PEQUENAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A MAÇONARIA PRIMITIVA
Ir.´. Ricardo E. Polo
Tradução: Pedreiro de Cantaria
O V.´. Ir.´. Ricardo E. Polo foi distinguido com a designação de “Membro Honorário da Academia de Investigações Históricas sobre a Franco-maçonaria Primitiva e Comissário Especial na República Argentina, com amplos poderes para realizar o que considere conveniente em benefício da Instrução”. Tal distinção expressa um reconhecimento do Supremo Conselho da Franco-Maçonaria Primitiva Universal para o território da América do Sul, cuja Grande Comissão Executiva assim decidiu em reunião especial sobre o fato. É necessário reconhecer a importância de tal evento, uma vez que constitui um fraternal reconhecimento aos trabalhos realizados para a difusão da existência da Maçonaria Primitiva, suas características e, especialmente, sua história no concerto dos diferentes Ritos em sua atual existência.
Já transcorreram mais de 300 anos desde que houve uma virada na continuidade do trabalho maçônico, a partir de 1717, quando foi fundada a denominada Maçonaria Moderna e Especulativa, em detrimento da Maçonaria Operativa. O pretexto, segundo o qual, os membros de quatro Lojas que operavam em Tabernas de Londres, foi que a “Maçonaria Operativa” estava em declínio e quase não funcionava.
Hoje sabemos que isso foi uma falsidade e que os verdadeiros motivos forram muitos outros, inclusive, nada maçônicos.
Argumenta-se que era necessário fundar uma Grande Loja à qual se daria novas disposições constitucionais, e por isso se fundou a Grande Loja de Londres – hoje se diz que seria a primeira – quando, na realidade, já havia, em pleno funcionamento, a Grande Loja da Irlanda
Podemos conhecer essa história lendo o ex-bibliotecário e curador da agora Grande Loja Unida da Inglaterra, John Hamill, ex V.´. M.´. da Loja de Investigação Histórica “Quator Coronatti nº 2076” e sua “Teoria sobre a origem da Maçonaria”, que em sua obra não menciona a Maçonaria Primitiva, mas desnuda os mitos que existem em volta do ato que falsificou a Maçonaria Operativa, em uma nova versão complacente com as maquinações monárquicas e religiosas daquele tempo feudal.
Tudo isso tem sido muito grave e pouco avaliado hoje, em tempos em que tanta mediocridade por um lado, como a indiferença pela história, por outro, fazem com que nossos queridos irmãos não se ocupem nem se preocupem por saber se existe alguma Verdade mais além das convenções. Cabe mencionar que não nos pronunciamos contra a Maçonaria Moderna e Especulativa, como a denominaram James Anderson e Theophile Desaguilliers, ao escrever as Constituições de 1723, mas sim em favor da verdadeira história institucional que não é outra que a Maçonaria Operativa. Se lográssemos equilibrar as coisas de maneira com os pratos da balança coincidissem na justeza do equilíbrio, advertiríamos da importância que tem aquele acontecimento na História da Humanidade, inclusive, hoje mesmo, e o “tempo perdido” que padecemos, ao ter desviador a continuidade progressista e programática da antiga maçonaria, influenciada por equívocos, lutas intestinas, ritos espúrios, discriminações, prejuízos e inclusive a mais alarmante: as superstições...
O fato de haver-me aderido a Franco-maçonaria Universal e investigá-la historicamente, me tem permitido ter consciência das limitações impostas pelos poderes fáticos que tem influenciado no sentido de desviar a Franco-maçonaria de seus objetivos fundamentais, que são a permanente luta pela Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Muitos acreditam que tais princípios têm sido obtidos, pois em nosso mundo atual “parece” que imperam, ao menos em uma grande parte do planeta, esses princípios liminares que tem sido e são nossa divisa doutrinária. Porém quem tem se ocupado verdadeiramente do que acontece na atualidade, sabe que aquelas seguem sendo aspirações não cumpridas e que os milhares e milhões de seres humanos que habitam a Terra, padecem injustiças, iniquidades, o que é mal em sua dimensionalidade, está pairando sobre a espécie humana.
