segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


OS PRIMEIROS RITUAIS MAÇÔNICOS:

Edinburgh Register House MS 1696


Ritual é o caminho de passagem da alma para o Infinito.
- Algernon Blackwood




O mais antigo ritual[1] (maçônico) conhecido [2] sob a forma de manuscrito é oEdinburgh Register House MS, que é normalmente datado em 1696. Dois outros rituais manuscritos datam de logo após o Edinburgh Register House, o Airlie MS (1705) e o Chetwode Crawley MS (1710). É significativo que esses rituais maçônicos transcritos começaram a aparecer na década de 1690. O fato de eles existirem é um reflexo claro das mudanças que ocorreram durante o aquele século. As primeiras cerimônias realizadas pelos maçons operativos em suas Lojas nunca foram destinados a serem escritas. Mesmo no século XVI, Schaw[3] requeria que elas fossem memorizados. Em todo caso, havia pouco interesse em transpor as cerimônias para o papel, dado que a maioria dos maçons (operativos) da época era analfabeta. Knoop, Jones e Hamer acreditam que "possivelmente representam um trabalho operacional que existia algumas décadas antes da data em que os documentos foram escritos.". Todos os três manuscritos contêm duas seções:

1. Uma série de perguntas e respostas;
2. E, uma descrição dos procedimentos necessários para dar e receber a "palavra maçônica".

A primeira parte consiste de um catecismo, uma série de perguntas e respostas, a qual, uma vez escrita, tornou-se um memorando. A segunda seção descreve as cerimônias de feitura[4] de aprendiz e companheiro. Ao contrário do moderno sistema de três graus, é claro que originalmente havia apenas essas duas cerimônias[5]. Não há menção de um grau de mestre maçom[6]. O formato de catecismo implica que ele demandava certas respostas físicas, bem como verbais.
O documento é escrito em uma linguagem conhecida como middle Scots[7]. Na época que o documento foi criado, a anglicanização da língua (nativa) já estava bem avançada, mas fortes elementos escoceses ainda eram evidentes. A passagem do tempo é outra razão para qual o catecismo mostrado abaixo ter mudado quase que irreconhecivelmente para sua forma atual na Maçonaria moderna, entretanto, seus elementos centrais permanecem.

EDINBURGH REGISTER HOUSE MS
P1: Sois maçom?
R1: Sim.


Se a resposta for não, então não há necessidade de fazer as próximas quinze perguntas.


P2: Como poderei sabê-lo?


R2a: Por sinais de reconhecimento e outros pontos de minha recepção


Uma sequência de sinais, símbolos e outros assuntos devem se trocados. Se houver não-maçons presentes, se deve responder:

R2b: O saberá em tempo e lugar apropriados.

P3: Qual é o primeiro ponto?

R3: Dai-me o primeiro ponto que vós darei o segundo. O primeiro é para velar e ocultar, o segundo, para submeter-se a uma pena não menor que ter a garganta cortada, por isso, este sinal deve ser feito enquanto se fala.


[Aqui, o entrevistado está sendo testado no sentido de que ele deve oferecer alguma informação que serve para provar que ele também é um maçom. Há dois pontos, o primeiro é "velar e ocultar", e aqui encontramos o uso de uma antiga palavra escocesa "heill" (velar), que significa "para manter em segredo". Ela é imediatamente seguida pela palavra "ocultar", que significa a mesma coisa, e isso nos diz algo muito importante. Aqui, o catecismo foi alinhado com a escrita e, portanto, registrado por e para alguém escolarizado. No período em que o manuscrito foi criado, a palavra "heill" tornou-se suficientemente obscura que o escritor sentiu-se obrigado a esclarecer o seu significado, acrescentando "e esconder". Desta forma, ele não mudou o catecismo, mas o agregou. Quando estes rituais ou seus descendentes chegaram aos Estados Unidos da América, a palavra "heill" foi considerada como sendo um erro e foi alterada para "hail" (saudar, aclamar). A lógica era compreensível, mas isso indica que as origens escocesas foram um tanto perdidas ou esquecidas. O segundo ponto nesta troca envolve o uso do sinal, que é cortar a garganta. Esse sinal tem acompanhado os maçons desde que o ritual se tornou conhecido por outros fora do Ofício. É razoável aqui notar que o uso de uma palavra também era necessário e um sinal devia ser fornecido e que esse dois elementos eram necessários para identificar o candidato como um maçom.]

