A CONTRIBUIÇÃO DA MAÇONARIA DA ESCÓCIA
Ir.´. Nelson Morales B. nmob19@yahoo.es
Revista Hiram Abif – Edição 141 – abril e maio de 2012
Tradução: Pedreiro de Cantaria
Temos dito que é um erro assumir que a maçonaria inglesa é a mesma coisa que a maçonaria anglo-saxônica ou britânica.
A seguir, entraremos em maiores detalhes sobre o assunto.
Até o século XIII, a maçonaria da Inglaterra e Escócia, transitavam por caminhos parecidos, digo “parecidos” e me reservo o qualificativo para dizer: similar.
A primeira expressão sobre maçonaria é conhecida na Escócia em 1277, para identificar o local de reunião dos trabalhadores da construção.
Posteriormente, em 1483, aparece a expressão “Masonreys of the lodge”. Em “Loja” quer dizer um agrupamento humano de trabalhadores.
Como podem observar, estamos observando o início da origem corporativa da instituição ou grêmio dos construtores na Escócia.
A relação de confraternização e de corporação de trabalhadores da construção desde o princípio teve uma diferença na Escócia e foi a integração de outros obreiros do Ofício, ou Craft (construtores). Em consequência, a história é precisa em enfatizar que na Escócia não houve, inicialmente, uma Corporação de Ofício relacionados com a edificação
Em 1636, encontramos uma expressão específica atinente à maçonaria, quando surge o termo de franco-maçons mediante o sentido idiomático de “maçons livres” que denotava um status de preferência ou distinção do resto das organizações de trabalhadores manuais: nos referimos a capacidade de exercer livremente o ofício sem a tutela do município ou “burgo” em inglês.
Na Loja de 1230, encontramos o aprendiz identificado como “aprentice” e desde 1598 o Aprendiz Inscrito. No entanto, o Companheiro foi inicialmente conhecido como Companheiro de Ofício e. desde 1598, simplesmente como Companheiro. Agora, temos também ouvido e lido sobre a crise da construção na Inglaterra e a decadência das lojas operativas e o denominado reavivamento da Ordem sob uma fisionomia diferente: “a maçonaria especulativa pelo que dizem os livros e a repetição de tantos trabalhos que asseveram este fato, sem argumentos claros e detalhados”.
Cabe perguntar: este fenômeno da decadência da maçonaria operativa foi generalizado e na mesma data que das ilhas britânicas?
Uma das características muito especiais das Lojas Escocesas era sua “sedentarização” e a “acolhida de membros não operativos”, que se conheciam como nobres ou pedreiros teóricos em seu íntimo o que à luz da história e a comparação com a Inglaterra foi uma medida muito inteligente a acertada para manter a continuidade e preservar as tradições.
Vários irmãos, em alguma oportunidade, me perguntaram onde se encontrava a contribuição da maçonaria escocesa à maçonaria inglesa.
Minha resposta curta é: James Anderson, Lawrence Dermott, o Arco Real, a palavra pedreiro, entre outros.
Curiosamente, a própria maçonaria inglesa não reconheceu qualquer coisa a respeito dos antigos deveres os quais foram adaptados pela dominação da Inglaterra.
Então, ao invés de assinalar que a contribuição da Inglaterra para a Escócia foi os Antigos Deveres que consistiam, principalmente, de três partes: uma religiosa, outra referente a lealdade à coroa inglesa e outra o regulamento, em particular, todas elas atribuídas a uma marca de regras das Ordens Monásticas dos monges Beneditinos, Cistersenses e muitas outras coirmãs da Idade Média.
Catecismos maçônicos de 1596, que estavam bem ocultos e que sobreviveram aos anos, estão sendo encontrados, mas não podem responder às perguntas sobre a existência de duas categorias de maçons: Aprendizes e Companheiros.
Essa era uma outra característica, que não tinha a Grande Loja, senão depois desta inovação na Inglaterra, para ser preciso, no ano de 1736.
Cabe recordar que em 1603 a Escócia foi anexada à Inglaterra, fundindo-se, ambos os reinos, de maneira que começaram a tomar parte dos quadros das Lojas na Escócia, cidadãos não operativos ingleses.
E mais, resulta um tanto contraditório comprovar que este denominado plano de reavivar a maçonaria operativa na Inglaterra para abrir lojas especulativas ocorreu na Escócia e todas essas Lojas evoluíram de operativas para especulativas.
A história é sempre elaborada e contada pelos vencedores, nós, porém, devemos avaliar mais longe o legado dos antigos maçons e grêmios de construtores da Escócia.
Por consequência, os nobres e personagens importantes iniciados na Escócia levaram esta inovação à Inglaterra.
Recapitulando, devemos admitir que não havia nenhuma Loja Inglesa de maçons funcionando de forma separada, mas dentro do mesmo local que eles mesmos ajudaram a escolher.
De maneira que os maçons ingleses não operativos, foram feitos maçons na Escócia ou pelo cerimonial “incorporado” na denominada Loja de Aceitos da companhia de maçons de Londres. Porém, foi deixado para o final outro dilema inglês e é York.
