreiro, mas também um grande tático, um general de fato. Sendo assim, percebeu que os exércitos dos clãs eram mal organizados e, dessa forma, estruturou os exércitos de seu clã de uma forma mais eficiente. Temudjin fez valer os laços de vassalagem que possuía com os clãs de seus filhos (agora, muitos deles, crescidos e, alguns, casados, tendo formado outros clãs), dessa maneira, ele podia contar em tempo integral com uma guarda pessoal dividida em turnos e com mensageiros que, em pouco tempo, podiam convocar seus vassalos para a luta.
O poder crescente de Temudjin rendeu-lhe muito prestígio e popularidade, o que começou a despertar a ira de seu padrasto, Toghril. Este, ao que parece, começou a conspirar contra Temudjin e a arquitetar seu assassinato. Essa situação gerou uma grande rivalidade entre os dois e, por volta de 1200, Temudijn e Toghril se bateram no campo de batalha. A guerra entre os dois foi uma espécie de guerra civil dentro da tribo dos Keraites; e Toghril, apesar de possuir mais homens à sua disposição, perdeu para as táticas de Temudjin. O Khan Keraite, um velho de mais de 60 anos, foi morto e seu clã destruído.
A derrota do Khan dos Keraite fez de Temudjin, agora com cerca de 45 anos, o novo Khan dessa tribo, sendo assim, o ápice de sua pirâmide social, seu suserano. Nessa qualidade, Temudjin organizou todos os clãs Keraites da mesma forma que outrora havia organizado os clãs que lhes eram vassalos. Com efeito, a ascenção de Temudjin ao poder na tribo Keraite, acabou com o Feudalismo nômade em que ela estava mergulhada e transformou-a numa espécie de Estado nômade.
Depois de obter sucesso em controlar sua tribo, Temudjin retomou as guerras contra as outras tribos Mongólicas. Entre 1204 e 1206, todas as grandes tribos das Estepes haviam sido conquistadas por Temudjin.
O soberano Keraite não havia unido as tribos derrotadas à sua, mas apenas colocado-as sob a sua suserania, dessa forma, ele havia dominado os outros Khans da Mongólia, o que lhe valeu o apelido de Grande Khan, ou seja, Gengis Khan.
Em 1206, Gengis Khan reuniu os Khans derrotados (que a partir de agora chamarei de Príncipes Mongóis) e organizou o Quriltai, uma espécie de assembléia de Príncipes, que o elegeu Khagan da Mongólia, ou seja, Khan dos Khans, Grande Khan, algo equivalente a Imperador.
A eleição de Gengis Khan teve a pompa de uma verdadeira sagração Imperial, uma vez que o grande Xamã (sacerdote de religiões animistas, como era a Mongólica e que estudaremos mais adiante) Kokchu, que estava presente, proclamou o seguinte: "Mongka Koko Tengri (o Eterno Céu Azul, principal Deus do panteão Mongol) acaba de nomear Gengis Khan como seu representante na Terra". Essa frase teve um impacto importante nas populações Mongóis, pois elevava Gengis Khan a uma categoria de semi-divindade. Seu clã, o Borjingin (que apesar de ter cessado de existir após a morte de seu pai, havia sido recomposto por ele quando se casou pela primeira vez) se tornou sagrado e foi declarado como sendo o Altan Uruk, ou seja, a Família de Ouro; além disso, o clã de Gengis Khan se tornou oficialmente o ápice da sociedade Mongol, sendo assim, todos os demais clãs estavam submetidos a ele. Na prática, isso foi algo como a unificação da Mongólia, pois criou-se uma estrutura social na qual acima das tribos (que continuavam chefiadas por seus Khans), estabelecia-se o país, governado pelo Khagan.
Ao que parece, depois que Gengis Khan foi eleito como Khagan, não se foi mais falado no nome das tribos, mas apenas em um povo unitário, algo compreensível, uma vez que, pela primeira vez, a Mongólia estava unificada sob um só governante, sendo assim, precisava criar uma identidade nacional, o que seria em muito ajudado por um nome em comum. O nome adotado foi o de Tártaros, ou Mongóis (notem que o nome Tártaros pode ser pelo fato de aquela tribo ser a mais numerosa na região, enquanto que o nome Mongóis, muito provavelmente começou a ser utilizado depois da conquista da China, uma vez que os Chineses se referiam assim aos povos da Mongólia).
