quinta-feira, 24 de outubro de 2013

DIVERSAS GRANDES LOJAS, FRANÇA, ALEMANHA, ETC. - CAPÍTULOS DE HISTÓRIAS MAÇÔNICAS PARTE XIII

PARTE XIII - DIVERSAS GRANDES LOJAS, FRANÇA, ALEMANHA, ETC.

O presente capítulo encerra esta série de artigos do Clube de Estudos. Nenhuma tentativa foi feita para publicar uma história exaustiva e crítica da Maçonaria, mas sim a finalidade foi elaborar um esboço rápido das fases mais importantes da história que os iniciantes podem achar útil. Segundo o costume do Clube de Estudos interromperemos em Julho e Agosto, e retomaremos em Setembro, com uma nova série sobre a história da maçonaria americana, a menos que as circunstâncias tornam necessária uma mudança nos planos quanto ao tema. No capítulo do último mês foram dados breves esboços da Maçonaria na Irlanda e na Escócia e de duas Grandes Lojas da Inglaterra, e agora é o momento de tratar da mesma forma outros países, o primeiro dos quais a ser considerado é 

1. MAÇONARIA NA FRANÇA

Os primeiros protagonistas da Maçonaria na França são figuras quase míticas, e se movem em um nevoeiro de rumores e conjecturas, de modo que é extremamente difícil encontrar o caminho entre eles com qualquer garantia de segurança. As condições não eram tão favoráveis para a Instituição quanto no Reino Unido; o estado político dos assuntos constantemente interferia com o desenvolvimento das lojas; os próprios franceses, com suas mentes Latinas não tinham pela Maçonaria o mesmo instinto que seus irmãos Ingleses. Como todos os homens de seu sangue eram mais apaixonados e mais lógicos e, portanto, mais dados a chegar a extremos; além disso, o espírito aristocrático era forte entre eles, especialmente durante o século XVIII, de modo que muitos deles estavam impacientes com as cerimônias simples da Maçonaria dos Três Graus, e logo começaram a trabalhar para fabricar um sistema de graus após o outro, mais adequados às suas inclinações aristocráticas. 

Alguns escritores, o Irmão Robert I. Clegg entre eles, acreditavam que já em 1721 lojas do tipo Tempos Imemoriais, sem carta constitutiva da Inglaterra foram organizadas na França; o irmão Clegg nomeia uma delas em Mons e outra em Dunquerque. Mas, a corrente principal da tradição conta que a primeira loja foi fundada em Paris em 1725 pelo Conde de Derwentwater e seus companheiros Jacobitas, que haviam fugido da Inglaterra após a queda da dinastia Stuart. Ainda há muita incerteza sobre isso. Gould cita uma “publicação alemã” no sentido de que em 1736, o Conde de Derwentwater foi escolhido Grão-Mestre pelas Lojas francesas para “suceder James Hector Maclean, o Grão Mestre anterior”. Lalande, o astrônomo, foi o responsável pela narrativa de 1725 em seu Franche-Maçonnerie publicado em 1773; Rebold seguiu Lalande nisso, e assim também o fez o Dr. Oliver. O Abade Robin, um dos fundadores da Loja das Nove Irmãs (da qual Voltaire era membro) publicou em 1776, Estudos sobre a Antiga e Moderna Iniciação no qual ele diz que a Maçonaria francesa originou-se em 1720. Clavel diz que a primeira loja em solo francês foi a Friendship and Fraternity, em Dunquerque, fundada pela Grande Loja da Inglaterra em 1721. Hughan, que fez pacientes pesquisas deste assunto, disse que o primeiro registro histórico da fundação de uma loja francesa foi aquele mencionado na Engraved List para 1734 de Pine, como tendo sido fundada em 03 de abril de 1732, e se reunia na taverna Louis d'Argent na Rue des Boucheries, em Paris. 