P4: Onde foste iniciado?

R4: Em uma respeitável Loja.

P5: O que faz uma Loja justa e perfeita?

R5: Sete mestres, cinco aprendizes, a um dia de marcha de uma região habitada, sem ladrar de cão ou canto de galo.

[Aqui, nós estamos começando a ver o propósito instrutivo do catecismo. Apenas um maçom regularmente iniciado em uma "respeitável Loja" saberia o que constituiu uma como Loja regular (respeitável). A resposta também lembra a todos os presentes das regras para a realização de uma sessão em Loja. Doze homens eram necessários: sete mestres e cinco aprendizes. Este número era, provavelmente, para garantir que haveria presentes maçons conhecedores suficientes para realizar a cerimônia corretamente e constituir um Loja justa e perfeita. A segunda parte da resposta revela que as reuniões em Loja eram privadas: marcha de um dia de distância de qualquer cidade e fora do alcance dos sons de qualquer fazenda. Como isso teria sido muito difícil de alcançar em um país que ainda era predominantemente rural, é improvável que este requisito tenha sido literal, é mais provável que tenha servido para enfatizar a natureza privada dos encontros da Loja.]


P6: Menos não faria uma Loja justa e perfeita?


R6: Sim, cinco maçons e três aprendizes.

[A pergunta é sobre o que acontece se os números para constituir uma Loja justa e perfeita não estão disponíveis. A resposta é, com certa relutância, que uma sessão em Loja pode ser realizada se houver cinco mestres maçons (companheiros de ofício) e três aprendizes presentes.]

P7: Nada menos faria?

R7: Quanto mais, melhor, quanto menos, maior a animação.

[A pergunta é o que acontece se nem cinco mestres e três aprendizes estiverem presentes para uma sessão. A resposta é que nenhuma reunião pode ser realizada, ao invés disso, uma socialização é recomendada.]

P8: Qual é o nome da vossa Loja.

R8: Kilwinning.

[Sendo perguntado o nome da Loja quase certamente para expor alguém que não tenha sido iniciado regularmente, pois seria altamente improvável para tal, dar a resposta correta, mesmo que sabia o nome de uma Loja qualquer. Kilwinning é uma das Lojas mais antigas do mundo. O fato de que é esta Loja e nenhuma outra seja uma constante menção nesses rituais indica que foi amplamente aceito que Kilwinning foi a mais primária e importante Loja, independentemente da época isto era usualmente aceito. Isso também confirma a procedência escocesa destes primeiros rituais.]

P9: Como está disposta a vossa Loja?

R9: Do Oriente ao Ocidente como o Templo de Jerusalém.

[A pergunta " Como está disposta a vossa Loja?" se destina a obter uma única resposta, e esta é a comparação direta de uma Loja Maçônica ao Templo do Rei Salomão, o Templo de Jerusalém. Observe, porém, que não há nenhuma sugestão de que uma Loja maçônica é o mesmo que o Templo do Rei Salomão. Apenas a orientação, oriente ao ocidente é idêntica para ambos.]

P10: Onde era a primeira Loja?

R10: No átrio do Templo de Salomão.

[A resposta está no "Átrio (entrada) do Templo de Salomão", mostra que além de ter sido de suma importância para os maçons operativos, o Templo de Salomão foi igualmente importante para os não-pedreiros (maçons especulativos) que posteriormente se juntaram as suas Lojas. Ela estava localizado no pórtico ou entrada. Esta é provavelmente a origem da denominação “Templo” para as Lojas Maçônicas, pois é mais fácil dizer "Templo" do que "A Entrada para o Templo".]

