sábado, 25 de fevereiro de 2017



O OLHO DA PROVIDÊNCIA (1) NO SIMBOLISMO MAÇÔNICO


Sérgio Koury Jerez

Diferentemente de alguns dos símbolos adotados na maçonaria, como o compasso, o esquadro e outros que notadamente são artefatos criados pelo homem e de uso corrente na maçonaria operativa, o Olho da Providência contido dentro de um triângulo é, em si mesmo, um símbolo de símbolos, que procura, de um modo peculiar, nos transmitir a idéia de onisciência do Grande Arquiteto do Universo.
Para entendê-lo – e nesse particular ele se comporta como os demais símbolos – é preciso que empreendamos uma longa viagem ao passado, embora saibamos que sua origem real estará sempre além, nos confins do tempo, da capacidade humana de documentar idéias.
Egípcios, acádios, assírios e babilônios

Começamos, como qualquer pesquisador que queira entender a simbologia adotada pelas sociedades ocidentais, a procurar as raízes do Olho da Providência nas civilizações antigas, em especial na egípcia e suas contemporâneas da Mesopotâmia. E, na nossa caminhada, vamos acabar por constatar que em todas as culturas originárias daquela região, como as dos assírios, babilônios e acádios, além dos próprios egípcios, reverenciava-se um deus que era representado por um anel alado.


Anel alado Assírio (foto tirada no Museu Britânico por Robin Edgar)

Parece haver consenso entre os estudiosos de que o anel alado é uma referência ao Sol, que cruza os céus do oriente ao ocidente, “voando sobre a Terra” como se tivesse asas.

Há uma hipótese um pouco mais elaborada, mas nem por isso destituída de fundamento, de que o anel alado representaria o eclipse do sol. A julgar pela foto abaixo, isso é bem plausível. E, se assim for, é possível que uma derivação do anel alado (e do eclipse que ele representaria) tenha dado origem à lenda da Fênix. Mas essa é uma outra história…


Eclipse do Sol, foto de Steve Albers

Ao longo dos mais de cinco mil anos de história do Egito antigo, o símbolo do anel alado passou por algumas mutações e o anel foi gradualmente deixando de ter a forma primitiva para se transformar em um olho.

O Olho alado egípcio (foto tirada no Museu Britânico por Robin Edgar, em agosto de 1999)

Talvez tenha sido nessa mesma época que, para os egípcios, o olho passou a ser um atributo da deusa Maat . [2]

Maat (ou ma’at), filha de Ra [3] , o Deus-Sol, era, para os antigos egípcios, o conceito da verdade, justiça e equilíbrio. Os juízes, por exemplo, eram considerados sacerdotes de Maat.

Sentada no Salão de Julgamento de Osíris, Maat julgava as almas dos mortos. O olho de Maat podia ver tudo e era com base nesse poder que a deusa decidia se, pelos atos praticados, o recém-falecido tinha ou não o direito a uma nova oportunidade de vida e qual seria ela. Sem Maat, portanto, o processo de criação e de renovação do Eu, que era parte da tradição egípcia, ficaria comprometido.
Com o tempo, porém, Maat acabou emprestando seu símbolo a Horus, e o olho passou a ser associado àquele deus.
Duas versões do Olho de Horus

A lenda de Horus

Horus era um dos mais importantes deuses egípcios. Um deus-sol representado como um falcão, ou como um homem com cabeça de falcão, cujo olho direito representava o Sol e, o esquerdo, a Lua.
O olho direito de Horus: o Sol O olho esquerdo simbolizava a Lua

Diz a lenda que durante a batalha com Set para vingar o assassinato de Osíris, seu pai, Horus teve seu olho arrancado e cortado em pedaços. Depois da vitória, o olho foi recomposto por Thot .[4]

O símbolo era um amuleto poderoso. Considerava-se que trazia sabedoria, saúde e prosperidade. O olho era pintado em barcos e outros objetos pedindo proteção divina. Jóias representando o olho eram colocadas com os mortos e pintadas nos sarcófagos. Era chamado de udjat ou utchat.

