OS EGÍPCIOS
Manetón, o sumo sacerdote do templo de Heliópolis, devia dispor de uma enorme quantidade de material de trabalho no momento em que se dispôs a escrever sua História do Egito em grego, durante o reinado de Ptolomeu II Filadelfo (aproximadamente 250 a.C). Esta obra não foi conservada intacta, porém a conhecemos por resumos fragmentados e escolhidos através dos escritos de Josefo e outros autores clássicos que a ela se remetem para justificar suas próprias opiniões nas polêmicas. (Alfred Cyrill – Los Egipcios, Ediciones Orbis S.A, Barcelona 1986, Pág. 8).
Na ausência da Historia de Manetón, nos é de valor inapreciávelnos o relato que o viajante grego Herodoto (450 a. C) nos oferece no livro II de sua História, no que refere a sua viagem ao vale do Nilo. Sua narração é sagaz e de considerável valor, entretanto, conta o que foi visto com seus próprios olhos; porém na maioria dos casos se limitou a transmitir o que lhe contavam e parece que nunca entrou em contato com as classes instruídas do país. . (Alfred Cyrill – Los Egipcios, Ediciones Orbis S.A, Barcelona 1986, Pág. 9).
Jufu construiu sua pirâmide monstruosa num patamar rochoso a poucas milhas ao norte de Sáqqara, proximo de onde fica hoje a cidade de Giza. Quando terminou a pirâmide sua base quadrada media 755 pés em cada lado, é seguro dizer que cobria uma superfície de treze acres. A pirâmide media da base ao cume 481 pés. Esta “Grande Pirâmide” está formada por pedaços de pedra – em número de 2.300.000 – segundo se estima, com um peso médio de duas toneladas por peça – cada um desses foi transportado das pedreiras próximas a Primeira Catarata, a uma 600 milhas de distância (Por via fluvial, naturalmente sobre barcos arrastados rio abaixo pela correnteza do Nilo).
Levando-se em conta o conhecimento da engenharia naquele tempo e o fato de que a estrutura foi executada praticamente com as maos (no se usava sequer a roda), a Grande Pirâmide constitui sem dúvida a mais nobre realização arquitetônica do mundo.
Os homens não deixavam de se maravilhar diante a Grande Pirâmide, a maior construção erigida; uma construção que não foi superada nos 4.500 anos de sua existência. Os gregos a qualificaram junto com as demais pirâmides vizinhas como uma das sete maravilhas do mundo, e das sete enumeradas por eles, só as pirâmides podem ser admiradas hoje. E talvez sigam ainda em pé depois que as nações modernas tenham desaparecido como o antigo Egito e a antiga Grécia.
Naturalmente, a Grande Pirâmide atraiu a atenção de Heródoto, que tratou de informar-se perguntando sobre ela aos sacerdortes egípcios. Estes lhe contaram certas histórias fantásticas que não podemos aceitar, embora uma parte da informação parece ser razoável. Disseram-lhe que se haviam demorado vinte anos para construir a Grande Pirâmide e que nela haviam trabalhado cem mil homens. Isso pode muito bem estar correto.
Também lhe disseram o nome do rei que a havia erigido, porém Heródoto traduziu o estranho nome egípcio a ago que soasse mais grego e mais habitual a seus ouvidos, pois Jufu se converteu em Keops; e nós estamos muito mais familiarizados com a versão grega, sobretudo com a ortografia latina Cheops.
Acreditamos que os cem mil construtores da pirâmide eram escravos, submetidos ao chicote dos vigilantes. Muitos creem, por ter lido na Bíblia, no livro do Exodo, que muito dos escravos eram judeus. Sem embargo, a Grande Pirâmide e as edificações irmãs foram construídas uns mil anos antes da chegada dos israelitas ao Egito, e em todo caso, é muito provável que as pirâmides furam construídas por homens livres que trabalharam com prazer e recebiam um bom tratamento. (Isaac Asimov – Historia de los Egipcios, Biblioteca Temática Alianza, Madrid diciembre de 1993, Pág. 27). Efetivamente, os trabalhadores das pirâmides subescreviam contratos para trabalhar, fixando a duração do trabalho e o salário que era pago em espécie: azeite, cerveja e outros, que variavam em quantidade por categoria de trabalhador: obreiro ou artesão os quais eram rigorosamente contabilizados pelo escriba. Tinham assistência médica e todos se organizavam em confrarias onde se reuniam em seus dias livres.