Os iniciados franco-maçons não são anjos e nem estamos imunes contra os defeitos que hoje padece a humanidade. O consumismo; o vazio dos programas políticos; a cidadania que cede a vassalagem do assistencialismo; a manipulação das economias por parte do poder financeiro; a usura; o “dinheiro plástico” e o controle de sua utilização, e o “consumismo” que é a “papoula (o vício) que parece lembrar o ópio na China do século XIX. Falamos da “civilização” e mais de dois terços da humanidade padece de fome; a água potável se esgota; a contaminação afeta a milhões de habitantes das megalópoles que povoam a Terra; as guerras atuais, são moral e belicamente piores que as do século XX; a humanidade se afunda na farandulação[1], o hedonismo; a corrupção política; a desmoralização da juventude e a precarização da educação e dos ensinamentos. Todos estes sintomas não são nem alentadores, nem circunscritos a nosso tempo. Também sofreram em outros momentos da história, mas é inconcebível que a experiência humana não consiga aquilatar a tempo essas experiências que tiveram que viver. Os humanos deixaram correr o tempo com a vertigem em que estavam envolvidos. E às vezes acontece que é tão rápido o “acontecer”, que não nos permitimos “aquilatá-los” de forma a poder soma-los à experiência de vida. Fazem 10 anos que nos ocupamos em investigar os fatos que protagonizaram nossos irmãos iniciados na maçonaria de tal maneira a localizá-los em cada época que tenham vivido. E advertimos, ainda, para que esta localização seja feita em cada tempo, que além da anedota, há uma riqueza pragmática que mostra a maçonaria em sua ação civilizadora, revolucionária e reta em tempos em que o despotismo dominou o homem e impediu o seu progresso. Conhecemos também a ação das conspirações que foram utilizadas contra a Ordem com a finalidade de materializar os objetivos dos ditos conspiradores, dentre os quais estão Leo Taxil, fundador dos “Illuminatis”, Adam Weishaupt; os Carbonários; os místicos da OTO (Ordem do Templo do Oriente) de Theodor Reuss e Aleister Crowley e muitos outros, que introduzidos na maçonaria tentaram degenerar sua natureza de forma ignomíniniosa e isso até os dias atuais. Por isso é que temos nos ocupado, com muitos outros irmãos maçons, de investigar o ocorrido em 1717, antes e depois e até hoje. Pudemos conhecer o ocorrido com Leonardo da Vinci, fundador das Academias Florentinas, germe da Maçonaria Primitiva, cuja trajetória não tem sido mitificada nem degenerada como a de outros personagens que a história registra e que nada tiveram a ver com os despropósitos ocorridos no passado. Nos dias atuais há quem pretende localizar as origens da Maçonaria nos tempos das ordens monásticas beneditinas, entre outras, que originaram a Ordem dos Templários, construindo toda uma lenda “cavalheiresca” anterior e posterior a destruição dessa Ordem por Felipe, o belo e Clemente V e vinculando-a a uma alegada conversão dessa Ordem na maçonaria, com templários vindos da Escócia. E logo chamaram tudo isso de “tradição”. As ordens monásticas explodiram a maçonaria e seus conhecimentos e esvaziaram-na de suas doutrinas humanistas, racionalistas e, inclusive revolucionárias, adaptando-a ao “espírito” sectário, prejudicial e confessional da Igreja Católica. Coisa que também levou a cabo o protestantismo durante o império das monarquias absolutistas...e a incorporação da nobreza em nossas Lojas. O certo é que também os jesuítas fizeram o mesmo, arranhando parte da simbologia maçônica que os seguidores de Loyola usaram e abusaram, para neutralizar nossos princípios e agir, consequentemente, contra a Ordem. Não vou relatar neste pequeno opúsculo, como esses poderes “reacionários” impediram e impedem as mudanças que são necessárias ao mundo atual para poder tornar um mundo melhor ante a esse mundo imperfeito. Mas vale a pena dizer que na medida que nossos queridos irmãos consigam remover os véus colocados por aqueles que se infiltraram e infiltram na Ordem com propósitos de prejudica-la, ou de corrompe-
