DOS DEMÔNIOS E FALSOS DEUSES
É infelizmente frequente – e, na última década, tem-no sido mais do que nas anteriores – ouvir-se os seguidores de uma religião atacarem e denegrirem os seguidores de outras. De cada lado se vê quem, aferrado às suas “razões”, esgrime argumentos teológicos, brande razões sociais e antropológicas, e por fim crava os ferros do mais baixo e vil preconceito. Em cada fação se incita o espírito de cerco, se exacerba a diferença entre o “nós” e o “eles”, e se exorta ao ataque e à conquista (pela força, claro) do outro, do herege, do infiel, do adorador de demónios. Sim, que quase todas as religiões, de um modo ou de outro, reclamam a posse da Verdade, o monopólio do Caminho, a exclusividade da Luz – o que, infelizmente, é interpretado por muitos como “quem não é dos nossos está condenado”.
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