Philo Musicae et Architecturae Apolloni Society – Uma sociedade de músicos maçons
Por Luciano R. Rodrigues
INTRODUÇÃO
A Sociedade “Philo Musicae et Architecturae Apolloni” tem sido objeto de inúmeras pesquisas e textos, e especialmente como artigo incluído na enciclopédia de Albert G. Mackey. Ela é mencionada na obra de Goblet d’Alviella “Des origines du grade de maitre dans la franc-maçonnerie” (As origens do grau de mestre da franco-maçonaria).
A Ars Quatuor Coronatorum publicou uma série de trabalhos relativos a esta sociedade, entre os anos de 1970 e 1995.
No que diz respeito as investigações efetuadas acerca dos três primeiros graus da Maçonaria “moderna”, a referência é do livro “Hiram et ses frères : Essai sur les origines du grade de Maître” (Hiram e seus irmãos: Ensaio sobre as origens do grau de Mestre) de Roger Dachez.
A SOCIEDADE
O primeiro catecismo Maçônico conhecido, foi introduzido pelo Grão-Mestre Sir Christopher Wren em torno de 1685. O termo usado, em seguida, foi “exame” e ao contrário dos que se seguiram, foi muito conciso. Sabe-se que os maçons da época basearam seus modos de reconhecimento em sinais e toques, mas ainda deixando algumas perguntas e respostas, conforme abaixo:
“Pergunta: Qual o vosso nome?
Resposta: Aprendiz Ingressado – Lewis ou Precaução.
Resposta: Companheiro de Ofício – Geometria ou Esquadro.
Resposta – Mestre Maçom – Acácia ou G….”
Esta distinção nas respostas não indica de maneira confiável que a organização do Ofício se baseava em três graus claramente diferenciados por formas rituais distintos. No entanto, se trata de três respostas diferentes onde os elementos ainda estão presentes no dia de hoje.
Quanto à distinção real entre o Mestre Maçom e o Venerável Mestre (Mestre da Loja), não temos, até hoje, elementos precisos para afirmar que a ritualística e a diferenciação, existiam antes da primeira metade do século XVIII.
Acerca do estudo dos rituais que se acredita ter sido praticado pelos maçons no início do século XVIII, necessariamente temos que citar uma característica particular da época cuja prática não sobreviveu, eram as sociedades paramaçônicas e especialmente musicais, onde as atividades e a administração dependiam de uma loja.
A “Philo musicae et Architecturae Apolloni Society” foi uma dessas sociedades.
A cópia de “Minute Book” (Livro de Atas) desta sociedade foi doada ao Museu Britânico por John Henderson em 1859. O documento indica que a sociedade foi fundada em 18 de fevereiro de 1725 em um estabelecimento chamado “Queen´s Head” perto do Temple Barr em Londres, POR por uma loja que tinha o mesmo nome.
Francesco Geminiani
O grupo fundador foi liderado por Francesco Geminiani Xaviero (1687-1762). Ele ainda era um “aprendiz admitido” no momento da criação da “Sociedade” e era muito conhecido no meio musical.
Giminiani foi para Londres em 1714, ele foi um compositor virtuoso e professor de violino. Ele era um antigo discípulo dos músicos Corelli e Alessandro Scarlatti. Também era colecionador e comerciante de pinturas e quadros.
Apesar de Geminiani ser ainda um aprendiz, é provável que um de seus conhecidos, um membro fundador da Grande Loja de Londres, John Clerk, Barão de Penicuik, também músico e ex-aluno de Corelli, muito conhecido em seu tempo por suas composições de inspiração Escocesa, também estivesse envolvido na criação desta sociedade. Acredita-se que pelo fato dos dois terem sido ex-alunos da “Accademicia Arcadia” de Corelli, foi o Barão que indicou o seu amigo para a Maçonaria.
Em 1903, a Loja de Pesquisas Ars Quatuor Coronati, como parte de seus estudos sobre os antigos textos fundadores e as estruturas maçônicas do século XVIII, introduziu o “Minute Book” desta associação em suas crônicas, Ars Quatuor Coronatorum (Vol. XVI): artigo escrito por R.F. Gould com o título de “Philo Musicae et Architecturae Societas Apollini. ”
A cópia dos trabalhos da “philomusicae” nos apresenta uma informação especialmente importante para a história da Maçonaria e do estudo dos antigos rituais, nada menos do que a primeira menção explícita dos três graus conhecidos até hoje, com a elevação de um ao outro.
