segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PLATÃO E O MITO DA CAVERNA




PLATÃO E O MITO DA CAVERNA


Caros Iir. ´.,

Este é um trabalho elaborado por um Companheiro Maçom e publicado na Revista Triângulo da Grande Loja Maçônica do Estado de Minas Gerais, e que acho merece ser transcrito neste blog embora a simplicidade de sua abordagem.

Acredito que todo Maçom é um livre pensador e que deve estar sempre à procura da verdade que é sempre subjetiva para todos nós, mas que por isso nos permite ser eternos aprendizes e livres pensadores.

Leiamos a peça de arquitetura do Ir.´.

“De tempos em tempos surgem em nosso mundo homens iluminados à frente do seu tempo, dentre tantos cito Platão, um dos pensadores mais influentes de todos os tempos, e esta peça de arquitetura tem como base uma das narrativas de suas obras, mas das primeiramente devemos conhecer um pouco de sua biografia.

Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Aristocles. Platão seria um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, por ter vigor físico e ombros largos (“platos” – significa largueza”).

Platão nasceu em Atenas provavelmente em 427 a.C e morreu em 347 a.C.. Filósofo e matemático e considerado um dos principais pensadores do período clássico da Grécia Antiga. É autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia Platônica, também chamada Academia de Atenas, que foi a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor Sócrates e seu pupilo Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental.

Dentre suas várias obras, cito “A Repúblia” que aborda vários temas. É dividida em dez livros e consiste no desenvolvimento de um diálogo a partir do qual Sócrates e seus interlocutores idealizam um Estado no qual seus dirigentes e guardiões propõem uma sociedade justa onde o egoísmo seja superado, as paixões controladas e os interesses pessoais se juntam a favor do coletivo sendo a educação o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação das aptidões de cada cidadão desta sociedade.

Nesta obra filosófica, no Livro número VII temos a narrativa “O Mito da Caverna”, também conhecida como “Alegoria da Caverna”, onde para o filósofo todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e acreditar que são reais, e a utiliza para ilustrar a trajetória que tira o homem da ignorância e o leva ao verdadeiro conhecimento.

Vendo a humanidade condenada a esta infeliz condição o filósofo compara a realidade da sociedade da época imaginando a situação de um grupo de pessoas que viviam na escuridão de uma caverna, imobilizados por correntes e de costas para a entrada sendo condenados a olharem sempre a parte a frente, de modo que a única coisa que conseguiriam enxergar seria sombras do mundo exterior projetadas nesta parede que surgiam e desapareciam.

Para Platão era assim que viviam os homens, acreditando que as imagens que apareciam aos seus olhos eram verdadeiras, eram a realidade, tornando a sua existência inteiramente dominada pela ignorância.

E se por um acaso alguém resolvesse libertar um daquels pobres coitados da sua pesarosa ignorância e o levasse ainda que arrastado para fora daquela caverna, o que poderia então suceder-lhe? Num primeiro momento, chegando do lado de fora, ele nada enxergaria, ofuscado pela extrema luminosidade do sol, mas aos poucos seus olhos se ambientariam, recuperando assim a visão, onde as imagens e uma infinidade de outras coisas do ambiente que o cercava se revelariam e ele iria perceber um mundo totalmente oposto ao do mundo subterrâneo que tinha sido criado.

O Universo por inteiro se abriria perante ele, podendo vislumbrar todo o conhecimento e todas as formas que antes lhe eram ofuscadas no mundo subterrâneo.


Na narrativa constante de “O Mito da Caverna”, Platão quis nos mostrar que para chegarmos ao conhecimento é preciso sacrifícios e temos que romper com a inércia da ignorância e observarmos com atenção as idéias morais que regem a sociedade.


Esta narrativa nos apresenta duas formas de conhecimento, uma é a ignorância na qual o homem não deve confiar, pois são provenientes dos sentidos e de opiniões e por isso podem ser um conhecimento falso em relação à realidade a sua volta. A outra é o conhecimento Verdadeiro, que é absorvido sob a parência das coisas, da idéia das coisas, isto é, aquele saber que é julgado através da razão. Esse conhecimento é considerado Veradeiro porque ele habita no Mundo das idéias sendo a superação do “conhecimento” oriundo da ignorância.

Atualmente, podemos dizer, por exemplo, que a caverna pode ser substituída pela casa, as correntes representam nosso medo da realidade e as sombras que são um tipo de entretenimento ignorante são substituídas pelos nossos meios de comunicação audio visuais os quais conseguem manipular grandes massas, e quando mal usados produzem um falso conhecimento, isto é, o homem se entrega de tal forma às suas programações que não consegue produzir nenhum conhecimento sadio ou verdadeiro. Também não podemos esquecer as amarras dos preconceitos e das instituições que alienam multidões.

A Maçonaria é um dos caminhos que pode levar o homem a se libertar da caverna uma vez que a Arte Real nos leva ao estudo e a prática de boas ações nos ensinando a combater os vícios e a enaltecer as virtudes.

Em resumo, para Platão existem dois mundos, o primeiro é o visível no qual a maioria da humanidade está presa, crendo, iludida, que as sombras são reais. O segundo é o inteligível, o mundo da inteligência e da razão, privilégio daqueles que encontraram a essência do bem e do belo.

A República de Platão, escrita há aproximadamente 2.400 anos é seguramente o texto mais conhecido daquele filósofo e um dos mais comentados em toda a história da Filosofia tendo em vista a crítica que fez sobre o estado em que se encontrava a humanidade inspirando reflexões profundas acerca do assunto".

Humbero de Oliveria Araújo – Companheiro Maçom. Texto publicado na Revista Maçônica Triângulo - MG

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