Os iniciados franco-maçons não são anjos e nem estamos imunes contra os defeitos que hoje padece a humanidade. O consumismo; o vazio dos programas políticos; a cidadania que cede a vassalagem do assistencialismo; a manipulação das economias por parte do poder financeiro; a usura; o “dinheiro plástico” e o controle de sua utilização, e o “consumismo” que é a “papoula (o vício) que parece lembrar o ópio na China do século XIX. Falamos da “civilização” e mais de dois terços da humanidade padece de fome; a água potável se esgota; a contaminação afeta a milhões de habitantes das megalópoles que povoam a Terra; as guerras atuais, são moral e belicamente piores que as do século XX; a humanidade se afunda na farandulação[1], o hedonismo; a corrupção política; a desmoralização da juventude e a precarização da educação e dos ensinamentos. Todos estes sintomas não são nem alentadores, nem circunscritos a nosso tempo. Também sofreram em outros momentos da história, mas é inconcebível que a experiência humana não consiga aquilatar a tempo essas experiências que tiveram que viver. Os humanos deixaram correr o tempo com a vertigem em que estavam envolvidos. E às vezes acontece que é tão rápido o “acontecer”, que não nos permitimos “aquilatá-los” de forma a poder soma-los à experiência de vida. Fazem 10 anos que nos ocupamos em investigar os fatos que protagonizaram nossos irmãos iniciados na maçonaria de tal maneira a localizá-los em cada época que tenham vivido. E advertimos, ainda, para que esta localização seja feita em cada tempo, que além da anedota, há uma riqueza pragmática que mostra a maçonaria em sua ação civilizadora, revolucionária e reta em tempos em que o despotismo dominou o homem e impediu o seu progresso. Conhecemos também a ação das conspirações que foram utilizadas contra a Ordem com a finalidade de materializar os objetivos dos ditos conspiradores, dentre os quais estão Leo Taxil, fundador dos “Illuminatis”, Adam Weishaupt; os Carbonários; os místicos da OTO (Ordem do Templo do Oriente) de Theodor Reuss e Aleister Crowley e muitos outros, que introduzidos na maçonaria tentaram degenerar sua natureza de forma ignomíniniosa e isso até os dias atuais. Por isso é que temos nos ocupado, com muitos outros irmãos maçons, de investigar o ocorrido em 1717, antes e depois e até hoje. Pudemos conhecer o ocorrido com Leonardo da Vinci, fundador das Academias Florentinas, germe da Maçonaria Primitiva, cuja trajetória não tem sido mitificada nem degenerada como a de outros personagens que a história registra e que nada tiveram a ver com os despropósitos ocorridos no passado. Nos dias atuais há quem pretende localizar as origens da Maçonaria nos tempos das ordens monásticas beneditinas, entre outras, que originaram a Ordem dos Templários, construindo toda uma lenda “cavalheiresca” anterior e posterior a destruição dessa Ordem por Felipe, o belo e Clemente V e vinculando-a a uma alegada conversão dessa Ordem na maçonaria, com templários vindos da Escócia. E logo chamaram tudo isso de “tradição”. As ordens monásticas explodiram a maçonaria e seus conhecimentos e esvaziaram-na de suas doutrinas humanistas, racionalistas e, inclusive revolucionárias, adaptando-a ao “espírito” sectário, prejudicial e confessional da Igreja Católica. Coisa que também levou a cabo o protestantismo durante o império das monarquias absolutistas...e a incorporação da nobreza em nossas Lojas. O certo é que também os jesuítas fizeram o mesmo, arranhando parte da simbologia maçônica que os seguidores de Loyola usaram e abusaram, para neutralizar nossos princípios e agir, consequentemente, contra a Ordem. Não vou relatar neste pequeno opúsculo, como esses poderes “reacionários” impediram e impedem as mudanças que são necessárias ao mundo atual para poder tornar um mundo melhor ante a esse mundo imperfeito. Mas vale a pena dizer que na medida que nossos queridos irmãos consigam remover os véus colocados por aqueles que se infiltraram e infiltram na Ordem com propósitos de prejudica-la, ou de corrompe-
[1] Grupo de pessoas reunidas desordenadamente. Reunião de agitadores. Aglomerado de baderneiros
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