O Olho de Horus tinha um significado muito peculiar. Era representado como uma figura com 6 partes, que correspondiam a seis sentidos – Tato, Paladar, Audição, Pensamento, Visão, Olfato. O olho era o receptor e processador desses sentidos. Algo assim como se tivesse as funções que hoje em dia atribuímos ao cérebro.

Sua construção seguia leis muito precisas. Os sentidos eram ordenados de acordo com sua importância e de acordo com quanta energia deveria “alimentar” o olho para que um indivíduo recebesse uma determinada sensação. Todos os dados sensoriais eram “alimentos”.
À partir de aproximadamente 1200 a. C., o sistema de medida egípcio passou a adotar o Olho de Horus para representar um sistema de quantificação fracionária. 
.
O olho inteiro media 1 heqat. E cada uma das partes do olho media frações do heqat.

Estas eram as partes do Olho de Horus e as frações e sentidos [5] correspondentes:


Pitágoras e a Trindade

Filósofo e matemático grego nascido no ano de 580 a.C na cidade de Samos, Pitágoras deixou sua terra natal para escapar da tirania de Polícrates e foi para o sul da Itália em aproximadamente 518 a.C. (antes, segundo alguns). Iamblico, um de seus maiores biógrafos, dá outras razões para sua partida e faz um comentário sobre a resposta dos samianos aos métodos pedagógicos usados pelo sábio:

“… ele tentou usar seu método simbólico de ensinar que era similar em todos os aspectos às lições que ele havia aprendido no Egito. Os samianos não eram muito afeitos a esse método e o trataram de maneira rude e imprópria.”

Em Croton (hoje Crotona), Pitágoras fundou uma ordem ou escola filosófico-religiosa que teve muitos seguidores. Seus discípulos mais próximos eram conhecidos como mathematikoi.

Os mathematikoi viviam permanentemente na escola, não tinham posses pessoais e eram vegetarianos. Usavam como símbolo uma estrela de cinco pontas que era marcada em suas mãos. Obedeciam regras rígidas e eram ensinados pelo próprio Pitágoras, que defendia que:

• no seu nível mais profundo, a realidade é o número (e, por extensão, a matemática) aplicado à natureza;
• a filosofia pode ser usada para a purificação espiritual;
• a alma pode elevar-se e unir-se ao divino;
• certos símbolos têm uma significação mística, e;
• todos os irmãos da ordem deveriam observar lealdade rígida e segredo.

Não obstante seus biógrafos atribuam seu nome a uma homenagem a Pítia, profetiza do templo de Apolo, em Delfos, mais a palavra ágora, que significa lugar (de pessoas), me atrevo a sugerir uma outra etimologia para ele. Segundo o Houaiss, ágora é a praça principal das antigas cidades gregas, local em que se instalava o mercado e que muitas vezes servia para a realização das assembleias do povo; formando um recinto decorado com pórticos, estátuas etc., era tb. um centro religioso. A ágora ἀγορά, também “assembleia”, “lugar de reunião”, derivada de ἀγείρω, “reunir” é um termo grego que significa a reunião de qualquer natureza, geralmente empregada por Homero como uma reunião geral de pessoas. Parece ter sido uma parte essencial da constituição dos primeiros estados gregos.

Como é sabido, Pitágoras, ainda jovem, percorreu a maior parte do mundo civilizado daquela época colhendo os conhecimentos que seriam a base para seus futuros ensinamentos. Concentrou-se especialmente no Egito e de lá trouxe certamente tudo o que se poderia saber então sobre a arte de construir, ainda que, é bom que se diga, a nação que um dia tivera Ramsés II como faraó já não vivesse seus dias de maior esplendor.

Foi lá, provavelmente com os sacerdotes do deus Ptah – deus egípcio dos construtores, arquitetos, pedreiros, escultores, artesãos, ferreiros e artistas – que Pitágoras tomou contato com as técnicas de divisão da circunferência que levou para a Grécia, assim como deve ter sido nos templos de Horus que aprendeu as noções de retidão, justiça e de saúde que transmitia a seus discípulos.

