Saudação à Bandeira
Autor : Francisco Assis de Carvalho
“Bandeira do Brasil, eu te saúdo!
Em nome desta Assembléia de Homens livres, aqui reunida,
Eu te saúdo !
Eu te saúdo pelo que fostes em nosso passado,
Pelo o que tu és
E pelo que representas para nós!
Bandeira do Brasil, nós, os Maçons,
Temos te seguido os passos através da História, destes tempos imomeriais,
Tu tinhas, em outras épocas, outras cores e outros emblemas,
Porém teu simbolismo permaneceu imutável.
Desde a longínqua data em que o Índio Poti,
Felipe Camarão,
E o negro Henrique Dias, te empunharam,
E te levaram para os campos de batalha
Tabocas, Taborda, Guararapes,
Para lutar contra o estrangeiro invasor,
Tu deixaste de ser a Bandeira de Portugal,
Que também era estrangeira,
Para ser a BANDEIRA DO BRASIL!
Bandeira do Brasil!
Tu estavas com Felipe dos Santos, na revolta de Vila Rica,
Em 1720.
Tu estavas com os Inconfidentes de Minas,
E subistes ao patíbulo com TIRADENTES,
Em 1792.
Tu estavas no Areópago de Itambé, da Revolução Pernambucana,
Em 1817.
E fostes fuzilada com Padre Roma e Padre Miguelinho.
Tu estavas às margens do riacho Ipiranga, com D. Pedro I,
No Grito da INDEPENDÊNCIA,
Em 1822.
Tu fostes arcabuzada com Frei Caneca,
Em 1825, após a Confederação do Equador,
Quando os dois grandes Maçons, CAXIAS E CANABARRO,
Assinaram o Tratado de Poncho Verde,
Pondo fim à Guerra do Farroupilhas.
Tu tremulavas bem junto às Tendas dos dois HERÓIS !
Tu acompanhastes, altaneira, as nossas tropas,
Na Guerra do Paraguai !
Bandeira do Brasil !
Só uma vez, nós te condenamos.
E te condenamos com veemência,
Na voz e nos versos do maior Poeta que o Brasil já teve,
ANTÔNIO DE CASTRO ALVES !
Por essa época, Bandeira do Brasil,
Tu tremulavas impune, na Gávea dos Navios Negreiros,
Mas, Castro Alves, cheio daquela Ira Sagrada,
Que todos os Maçons devem sentir,
Ao te ver ultrajada,
Apostrofou, a ti, e aos donos da Pátria, de então
Com estas diatribes terríveis, que ainda hoje ressoam,
Aos ouvidos da Grande Nação :
- " Existe um povo que a BANDEIRA empresta,
Para cobrir tanta infâmia e covardia,
e deixa-a transformar-se nesta festa,
em manto impuro de bacante fria.
Meu Deus, mas que Bandeira é esta,
Que imprudente, na Gávea tripudia ?
Silêncio Musa, chorai tanto,
Que o Pavilhão se lave no teu pranto !
Auri-Verde Pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a Luz do Sol encerra,
E as promessas divinas de Esperança !
Tu, que da Liberdade e, após a Guerra,
Fostes hasteada, dos Heróis, na lança,
Antes te houvessem roto, na batalha,
Que servires um Povo de mortalha.
Andrada, arranca esse Pendão dos ares ! - "
BANDEIRA DO BRASIL
Depois tu te reabilitastes.
Tu reabilitastes na voz patética do Maçom Negro,
José do Patrocínio, quando bradou :
"Meu Deus, já não existem mais escravos em minha Pátria !"
Tu reabilitastes nas montanhas da Itália, lutando pela Democracia,
Na última Grande Guerra Mundial.
E quando um presidente da República, te içou, pela primeira vez,
Num mastro metálico do primeiro poço de Petróleo da Petrobrás,
- O Monteiro Lobato - Nesse dia,
Bandeira do Brasil, tu te lavaste nas Águas Lustrais,
Da nossa Soberania.
E por isso, hoje, quando mais Irmãos,
Transpõem os umbrais deste Templo,
Para junto conosco, reverenciar o teu vulto Sagrado,
Eu te saúdo, em meu nome,
Em nome do meu Venerável,
Em nome de todos os Maçons e amigos, aqui reunidos,
EU TE SAÚDO !
EU TE SAÚDO E
BEIJO ! "
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