Mas, quando e por quem quer que tenha estabelecido as primeiras lojas francesas, eles não encontraram facilidade nisso, quer no país ou entre si mesmos; houve falta generalizada de acordo e muitas brigas. Thory, que era um estudante cuidadoso de documentos, nos dá uma imagem disso em seu Historie de la Fondation du Grand Orient: “A Maçonaria estava, então, em tal condição de desacordo que não temos qualquer registro ou relatório oficial de suas Assembleias. Não existiam quaisquer órgãos organizados nos moldes das Grandes Lojas, como eram conhecidos na Inglaterra e na Escócia. Cada loja em Paris ou no reino era propriedade de um indivíduo chamado Mestre da Loja. Ele governava o corpo que ele presidia de acordo com sua própria vontade e prazer. Estes Mestres de lojas eram independentes entre si. Cada organismo não reconhecia outra autoridade que a sua própria. Eles concediam a todos os candidatos o poder de manter lojas e, assim, adicionavam novos Mestres aos antigos. De fato, pode-se dizer que até 1743, a Maçonaria apresentava na França sob o Grão Mestrado de Derwentwater, Lord Harnouester, e o Duque d'Antin um espetáculo da mais revoltante anarquia.” 

De acordo com Thory, o início da primeira Grande Loja legal na França começou em 11 de dezembro de 1743, quando alguns Mestres de lojas se reuniram em assembleia e elegeram Grão Mestre o Conde de Clermont; este corpo adotou o título e Grande Loja Inglesa da França, que em 1756 foi alterado para a Grande Loja National da França. Este novo organismo caiu muitas dificuldades logo no início. Por um lado, os Mestres tinham cargos vitalícios, e as lojas eram organizadas de modo que cada uma era praticamente propriedade privada do seu Mestre, conforme citado acima; isso tornava a supervisão geral das atividades da Maçonaria muito difícil; por outro lado, como resultado do celebrado discurso do Chevalier Ramsay em 1737, novos graus começara a aparecer por todos os lados, e isso provocou uma enorme confusão 

O Conde de Clermont, depois de ter perdido seu interesse, nomeou como Adjunto para atuar em seu lugar em 1744 um certo Baure, que foi negligente com seus deveres, e durante seu mandado a Maçonaria irregular e espúria floresceu. Um Adjunto mais famoso foi Lacorne, um mestre de dança, nomeado em 1761. Após sua eleição, pior confusão se seguiu até que finalmente os assuntos estavam em tal estado de anarquia que em 1767 o governo proibiu novas assembleias da Grande Loja. Com a morte de Clermont em 1771, a Grande Loja foi dividida em duas, com a facção Lacorne fazendo um acordo problemático. O Duque de Chartres - um nome de mau agouro na história da Maçonaria Francesa - foi eleito Grão Mestre, em grande parte pela ação da facção Lacorne. 

É impossível em um limitado espaço fornecer uma narrativa da confusão que existia por alguns anos; é suficiente dizer que, no final a antiga Grande Loja ficou moribunda e sobre suas ruínas foi erguido o Grande Oriente, um nome inventado na época, aparentemente, desde então utilizado em muitos países. O Grande Oriente se comprometeu a garantir o controle de todos os “altos graus”. Ele realizou sua primeira reunião em 05 de março de 1773, e suas Constituições foram aprovadas em 24 de Junho seguinte. A Grande Loja original continuou a existir, mas travou uma batalha perdida. O Duque de Chartres, seu Grão-Mestre, tornou-se também o chefe do corpo rival, o Grande Oriente, algo que amarrou as mãos do antigo Grande Corpo, de modo que ele ficou cada vez mais fraco a cada ano e finalmente expirou em 1792. 

Após a Revolução, o Duque de Chartres assumiu o nome de Philippe Egalité. Em 15 de maio de 1793, em numa carta insultuosa para o Grande Oriente, ele renunciou completamente à Maçonaria. Sua carreira de má reputação chegou a um final sangrento na guilhotina durante o Terror. 

Enquanto isso, em 1782, o Grande Oriente tinha organizado a sua Câmara de Graduação, mediante recomendação da qual foram adicionados às cerimônias originais da Maçonaria os graus de Maçom Eleito, Maçom Escocês, Cavaleiro do Oriente e Cavaleiro da Rosa Cruz, com vistas a colocar sob o controle do Grande Oriente todos os “altos graus”. 

Durante a Revolução, a Maçonaria entrou em dormência, de modo que em 1796 apenas dezoito lojas estavam ativas em toda a França, mas um renascimento veio depois, e com ele o interesse continuou a aumentar em graus mais elevados. Muitos deles foram colocados sob uma obediência, quando, em 1804, e agindo sob uma Constituição concedida pelo Supremo Conselho Mãe, Charleston, SC, o Conde de Grasse Tilly organizou o Supremo Conselho, um Grande Corpo que desde então se manteve independente do Grande Oriente. Nos anos seguintes, foi organizada uma Grande Loja da França sob os auspícios do Supremo conselho, para se encarregar dos graus da Maçonaria. 