Esta cidade está mais próxima da Escócia que de Londres e dali sua aparência com o sistema maçônico inglês. Reconhecer os maçons de York é reconhecer a gênesis da maçonaria nas ilhas britânicas que este estilo maçônico, que apresenta matizes que claramente fazem a diferença com a linha seguida pela Grande Loja Unida da Inglaterra.
Para recordar, houve um período de discriminação dos rituais e me atrevo a informar que foi uma consequência política do movimento jacobita que intentou, com o apoio dos jesuítas, recuperar o trono da Inglaterra para um Rei Católico.
Finalmente, que cada qual julgue se é efetivo que a maçonaria especulativa é uma criação inglesa ou se aceitam a tese exposta, de que a ideia foi trasladada ou copiada de outra parte das ilhas britânicas.
Aceitemos, então, que a maçonaria especulativa é uma invenção britânica por evolução de suas tradições de onde destacam os caldeus, os maçons beneditinos e cistercenses, os celtas, druidas, templários, entre outros.
Contudo, pouco se escreveu sobre a relação ao papel dos denominados pedreiros não operativos na fundação da Grande Loja de Londres e lojas subordinadas, entre as quais se encontram: nobres, antiquários, estudiosos, rosacruzes, eclesiásticos, rabinos, a Real Sociedade Inglesa.
Aqueles que geralmente sustenta que aceitam de bom grado tanto o conteúdo dos rituais como de alguns catecismos em curso, não conseguem explicar genuinamente o acontecimento histórico-institucional, precisamente daqueles tempos em que surgiu o que hoje denominamos “Maçonaria Moderna e Especulativa.
É bem conhecida nossa posição relativa aos sucessos protagonizados pelos pastores protestantes James Anderson e Theophile Desaguliers na criação dessa maçonaria, na conformidade das Constituições de 1723, em detrimento da conhecida maçonaria operativa e
Por essa razão é que publicamos nestas páginas o trabalho do Ir.´. Morales Barrientos uma vez que constitui uma informação para desmentir os equívocos que são do conhecimento do público maçônico
Com este artigo fica demonstrada a existência de Lojas e Obediências na Escócia
Com este artigo é demonstrada a existência de lojas e obediências na Escócia, antes da suposta queda da “operatividade” e nos dá detalhes do porquê do acontecido em Londres no período de 1717/1723.
Não cabe dúvida que o ocorrido em Londres em 1717, não respondeu a uma necessidade de reformular uma maçonaria operativa em franca decadência e inoperabilidade, mas sim dar consequência aos objetivos político-institucionais daqueles que hoje denominamos “livres e aceitos” e que o autor da nota menciona como “uma consequência política do movimento jacobita que intentou, com o apoio dos jesuítas, recuperar o trono da Inglaterra para um rei católico.
Também não temos dúvida, já que investigamos seriamente o tema, dizer que a criação da maçonaria moderna e especulativa, foi uma operação política da monarquia britânica, com o objetivo de neutralizar os princípios liminares da franco-maçonaria, contrários ao feudalismo monárquico e que tinham por objetivo a concepção de um sistema republicano e democrático, como o implantado por Olivier Crowell, quando derrotou a monarquia britânica.
Não cabe qualquer dúvida, tampouco, de que os jacobitas contaram com a ajuda inestimável de todas as monarquias europeias, pois também supunham o sonho de ver triunfar a operatividade. Os acontecimentos históricos ocorridos quando finalmente a “Revolução Francesa” triunfou sobre as iniquidades do feudalismo, tem demonstrado, desde aqueles convulsionados tempos, a nefasta ingerência da nobreza no decurso histórico da ordem, complementando sua infiltração com a instauração de ritos como o Escocês Antigo e Aceito (e uma vasta somatória de vários Ritos) e com a criação (seria melhor dizer administração) dos graus filosóficos e sua filosofia pseudo monárquica, cujo conteúdo desvirtua os fundamentos “racionalistas” da doutrina progressista da franco-maçonaria.
Hoje assistimos a uma negada “decadência”, que manifestamente se adverte na proliferação de novas Obediências, novos Ritos, concepções místicas, esoterismos “primordiais” e introdução, no seio histórico doutrinário, de superstições sincréticas, que pretendem dogmatizar religiosamente a franco-maçonaria.
Dentre essas “heresias” institucionais, se somam as intrigas religiosas do mal definido estabelecimento “judaico-cristão”, cujos alcances não se tem estudado minuciosa e objetivamente, já que cada uma das “religiões positivas” (vale dizer, hierofantes) acumulam “farinha para sua cota”. Hoje não resta dúvida que a atual “lenda do 3ª. Grau” não condiz com a que sustentavam os maçons operativos”, nem com a que aceitavam os maçons das “academias florentinas” lideradas por Leonardo da Vinci... Os três companheiros jubelos (isto é, o povo trabalhador), não foram os que assassinaram Hiram Abif, mas sim os “capitães do poder real e religioso”... como se acreditava nos tempos da” operatividade”; Coisa que, naturalmente, negaram com todo tipo de mentiras, aqueles que haviam aderido ao “moderno e especulativo” criado por Anderson e Desaguliers.
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