segunda-feira, 15 de abril de 2013


O COLÉGIO COMACINO



OS LOMBARDOS DA ILHA DE COMO



Logo após a queda do Império Romano, no norte da península itálica se estabelece no século IV o povo germânico dos Lombardos, ocupando a região das atuais províncias italiadas de Bérgamo, Brescia, Como, Cremosa, Mantua, Miln, Pavia, Sondrio e Varese, onde fundou um reino que sobreviveu até o século VIII. Esta zona é ainda conhecida por Lombardia. 

Os lombardos invadiram e conquistaram o norte da Itália e durante três séculos constituiram um povo que se converteu ao cristianismo e adotou o latim como língua diária, sendo finalmente derrotado por Carlos Magno no ano 774 e assimilados pelos habitantes dos territórios ocupados. 

Na Lombardia, próximo a borda sul dos Alpes e antes de chegar ao piedemonte, se encontra a provícia de Como que possui um lago com o mesmo nome em forma de Y. É ele o mais profundo dos lagos alpinos e seus limites estão defiidos pro profundos vales de falhas que se produziram durante a formação dos Alpes. Dado que seus leitos foram comprimidos e erosoneados por glaciações posteriores, sua elevação é de 198 metros sobre o mar e conta com partes desse leito a 200 metros abaido do nível do Mediterrâneo. 

Lago de Como

Hoje em dia, o lago nada recorda de material que no século VI um grupo de imigrantes construtores originários de diferentes partes da Europa se radicaram em uma de suas ilhas que a se encontrava maduramente fortificada. Estes constutores adquiriram fama e passaram a história como os Mestres Comacinos e a eles se atribuia a difusão de um estilo italiano pré-romanico amplamente difundido na Alemanha, França, Inglaterra e Espanha.

A importância dos mestres lombardos resulta de sua perícia para contruir abóbadas nos templos. É sabido o intresse simbólico e prático durante a Idade Média de que os templos fossem abobadados. Como Casa de Deus, a Igreja tinha que ser o mais perfeito dos edifícios e só se conseguia isso através do abobadamentos pétreo, Ademais, um edifíco com teto de madeira, repleto de fogos de velas e tochas era um perigo potencial para os incêndios.



   La Basílica de San Fedele, de Como, es la expresión del arte románico de los Magistri Comacini. 

A arquitetura lombarda é portanto abobadada. Las abóbadas da arquitetura lombarda original são de arista (borda)[1], embora posteriormente se adapta a forma cilíndrica. Também articulam os muros em ressaltos para animar sua superfície. Ela consegue uma estruturação de espaços e gera uma sensação de verticalidade e maior agrado estético. Neste sentido há que recordar as fórmulas decorativas empregadas habitualmente como os arcos e as “lesenas”[2]lombardas ou pilares pequenos ressaltadas que chegam até o solo. 

Pouco a pouco, estes construtores foram ganhando prestigio e autonomia, como consta no antigo documento do ano de 643, atribuído ao rei lombardo Rotary, onde se encontram consignados pribilégios outorgados a corporação de arquitetos da ilha de Como. 

Algus estudiosos plantam a tese de que os Mestres Comacinos constituem o pequeno pilar que une os antigos colégios romanos com as Guildas (Grêmios) de ofícios medievais e, portanto, são os precursores da organização social que logo se conheceria como Maçonaria. 

A reputação destes construtores de Como era de tal natureza, que arquitetos de toda Europa e Ásia Menor se dirigiam a sua ilha fortificada para obter instrução. 

No saqueamento de roma por parte dos Godos, eles fugiram para a ilha de Como, onde mantinham vivas as regras de sua arte e o desenvolvimento dos distintos estilos italianos. Sua organização foi a mesma dos Collegia e se dividiram em Escola de Aprendizes; Construtores de Catedrais, aqueles que fizeram o trabalho real, obreiros das fábricas, ou de Mestres que desenharam e ensinaram os demais. 