Artesãos - afresco de Deir el-Medineh.
Devemos afirmar que foram os gregos, os historiadores formais mais antigos que se tem conhecimento que deformaram muitas palavras sumérias e egípcias ou as adequaram ao seu gosto.
Imhotep era o arquiteto do complexo da pirâmide escalonada do Rei Dyoser (2.630-2.611 a. C) em Saqqara, que não possui rival no que concerne a grandeza de sua concepção e no fato de que foi o primeiro edifício solossal de pedra que se construiu. A pirâmide sugere lances de escada gigantescos para a subida do monarca ao céu, entretanto os edifícios que a rodeavam eram o Templo para o culto real e outros pavilhões e capelas para a eterna celebração das festas do jubileu do rei Dyoser. UM busto em pedra calcáreo de uma estátua perdida do rei Dyoser (chamado Netyeri-jet em seus monumentos) conserva o nome e os títulos de Inhotep: portasellos (caixas de classificação, arquivos) do rei do Baixo Egito, um selo que está em volta da cabeça do rei visir, jefe da Grande Mansão, representante real, Sumo sacerdote de Heliópolis, Inhotep, o carpiteiro e escultor...
A partir de vasos de pedra descobertos em galerias, em torno de 30m abaixo da pirâmide ainda podemos adicionar-lhe o título de “Sacerdote Leitor em Chefe”. Assim, pois, os mais altos ofícios religiosos e seculares da administração egípcia pertenciam a Imhotep.
Além do complexo da pirâmide, Inhotep era arquiteto de um santuário ao deus Sol em Heliópolis, dedicado por Dyoser e que hoje em dia só perduram em fragmentos de relevos da grande qualidade. Seu nome também tem sido encontrado em um grafite do muro da pirâmide inacabada do rei Sejemjet (2.611-2.603 a.C), sucessor de Dyoser. Esta é o último testemunho histórico de Inhotep, pelo que podemos presumir que morreu há 4.600 anos.
Sua reputação como arquiteto esperiente levou os escribas egípcios a reconhecerem-no como o mais eminente dos que exerceram aquele ofício. Foi considerado como fonte de inspiração intelectual e uma grande quantidade de máximas morais se dizia terem sido escritas em papiro em seu nome. Uma referência as constituem numa composição empart pessimista e em parte hedonista, conhecida como “Canto del Arpista”, cuja melhor copia é a do Papiro Harris 500 do Museu Britânico (George Hart – El Pasado Legendario Mitos Egipcios, Ediciones Akal S.A, Madrid 1994, Pág.).
A partir do ano 3000 a.C. a civilização egípcia teve um desenvolvimento muito importante, entretanto os reis e sacerdotes sumérios cessaram e sua civilização desapareceu; porem os conhecimentos dos arquitetos sumérios foram transmitidos mediante a palavra aos arquitetos egípcios. De todos eles o mais famoso e que passou para a história por suas obras foi Imhotep.
O arquiteto Imhotep não possuia somente as qualidades de um arquiteto; também era médico, mago, astrólogo, escritor e filósofo. Imhotep foi o autor da primeira pirâmide para o rei Zóser o magnífico. Foi o artífice de uma revolução transcendente de um alcance considerável, posto que foi o primeiro arquiteto a construir em pedra um conjunto monumental tão importante como o de Saqqara. A pirâmide escalonada, realizada pela superposição de mastabas[1] similares a dos zigurates sumérios.