Como Ptah é não só o deus, mas o conjunto de qualidades inerentes a ele, todos os discípulos de Ptah encarnavam, pela prática de seus conhecimentos, o próprio deus. Dessa forma, como o sábio grego teria se tornado, quando no Egito, um discípulo de Ptah, era, ele mesmo, um Ptah. Assim, por haver criado um centro de estudos onde repassava os conhecimentos que obteve dos egípcios, é razoável supor que seu nome seja proveniente das ágoras em devoção a Ptah, tornando-se, por isso, Pitágoras..

Pitágoras

Tudo o que se sabe de Pitágoras nos foi transmitido por terceiros, seus discípulos ou não. Um fato curioso é que as particulares relações entre os lados do triângulo retângulo, cujo teorema leva o seu nome e pelo qual ganhou fama, já eram conhecidas 1.000 anos antes de seu nascimento, pelos babilônios.

Pitágoras interessava-se por todas as questões inerentes ao homem, ao universo e à natureza de forma geral. Foi ele, por exemplo, quem percebeu que a órbita da Lua era inclinada no equador da Terra e foi também um dos primeiros a constatar que uma determinada estrela que era vista durante o anoitecer nada mais era do que Vênus, a estrela d’alva.

O que era fundamental para Pitágoras era a autenticidade do auto-conhecimento, a fim de que este fosse aplicado para o bem dos outros homens através do ensinamento santo e sagrado relativo à Tríade divina .[6]

Por meio do estudo dos polígonos, Pitágoras deu-se conta de que Deus tinha uma lógica para a criação de cada coisa. Bastava descobri-la.
A questão da Tríade ou Trindade como um símbolo de Deus pode ser explicada da seguinte forma:
1) Os pitagóricos (discípulos de Pitágoras) certamente acreditavam que o Grande Arquiteto do Universo, na sua perfeição, jamais iria criar algo que não fosse originalmente perfeito.
2) Julgavam que apenas os polígonos regulares [7] eram perfeitos;
3) Acreditavam que era possível criar qualquer figura geométrica regular utilizando, para tanto, apenas os pontos contidos no círculo;
4) Provavelmente, pensavam que a circunferência era uma metáfora do universo, onde a Origem era representada pelo ponto central [8] ;
5) Perceberam, também, que nenhum polígono pode ser criado dentro do círculo apenas com o ponto central, nem tampouco com o ponto central e mais outro ponto, já que dois pontos podem ser antagônicos [9] . Mas que, com três pontos, subitamente era revelada a glória da criação e nascia o mais simples e fundamental dos polígonos regulares: o triângulo equilátero.
6) Concluíram que o terceiro ponto é que justificava os outros dois, já que, para que houvesse a criação – e, portanto, para que o Criador também passasse a existir [10] – os três se tornavam mutuamente necessários, sem qualquer hierarquia entre eles.
Pontos são “apenas” pontos, por definição.
Para que exista a circunferência é necessário um ponto central. Para que o triângulo eqüilátero seja criado – ou seja, para que se realize a criação inicial, que precede todas as outras – são necessários três pontos ou, metaforicamente, três Forças Criadoras que poderíamos chamar, por exemplo, de Sabedoria, Força e Beleza ou Pai, Filho e Espírito Santo.


Os pitagóricos possivelmente as representavam assim através do desenho geométrico:

São três circunferências essencialmente iguais, indiferenciadas, da mesma forma que o são os três pontos centrais que lhes dão Origem. Os pontos são indistintos, porque não há como distinguir pontos. Quem conhece um conhece todos e quem conhece todos conhece apenas um. São iguais entre si. Podemos chamá-los de a, b e c, mas isso não os individualizará. Dado um ponto, jamais saberemos se é o a, o b ou o c. Não um ponto no papel, é claro; mas um ponto no espaço, no “éter”, na mente de um ser humano. Um ponto que é uma abstração, como é uma abstração qualquer idéia que se faça de Deus.

