Segundo JOSÉ CASTELANI em seu
livro “Curso Básico de Liturgia e Ritualística – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. – Pag. 39, 40 e 4, a Circulação do Tronco de Solidariedade (ou de
Beneficênia) e da Bolsa (ou Sacola, ou Saco) de Propostas e Informações (nos
ritos que a possuem, como Escocês, Adoniramita, Moderno e Brasileiro, já que
nos Ritos de York e Schroeder ela é inexistente), quando feito com as devidas formalidades ritualísticas, deve levar em consideração a hierárquia dos
cargos em Loja e os Graus simbólicos. A circulação mais simples é a que
começa no Venerável, passa por todos os que se encontram no Oriente, depois
pelo Sul e, finalmente, pelo Norte (ou pelo Norte e depois, pelo Sul dependendo
do Rito). Essa circulação, todavia, não leva em conta a hierarquia dos cargos e
dos Graus simbólicos, além de ser destituída de qualquer sentido esotérico,
sempre presente nas práticas maçônicas.
A circulação formal,
que leva em consideração todos esses fatores, é a seguinte:
São
atendidos, pela ordem: o Ven.´. Mestr.´. , o 1º Vig.´., o 2º Vig.´., o Orad.´.,
o Sec.´., o Cobr.´. Int.´. (G.´. do Temp.´.), o Cobr.´. Ext.´. (se a Loja o
tiver), os IIr.´. postados no Oriente e os MM.´. MM.´. da Coluna do Sul, os mm.´.
MM,´, da Coluna do Norte, os Ccomp.´. e, finalmente, os Aap.´..
Pode-se
notar que no início dessa circulação é formada pelo Oficial circulante
(Mestre-de-Cerimônias, ou Hospitaleiro), uma estrela de seis pontas, com dois
triângulos entrecuzados, sendo o de ápice superior, formado pelo Ven.´, e pelos
dois VVig.´., enquanto que o de ápice inferior é formado pelo Orad.´., pelo Sec.´.
e pelo Cobr.´.. Essa estrela de seis pontas que no Rito de York é chamada de
“Blazing Star” (Estrela Flamejante), é um antiquíssimo símbolo, que foi
aproveitado pelos hebreus e foi sempre importante no judaísmo, sob o nome de
“Magsen David” (Estrela de David). Como símbolo bem antigo, ela tem dupla
interpretação esotérica:
a)
– Os dois triângulos representam as duas
naturezas humanas, masculina e feminina, que se interpenentram e se harmonizam,
formando uma figura inteiramente nova, embora ambos os princípios originais
conservem a sua individualidade. Graças a isso, a estrela (formada por dois
triângulos equiláteros) é considerada como o símbolo do matrimônio perfeito e,
por extensão, a eternidade, pela perpetuação da espécie, já que simboliza o
macho e a fêmea que se unem para formar um novo ser (é a figura interiramente nova,
a estrela), sem perder a sua individualidade (os dois triângulos).
b)
Representa a relação Espírito-Matéria,
como segue: o triângulo de ápice superior representa os atributos da
espiritualidade, enquanto que o triângulo de ápice inferior simboliza os atributos
da materialidade.
Na administração de uma Oficina, o Ven.´.
e os VVig.´. representam o triângulo da espiritualidade, pois a eles compete a
condução espiritual da Loja: o Orad.´., o Sec.´. e o Cobr.´. (G.´. do Temp.´.)
simbolizam o triângulo da materialidade, pois a eles compete a execução das
atividades materiais da Oficina (peças de arquitetura, interpretação da lei,
redação dos balaústres, expediente e segurança do Templo). Assim, ao atender,
inicialmente, ao Ven.´., aos VVig.´., ao Orad.´., ao Sec.´. e ao Cobr.´. (G.´.
do Temp.´.), o Oficial circulante estará atingindo os três ângulos de cada
triângulo e formando o antigo símbolo da estrela hexagonal.
Essa forma de Circulação é a
praticada no Rito Escocês Antigo e Aceito, no GOB. Nas Grandes Lojas são poucas
as diferenças. Troca-se o Cobr.´. Inter.´. (G.´. do Templ.´.) pelo 1º Exp,´, e faz-se em cada uma das colunas, em primeiro
lugar, os ocupantes dos cargos, depois os MM.´. MM.´., Ccomp.´. e Aap.´.. Nesse
caso, conforme poderemos observar na sequência da Circulação, a figura esotérica
dos dois triângulos fica prejudicada.
Já, na Grande Loja Maçônica do
Ditrito Federal, no Ritual de julho de 1996 (anterior ao atual), consta a
seguinte forma de Circulação com as Bolsas de Propostas e Informações e de
Solidariedade:
“Começa
pelo Ven.´. Mestr.´. e todos os que se acham no Trono.
Se
o Grão-Mestre e/ou Grão-Mestre-Adjunto estiverem presentes, serão, na
respectiva ordem os primeiros.
A
seguir: 1º e 2º VVig.´., depois Orad.´. e Sec.´., Port.´. Band.´., MM.´. MM.´.
do lado Norte, 2º Diac.´., Port.´. Esp.´. , MM.´. MM.´. do lado Sul e Port.´.
Estand.´. , Hosp.´., Chanc.´., 1º Exp.´.. 2º Diác.´., Tes.´., M.´. de CCer.´.,
MM.´. MM.´. da Col.´. do Sul, 2º Exp.´., M.´. de Harm.´., MM.´.MM.´. da Col.´.
do Norte, Ccomp.´., AAp.´., Cobr.´. G.´. do T.´. e, finalmente, o Ir.´. que se
acha circulando, entrega a Bol.´. ao G.´. do T.´., coloca a sua proposta ou
óbolo, retoma a Bol.´., vai para entre CCol.´. e anuncia.”
Essa
é a forma de Circulação nas Lojas Jurisdicionadas à Grande Loja Maçônica do
Distrito Federal, em vigor.
Além
da beleza há algo mais na ritualística que a simples circulação, e se assim não
fosse, documentos e metais poderiam ser entregues diretamente às autoridades da
Loj.´. ou ao Tes.´.
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