A pirâmide de Saqqara e construcões do conjunto arquitetônico
Foi Imhotep o sucessor dos arquitetos sumérios, sua figura completava a trilogia do rei, sacerdote e arquiteto. Como em toda a antiguidade, seu conhecimento das leis do universo permitia a conexão entre o rei, representante da terra e o sacerdote, representante do céu.
Depois de Imhotep os arquitetos egípcios construiram as mais completas cidades sagradas da história, seus templos, pirâmides e conjuntos monumentais são a mostra de seu altíssimo conhecimento. Sua tradição transmitida em palavra de mestre a aprendiz ao largo dos séculos alcançou um altíssimo grau de sabedoria que permitiu soluções técnica e de gestão de recursos, tanto naturais como humanos, de que hoje não temos explicação. Os estudiosos de suas construções, atuais, não conseguem uma explicação satisfatória de como puderam construir as pirâmides, nem como se pode organizar sua construção. Esse conhecimento transmitido de geração em geração se perdeu. Os arquitetos posteriores so podiam vislumbrar parte da sabedoria de seus antecessores.
O Egito é a cibilização onde o arquiteto reflete seu caráter ARKHITEKTON, o primeiro obreiro, o que sabe. No podemos ainda, hoje em dia, recuperar a sabedoria perdida que os arquitetos egípcios possuiram.
Quando falamos dos sumérios, dizemos que para dar ordens aos trabalhadores da construção resultava pouco prático o falar, devido ao fato de que os trabalhadores vinham de lugares diferentes e de línguas diferentes, que se complicava mais ainda quando se tratava de suas habilidades e especialidades de construtor pelo que introduziram o uso de símbolos e palavras de passe. Este método de comuniccação por símbolos foi em seguida levado ao Egito por Misraim, segundo filho de Cham, fundador da primeira dinastia faraônica do Egito (Reino Mitológico do rei escorpião) e foi empregado na construção das pirâmides. Construida 2.500 a. C (IV Dinastia 2.723-2.563 a. C) sob o reinado do rei Keops, a grande pirâmide do Egito é o exemplo da interpretação dos conhecimentos geométricos na arte de construir donde se expressam altos conhecimentos astronômicos nas medidas arquitetônicas.
Os grande homens da história do Egito foram todos Mestres de obra: Keops, Thoutmosis III e Ramsés foram prodigiosos construtores que criavam suas obras para a glória do princípio divino que estava definido naquela época como “O Arquiteteto Soberano dos Mundos”.
Os egípcios conservaram por longo tempo a recordação de Inhotep, genial arquieto instruído na “Câmara da Vida” do Templo de Tanis, onde recebeu os mistérios do alto conhecimento e de sabedoria dos anciãos do Egito sagrado. Inhotep foi mestre de obra que conduzia a construção do antigo templo de Edfou do alto egito e da grande pirâmide de Keops.
Para a Maçonaria a data da construção da grande pirâmide é a de 4.000 anos a.C; ela é o primeiro ano do calendário Masônico, do qual somamos a dada atual.
Desde a época mais antiga (14 séculos antes da era Cristã) os construtores egípcios estavam constituídos numa sociedade de caráter iniciático em Deir El-Menineh; esta organização foi uma das expressões mais primitivas da maçonaria; foi o apogeu da primeira época cooperativa egípcia. Ao final da 18ª. Dinastia, uma primeira confrarias de construtores foi rigorosamente comprovada. Suas leis, seu simbolismo e sua moral alcançaram um alto grau de espiritualidade. Perfeitamente integrada ao Império faraôico, ela foi um dos mais belos elementos de sua sociedade. A documentação conservada no museu arqueológico do Cairo testifica que no ano de 29 do reino de Ramses II (19ª. dinastia), os obreiros egípcios dispunham de uma organização capaz de formular reinvidicações necesárias para o desenvolvimento técnico da época. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 18).
A Grande Pirâmide
Como se tem notado houveram construtores na Suméria e Egito, porém devemos recordar que os gregos tomaram dos egípcios os conhecimendos herdados dos sumérios, que se perderam no tempo já que estes se transmitiam de mestre a aprendiz em forma oral.