Q11: Há luzes em vossa Loja?

A11: Sim, três. Ao nordeste, ao sudoeste e a passagem oriente. A primeira simboliza o mestre pedreiro, a segunda o vigilante e a terceira o companheiro.

[Aqui vemos que as luzes em uma Loja são duas coisas. Primeiro, eles eram passagens no nordeste, sudoeste e leste. Estas são, portanto, posições dentro de uma Loja. Em segundo lugar, eles eram obreiros da Loja (conhecido como "encarregados" na Escócia e "oficiais" na Inglaterra). Na Maçonaria moderna no que tange as luzes, existem trechos mais longos sobre esses três obreiros em particular. As luzes foram efetivamente desenvolvidas em três Grandes Luzes e Três Luzes posteriormente[8].]

Q12: Há joias em vossa Loja?

A12: Sim, três. Uma Pedra Perpianhada, um Pavimento Mosaico e uma Pedra Lavrada[9].

[Como as luzes de uma Loja, as joias possuem um significado diferente na Maçonaria moderna. No entanto, neste contexto original, elas se referem a três objetos associados com os maçons operativos, dois dos quais ainda estão em uso. Uma Pedra Perpianhada (no original Perpend Esler) é um ashlar[10] perpendicular, uma pedra vertical revestida (isto é, trabalhada por um maçom operativo). Um Pavimento Mosaico (Square Pavement) é um quadrado de lajes de pedras desbastadas e assentadas por um maçom operativo. A Pedra Bruta no original “broad oval” tem sido uma espécie de enigma para os historiadores maçônicos, mas dada relevância direta dos dois itens anteriores ao trabalho dos maçons operativos, parece provável que este seja um maço ou malhete dos pedreiros, que era usado para golpear o cinzel. Alternativamente, o “broad oval” seria uma corruptela de “broached ornal", uma pedra de cantaria[11] que podia ser trabalhada com um cinzel em cortes diagonais ou horizontais. Se a última hipótese for aceita, então os três elementos, todos de pedra, podem ser interpretados como símbolos do interior de uma Loja. Seu chão e paredes. É mais provável que eles se refiram à silhares lisas e ásperas colocadas sobre um tapete quadriculado quadrado, como é até hoje é comum em cerimônias realizadas em muitas Lojas fora dos Estados Unidos.]

P13: Onde devo encontrar a chave para vossa Loja?

R13: A Três pés e meio da porta da Loja sob uma Pedra Cúbica[12] e um torrão verde. Mas (também), sob o colo do meu fígado, onde todos os segredos do meu coração jazem.

[A resposta dada a essa pergunta é obscura e aberto a uma interpretação interessante. A primeira parte da resposta “três pés e meio da porta da Loja" mostra que a chave para o segredo de sua Loja jaz fora da Loja, para ser mais preciso, a três pés e seis polegadas da porta da Loja. Como já vimos, "sob uma Pedra Cúbica" deve se referir a uma pedra perpendicular trabalhada. Em seguida, é dito, "e um torrão verde". Portanto, a chave de Salomão como é entendida por estes maçons está localizada fora da Loja Maçônica sob uma pedra vertical trabalhada e sob a grama verde, em outras palavras, na sepultura. Significando que ele leva a chave da Loja para o túmulo. Este é o ponto mais importante e merece mais reflexão. A pergunta é: "Onde estão às chaves para a VOSSA Loja?" e não "Onde estão as chaves para a Loja?" (isto é, para a Maçonaria). Esta é uma pergunta pessoal que requer uma resposta pessoal.]


[A segunda parte da pergunta é igualmente fascinante. "Mas, sob o colo do meu fígado, onde todos os segredos do meu coração jazem." Essa sentença também faz historiadores maçônicos se questionarem. Em um nível simples, a resposta pode ser tomada para significar que todos os segredos, especialmente os maçônicos, devem ser cuidadosamente guardados do mundo exterior. No entanto, creio que esta parte da resposta seja algum vestígio sobre a possível influência do hermetismo no início da Maçonaria[13].]