Em 1871, o Grande Oriente aboliu o cargo de Grão-Mestre, e desde então as funções do cargo foram desempenhadas pelo Presidente do Conselho da Ordem. Em 14 de setembro de 1877, ele deu um passo ainda mais extraordinário o alterar o Artigo I das Constituições da Maçonaria. O parágrafo originalmente dizia: “A Maçonaria tem por seus princípios a existência de Deus, a imortalidade da alma e da solidariedade da humanidade”. 

Depois de mais ou menos um ano de deliberação, este foi alterado para: 

“CONSIDERANDO que, a Maçonaria não é uma religião, e, portanto, não tem uma doutrina ou dogma a afirmar em sua Constituição, a Assembleia adota o Vaeu IX decidiu e decretou que o segundo parágrafo do Artigo I da Constituição deve ser apagado, e que as palavras do referido artigo o seguinte devam ser substituídas por: I. Sendo uma instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, a Maçonaria tem por seu objeto, a busca da verdade, o estudo da moral universal, ciência e das artes e a prática da beneficência. Ela tem por seus princípios, a liberdade absoluta de consciência e a solidariedade humana; ela não exclui qualquer pessoa em razão de sua crença, e seu lema é Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. 

Imediatamente após isso (em Dezembro seguinte), a Grande Loja Unida da Inglaterra nomeou uma comissão para analisar esta inovação; depois de dois meses, a comissão relatou que tendo havido uma afastamento de todos os Landmarks da Maçonaria, ao que a Inglaterra retirava seu reconhecimento fraternal; desde então, a grande maioria das Grandes Lojas, entre povos de língua inglesa tomaram a mesma decisão. Um novo Grande Corpo, conhecido como A Grande Loja Nacional foi organizado em 1914 para construir lojas praticando a Antiga Maçonaria nos mesmos princípios que aquelas que aderiam aos Grandes Corpos de língua inglesa; até hoje ela continua a ser pequena em tamanho e influência. 

II. MAÇONARIA NA ALEMANHA

Em seu Relatório sobre a Correspondência feita à Grande Loja do Alabama, em sua Comunicação Anual, em 1922, um volume de 376 páginas contendo a descrição mais completa dos Grandes Corpos estrangeiros publicada em muitos anos neste país, o Irmão Oliver Day Street dá uma lista dos diversos Corpos Maçônicos na Alemanha da seguinte forma: 

1. A Grande Loja de Hamburgo, fundada em 11 de fevereiro de 1811, com sede em Hamburgo. 

2. A Grande Loja Mãe da União Eclética, fundada em 27 de marco de 1823, com sede em Frankfurt. 

3. A Grande Loja Mãe Nacional dos Estados da Prússia, chamada 'dos Três Globos‟ fundada em 1744, com sede em Berlim. 

4. A Grande Loja Nacional de Todos os Maçons Alemães, ou Grande Loja do País ou Loja dos Grandes Países fundada em 1770, com sede em Berlim. 

5. A Grande Loja da Prússia, chamada Royal York of Friendship fundada em 1760, com sede em Berlim. 

6. A Grande Loja “Sol” ou “Zur Sonne” fundada em 1741, com sede em Bayreuth. 

7. A Grande Loja Nacional da Saxônia fundada em 1811, com sede em Dresden. 

8. A Grande Loja 'Concórdia' fundada em 1846, com sede em Darmstadt. 

9. As cinco Lojas Independentes (1), Minerva das Três Palmeiras, em Leipzig (2); Baldwin de Linden em Leipzig (3); Arquimedes das Três Pranchas em Altenburg (4); Arquimedes da Eterna União em Gera; (5) Karl da Coroa de Rue em Hildburgshausen. 

As cinco lojas independentes nomeadas pelo irmão Street, formadas em 1833, o que eles chamaram de Associação Livre, que funciona muito como uma Grande Loja, e é geralmente reconhecida como regular. 