Em outro trabalho anterior (Herbert Oré, Sociedades Iniciáticas, Edicão digital de fevereiro de 2012, Pag. De 46 a 56) falávamos o seguinte: “Que ocorreu no tempo dos Egípcios? O Egiptólogo francês Bernard Bruyere proporcionou a esta pergunta uma resposta extraordinária. De 1920 a 1952, sse grande arqueólogo fez notáveis escavações na região de Deir el-Medineh, ao sul da necrópolis tebana que foi convertido, no plano de Gizeh, no grande lugar turístico do Egito.
Deir el-Medineh.
Bruyére descobriu naquele lugar numerosas tumbas muito curiosas; advertiu que se tratava de capelas pertencentes aos membros de uma confraria que agrupava construtors, pedreiros, gravadores e pintores que se instalaram em Deir el-Medineh a partir do final da XVIII Dinastia, há 1.315 anos antes de nossa era. A tumba 267, por exemplo, é a de Hay, Chefe dos artesãos, modelador das imagens dos deuses na morada do ouro. As capelas foram decoradas pelos próprios artesãos e encontramos, por acaso nas pinturas, o cotovelo sagrado, o esquadro, distintas formas de nível e muitos outros objetos simbólicos que conheceram uma duradoura posteridade.
Havia também uma gruta disposta como santuário e dedicada a deusa serpente Metseger, senhora do silêncio que os iniciados devem respeitar. No abrigo do cume, é a pirâmide natural que domina o Vale dos Reis, a confraria trabalhava para o rei do Egito e formava um verdadeiro Estado no Estado.
Os membros desta antiquísima sociedade iniciática se denominavam: servidores no lugar da verdade e da harmonia.
O Faraó tinha como uma suas principais atribuições manter a harmonia entre o ceu e a terra. A ele eram confiados grande parte dos trabalhos artísticos nos quais se expressava o esoterismo egípcio dese o nascimento do império.
Para Bernard Bruveré se impnhe uma evidência: a confraria de Deir el-Mdineh é uma autêntica maçonaria adiantada no tempo. Julgou assim por certo número de detalhes significativos. Segundo suas constituições, a coletividade se divide em Lojas ou Cabanas que são oficinas onde se repartem as tarefas.
É curioso que as primeiras lojas de maçons alemães, durante a Alta Idade Média também se chamavam cabanas. Cada iniciado leva o título de “O que escuta o mestre”, porém existem três graus: aprendiz, companheiro e mestre. O aprendiz se define como o filho que acaba de nascer ou melhor, de renascer; uma vez iniciado, se põe de bom grado a serviçõ dos companheiros que lhe confiam trabalhos desagradaveis para por a prova sua boa vontade e seu desejo de trabalhar. Não tem “amabilidade” alguma nos seus primeiros contatos; para converter-se em mestre é necessário vencer as debilidades da natureza humana sem buscar falsas desculpas. Os companheiros estão a servido dos mestres que, por sua parte, se ocupam dos “escritos celestiais”, podemos dizer, dos rascunhos, dos traços diretores do trabalho e das regras simbólicas da arte, sem as quais nenhuma representação teria sentido.
Há de se destacar que os iniciados de Deir el-Medineh se beneficiavam de ritos religiosos que lhes eram próprios. Veneravam sobretudo a deusa do silêncio, ao deus dos construtores e a personagem simbólica do Rei. O rei do Egito, por demais, era seu grande mestre e visitava as obras de vez em quando, para falar com os altos dignatários da comunidade e verificar a boa marcha dos trabalhos.
Fazer parte da confraria era uma felicidade imensa e uma pesada responsabilidade; a iniciação em espirito se acrescentava uma promoção social que elevava a maioria dos iniciados acima da sua codição original. O nascimento, nas sociedades tradicionais, nunca foi um critério de admissão. Vários faraós e mestres de obras eram de condições simples, o que não os impediu de acessar as mais importantes funções iniciáticas e administrativas. Muitos funcionários, muitos cortesãos nunca viram ao faraó às margens das cerimônias oficiais; o jovem pedreiro procedente do campo gozava deste privilégio se era aceito pela confraria.
