quinta-feira, 16 de junho de 2016



FRAGMENTOS DE HISTÓRIA DA MAÇONARIA (DIVAGAÇÕES)



Texto: José Roberto Cardoso - MI GLMDF

Às vezes viajamos na busca das origens da maçonaria e vamos encontrá-la na mais remota organização humana.

Não se trata da maçonaria que temos notícia com os operativos, nem a aristocrática que antecede a revolução francesa e nem mesmo da atual maçonaria especulativa.

Trata-se, contudo, de suas raízes nas brumas da existência.

Quando lemos sobre as tábuas de argila dos sumerianos vemos o relato da construção da Torre de Babel e uma organização de trabalhadores que caracteriza o cerne da maçonaria que é a fraternidade e a solidariedade humana.

Em Deir El-Medina, no Vale dos Reis, onde ficavam os trabalhadores das pirâmides foram encontrados documentos e instrumentos que já davam a primeira ideia do que seria mais adiante a maçonaria operativa.

Além do que os Egípcios dominavam o conhecimento da aritmética, da astronomia, da geometria, ciências utilizadas na construção e que vão legar a seus sucessores os instrumentos que conhecemos.

Um desses Egípcios, de nome Imhotep viveu entre os anos de 2.690 a 2.610 a. C e foi um sábio e erudito egípcio que se aprofundou nos estudos da medicina e astronomia, antes de converter-se no primeiro arquiteto conhecido da história. Chegou a ser Sumo Sacerdote de Heliópolis e desenhou a Pirâmide escalonada de Saqqara para o Faraó Zoser.

A importância de Imhotep como médico pode ser vista em seus ensinamentos transcritos para um papiro onde ele falava de todo tipo de tratamentos para doenças com receitas farmacológicas embora naquela época a medicina e a magia se misturavam com resultados às vezes não muito bons para os pacientes.

Além do que cultuavam o sol e nos legaram o famoso zodíaco de Dendera.

É bom que se saiba que na história sumeriana o colonizador e fundador do Egito foi um deus sumeriano de nome Ptah e que levou para a região o conhecimento dos antigos sumerianos que como já dissemos no início erguiam zigurates à exemplo da Torre de Babel, de forma piramidal.

Quando vemos a maçonaria moderna dificilmente vislumbramos o seu mais remoto passado, mas isso é importante como narrativa histórica e para que possamos, vez por outra, nos inspirarmos e lembrarmos das nossas tradições.

Essas primeiras civilizações foram contaminando outras e formando um cadinho onde se derramava os conhecimentos das primeiras sociedades secretas que se inspiravam no drama de Isis, Osiris, Horus, repetindo em tríades a mesma história com nomes das personagens diferentes e que, mais adiante, irão inspirar a lenda do Mestre Maçom.

Dentro desse espaço de milhares de anos haverá sempre um campo muito fértil para a divagação e, para aqueles que são sonhadores, encontrarão uma boa fonte de inspiração.

O que sabemos é que os egípcios trabalhavam as pedras, eram “pedreiros” na acepção da palavra, conheciam a organização do estado e a previdência, herdaram dos sumerianos códigos de leis, conheciam a escrita, a medicina, e uma boa parte das Artes Liberais e tudo isso e mais alguma coisa são a fonte primitiva de nossa existência como maçons.

Muitos desses conhecimentos primitivos se espalharam pelo mundo e muitas vezes ficaram fragmentados tendo sido recolhidos pelos grandes conquistadores em várias partes do e isso acontece até nos dias atuais.

Essa maçonaria tão diferente irá permitir mais tarde que os ingleses a adotassem como uma espécie de clube tão popular na época da união das quatro Grandes Lojas que acolheram os Aceitos.

A Maçonaria, naquela época, era uma espécie de Clube onde a aristocracia se reunia para discutir em segredo assuntos filosóficos, científicos e políticos, motivos não muito absorvidos pelos Antigos.

A união dessas duas correntes se deu em 1813 com a criação das Grandes Lojas Unidas da Inglaterra.

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