P14: Qual é a chave de vossa Loja?

R14: Uma língua bem presa.

P15: Onde se encontra a chave?

R15: Na caixa de osso.

[Esta questão refere-se mais uma vez a uma chave e novamente sugerem a existência de algo mantido longe dos outros. O entrevistado é perguntado qual é a chave, o que implica que há mais de uma. Como a pergunta é feita por um indivíduo, seria possível que cada membro da Loja tivesse sua própria chave? A primeira parte da resposta pode muito bem ser tomada para apoiar esse ponto de vista. Já uma língua "bem presa", ou bem comportada, é a de alguém que não irá falar fora de hora, quem não é “língua solta”, verborrágico. Uma segunda pergunta é feita no Edinburgh Register House e uma resposta é fornecida. A questão retorna para onde a chave pode ser encontrada e indica mais uma vez que existe um local a ser buscado. A resposta é intrigante. "Na caixa de osso". A resposta anterior revelou que a língua era a chave para o sua Loja, e por isso, parece haver uma forte possibilidade de que a caixa óssea refere-se ao crânio, onde reside a língua. Esses maçons podem estar entregando-se a um pouco de jogo de palavras aqui. Notemos que houve uma referência anterior a uma sepultura. Que tipo de caixa há em um túmulo? Um caixão. Talvez esses maçons estejam enfatizando que a chave, o segredo, a chave para o segredo de Salomão na jaz numa sepultura[14].]

[Isso nos diz que todas as perguntas anteriores referem-se à cerimônia de aprendiz (primeiro grau) e mostra a que ponto os maçons iam para identificar impostores. O fato de que eles tiveram a oportunidade de incluir algum material instrutivo (no ritual) mostra que certo planejamento, como na atualidade, foi aplicado em sua elaboração.]

Uma vez que os maçons examinaram por meio de todas ou parte destas perguntas, e de que tenha respondido com exatidão e feito os sinais corretamente, eles o reconhecerão como aprendiz, mas, não como Mestre nem como Companheiro de Ofício. De modo que o dirão:

P16: Vejo que vos estrastes na cozinha, mas eu não sei se, vos tivestes entrado na sala?

R16: Entrei tanto na sala como na cozinha.

P17: Sois companheiro?

R17: Sim.

P18: Quantos pontos de companheirismo existem?

R18: Cinco, a saber, pé contra pé, joelho contra joelho, coração a coração, mão a mão e de orelha a orelha.

Em seguida, deve ser feito o sinal de companheirismo e dado o aperto de mão para reconhecido como um verdadeiro maçom. As palavras estão em I de Reis 7:21, e em II Crônicas 3 último versículo.


A FORMA DE SE DAR A PALAVRA MAÇÔNICA

Em primeiro lugar, se deve tomar à pessoa que irá receber a palavra e por lhe de joelhos, e, depois serem feitos certo número de gestos destinados a assombrar-lhe, devem-lhe fazer tomar a Bíblia, pondo sua mão direita em cima. Devem lhe incitar a guardar o segredo lhe ameaçando degola lhe caso rompa o juramento, (dizendo-lhe que) o Sol no firmamento dará seu testemunho contra ele, assim como toda a assembleia presente, o que acarretará na sua condenação, à qual não deixarão de lhe assassinar. Então, depois de que tenha prometido guardar o segredo, fazem-lhe prestar o juramento como segue:

Por Deus mesmo, e à espera que devereis prestar contas a Deus quando estiver desnudo ante Ele no grande dia (do julgamento), não revelareis nenhum ponto do que ides ver ou ouvir hoje, nem pela fala, nem pela escrita. Não poreis por escrito em nenhum momento, nem traçareis com a ponta de espada ou de outro instrumento qualquer, sobre a neve ou areia, e não falareis exceto com alguém que tenha sido iniciado maçom... Que Deus o venha em auxílio!

