sexta-feira, 16 de setembro de 2016


OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES


Autor: João Anatalino


O candidato a elevação no grau 19 declara que é um "Príncipe Rosa-Cruz", que tendo contemplado as colunas da fé, da esperança e da caridade, aspira agora, entrar num lugar "que não tem necessidade de sol ou lua para ser iluminado", isto é, a Jerusalém Celeste.

Mas para merecer essa honraria, terá que realizar os Doze s Trabalhos de Hércules. Sabe-se que o Mito de Hércules significa, na verdade, uma tradição iniciática onde o recipiendário é levado a realizar tarefas que simbolizam as virtudes que o verdadeiro herói, o homem da terra, deve adquirir para que se iguale ao arquétipo que lhe serviu de imagem, ou seja, o homem celeste. [1]

Os Doze Trabalhos de Hércules é uma alegoria que mostra de forma metafórica, o que eram os chamados Antigos Mistérios. Na verdade, são os próprios Mistérios.de Hércules é o herói mítico de todos os povos, que desafia os deuses, conquista a sabedoria, estabelece a civilização e depois não sabe o que fazer com tudo que conquistou. Representa a saga do ser humano sobre a terra na sua eterna procura pelo sentido da vida.

Nas iniciações aos Mistérios de Elêusis, esse mito era invocado como sendo as provas que o iniciado devia realizar para atingir a iluminação.

Diz a tradição que Hércules era filho de Zeus e uma mulher, Alemena, a rainha de Tirinto. Era tão bela que Zeus se apaixonou por ela e resolveu seduzi-la.

Já por essa informação se pode avaliar o largo significado esotérico desse mito. Hércules é, ao mesmo tempo, descendente dos deuses e dos homens. Simboliza o homem no céu que se manifesta na terra, como projeção do elemento divino no elemento humano. Nesse sentido, seus trabalhos denotam a longa e sofrida jornada que o homem deve suportar até que possa vencer suas limitações físicas e voltar a sua condição divina.

Os trabalhos aos quais Hércules foi submetido eram provas de força, coragem e valentia, que Aristeu, seu primo, o rei de Argos, lhe impôs. Simbolicamente, era como alguém tivesse que percorrer um vasto labirinto, tortuoso, mergulhado em profundas trevas, enfrentando diversos perigos, para chegar à luz. Em termos iniciáticos, era a representação do homem, que feito imortal a princípio, foi jogado no seio da matéria e agora teria que vencer a escuridão, que é a própria morte, para se revestir novamente da imortalidade. Dessa forma, os Doze Trabalhos de Hércules são, claramente, uma vigorosa alegoria iniciática. [2]


BIBLIOGRAFIA

Anatalino, João, Mestres do Universo - A Maçonaria dos Graus Superiores - Editora Biblioteca 24 horas - São Paulo - Junho de 2010.


Se desejas ver os dozes trabalhos adquira o livro,  pois é muito interessante.

O Livro pode ser adquirido através do email: João Rodrigues <jjnatal@gmail.com> 

[1] Segundo a Cabala, o homem da térrea foi construído a partir de um arquétipo celestre chamado Adão Kadmon, o “homem do céu”. É uma figura que representa uma imagem dos anjos construtores, os Elohins, e não uma imagem do Grande Arquiteto do Universo, como as exegetas da Bíblia ensinam. Na verdade, o homem jamais poderia ter sido construído à imagem e semelhança de Deus porque Deus é espírito, e espírito não tem forma nem imagem. 

[2] Cf. O Ritual do grau 19. O Irmão deverá “subir a montanha” para fazer o sacrifício na “ponte que separa a região das trevas do foco da luz”. Do alto dessa “montanha” ele avista a Jerusalém Celestre. Depois recebe o “cetro”, que é superior ao Tau (O Cajado de Aarão) e inicia a sua “viagem” para a execução dos Dozes Trabalhos de Hércules.

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