Pesada carga, na verdade por que o erro não era permitido. Pinturas e esculturas encarnam com a máxima fidelidade a idéia simbólica que evocam; nenhuma imperfeição técnica se tolera, a destreza da mão está de todo afloradas
Por que, nos perguntamos, os ritos iniciáticos se celebram em tumbas? Os textos egípcios nos proporcionam respostas. Em primeiro lugar, a “tumba”, como o sarcófago, não é ul lugar de morte; na realidade, é a morada de uma vida nova obtida pela morte do indivíduo profano. Em segundo lugar, a palavra “tumba” se substitui a miúde, nos escritos egípcios, pelo termo Oficina; crear a obra de arte e crear o iniciado são duas operações idênticas.
Os membros da confraria de Deir el-Medineh iam vestidos com um avental ritual que permitia se identificar aos iniciados e aos profanos; tinham também um profundo valor simbólico, representando o vestido divino que o construtor não deve manchar com atos servís ou inconscientes (Christian Jacq, La franc-maconnerie, Segunda edición: Mayo de 2004 Pág. 19).
As cerimônias se reservavam somente aos iniciados; os profanos e os curiosos que haviam se extraviado e adentrado a esses lugares, dizendo-lhes: “não vos dirijais ao lugar onde se faz a oferenda. Os mestres dispunham de um grande bastão que indicava sua qualidade. Voltaremos a encontrar este símbolo nas mãos dos mestres de obras da Idade Média.
O objetivo principal dos rituais era crear novos iniciados e o ascender ao grau superior a aprendiz e companheiro. Era ocasião para celebrar um rido de renascimento no que se ofereicia aos adeptos novos meios de aperfeiçoar-se. Advirtamos sobre todo o emprego do sudário dos deuses com o que se cobria o iniciado. Morrem e devem – escrevia o mason Goethe, retomando uma antiga expressão egípcia – sem cessar, o adepto abandonar seus velhos pensamentos para abordar novas concepções do espirito e da arte de conceber; o iniciado não aspirava a felicidade, senão a plenitude. .
Os servidores do lugar de verdade – se consagravam a manutenção de uma força misteriosa que chamava Ka. Desde a origem dos tempos, esta pontencia vital se encontra em cada homem, porém poucos deles pensam em facer que futifique. Desenvolver o Ka com ritos iniciáticos era entrar na vida eterna, durante nossa passagem pela terra e liberar-se de todas as traves. Pr isso, os adeptos de Deir el-Medineh alimentavam sempre sua consciência do Ka; posto que este existia, às vezes nos alimentos, na terra e no homem, organizavam banquetes ritualísticos, se aprofundavam nas virtudes da arte sagrada e faziam avançar a cada irmão pelo caminho da iniciação.
A Maçonaria toma do antigo Egito esotérico muitos de seus mistérios; um deles relata que o Faraó, Rei do “duplo país” representante sobre a terra de Amon-Ra, deus do Sol, era o depositário de uma força misteriosa: o “Ka”, potente força vital de essência divina a qual os grandes sacerdotes os sacerdotes a serviços do soberano “los servidores del lugar de la verdad” prestavam uma atenção particular para mantê-la viva. Esta força das profundidades do ser se revelava quando os adeptos elevavam os braços, formando uma esquadria sobre sua cabeça. O “Ka”, muito presente no esoterismo do Egito, estava representado pela serpente, cuja cabeça, sustentava no octipus do Faraó, figurava sobre o chapeu da cerimônia do soberano egípcio. Entre os egípcios, os sacerdotes formavam uma casse distinta dedicada ao estudo das ciencias secretas, das artes e aos ensinamentos de alguma ramo especial dos conhecimentos humanos. Esta ocupação foi seguida por todos os sacerdotes dos povos do oriente: os persas, os caldeus, os sírios, gregos, etc. Os ritos de iniciação egípcios de Deir el-Medineh, dos quais uma parte está descrita na sepultura de Amen-Nakht (tumba 218, ditado pelo adepto), tinha por objetivo despertar esse “Ka” que permitiria ao homem entrar na vida eterna durante sua passagem pela terra e libertar-se das traves de ilusão para entrar no conhecimento da “Doutrina Interior”. Para a comprensão do ritual, o adepto penetrava no coração do sol e aqui, depois de sua morte simbólica, renasceria, voltando “filho da luz”; a partir deste momento, ele estava encarregado de repartir bem estar entre os irmãos de sua raça e no mundo. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 20).
