quarta-feira, 16 de novembro de 2016


O MESTRE DE HARMONIA


Pesquisa de: Pedreiro de Cantaria (José Roberto Cardoso)


Na época do clubismo na Inglaterra, antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres em 1717, não havia a figura do Mestre de Harmonia. 

Nas reuniões era comum a presença de músicos tocando durante os ágapes e nos momentos de refresco que hoje chamamos de recreação.

Ele não figurava no nosso primeiro ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito de 1804, só aparecendo, no caso das Grandes Lojas, no ritual de Mário Behring, de 1927, publicado em 1928.

A música é uma das sete artes liberais e faz parte do Quadrivium (música, geometria, astrologia e aritmética). Tem o dom de preparar o ambiente para a meditação, para o culto espiritual, não só acalma, ameniza, conforta, como pode curar certos tipos nervosos e ajudar na cura de processos orgânicos. Esotericamente, os sons penetram de tal forma no íntimo dos seres humanos que lhes dão Harmonia e Paz.

Muitos dos nossos irmãos dizem que devemos tocar músicas de Mozart, ou clássicas, pelo simples motivo de ter sido ele Maçom. Isso é muito comum na Alemanha e em alguns países europeus cuja cultura assimila aquela sonoridade.

No entanto, é bom sabermos que a música é uma das mais belas criações de Deus e está no trinar dos pássaros, no rebombar das águas e no assovio do vento, aliás, ela permeia todo o Universo, basta que tenhamos ouvidos para ouvir.

A Lira é a joia do Mestre de Harmonia e apresenta registros tão antigos quanto os da flauta (e da ocarina), havendo gravações iconográficas do instrumento na cultura egípcia, mais precisamente na tumba do faraó Ramsés III (1.198-1166) a. C.) e em cavernas iraquianas (2.900 a. C). Igualmente há relatos históricos de que o instrumento era encontrado na babilônia e na Mesopotâmia por volta do ano 500 a. C e, conforme relatos bíblicos, a harpa (lira), bem como a flauta, se faziam presentes na cultura judaica, desde antes do dilúvio (Gênesis – Capítulo 4 – versículo 21: “O nome do seu irmão era Jubal, esse foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta”) sendo instrumentos bastante utilizados nos cerimoniais e festas. Naquela época nem se vislumbrava a música clássica tocada por Mozart, mas já haviam cerimônias e rituais com músicas.

A Lira, devido ao pequeno número de cordas (de 4 a 10) e cada uma representando uma nota única durou não muito tempo, sendo substituída pela harpa sinfônica de 47 cordas e 3 pedais e, veio dela todos os demais instrumentos de corda (cítara, guitarra, entre outros).

Não há informação de quem foi o criador da Lira, notadamente pelo grande número e diversidades de locais em que foi encontrada.

A Lira – Joia do Mestre de Harmonia

Vimos que ela é tão antiga quanto a flauta, mas recentemente cientistas encontraram esses instrumentos em uma caverna no sul da Alemanha com sinais de ter sido habitada por homo sapiens. Uma delas era feita de osso de pássaro e outra, do marfim de um mamute. A região tinha muita atividade pré-histórica. Ali, várias outras descobertas da mesma época da humanidade foram feitas. Isso prova que a flauta é mais antiga, mas isso não tira o brilho da Lira. .

Flautas antigas

Música é vibração, entonação e nos atinge conforme nossa sensibilidade.

Com o passar do tempo foram criados vários estilos musicais em conformidade com o período histórico, vejamos:

Por ocasião do renascimento, na Europa, cresce o interesse pela música profana (que não era religiosa). A música também é trabalhada em várias melodias, porém, ainda as melhores composições musicais dessa época foram feitas para as igrejas.

A música barroca foi assim designada para delimitar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte do compositor, maestro e instrumentista Johann Sebastian Bach. A música barroca foi muito fértil contendo elaborações, brilhantismo e imponência não vistos anteriormente na história da música, fato esse, talvez, devido à oposição aos modos gregorianos até então vigentes. A criação aflorou no período barroco e diversos gêneros musicais foram criados

Logo após veio o Classicismo e a música instrumental passou a ter maior destaque, adquirindo “porte”, elegância e sofisticação. São sons suaves e equilibrados. Nesse período criou-se, ainda, a sonata, e os espetáculos de ópera passam a ter um brilho maior, bem como as orquestras se desenham e passam a ter grande relevância.

Em seguida veio o Romantismo que era diferente e buscava o equilíbrio. A música buscava uma liberdade maior da estrutura clássica e uma expressão mais densa e viva, carregada de emoções e sentimentos. Os músicos, nessa fase, se libertam e visam, por meio da música, exprimir toda sua alma.

Podemos dizer que, esse período, para a música, foi uma verdadeira revolução. O entusiasmo foi grande, inovações, criações, novidades, tendências, gêneros musicais apareceram. Foi um período rico para a música, impulsionado pela rádio, e pelo surgimento de tecnologias para gravar, reproduzir e distribuir essa arte.

Pois bem, meus irmãos, escrevemos tudo isso para dizer que a música é universal e faz parte de nossas vidas desde os nossos mais remotos ancestrais.

Os hebreus circulavam o altar dos juramentos (Ara) cantando, louvando ao Senhor, agradecendo e pedindo graças.

Os Salmos eram entoados quase ao estilo da música Gregoriana e um deles, o de nº 133, faz parte das nossas reuniões e é lido quando da abertura do Livro da Lei em Loja de aprendiz.

Os indianos cantam mantras na expectativa de que os sons emitidos sejam luz a apagar as trevas dos pensamentos negativos da humanidade.

Portanto, antes de Mozart, nosso amado Ir.´., já usávamos a música cantada ou instrumental em reuniões e solenidades de culto a uma personagem divina.

Por tudo isto, a responsabilidade do Mestre de Harmonia é enorme, pois a ele cabe manter o equilíbrio das energias vibracionais da reunião em andamento.

“O Mestre de Harmonia é uma das figuras mais insignes da Loja, pois é o seu bom trabalho, o principal responsável pela harmonização das Sessões. O Mestre de Harmonia deve ser escolhido dentre os obreiros que tiverem gosto para a função e maior sensibilidade musical para colocar a música adequada na hora correta. Um bom Mestre de Harmonia nunca deixa a Loja sem algum tipo de música, nem que seja em surdina. Cabe-lhe a tarefa de embelezar uma Sessão com músicas inerentes ao que se está realizando em Loja. Compete-lhe selecionar as músicas e fazer com que o ambiente seja de paz e enlevo. ”

Bibliografia:
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=122

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