Lista de lojas onde pode-se observar a Philo Musicae no final.
O arquivo da Grande Loja de Londres indica que a loja “Queens Head”, é a origem da fundação desta sociedade musical, e estava registrada como se reunindo em Hollis Street perto de Oxford Square. Isso é um pouco surpreendente, já que os dois locais são muito distantes uns dos outros e poderia significar que aquela não era a mesma loja ou que houve uma separação formal entre a sociedade e a loja.
No entanto, o “livro de atas” nos informa que a Sociedade estava hospedada na loja e sua reunião anual era na quinta-feira seguinte ao dia de São João Batista.
O registro fornece outras informações importantes, que é a adoção do Padroeiro dos maçons “modernos” desde a fundação da Grande Loja em 1717.
Com relação a esta distância, a questão que surge é a de como eram as reuniões da loja e como tratavam os grupos afiliados na maçonaria especulativa inglesa. A indicação de lugares separados para organizar reuniões confirma, as dúvidas sobre a origem “operacional” da Maçonaria de Londres. Muitos sugerem que as reuniões das lojas no início da Maçonaria especulativa não era como hoje, pois não tinha um local fixo.
Sabe-se que na primeira metade do século XVIII, as lojas estavam começando a se estabilizar, seguindo um costume que começou no século anterior, que era o de se reunir regularmente de acordo com um calendário aprovado. Isso é o que tende a confirmar as crônicas da sociedade “philomusicae” em relação as reuniões de sua loja de referência.
A indicação de loja em uma taverna que servia aos dois grupos sugere uma complementaridade entre a loja fundadora e sua associação, como se a última fosse um espelho da primeira, mais discreta, e por outro lado, a inauguração da associação no Temple Barr tinha sido por razões práticas, independentemente da regularidade das reuniões.
Se pode pensar também, e isso pode ser um motivo para outros tópicos de pesquisa, que a sociedade foi fundada para dar apoio ao cargo responsável pela harmonia, durante as reuniões da loja maçônica.
Este ponto merece ser notado, na medida que nos faz pensar que poderia haver uma forte complementaridade entre as estruturas, mas também ir mais longe, podendo ter criado outras associações paramaçônicas com objetivos diferentes.
Não esqueçamos que a maçonaria livre e aceita se apresentava como um “facilitador” de intercâmbios e pesquisas, se a música pôde servir como um vetor para essas trocas, o que ocorria com as outras artes liberais?
Sobre este ponto, sabe-se que a “Druid Order” (Ordem dos Druidas) fundada nesse mesmo ano de 1717 e que se tornou mais tarde “The Ancien and Archeological Order of Druids”, não aceitava membros que não fossem maçons. Tal regra não desapareceu dos seus estatutos até 1874, sessenta anos após o Ato de União de 1813.
Brasão de armas da Philo Musicae
O fato de que todos os membros fundadores da Sociedade pertenciam a loja “Queen´s Head”, nos permite formular uma série de questões, tanto sobre a identidade das duas estruturas, como sobre o registro da loja “no oriente” de Hollis Street.
Pelo menos até 1726 não temos disponíveis elementos concretos no que diz respeito às obrigações das lojas sobre locais de reuniões, sejam eles, templos ou tabernas. Pelo contrário, sabe-se apenas que a partir desse ano que a Grande Loja de Londres começou a se dispersar nos subúrbios da capital, costuma-se pensar que este desenvolvimento foi a extensão natural dos frequentadores e o aumento no número de membros.
Para o presente caso, é muito difícil saber se a Sociedade e a Loja foram duas entidades separadas, pois, a “Philo musicae Society” é sempre apresentada como uma simples associação de amantes da música e não apenas de músicos, mas todos eram maçons.
É nesse ponto específico que se sugere no início do texto, sobre os “pilares da harmonia”. Sabe-se que nos ritos anglo-saxões, desde o início do século XIX, existia oficialmente um cargo de organista herdado de práticas antigas.