Depois de sua sagração Imperial, Gengis Khan se esforçou para submeter os últimos povos Mongóis que ainda eram independentes: os Oirates e os Quirquizes, feito operado entre 1206 e 1209.
Quando, em 1209, todos os povos nômades da Mongólia estavam sob a autoridade de Gengis Khan, este, agora com cerca de 55 anos, julgou necessária a construção de um posto militar fixo para seus exércitos, este posto foi construído no lugar habitado pelos Naimanes e foi nomeado Caracórum (notem que Caracórum ainda não era uma cidade, como alguns dizem, mas apenas uma espécie de grande quartel general dos Mongóis, onde não só se reuniam os exércitos, como também se armazenavam armas e mantimentos, apesar disso, não é um erro dizer que Caracórum era a capital do Império Mongol).
Tomamos a história dos mongóis como exemplo embora soubéssemos que os povos mais antigos já se utilizavam dos cavalos em seus exércitos, pelo simples fato de que eram exímios cavaleiros e formavam uma cavalaria de excelência.
Os chineses, vizinhos dos mongóis, também eram excelentes cavaleiros e, tão bem como eles, manejavam com maestria o arco e a flecha.
Cavaleiro couraçado chinês
A CAVALARIA
Cavalaria é a arma das forças terrestres que, antigamente se destinava ao combate a cavalo, em ações de choque ou de reconhecimento. Historicamente, a cavalaria é a arma mais móvel dos exércitos e a segunda mais antiga - a seguir à infantaria.
A noção de cavalaria é mais complexa e multifacetada do que se imagina. Se salientarmos somente o aspecto puramente militar do guerreiro a cavalo, podemos ser levados a confundir os significados de cavalaria. Seria preciso, nesse caso, falar de cavalaria carolíngia, merovíngia, até romana e, por que não, bárbara, cítica ou sármata. O historiador italiano Franco Cardini demonstrou toda a importância que tinham, para os povos das estepes, a cavalaria pesadamente armada e os valores guerreiros que lhe eram associados: o culto do cavalo e da espada, a veneração da força física, da coragem e o menosprezo da morte, etc. Esses valores oriundos das estepes foram transmitidos aos invasores “bárbaros” da Europa ocidental e se encontram, ligados a outros traços germânicos, como a devoção pessoal ao rei-chefe da tribo, na sociedade guerreira, que caracteriza as novas realezas surgidas do desmembramento do Império Romano. Mas, ele também demonstrou que a presença desses traços não basta para caracterizar a cavalaria. Ela nasce em um contexto histórico político-social particular que Georges Duby e eu mesmo, entre outros, tentamos precisar. Ela, de fato, possui elos estreitos com a vassalagem que se instaura, certamente, desde antes do desaparecimento do Império Romano no Ocidente, mas também com o declínio da autoridade dos reis, depois dos condes, decorrente da desintegração do Império Carolíngio, com a formação das castelanias que marcam o início da chamada época feudal, com as tentativas da Igreja de inculcar nesses guerreiros uma ética ou, ao menos, regras de conduta que limitassem a violência e seus efeitos sobre as populações desarmadas; e com alguns outros fenômenos da sociedade que abordaremos mais adiante. Ora, a maioria desses elementos quase não aparece antes do ano 1.000. Não é, portanto, sábio falar de cavalaria antes dessa data.[1]
Seria dizer com isso que a cavalaria é apenas um subproduto do que chamamos de a “mutação do ano 1.000” e que não teria aparecido sem ela? Seria ir longe demais. A existência da cavalaria, tal como é compreendida neste livro, não está totalmente vinculada à mutação feudal, e o estudo que é feito dela tampouco está totalmente vinculado à tese “mutacionista”, que encontra hoje alguns detratores zelosos, embora, às vezes, um pouco excessivos. Convém aqui nos explicarmos sumariamente. A tese mutacionista, resultante de obras de história regional, que seriam muitas para serem enumeradas, de Georges Duby a Jacques Le Golf e Pierre Toubert, passando por Pierre Bonnassie e a maior parte dos melhores historiadores do pós-guerra, ressalta uma profunda ruptura que teria ocorrido por volta