O triângulo, ou criação fundamental, é emanado dos três pontos sem que haja prevalência de qualquer um deles. Mas somente a junção dos três propicia a criação. Portanto, são os três que constituem a força única, o Criador, capaz de gerar o universo e todos os seus seres. Os três juntos são Um, o Único que é capaz de criar.

É esse triângulo, responsável pela existência simultânea de Criador e Criatura, que os pitagóricos reverenciavam e que o cristianismo adotou como seu.

A solução de Rinaldini e a Vesica Pisces

Desde as civilizações antigas o homem busca fórmulas gerais para a divisão da circunferência [11] . Os primeiros de que se tem notícia nessa busca foram os sacerdotes egípcios. Mas eles eram iniciados, e as técnicas construtivas que desenvolviam eram segredos que compartilhavam apenas com seus iguais e com seu deus Ptah. O pouco que se sabe sobre o que descobriram é pela análise de suas obras.

Depois, já com os filósofos e matemáticos gregos, a começar pelo próprio Pitágoras, a geometria foi se popularizando. Mas, talvez pelo fato dos matemáticos gregos não utilizarem pontos localizados fora do círculo para criar polígonos, não chegou aos nossos dias nenhuma teoria daquela época que fosse genérica, capaz de permitir a divisão do círculo em qualquer número de partes.
Somente no século XIII, Etienne Tempier, bispo de Paris, que condenava várias das proposições dos filósofos helênicos, desenvolveu uma solução para o problema, que até hoje faz parte dos currículos escolares. Carlo Rinaldini (1615-1698) e Nicolas Bion (1652-1733), também estudaram a questão e lançaram, cada um deles, processos que permitiam dividir o círculo em um número qualquer de partes, sendo o de Rinaldini considerado o melhor dos três.

Não vamos aqui detalhar o processo de Rinaldini, mas julgamos essencial apresentar sua aparência para que se perceba do que estamos falando.

A solução de Rinaldini para a divisão da circunferência

Curiosamente, como o leitor certamente já terá deduzido, a utilização da solução de Rinaldini é, no seu cerne, guardadas as proporções, comparável à do Olho de Horus para a divisão do inteiro em várias frações.

Um outro fato interessante é que, para obter sua solução, Rinaldini, que certamente conhecia bem o que chamamos de geometria sagrada, recorreu à Vesica Pisces [12] – muito utilizada pelos artistas do renascimento e pelos construtores dos arcos góticos – que é uma figura formada pela intersecção de duas circunferências que se tocam nos respectivos centros, como se vê na figura abaixo:
A Vesica Pices (área hachurada) tem uma propriedade que é muito particular: da relação entre os segmentos AB e CD nasce a raiz quadrada de 3, o que nos remete novamente à instigante natureza da trindade.

Detalhando um pouco mais, temos que:

Se dois círculos compartilham o mesmo raio (AB), sua intersecção cria a Vesica Pisces, onde CD dividido por AB é igual à raiz quadrada de 3, que é igual a 1,732.

A Vesica Pisces tem inúmeras conotações e correlações, boa parte delas dentro da tradição cristã, mas também está relacionada às pirâmides, astronomia, cabala etc.

Conclusão
Cremos que, por tudo o que os estudos de Pitágoras e seus discípulos representaram para o desenvolvimento das técnicas construtivas e para a evolução da humanidade, é razoável supor que o Olho da Providência contido no triângulo, e que é adotado como símbolo maçônico, tenha sido uma justa homenagem a quem, como eles, buscou incessantemente uma solução geral para a divisão da circunferência. Foram, não só por isso, mas também pelo conjunto de suas idéias, de fundamental importância para o aparecimento da nossa ordem. Como grande estudioso da geometria, no que tange a dividir o círculo em partes iguais, Rinaldini, que viveu mais de 2.000 anos depois de Pitágoras, talvez possa ser considerado o seu mais destacado discípulo, pois concluiu com êxito e perfeição a obra que o sábio e revolucionário mestre grego iniciou.