Na tumba 218 que pertence ao adepto Amennakht, uma cena curiosa relata um dos episódios da iniciação: “se vê um homem cujo corpo é de cor negra. Este símbolo da sombra do sol, do indivíduo que não recebeu ainda a luz.
Entretanto o construtor não foi iniciado, permanecia em estado de sombra; pela compreensão do rito, penetrara o coração do sol e se convetera em um Filho da Luz, encarregando de propagá-la entre seus irmãos pelo mundo.
Uma intensa alegria se desprende dos ritos da confraria; diariamente, os iniciados fazem sacrifícios aos deuses e rendem homenagem ao rei vivo, aos reis mortos e a todas as divindades egípcias. Se comunicam de um modo quase natural com o sagrado, de onde obtem a força necessária para realizar suas tarefas.
A inciação egípcia
Uma das lendas mais apaixonantes que nos revelou Deir el-Medineh se refere ao assassinato de um mestre chamado Neferhotep por um obreiro que queria usurpar seu cargo. O nome do mestre está formado por duas palavras egípcias que significam “a perfeição na beleza” e “a paz em plenitude”. Simboliza, por conseguinte, o iniciado perfeito colocado em perigo pelos ambiciosos e os invejosos. Agora, encotramos de novo o mito do mestre assassinado na lenda de Hiram Abiff da maçonaria moderna.
Poderíamos estendermos muito sobre os ritos iniciáticos e a existência cotidiana da prodigiosa confraria egípcia. Sem embargo se deve lembrar que uma organização iniciática de construtores estava perfeitamente constituída catorze séculos antes de nossa era. Suas leis, seu simbolismo, sua moral, alcançaram um alto grau de espiritualidade e, sobretudo, esses homems contruiam suas vidas ao construir o templo. Divinizando a matéria, divinizam o ser humano. Perfeitamente integrados no império faraônico, são um dos mais bonitos florões de sua soiedade e sua mensagem artítica segue falando, diretamente, ao nosso coração e ao nosso espírito.
É evidente que a confraria, rigorosamente documentada no final da XVIII Dinastia, existia antes. Como tem demonstrado os trabalhos egiptológicos, as pirâmides não foram por escravos; já na mais antiga época, os construtores se haviam constituído na sociedade e os egípcios do secúlo II d. C. conservavam, ainda, a admirada recordação do genial mestre de obras Imhotep, arquiteto, médico e alquimista.
Trabalhadores egipcios - mural de Deir el-Medineh
Com os adeptos de Deir el-Medineth, estamos no âmago da expressão primitiva da maçonaria. É o primeiro apogeu da época chamada “operativa”, posto que a obra do pensamento se concretiza diretamente na obra das mãos. O homem estava completo, era harmonioso; expunha suas idéias a prova da matéria e vivia em uma comunidade iniciática de onde a fraternidade não era uma palavra vã. Recordaremos esses dados fundamentais quando fizermos um balanço da evolução da maçonaria moderna. Os artesãos de Dei el-Medinen nos revelaram regras de vida muito mais importantes que qualquer outra constituição administrativa. (Christian Jacq, La franc-maconnerie, Segunda edición: Mayo de 2004 Pág 21).
Os maçons do Rito Antiguo e Primitivo de Memphis dizem: É de conhecimento geral que em Mehphis, Egito, sob a orientação do Faraó, os altos Mistérios da Maçonaria de hoje eram praticados 2.100 a.C. Antes do século XVII a.D, todo o trabalho maçõnico para ser legalmente conduzido teria que ser autorizado pelo Faraó ou por um Sacerdote.