O Rei lombardo Rotario, emite um Edito datado de 22 de novembro de 643 que confere privilégios para o Mestre Comacino e seus associados, ainda mesmo que isto tenha sido assim desde há muito tempo. Estes mesmos privilégiosforam mantidos na Lombardia para mostrar então que Mestres e Discípulos com um Mestre ou Grão Mordomo[3] e, por extensão permanecram, também, entre os maçons livres, até o século 15. Sabe-se que São Guilherme, Abade de Benigno, em Dijon, era um lombardo de nascimento, e trouxe seus compatriotas para construir seu monastério e que Ricardo II, duque da Normandia, empregou este arquitero por 20 anos na mesma obra ((Los constructores de catedrales, Líder Scott, 1899, Londres). 

Não é tão difícil conectar a maçonaria com a Collegia[4] (Colégios), a dificuldade fica na atribuição das tradições judias a Collegia (Colégio). 

Nesta obscuridade que se estendia sobre toda a Itália só uma pequena lâmpada acesa se manteve, uma centelha brilhante na Necrópolis italiana, que eram os Comacini Magistri (Mestres Comacinos). Seus nomes são desconhecidos, no entanto o alento de seus espíritos pode-se sentir ao longo dos séculos e seus nomes são como uma legião coletiva, da qual pode-se dizer ser a responsável pela maioria das obras de arte entre os anos de 800 e 1.000 d.C. 

A sobrevivência da Irmandade dos Comacinos se baseia nos fatos de que os segredos romanos da construção em alvenaria não se perderam totalmente na Itália. Foram guardados e passados para as confrarias de pedreiros, que eram um dos numerosos collegi (colégios) nos quais os trabalhadoresl para mútua proteção. Realizavam banquetes fraternos no apoio eventual às viúvas em todo o Império romano, às vezes associadas entre si como mestres do arcano ou “mistérios” de seu ofício. Cada uma dessas confrarias era localizada em uma só cidade e estavam compostas por homens livres ou de escravos libertos que tinham uma deidade única e eram livres, formando um vínculo muito parecido com a organização de uma cidade, sob a vigilância de funcionários. Se supõe que os Comacinos tiveram origem em Como e Pavia. 
.
Leão no portal da Igreja do Monastério do Monastério Kaiserdom en Königslutter 

Se as marcas de pedreiros foram o símbolo dos Comacinos, então a evidência de seu trabalho se tem encontrado em várias partes da Europa, como os capitéis da cripta na Cadetral de Lund ou uma “Como-Pavian”, escultura arquitetônica na catedral de Módena e sua Torre da Ghirlandia, no centro e no sul da Itália, ou através de Languedo da Península Ibérica, no sul da Alemanha até a Hungria, incluíndo a Inglaterra. Na Idade Média os artistas não tinham o costume de assinar seus trabalhos, por que para detectar o trabalho da corporação olhavam as marcas dos pedreiros “inscritas na pedra” e desta maneira foi rastreada a influência Comacina na Suécia e Síria. 

O florescimento de uma “Como-Pavian”, escola da decoração escultural dos púlpitos e dos portais que apareceram na região de Como, no final do século XI, se desenvolveu com o luxo de enriquecer as fachadas em Pavia, na década de 1.130 e logo foi difundida amplamente nos séculos XII e XIII, por conta da viagem de grupos de artesãos que possuiam grande tradição atribuída a escultores Comacinos. 

Capitel da Igreja de Königslutter 



Parte de las tallas del coro ábside de la iglesia en Königslutter. 


[1] linha reta de interseção dos dois planos, ou duas superfícies de um poliedro se cruzam 

[2] Uma lesena é uma faixa ou banda vertical, em relevo, feita numa fachada e que cria una sombra, usada na decoração de uma edificação ou um pequeno pilar. 

[3] a organização Medieval , o mordomo ou Gastaldia era uma unidade administrativa regida por um funcionário da corte real , o mordomo ou oficial de justiça , autorizada a operar no civil, militar e judicial (eunucos foram designados ou real ou ducal e administradores é que a personalidade soberania exercida sobre o território de Gastaldato). (Wilkipedia) 

[4] grupo de religiosos vivendo em comunidade – Agremiação (grêmio) - 4 Corporação de pessoas com igual categoria ou dignidade. 5 ant Convento de jesuítas com ensino obrigatório. C. eleitoral: o mesmo queassembléia eleitoral

* - Extraído da Obra de herbert Ore Belsuzarri - "Maçonaria - Origem e Evolução!

Ir.´. José Roberto Cardoso
Loja Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF

Nenhum comentário:

Postar um comentário