O símbolo do olho omnividente, no entanto, aparentemente jamais deixou de ser usado. Segundo S. Brent Morris, Past Master da loja Patmos no 70, de Ellicott City, Maryland, E.U.A. “Era parte da iconografia cultural popular nos séculos XVIII e XIX. Como foi durante esse período que o ritual e o simbolismo maçônico evoluiu, não é surpresa que muitos dos símbolos comuns e conhecidos pela sociedade em geral tenham sido levados para as cerimônias maçônicas. Em 1614, por exemplo, o frontispício de ‘A história do mundo’, de Walter Raleigh, mostrava um olho numa nuvem com o título de ‘Providentia’.”

Aquele que parece ter sido o primeiro uso “oficial” do Olho da Providência pela maçonaria, se deu (embora sem mencionar o triângulo) na publicação The Freemasons Monitor, quase 100 anos depois da morte de Rinaldini. Dizia, então, Thomas Smith Webb a esse respeito: “E embora nossos pensamentos, palavras e atos possam ser ocultados dos olhos dos homens, o Olho-que-tudo-vê, ao qual o Sol, a Lua e as estrelas obedecem, e sob cujo atento cuidado os cometas fazem suas estupendas revoluções, penetra nos recessos mais interiores do coração humano e nos recompensará de acordo com os nossos méritos”

Coincidência ou não, quatorze anos antes, os fundadores dos Estados Unidos da América já o tinham utilizado no Grande Selo da então nova nação, embora dos quatro homens que participaram da elaboração daquele brasão apenas Benjamin Franklin fosse maçom.

Devemos lembrar, estando nossa tese correta, é claro, que foram agregados ao desenho de Rinaldini alguns traços para que, efetivamente, ele corresponda à anatomia de um olho humano. Mas essa qualidade “humana”, me parece, não faz jus àquele a quem o símbolo realmente quer representar. Mesmo porque, o que de fato representaria o Grande Arquiteto do Universo nessa simbologia não é o olho como um todo, mas sua pupila. Além do triângulo, é claro!


Embora os templos do Palácio Maçônico, em São Paulo, exibam o triângulo contendo um olho esquerdo, nas pesquisas realizadas nada foi descoberto que pudesse indicar essa preferência. No entanto, parece haver um certo consenso entre estudiosos de que o olho representado dentro do triângulo deveria ser o da onisciência ou onividência, também chamado de olho frontal ou “terceiro olho”, com o qual a solução de Rinaldini parece ter mais identidade.

Para finalizar este artigo, talvez valha a pena fazer um apanhado geral de algumas das coisas que o Olho da Providência envolto pelo triângulo potencialmente representa: o Sol, a Lua, a onisciência do Grande Arquiteto do Universo, a verdade, a justiça e o equilíbrio, o retorno à vida pela reencarnação (eis a fênix mais uma vez), os sentidos, a justa medida, a prosperidade, a lógica do pensamento divino, a trindade, os cristãos, a saúde, a essência da criação e, do ponto de vista estritamente geométrico, a maravilhosa possibilidade de divisão do círculo em partes iguais, que, em última análise, tem sido a responsável pelo progresso da humanidade. É realmente fantástico que um único símbolo contenha em si todas essas idéias!

Mas, para quem se dedica a entender a geometria sagrada, esse símbolo guarda ainda uma última mensagem, talvez a mais especial, qual seja: Tudo emana do centro, do ponto central onde todas as coisas existem, em estado latente, pela vontade do Grande Arquiteto do Universo, esperando ser tornadas reais pela mente e obra humanas.