Depois de ter prestado este juramento, se deve afastá-lo da assembleia com o maçom iniciado mais recentemente, e após ter lhe assustado fazendo mil gestos e melindres, deve aprender do segundo maçom a maneira de fazer os sinais, posturas[15] e as palavras de sua recepção, como segue.

Primeiro, quando entrar novamente ao seio da assembleia, deve fazer uma saudação burlesca, depois o sinal, e terá que dizer em seguida:

Que Deus abençoe a esta respeitável assembleia!

Logo, tirando o chapéu de alguma maneira esdrúxula, que não deverá mias executar além daquela ocasião (os demais sinais permanecem os mesmos), dirá as palavras de sua recepção da seguinte maneira:

Eu venho aqui, eu, o mais jovem, o último aprendiz que foi recebido, pois o jurei Por Deus e por São João, pelo esquadro e pelo compasso, e pelo juiz universal. A assistir a meus mestres no serviço da honorável Loja maçônica desde segunda-feira pela manhã até na sábado a noite, para guardar as chaves, sob pena de ter a garganta cortada, e de ser sepultado na praia no limite das marés, ali onde ninguém saiba.

Então fará novamente o sinal riscando com sua mão uma linha sob o queixo atravessando a garganta, para significar que isto lhe será acometido caso de venha a romper seu juramento. Depois todos os maçons presentes devem murmurar a palavra entre eles, principiando do mais novo até finalmente chegar ao mestre maçom[16], que dará a palavra ao aprendiz que se inicia.

Neste ponto é necessário sinalizar que todos os sinais e palavras qual se fazem são apenas os que pertencem ao grau de aprendiz, mas para ser um mestre ou companheiro há mais a ser realizado, qual se segue.

Em primeiro lugar, todos os aprendizes devem ser retirados da assembleia, e a ninguém será permitido ficar exceto os mestres.

Então, aquele que vai ser recebido como membro da assembleia deve ficar de novo de joelhos, e pronunciar outra vez o juramento que lhe foi dado, depois do qual deve desta assembleia com o mestre mais jovem a fim de aprender as posturas e os sinais do companheirismo. Depois deve novamente entrar, fazer o sinal de mestre e dizer as mesmas palavras da sua entrada, omitindo apenas (a parte) sobre o juiz universal. Logo os mestres murmuram a palavra entre eles começando pelo mais jovem, como antes. Depois disto, o maçom mais jovem deve avançar e ficar na postura na qual deve receber a palavra, e dirá em voz baixa ao maçom mais velho:

Os dignos mestres e a respeitável assembleia o bem saúdam, eles bem saúdam, eles bem saúdam.

Depois o mestre lhe dá a palavra e toma sua mão à maneira dos maçons. Isto é tudo o que deve fazer-se para fazer dele um perfeito maçom.

[Os maçons operativos e cada vez mais os maçons não-operativos que se juntaram a eles, usaram este ritual no final do século XVII e no XVIII. Não se sabe se esta forma cerimonial foi usada antes que William Schaw viesse a se envolver. De todo modo, é altamente provável que ele tenha feito algumas mudanças no que quer que existisse, mesmo que apenas para formalizar aqueles procedimentos. A instrução de Schaw em memorizar o ritual, com a imposição de multas (caso o contrário), pode inadvertidamente ter provocado que ele fosse escrito a revelia, explicando erros e discrepâncias no texto.]

