O SOLSTÍCIO DE VERÃO
Por Luiz Marcelo Viegas
Como as questões práticas referentes ao solstício de verão, e suas interpretações pelos povos da antiguidade, já foram muito bem abordadas em artigos anteriores, sendo o último de autoria de nosso querido irmão Márcio Gomes por ocasião das comemorações de 2016, neste texto iremos tratar de como nós, maçons, podemos ver e comemorar esse acontecimento tão especial.
Lembremo-nos que, certa vez, cada um de nós foi apresentado como “aquele que estava desejoso de ver a Luz”. Alguém então pediu a Luz em nosso favor. E a Luz foi feita. E a Luz nos foi dada.
Mas compreendemos todos o significado dessa Luz? Aprendemos a enxergar com essa Luz? Permitimos que a Luz ilumine nossos caminhos?
A Luz que nos foi dada é o símbolo do conhecimento e da busca pela realização criadora. Iluminados pela quintessência que nos foi presenteada pelo Divino somos construtores no microcosmos. Como construtores, homens-deuses que trabalham para que seu templo interior esteja sempre iluminado, devemos lutar para que a sociedade em que estamos inseridos não mergulhe nas trevas da ignorância.
O irmão Anatoli Oliynik, em palestra ministrada em 2002, disse que é preciso que tenhamos “capacidade de pensar sistematicamente, de ver o todo, de abstrair, de criar e inovar, de chegar à essência das coisas, de fazer acontecer, de se comunicar, de se relacionar, de iniciar mudanças, de energizar pessoas, de observar, de ler, entender e extrair.”
Vivemos tempos difíceis, queridos irmãos. Como também difíceis já foram em outras oportunidades. Mas a Luz prevaleceu. E para que ela prevaleça novamente temos como obrigação, moral e ética, compartilhar conhecimento, inspiração e sabedoria, com nossos pares e com toda a sociedade.
Voltemos nossa atenção para o que nos cerca, olhemos ao nosso redor! Como disse Willyan Johnes, “um povo sem cultura não se levanta. Se ajoelha.”
Recorrendo novamente ao nosso irmão Anatoli, ele diz que “a maçonaria se debate no seu culto às realizações do passado e não tem encontrado caminhos para realizações atuais e nem mecanismos para se relacionar, efetivamente, com a sociedade. ”
Nós temos um compromisso com a sociedade, meus irmãos. Podemos, e devemos, nos relacionar com ela. Nossas lojas não são bolhas onde nos encontramos imunes aos efeitos dos males que afligem o planeta. Não é possível nos contentarmos com o status quo, aceitando-o passivamente.
João Anatalino, em seu texto intitulado A Maçonaria e o Mito Solar, escreve que “a função da mente do homem é justamente dar ordem ao caos da materialidade, identificando e catalogando todas as realidades que saem do útero cósmico. Por esse motivo nos foi dada a capacidade de pensar para conhecer. E essa, precisamente, é a razão pela qual a sabedoria nos aparece como sendo um fenômeno luminoso produzido pela ação da nossa consciência sobre o objeto que ela se propõe conhecer. Por isso a metáfora ‘lançar luz sobre as coisas’ designa exatamente essa propriedade da mente humana de revelar o que está oculto nas sombras da ignorância, nas trevas da obscuridade, na impenetrabilidade do quarto escuro, onde os mistérios do universo aguardam o foco de luz que a lanterna da inteligência humana projetará sobre eles para serem revelados. Isso é o que, na Maçonaria, significa pôr Ordem no Caos (Ordo ab Chaos).”
Que, tendo em mente o Solstício de Verão, em que a luz do dia suplanta as trevas da noite, trabalhemos, todos, para que a Luz que recebemos em nossa iniciação possa iluminar não apenas os nossos passos, mas sim os de toda a Humanidade, em um caminho justo e perfeito.
Autor: Luiz Marcelo Viegas
ARLS Pioneiros de Ibirité, 273 – GLMMG
Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida – GLMMG
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