No que diz respeito às lojas e suas relações com as associações que se desenvolveram, faltam documentos com regulamentos e práticas, mas acredita-se que eram distribuídos informativos indicando o local de encontro, o que não nos permite dizer, com certeza, se havia uma regra escrita ou implícita, aplicável às lojas, apesar de haver uma certa distância entre elas.
Por outro lado, sabe-se que as lojas muitas vezes levavam os nomes das tabernas em que se reuniam e que o cargo de “cobridor externo” (Tyler) é uma herança de certa prática das lojas. A porta deveria ser protegida externamente para garantir a descrição dos trabalhos na época dos “construtores”. Aparece assim, a questão da identidade da loja “Queen´s Head” inscrita no quadro da Grande Loja de Londres.
O fato da ata indicar que a Sociedade foi fundada por membros da loja, significa que essa existia antes dela. Por certo, que poderia ser um exemplo de uma possível, chamada “Loja de Aceitação” do século XVII que ninguém sabe quem tomou a iniciativa de criar ou por que razão, conhecida apenas por algumas linhas enigmáticas do diário de Ashmole, citado como um testemunho da transição especulativa e que bem poderia ter sido nada mais do que uma espécie de clube formado por fora da Companhia de Maçons de Londres (London Mason’s Company), que foi realmente a única Guilda organizada que se conheceu na Inglaterra, para o ofício dos maçons, e de onde a autoridade não escapou jamais do controle de Londres. A “Loja de Aceitação” ficou na história dos poucos vestígios documentais, em 1610 e depois em 1686 em relação com Elias Ashmole.
Não se conhece nenhuma outra estrutura comparável na Inglaterra daquela época e nem mais tarde, que se revele ou justifique, uma ligação entre a antiga London Mason’s Company e a maçonaria dos “modernos”. No entanto, Ashmole não indica em nenhum momento, que os homens de que estava falando, eram construtores e não sabemos se existia algum documento atestando que as pessoas estranhas ao Ofício, tinham sido admitidos em lojas operativas inglesas.
Se fosse esse o caso, porque os membros da “Queen´s Head” não estiveram presentes na fundação da Grande Loja de Londres?
Esta hipótese não é, obviamente, muito confiável, e é citado aqui simplesmente para dizer que a antiga guilda ou Companhia, não deixou vestígios convincentes que nos permitam pensar que as lojas passaram de uma para a outra.
Por isso, provavelmente, não aparecem como outra coisa que não uma espécie de sindicato dos trabalhadores da construção civil na capital britânica, demonstrando de modo confiável, os seus laços com os fundadores de 1717.
Nenhum membro, conforme o artigo 17 do Estatuto, poderia ser admitido na “Sociedade Philomusicae” se não fosse maçom. Essa condição para a adesão envolve algumas perguntas que revelam uma certa importância na história da Ordem:
– Em primeiro lugar, se a Sociedade PhiloMusicae iniciava ela mesma, membros não-maçons e concedia graus, o termo sociedade não seria um substituto do termo loja?
– Seria um nome temporário para uma loja em formação? Se esse não for o caso, porque acreditar que as sociedades paramaçônicas podiam conceder graus que a loja mãe poderia ter feito?
– Como consequência: a concessão de um terceiro grau por essas estruturas, teriam um valor mais administrativo?
– Tal situação viria do fato de que o ritual utilizado na loja, impediam as “comunicações” ou “pranchas”, como hoje, no caso do ritual emulação?
Sabendo que os “modernos” vieram principalmente da Royal Society e no mesmo ano, foram criadas pelo menos três sociedades notáveis, a Maçonaria, a Ordem dos Druidas e a “Society of Antiquaries”, constatando uma prática ritualizada, exclusivamente da maçonaria, oferecendo um ângulo de visão interessante sobre o que iria se tornar o conflito entre os “antigos” e os “modernos”.
Assim como a ciência desenvolveu diversas especialidades, as sociedades paralelas, poderiam completar o objetivo maçônico. Por mais informal que possa parecer, o hábito de criar este tipo de “sociedades de músicos” parece ter seguido os passos de Maçons de Londres que se instalaram na França. Esta moda se espalhou por todo o continente muito tempo após o “Philo musicae” de Londres já ter sido dissolvida.
Sabe-se há muito tempo que o número de maçons entre os músicos foi particularmente elevado na França. Sabe-se também que o sucesso destas associações não é explicado apenas pela amizade e o patrocínio que poderia gerar.