Autoria de Tiago Roblêdo M\ M\
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REFERÊNCIAS


[1] Excerto adaptado de " Revelando o Código da Maçonaria" em sua versão em inglês dada a relevância dos comentários do autor sobre o texto original (que estarão marcados por colchetes [] no texto que segue), seu autor, Robert LD Cooper. Robert Cooper é o curador do Museu Maçônico Escocês da Biblioteca no Hall do Maçom em Edimburgo. Em tempo, novas notas (em rodapé) foram acrescidas para melhor compreensão do texto, e adicionada à segunda parte do manuscrito que originalmente não consta no livro.
[2] Apesar de haver outros manuscritos ou documentos oriundos do Reino Unido da tradição maçônica mais antigos, o Edinburgh Register House MS é o de datação mais remota qual pode ser classificado como ritual, no sentido de que seu conteúdo traz um conjunto de gestos, palavras e formalidades imbuídos de um valor simbólico.
[3] William Schaw, Mestre de Obras de Sua Majestade, o rei James VI, e Venerável Geral do Ofício, foi um grande reformador da administração maçônica de sua época, tipo com um dos pais da maçonaria moderna.
[4] Posteriormente designadas como Cerimônias de Iniciação e Elevação respectivamente.
[5] Outros autores especulam que a estrutura operativa havia sido simplificada no âmbito especulativo, e que tal estrutura original contava até mesmo com mais de três graus (ver Clement Edward Stretton).
[6] Este termo veio a incidir em alguns textos maçônicos antigos para designar a figura hoje conhecida como Venerável Mestre.
[7] Algo como “Escocês Medieval”, língua utilizada entre 1450 e 1700.
[8] Notadamente as Três Grandes Luzes (ou Emblemáticas) São o Livro da Lei, o Compasso e o Esquadro, enquanto as Luzes são o Venerável Mestre e o 1º e 2º Vigilante.
[9] O termo “Pedra Perpianhada”, originalmente surge no texto como Perpend Esler, é uma importante pedra empregada na construção de paredes de alvenaria, mas, ainda não é a pedra perfeita de cantaria qual um membro do Ofício era obrigado a reproduzir como uma peça de teste nas Lojas operativas. No entanto, os primeiros maçons especulativos denominaram lhe de “Perfect Ashlar” (Cantaria Perfeita), possivelmente derivando “perpend” (perpendicular) para “perfect” (perfeito). Em Lojas especulativas o Perfect Ashlar foi substituído mais tarde pela Pedra Cúbica, finamente polida, usual das Lojas modernas. A Perpend Ashlar passa através da parede a partir da face interior para a face externa, prendendo as camadas da parede em conjunto, para prover uma maior firmeza à construção. As faces das extremidades de um Perpend Ashlar são trabalhadas para se conformar com os acabamentos das faces expostas nas paredes, mas todas as outras faces são abrochadas para proporcionar uma boa ligadura no decurso da construção. O Pavimento Mosaico (Square Pavement no original), para a qual uma grande quantidade de simbolismo se atribui, não é mais tido como joia e é geralmente classificado como ornamentação da Loja. O “'broad oval” (ou “broached ornel”) pode ter sido uma pedra que tinha sido lavrada ou abrochada (broached), ou seja, picada, recuado, ou franzida. Pritchard, em 1730, cita ainda “Broach'd Thurnel”, seu texto sugere que "Broach'd Thurnel” foi outra pedra e não uma ferramenta de pedreiro e seria empregado para treino dos aprendizes no manuseio de suas ferramentas, considerando isso, seu estado não deveria ser (plenamente) polido.
[10] Ashlar na linguagem dos construtores, pedra tirada das pedreiras normalmente destinadas à cantaria.
[11] Termo semelhante ao designado por pedra-franca (qual poderia denominar os Francos-maçons).
[12] Perpend Esler.
[13] O fígado (e as vísceras) nas antigas tradições era associado aos instintos e vontades, aqui também pode ser feita uma analogia ao mito de Prometeu que como castigo por ter dado o fogo dos deuses aos homens, tinha seu fígado devorado (e regenerado) diariamente por uma águia.
[14] Este mesmo simbolismo faz parte da instrução de certo Grau na qual se diz que o segredo dos Mestres é conservado em um cofre de coral rodeado de marfim (a boca), que só abre por meio de uma chave preciosa (a língua) e qual a conservação todos devem zelar com o maior cuidado.
[15] Toques.
[16] Venerável Mestre.

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