A prova de sua antiguidade tem sido passada durante as idades através de grandes monumentos como as Catedrais, Templos, Pirâmides, etc., nos quais estão os registros deixados a nós pelos anciãos; e até hoje os museus do mundo estimam de grande valor todas as mostras de pedras, metais, papiros, como prova audaz e vida de nosso conhecimento da nossa prematura história do homem e do que está a seu redor; até hoje existe todavia ruínas do Velho Mundo nas quais existem caracteres de deuses e divindades antigas em atitudes peculiares que contem verdades convincentes de seu propósito.
Tudo isto era tangivel e satisfatório as massas, porém em toda esta aparente cena teatral existia um sentido inteior, conhecido somente pelos iniciados (Soberano Santuário do Equador Rito Antigo e Primitico de Memphis)
Não obstante, é necesário dizer que esta sociedade egípcia de Deir el-Medineh é de caráter operativo para construtores e artesãos.
A inciação religiosa tinha características e propósitos similiares, porém não iguais a dos construtores de Deir el-Medineh, já que os iniciados religiosos viviam afastados do dia a dia das pessoas e ainda quando tiveram dificuldades para ascender de grau, não abandonaram os templos, só lhes ensinavam outras tarefas, entetanto se preparavam para insistir na ascensão; praticavam a abstinência sexual como um meio de melhorar sua prepação, assim como o aluno para dominar seu corpo pela mente. Estes iniciados em sua maioria eram de sangue real.
Sobre o secretísmo egípcio para guardar no uso exclusivo de um grupo privilegiado se tem escrito em abundância.
A arquitetura, tal qual as ciências liberais, era ensinada em secreto e secretamente também se concervaram e transmitiram as regras da arte de construir que durante muitos séculos foram monopolizadas pelos sacerdotes e pelas corporações do Egito. Entre estes sacerdotes se contavam os arquitetos que projetaram e realizaram aqueles soberbos monumentos que causam todavia a admiração do mundo. (Aubourg Dejean Raymond Francois, Los Hijos de la Luz, Obra traducida del francés y editada por la Muy Resp:. Gran Logia de Colombia y Resp:. Logia Veritas Vincit Nº 13 del Or:. De Santa Fé de Bogota como homenaje a los 75 avo. Aniversario de la Gran Logia de Colombia, Año 5998 E:.M:., Pág. 21).
[1]Mastaba é um túmulo egípcio, era uma capela, com a forma de um tronco de pirâmide(paredes inclinadas em direcção a um topo plano de menores dimensões que a base), cujo comprimento era aproximadamente quatro vezes a sua largura.
Começaram-se a construir desde a primeira era dinástica no que chamavam de periodo arcaico (cerca de 3500 a.C.) e foi o gênero de edifício que precedeu e preparou as pirâmides. Quando estas começaram a ser construídas, mais exigentes do ponto de vista técnico e econômico, a mastaba permaneceu a sua mais simples alternativa.
Eram construídas com tijoloproduzido a base de argila e palha e exposto ao sol do deserto(tijolo cosido) de barro e/ou pedra (geralmente, calcário) talhada com uma ligeira inclinação para o interior, o que vai ao encontro da etimologia da palavra. Etimologicamente, a palavra vém do árabe maabba = banco de pedra (ou lama, segundo alguns autores), do aramaico misubb, talvez com origem persaou grega. Efectivamente, vistos de longe, estes edifícios assemelham-se a bancos de lama, terra ou pedra.
Extraído da Obra - Maçonaria Origem e Desenvolvimento, do Ir.´. HERBERT ORE BELSUZARRE
Extraído da Obra - Maçonaria Origem e Desenvolvimento, do Ir.´. HERBERT ORE BELSUZARRE
Ir.´. JOSÉ ROBERTO CARDOSO
ALRS Estrela D´Alva nº 16 - GLMDF
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