do ano 1.000 na sociedade ocidental, principalmente na França. Podemos, com o risco que comporta todo resumo desse tipo, esquematiza-la, limitando-nos aos aspectos que dizem respeito diretamente à cavalaria, da seguinte forma: o declínio da autoridade do rei, já perceptível no final do século IX, teria sido acompanhado pelo declínio dos principados e dos condados, e pela emancipação política, militar, administrativa e judiciária, mais ou menos profunda e rápida, conforme as regiões, de seus subordinados, os castelões cercados de seus milites, os cavaleiros. Essa emancipação é acompanhada por tumultos e exações, que não se relacionam a causas externas (guerras ou invasões, por exemplo), mas à pressão e mesmo à opressão dos cavaleiros. Estes, oriundos das falanges internas da aristocracia ou de meios mais humildes ainda, aproveitam-se da ausência da autoridade pública forte para impor às populações camponesas, por meio da força de suas armas, costumes, taxas e impostos que eles cobram desses povos desarmados, em nome dos senhores condes e castelões. Em torno do ano 1000, forma-se assim uma nova classe social que cavalga: a classe dos cavaleiros, os milites, que aparecem cada vez com mais frequência nos textos dessa época, demonstrando a militarização da sociedade desse tempo. Isentos dessas diversas taxações, eles se separam da massa camponesa e se aproximam da aristocracia; tentam fundir-se com a nobreza e conseguem isso em datas que variam conforme as regiões. Esses direitos, taxas e “maus costumes”, que se arrogam os senhores, a pretexto de proteger a população desarmada, por meio da força de seus próprios guerreiros (de onde o termo de senhoria banal que a designa, do termo ban= autoridade ligada à detenção da força armada), são impostos de fato a todos os habitantes do distrito castelão, sejam eles livres ou não, sujeitos do senhor proprietário fundiário ou colonos, isto é, proprietários das terras que eles cultivam. Assim, pela extensão da senhoria banal e do poder feudal, a diferença social que outrora separava os livres dos não-livres, ameniza-se em benefício de uma nova divisão, que isola aqueles que portam as armas (os milites) daqueles que são desprovidos delas, as massas camponesas, livres ou não-livres (imermes).[2]
Cavaleiros Cruzados
Cavaleiro Medieval
Essa tese mutacionista recentemente foi objeto de algumas críticas às vezes fundadas, muitas vezes excessivas, a exemplo de Dominique Barthélémy. Para ele, não teria havido, por volta do ano 1000, nem crise castelão, nem crise social, nem formação de uma classe nova de cavaleiros. O brusco surgimento, bem real, do termo milites nas atas, e cartas principalmente, não significaria de forma alguma o crescimento de uma nova categoria social, ele traduziria uma simples mudança nos hábitos redacionais dos escribas, simplesmente uma revolução no nível do vocabulário; miles (cavaleiro) teria apenas substituído vassus (vassalo). Não se deveria, por outro lado, insistir na ruptura, no declínio de autoridade sobre os distúrbios “feudais”, mas, pelo contrário, salientar a continuidade, minimizar as exações e as guerras particulares. Analisando essa perspectiva, a cavalaria resultaria apenas de um confisco qualquer de migalhas do poder por guerreiros de origem relativamente humilde que tentavam se unir à nobreza. A cavalaria, desde sua origem, confundia-se com a nobreza e com o poder, não apenas porque as palavras milites e nobiles seriam intercambiáveis, mas porque o termo cavalaria, que se aplicaria a toda a aristocracia, nada mais seria que um termo que designava o direito de governar. A aristocracia o compartilhava com o rei que, nessa perspectiva, teria somente um pouco mais de “cavalaria” que os outros. Cavalaria, nobreza, aristocracia e poder seriam, no fundo, para simplificar a mesma coisa.[3]