A existência de tantos Grandes Corpos em um país imediatamente sugere que a Maçonaria na Alemanha passou por muitas transformações, fato que é confirmado pela sua história. A primeira loja alemã a ser constituída foi estabelecida em Hamburgo em 06 de dezembro de 1737. Em agosto do ano seguinte, ela iniciou o príncipe herdeiro da Prússia, que posteriormente tornou-se Frederico, o Grande. Frederico, por sua vez, estabeleceu uma loja privada em Rheinsberg, e mais tarde permitiu a formação de uma loja em Berlim em 13 de setembro de 1740, que tomou o nome de “Dos Três Globos”. Esta loja, depois de criar algumas lojas em outros locais, transformou-se em uma Grande Loja com o título de Grand Loja Mãe Real, que em 1772 foi alterado para Grand Loja Mãe Nacional, o número três na lista do Irmão Street. 

A Grande Loja Nacional de Todos os Maçons Alemães foi fundada em 27 de dezembro de 1770 por Johann Wilhelm von Zinnendorf, uma das figuras mais impressionantes e dramáticas nos anais da Maçonaria alemã. Ele feito iniciado em Halle em 10 de agosto de 1731, e depois entrou para a Loja dos Três Globos. Quando aquela loja abraçou o Rito da Estrita Observância, Zinnendorf tornou-se Mestre da Loja Escocesa. Ele rompeu com o Rito da Estrita Observância, que o excomungou e que ele, por sua vez, condenou. Imediatamente, ele assegurado através de um amigo seu uma cópia de um dos rituais da Suécia, e a usou como base para um novo Rito, que ele criou, em oposição ao Rito da Estrita Observância. Um número suficiente de maçons seguiu sua liderança para permitir que ele, em 24 de junho de 1770, criasse uma nova Grande Loja, no qual participaram doze lojas. Durante sete anos, esta Grande Loja gozou do reconhecimento da Grande Loja da Inglaterra e, posteriormente, da tutela do Rei da Prússia. Zinnendorf permaneceu Grão-Mestre de 1774 até sua morte em 1782. Apesar de toda sorte de obstáculos - ele foi denunciado pela Grande Loja da Suécia e tornou-se odiado por muitas lojas na Alemanha - ele tinha tanto zelo e muitas das qualidades de liderança que ele foi capaz de triunfar sobre seus inimigos. 

Um nome ainda maior na história da Maçonaria Alemã é o de Friedrich Ludwig Schroeder, que nasceu em Schwerin em 03 de novembro de 1744. Schroeder foi um dos maiores atores que a Alemanha jamais conheceu e era dotado de excelente caráter e uma personalidade forte. Logo após sua iniciação em 1774, ele estabeleceu uma loja sob o regime de Zinnendorf, mas ela não durou muito. Em 1814, quando tinha setenta anos de idade, tornou-se Grão Mestre da Grande Loja Provincial Inglesa da Baixa Saxônia. Essa homenagem veio a ele como resultado do trabalho que tinha feito nos anos imediatamente anteriores, através da reorganização do ritual. Segundo sua visão, a Maçonaria na Alemanha tinha se tornado corrompida pelo crescimento exuberante dos graus superiores e laterais; acreditando que a Maçonaria em sua forma mais pura era a que tinha sido desenvolvido na Inglaterra, ele traduziu uma forma de ritual Inglês para Alemão e a configurou no que veio a ser conhecido como Rito de Schroeder, que consistia apenas em três graus. Este foi adotado pela Grande Loja Provincial em 1801. 

Em parte como resultado da influência de Schroeder e, em parte devido a outras forças em ação, outras Grandes Lojas acompanharam, de modo que das oito Grandes Lojas já existentes, cinco praticam apenas três graus. A Grande Loja Nacional usa dez graus, a Grande Loja Mãe Nacional usa sete, a Grande Loja da Prússia usa um quarto grau, confinada a uns poucos escolhidos. 

III. OUTRAS GRANDES LOJAS

Entre os mais distintos de todos os sistemas de grau é aquele empregado pela Suécia e, geralmente conhecido como o Rito Sueco. A Grande Loja Nacional da Suécia foi fundada em 1759, 24 anos após a primeira loja ter sido fundada em Estocolmo. O Rito Sueco, como ele existe hoje foi criado em 1775, mais ou menos, e é composto de Maçonaria, Estrita Observância e graus do Rito Escocês, com um traço da influência do Swedenborgianismo. Desses, os três primeiros graus correspondem àqueles praticados em nossas Lojas Azuis; o quarto ao sexto graus, inclusive são tão iguais ao Rito Escocês em caráter que os membros dos corpos do Rito Escocês estão autorizados a visitar; os quatro últimos graus são peculiares do Rito. 