[1] Providência. [do lat. Providentia.] S.f. 1. A suprema sabedoria com que Deus conduz as coisas. 2. P.ext. O próprio Deus. 3. Prudência e presciência do futuro para acautelamento com relação a ele. …

[2] Maat, Ísis, Osíris, como Amon, Ptah, Horus etc., não eram, efetivamente, deuses ou deusas. Eles eram o que os egiptólogos chamam de neter, ou seja, aspectos, funções, atributos de um Único e Supremo Deus. O neter, erroneamente traduzido como deus ou deusa, era a personificação de energias, poderes, forças que, através de suas ações e interações criaram, mantiveram e continuavam a manter o universo.Não obstante, continuaremos a utilizar a denominação deus ou deusa ao longo deste artigo, por julgarmos que o leitor está mais familiarizado com ela do que com neter.

[3] Às vezes também, nas lendas egípcias mais antigas, confundido com Horus

[4] Thot ainda usou de magia para restaurar uma parte do olho, referente a 1/64, que havia sido perdida.

[5] Existem associações e deduções interessantes feitas com base nas relações entre sentidos e frações. Vide,por exemplo, na Internet, http://www.aloha.net/~hawmtn/horus.htm ou http://www.sangraal.com/library/eyesofhorus.htm

[6] Pitágoras acreditava que a própria Tríade não poderia ser compreendida a não ser que se considerasse sua relação com o Ponto. O Ponto, por sua vez, não poderia ser captado senão como Um com relação à Díade. E a Mônada e a Díade não poderiam ser completamente entendidas a menos que também fossem vistas em termos da Tríade. E assim as séries de números prosseguiam.

[7] Que possui todos os lados congruentes e todos os ângulos congruentes.

[8] Nesse aspecto, é intrigante como a teoria do Big Bang, respeitadas as diferenças de objetivo, é uma cópia mais elaborada da forma de pensar dos pitagóricos.

[9] “Mas toda tensão entre opostos culmina em liberação, da qual surge o “terceiro”. No terceiro, a tensão é resolvida e a unidade perdida é restaurada.” Carl G. Jung

[10] Pois sem criatura não existe criador e vice-versa.

[11] É preciso lembrar, nesse particular, que a procura por soluções desse tipo era considerada – como até hoje pode ser – uma busca para entender a forma de pensar do Grande Arquiteto do Universo. Ou seja, dividir a circunferência para que se possa criar todos os tipos de polígonos regulares é um dos primeiros passos rumo à compreensão da Suprema Inteligência.

[12] Do latim. Que, em português, significa bexiga de peixe.

Bibliografia
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Boucher, Jules – A Simbólica Maçônica – São Paulo, Ed. Pensamento.
Campbell, Joseph – As Máscaras de Deus – São Paulo, Ed. Palas Athena, 1992.
Campbell, Joseph – O Poder do Mito – com Bill Moyers, 1a edição, 2a reimpressão, São Paulo, Ed. Palas Athena, 1991.
Cirlot, Juan-Eduardo – Dicionário de Símbolos – São Paulo, Ed. Moraes Ltda, 1984.
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda – Novo dicionário da língua portuguesa – 1a edição, 15a impressão, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro.
Gebara, Ivone – Trindade, palavra sobre coisas velhas e novas: uma perspectiva ecofeminista – São Paulo, Paulinas, 1994.
Hawking, Stephen – Uma breve história do tempo: do Big Bang aos buracos negros – Rio de Janeiro, Ed. Rocco Ltda, 1988.
Hawking, Stephen – O Universo numa casca de noz – São Paulo, Ed. Mandarim, 2001.

Iyer, Raghavan – Pythagoras and his school – Santa Barbara, Concord Grove Press, November 1977 – http://theosophy.org/tlodocs/PitágorasandHisSchool.htm
Morris, S. Brent – The eye in the pyramid – http://www.srmason-sj.org/council/journal/dec99/morris.html
O’Connor J. J. e Robertson E. F. – Pythagoras of Samos –
Putnoki, José Carlos – Elementos de Geometria e Desenho Geométrico vol.II – São Paulo, Ed. Scipione Ltda, 1991
Schuré, Édouard – Os Grandes Iniciados – São Paulo, IBRASA, 1985

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