O músico, maçom e escritor Gérard Gefen, no seu livro “Les Musiciens et la franc-maçonnerie” (Os músicos e a maçonaria) diz:
“Na estrutura excessivamente rígida da sociedade francesa, as lojas maçônicas foram o lugar onde as diferenças de nascimento e condição se cruzavam, pelo menos em teoria.
Tal impressão de igualdade era estimável para os membros das classes burguesas, mas não conseguia atrair os músicos. Ao contrário da Inglaterra, onde a profissão tinha apreciado por muito tempo uma honra incontestável (membros da Capilla Real eram chamados de senhores), músicos franceses eram considerados primos próximos a idiotas: comediantes …”. Capilla Real era um corpo de músicos que servia a Corte Real.
O que se pode constatar é que, também dominada pelos maçons, as associações francesas desempenharam no século XVIII um papel muito importante na vida musical e no desenvolvimento do teatro musical do final do século. Isso estava em evidência na época da Revolução, especialmente pelo fato de que o círculo fechado da maçonaria assegurava de uma só vez, público constante e os meios de criação de novas obras.
No entanto, as fontes disponíveis hoje em dia, indicam que durante os dois anos de existência, a “Philo-musicae Society” estava formada por dezoito maçons quando de dissolveu em 23 de março de 1727. Parece que a sociedade teve uma vida muito curta, considerando o modo como surgiu.
Há fortes indícios de que o fim abrupto foi devido aos protestos do Grão-Mestre James Hamilton, 7º Duque de Abercon, que a desprezada fortemente, desde o ano anterior a sua dissolução, a prática de associações com lojas, o que aumentava a preocupação.
O Grão-Mestre insistia que apenas as lojas regulares tinham autoridade para iniciar e conferir graus aos maçons. Essa situação atraiu a atenção de seu sucessor, William O’Brian, Conde de Ichiquin, sobre o inconveniente de conferir as “sociedades”, o direito de iniciar Maçons e decidiu proibir na Inglaterra, a prática de formar associações paralelas ou clubes paralelos, tendo em conta que uma loja para ser considerada legítima, deveria ter recebido a patente da Grande Loja de Londres.
Outro argumento é que a Maçonaria na medida em que permitiria tal forma de desenvolvimento, não tinha nenhum controle sobre a regularidade das ações, nem sobre a estruturas destas associações.
Este pequeno grupo de músicos, que era visto como insignificante e ignorado pelos historiadores, em sua ata de 12 de maio de 1725, atraiu a atenção para o fato de que a loja-sociedade conferia dois graus acima do grau de “Aprendiz”, ou seja, o de companheiro e o de mestre, que apareciam como uma novidade ….
“Nossos bem-amados irmãos e diretores desta mui venerável sociedade cujos nomes aparecem abaixo:
Irmão Charles Cotton e Irmão Bola Papillon – Foram regularmente passados a Mestres.
Irmão F.X. Geminiani – Foi regularmente passado a Companheiro e a Mestre.
Irmão James Murray – Foi regularmente passado a Companheiro”
Comunicação da sociedade
Este “Philo musicae Society minute book” (Livro de Atas), está preservado no Museu Britânico e pode ser o mais antigo registro escrito, conhecido atualmente, onde consta a existência de um terceiro grau.
Além disso, é um documento precioso sobre a organização da Maçonaria antes de 1730, que envolve transmissão graus, comunicação e iniciação, com as organizações particulares que poderiam ser desenvolvidas fora da loja.
Mesmo que essas sociedades musicais fossem restritas a maçons, nada indica que o trabalho de natureza não maçônica estava presente em suas reuniões. Isso parece ter sido mais uma razão para a proibição feita contra eles.
No entanto, esta prática nos traz à dúvida sobre a verdadeira natureza de tais sociedades …..
– Será que havia sido transferido a eles parte da autoridade da loja que eles faziam parte?
– Será possível que a definição de loja daquele tempo não era tão clara como conhecemos hoje?
… os elementos para estas respostas provavelmente serão encontrados no “nomadismo” que abordamos antes.