A Grande Loja da Noruega foi criada como Grande Loja independente da Suécia em 24 de novembro de 1891. A Loja-Mãe da Noruega foi fundada em 1749 e em 1818 foi unida com a Grande Loja da Suécia. A Grande Loja Provincial da Noruega foi fundada em 1870, e esta, como já foi dito, tornou-se independente em 1891. A Grande Loja Noruega controla onze graus, os primeiros das quais três são Aprendiz, Companheiro e Mestre de São João; os outros pertencem ao Rito Sueco. 

A Maçonaria foi criada na Dinamarca em Copenhague, em 11 de novembro de 1743, sob uma carta patente alemã. As Lojas foram posteriormente credenciadas pela Grande Loja da Inglaterra, e em 1749 o Conde Laurvig recebeu um cargo de Grão-Mestre Provincial por Lord Byron, Grão-Mestre da Inglaterra. A Grande Loja da Dinamarca foi constituída em 1792, quando Príncipe Charles se tornou o chefe das lojas dinamarquesas. Frederico VII reorganizou os graus dinamarqueses de acordo com o sistema sueco, quando ele se tornou Grão Mestre em 1848. 

A Maçonaria se enraizou na Itália em 1735. Desde essa época até 1820, quando todas as lojas maçônicas foram suprimidas, a história da Maçonaria na Itália é ponteada de mudanças repentinas e confusão. A Maçonaria italiana ressurgiu em 1850, mas desde aquela época, devido às constantes mudanças nos assuntos eclesiásticos e políticos italianos, a Maçonaria italiana desenvolveu tal variedade de forma que é extremamente difícil para um maçom americano encontrar o seu caminho em meio ao labirinto de depoimentos conflitantes e fatos desconcertantes. O movimento maçônico que culminou com o Grande Oriente de Itália começou em 1859 em Turim. Em 1861, vinte e duas lojas reuniram-se em Turim, e formaram um Grande Corpo que, em 1 de janeiro de 1862, tornou-se o Grande Oriente de Itália em Turim, reconhecendo apenas três graus. Este Grande Oriente caiu sob a influência de altos graus durante a primeira década de sua existência; ela emergiu dessa luta em 1873, quando todas as facções rivais se uniram no atual Grande Oriente. Em 1875, algumas lojas, lideradas por Saverio Fera, separaram-se do Grande Oriente e se organizaram como Grande Loja de Itália para o Rito Escocês Antigo e Aceito. Em 1919, as Lojas Azuis deste Supremo Conselho cortaram suas relações com ele e, com o seu consentimento expresso, tornaram-se independentes do Rito Escocês. Estas lojas, em seguida, realizaram uma assembleia e se organizaram como a Sereníssima Grande Loja Nacional Italiana. Ela exige de seus membros a crença em uma divindade e exibe a Bíblia em seus altares. Dos dois Supremos Conselhos na Itália, um está ligado ao Grande Oriente, o outro trabalho a Sereníssima Grande Loja Nacional. Há também em existência na Itália, a Grande Loja de Florença. 

A Maçonaria na Espanha sempre existiu em um estado de grande confusão. Quando o irmão R. F. Gould escreveu sua História da Maçonaria, ele listou cinco Grandes Corpos espanhóis. Segundo o Relatório do irmão Street, já citado, há agora pelo menos Grandes Corpos, dois Grandes Orientes Espanhóis em Madrid, a Grande Loja Espanhola em Barcelona, e o Supremo Conselho do Grande Oriente Espanhol. 

Em Portugal, o mais importante Grande Corpo é o Grande Oriente Lusitano Unido fundado em 1872. O Grande Oriente da Holanda foi formado em 1757. O Grande Oriente da Bélgica data de 1832. O Egito tem uma Grande Loja organizada em 1872. A Maçonaria Suíça está sob a Grande Loja “Alpine”, formada em 24 de julho de 1844. 