Outra percepção da cavalaria é expressa por Karl-Ferdinand Werner. Para ele a cavalaria não seria de origem germânica e guerreira, mas de origem administrativa romana. Haveria assim continuidade entre a milícia da época imperial cristã e a cavalaria, designada também por esse mesmo termo. No Baixo Império, essa palavra se aplica ao conjunto do serviço público, administrativo, hierarquizado e disciplinado, segundo o modelo militar. A entrega do cingulum militiae (que mais tarde, acredita-se, marcará a investidura dos cavaleiros) significaria, portanto, a entrada no serviço do Estado, em um nível elevado do exercício da função pública, muito mais que a entrada de um soldado ordinário no Exército.[4]
A essas diversas concepções sobre a cavalaria permitam-me acrescentar a minha. Ela, na minha concepção, coincide em muitos pontos com a tese mutacionista, principalmente em sua descrição (que parece bem fundada) do crescimento das castelanias, sem, todavia, confundir-se com ela; admite algumas das críticas da segunda sem, no entanto, segui-la em seu conceito globalizante da cavalaria assimilada ao poder e ao direito de reinar – menos ainda na noção dos “graus diversos de cavalaria”, avatar supremo dessa confusão. Minha concepção aceita uma parte da terceira, principalmente a que vincula ao serviço público (ou ao que resta dele) a entrega das armas àqueles que governam em seu nome, sem com isso aceitar a ideia de uma real continuidade entre as instituições romanas e a cavalaria. Coincidem a cavalaria resultante da fusão lenta e progressiva, na sociedade aristocrática e guerreira que se implanta entre o fim do século X e o fim do século XI, de muitos elementos de ordem política, militar, cultural, religiosa, ética e ideológica. Esses elementos fornecem, pouco a pouco, à entidade essencialmente guerreira na origem, os traços característicos do que ela se torna aos olhos de todos no decorrer do século XII: a cavalaria, a nobre corporação de guerreiros de elite, a ponto de se transformar em corporação de nobres cavaleiros, com uma ética que lhe é própria e, antes de se tornar uma instituição moral, uma ideologia e até um mito.[5]
Como podemos ver a Cavalaria, embora pudesse ser o conjunto de homens armados e montados à cavalo, teve sua origem na palavra milites que era o exército romano ou como mais tarde ficou conhecida como sendo uma organização de servidores públicos nas mais diversas funções e que também, nos tempos atuais, vem dar sentido às palavras militar e militante, na idade média alta, passou a ter “cavaleiros” nobres que não montavam à cavalo, mas que assim eram nomeados por homenagem a atos de bravura ou por vontade da Igreja em tê-los como vassalos por interesse em se proteger e em manter o poder.
Normalmente esses “cavaleiros” eram nobres que detinham sobre seu poder pequenos exércitos que se juntavam quando solicitada a sua presença pelo rei ou príncipe ou outra figura da nobreza.
A constituição desses nobres em “cavaleiros” era feita através de sagração por um membro da igreja ou pelo próprio Papa e recebiam títulos pomposos que davam um charme especial. Na história fabulosa do rei Arthur vemos um conjunto de guerreiros que eram intitulados “Cavaleiros da Távola Redonda” e assim por diante. Nesse caso eram sagrados por bravura, mas quase sempre o era por interesses outros como já foi dito.
E essa tradição nós adotamos na maçonaria, nos graus filosóficos, quando alguém busca na história um determinado título e o insere no rito, por exemplo: “Cavaleiro Rosa Cruz”, que é um grau dos chamados filosóficos do REAA.
Esses graus são também concedidos mediante sagração, de forma simbólica, entre os maçons.
Como disse no início do presente texto, esta pesquisa tem por finalidade a apresentação de um resumo sobre a história da cavalaria na maçonaria. Há inúmeros livros a respeito do assunto e um bem interessante do qual inseri uma pequena parte neste trabalho é “A CAVALARIA” – Origem dos Nobres Guerreiros da Idade Média”, editado pela Madras e de autoria de Jean Flori.
Bibliiografia:
- Wilkipedia
- Jean Flori – A CAVALARIA – Origem dos Nobres Guerreiros da Idade Média - Editora Madras
Notas.
[1] Jean Flori – A CAVALARIA – Editora Madras
[2] Idem
[3] Ibidem
[4] Ibidem
[5] Ibidem
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