Em outras palavras, os maçons da “philomusicae” faziam isso por força do hábito, por ignorância da maçonaria ou simplesmente pelo fato de que as estruturas criadas em 1717 por seus fundadores, não tinha nada mais do que as ferramentas cujas formas eles copiaram?
Se fosse por hábito, de onde veio o grau de Mestre e de onde se conhecia a existência e a transmissão da “palavra”? Se fosse por ignorância, porque esse nome (Mestre) em vez de outro título mais elogioso? Seria o título de mestre dado aos mestres da música?
Essa última pergunta que incentiva alguns historiadores da maçonaria a considerar que o grau de Mestre não tinha sido inventado naquele momento, mas somente para diferenciar os membros que participavam da Sociedade Musical, dos demais maçons da loja.
Essa teoria é, obviamente, incompatível com a eleição dos Maçons “modernos”, como Anthony Sayers no exercício do cargo de primeiro Grão-Mestre da Grande Loja de Londres. A principal razão dada para esta escolha foi a qualidade de mais antigo Mestre Maçom, embora livreiro de profissão.
Portanto, se um livreiro poderia ser um Mestre sem ser Grão-Mestre, isso significava que o grau sempre existiu na maçonaria especulativa e, consequentemente, que alguma forma de grau de Mestre era praticado, como o argumento de “mestre mais antigo” leva-nos a pensar que era um mestre de longa data, e bem antes de 1717.
Se essas associações musicais foram concebidas com diferentes propósitos, como o de desenvolver certos modos de investigação ou vias filosóficas, então é possível pensar que a criação deste tipo de sociedade foi criada com o objetivo de sistematizar a construção dos “pilares da harmonia” usadas nas lojas…. Limitando a música a uma estrutura externa que não significa, necessariamente, dar-lhes todas suas prerrogativas.
A música fazia parte da vida da Corte e torna-se lógico pensar que os Mestres não gostariam de deixar para os cortesãos os direitos que eram próprios deles. Pode-se entender que este “hábito”, poderia confirmar a existência de uma forma mais “inovadora” de Maçonaria moderna, que parece ter se tornado um problema para o Grão-Mestre.
“De fato, as autoridades da Grande Loja de Londres parecem ter mostrado a princípio uma certa indulgência em relação a Philo Musicae.
Os sete principais oficiais e fundadores da sociedade foram convocados para ir a Grande Loja em 1725, sem dúvida, a fim de regularizar essa situação.
Eles não se preocuparam a responder ao convite. Em dezembro de 1725, o Duque de Richmond, Grão-Mestre, envia uma carta ao Philo Musicae exigindo explicações sobre a recepção de maçons irregulares que estava ocorrendo na sociedade.
As atas deste último, testemunham que a solicitação foi tratada com desdém, mas com raiva: certamente as limitações obedienciais eram mal recebidas naqueles primeiros anos da maçonaria organizada, as reações dos membros da Philo Musicae só podiam ser explicadas pelo prestígio de seu desempenho nas noites musicais ….”
Este “hábito” potencial das sociedades “fraternas” nos apresenta uma pergunta: As associações criadas ou associadas com lojas, “faziam” maçons e os elevavam aos três graus, incluindo o ensino da lenda de Hiram?
Se fosse esse o caso, era uma lenda maçônica ou um mito extraído do folclore e introduzido na Maçonaria por estas práticas para-maçônicas?
Na verdade, ele não diz em nenhum lugar que os maçons recebidos em suas cerimônias tinham sido despojados de tal qualidade após o encerramento da Sociedade, o que dá a entender que havia uma regularidade da cerimônia.
Concluindo, o texto acima nos dá um vasto campo de dúvidas sobre a maçonaria do início do século XVIII, muito mais perguntas do que respostas, o que é muito bom para o investigador da verdade que assim continua suas pesquisas…
Texto extraído do blog www.oprumodehiram.com.br
Bibliografia
Jean Bossu – Renaissance Traditionnelle, Nº 35, Julho de 1978 – Philo Musicae et Architecturae Apolloni Society
Ars Quatuor Coronatorum – Nº 16, 1903 – Philo Musicæ et Architecturæ Societas Apolloni: A Review – R.F. Gould
GOBLET D’ALVIELLA – 1907 – Des origines du grade de maitre dans la franc-maçonnerie
Roger Dachez – Hiram et ses frères : Essai
sur les origines du grade de Maître
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