Uma Grande Loja para a República da Checoslováquia foi formada em Praga, sob carta constitutiva da Grande Loja “Zur Sonne” da Alemanha. A Iugoslávia entrou na posse de uma Grande Loja em 9 de junho de 1919, sob o título “Grande Loja dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, Jugoslavia”, com sede em Belgrado. A Maçonaria foi introduzida na Grécia pelo Grande Oriente da França em 1809. Em 1860, uma Grande Loja Provincial foi criada na Grécia, sob o Grande Oriente da Itália. O atual Grande Oriente da Grécia foi organizado em 1868, o Supremo Conselho do Rito Escocês em 12 de julho de 1872. 

No Canadá, cada província tem uma Grande Loja independente. A Grande Loja do Canadá (Ontario) foi formada em 1855, Nova Scotia, 1866, Nova Brunswick, 1867, Quebec, 1869, British Columbia, 1871, Ilha do Príncipe Edward, 1875; Manitoba, 1875; Alberta, 1905; Saskatchewan, 1906. 

A Maçonaria no continente da África é um mundo em si, com muitas Grandes Lojas e Grandes Lojas Provinciais trabalhando sob constituições inglesas, escoceses, irlandesas, francesas, italianas, etc. 

Na América Central e América do Sul, a Maçonaria foi em sua maior parte formada sob influência do Rito Escocês; é impossível em um parágrafo ou dois transmitir qualquer impressão de grande número de Grandes Corpos existentes, ou da complexidade com que a Maçonaria é organizada ali. 

No México, o irmão Street lista cerca de trinta e dois Grandes Corpos. A chave para a História da Maçonaria no México tem sido a política e também certa quantidade de atrito entre Rito Escocês e as lojas da Maçonaria. 

REFERÊNCIAS SUPLEMENTARES
Mackey's Encyclopedia - (Revised Edition): Acta Latomorum, 13, Africa, 34, Antient and Primitive Rite of Masonry, 62; Austria, 86; Belgium, 102; Buhle, 122; Canada, 131; Clermont, Count of, 156, Cologne, Charter of, 159; Compagnonage, 171, Darmstadt, Grand Lodge of, 197, Derwentwater 206, Des Etangs, Nicholas Charles, 208, Emperors of the East and West, 241; Fessler, Ignaz Aurelius, 262; France, 276; Frederick the Great, 279, French Rite, 285, Germany, 295, Grasse, Tilly, 309; Hamburg, 316; High Degrees, 324; Hund, Baron von, 339; Illuminati of Bavaria, 346; Italy, 358; Jacobins, 359; Krause, 417; Memphis, Rite of, 479; Mexico, 482; Mizraim, Rite of, 487; Morin, Stephen, 492, Naples 507, Netherlands, 509, Nova Scotia 509, Ontario, 530, Orient, 53i Orleans, Duke of, 538 Persia, 558 Peru, 559; Philosophic Scottish Rite, 562; Poland, 5i4; Portugal, 576; Primitive Rite, 584; Prussia, 595; Ramsay, Andrew Michael, 607; Rite, 626; Rose Croix, Prince of, 636, Saxony, 664 Schroeder, 669, Scottish Rite, 671, Spain, 703, Starck, 712 Strasburg, Constitutions of, 729; Stuart Masonry, 730; Supreme Councils, 741; Sweden, 744; Swedenborg, 745; Swedish Rite, 747; Switzerland, 747; Thory, 783, Titles of Grand Lodges, 787; Torgau, Constitutions of, 790; Tschoudy, 805; Turkey, 809, Venezuela, 826; Weishaupt, Adam, 842; Zinnendorf, 876. 

LIVROS CONSULTADOS
Acta Latomorum Thory. Allgemeines Handbuch der Freimaurerei (2 Vol.), A.Q.C. (France), XVI, 181; XX, 15; XXIV, 107; XXVII, 22, 63, 96. A.Q.C. (Germany), I, 17, 161, II 159; V, 192; VIII, 240; IX, 55, 113, 146, 160, XIV, 83. Concise History of Freemasonry, Gould. Early History and Antiquities of Freemasonry, Fort. Four Old Lodges, Gould. Histoire des Trois Grandes Loges, Rebold. Histoire Pittoresque Clavel. Historical Landmarks, Oliver. History of Freemasonry Findel. History of Freemasonry, Gould. History of Freemasonry, Laurie. Mackey's Revised History of Freemasonry Clegg. Origin of the Royal Arch, Hughan. Proceedings Grand Lodge of Alabama, 1922. Proofs of a Conspiracy, Robison. Things a Freemason Should Know, Crowe.

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